Em Lawrence, no Kansas, John Watson abriu seu e-mail e quase pulou da cadeira quando viu o último.
-Mary!-ele chamou alegremente-acha que podemos fazer uma viagem rápida a Londres?
-Por que?-ela perguntou enquanto ia ao seu encontro-o que aconteceu?
-Sherlock nos convidou pra ser seus padrinhos de casamento-John respondeu espantado.
-Então ele vai casar com a Molly mesmo?-ela bateu palmas-isso é incrível! Responde ele agora, fala que vamos estar lá no grande dia.
John prontamente respondeu o e-mail de Sherlock.

"Com o maior prazer eu vou ser o padrinho do meu melhor amigo"

A cerimônia foi realizada no quintal da casa dos pais de Sherlock, com pouquíssimos convidados, já que os noivos tinham poucos amigos. Os votos foram rápidos e diretos e os de Molly foram mais fáceis de entender. Ela disse que sua paciência tinha sido recompensada naquele dia e que ela via o coração do homem que todos achavam sem coração.
Os votos de Sherlock foram tão peculiares quanto ele. Ele disse que Molly era a princípio como uma luz que incomodava a escuridão pacífica ao seu redor, que o escondia de tudo e de todos. A luz, explicou ele, a princípio incomoda a visão acostumada com o escuro, mas com o tempo, percebe-se as coisas boas que a luz traz. Você consegue ver coisas boas ao seu redor que antes passavam despercebidas. Então se chega num ponto em que não se pode mais viver sem a luz e você precisa mantê-la pra sempre com você. Era o que Sherlock estava fazendo naquele dia.
Um pouco depois do jantar, John foi convidado a discursar.
-Bem-ele limpou a garganta-primeiramente eu gostaria de dizer q eu nunca pensei que estaria aqui, digo, no casamento do meu amigo Sherlock Holmes. Todos vocês sabem como el conhecem muito bem, mas no fundo do meu coração, eu tinha esperança de aquela máquina tinha sentimentos.
Ele riu um pouco.
-E com o tempo eu percebi que Sherlock tinha coração-John retomou-já que ele me mostrou isso algumas vezes. E meu amigo, meu melhor amigo, eu estou extremamente feliz por você. Molly-ela olhou pra ele-você sempre foi uma excelente amiga, sempre gentil, disposta a ajudar e sortuda porque meu amigo vai cuidar de vc. Sei o quanto ele está comprometido. E eu sei que você vai cuidar dele sempre, mesmo quando ele te dar nos nervos, cuide dele. E se precisarem de nós, eu e Mary estaremos sempre aqui por vocês, não importa a distância.
Dessa vez Sherlock entendeu que as palmas que se seguiram eram uma deixa para abraçar seu amigo. Mary também abraçou os noivos.
Naquela noite Sherlock e Molly dançaram como ninguém, como os excelentes dançarinos que eram e em outro momento, Sherlock dançou com a pequena Rosie. Molly os observou e pensou que talvez, muito em breve ela veria aquela cena se repetir, mas com o futuro filho ou filha deles. Parte dela ainda não conseguia acreditar que tudo aquilo era real e a outra parte dela estava disposta a viver uma nova vida ,feliz como ela sempre sonhou, mesmo às vezes achando que era impossível.
Sherlock então olhou pra ela e pensou que mesmo que ele tenha sido um tolo de demorar tanto tempo pra perceber que Molly era o amor de sua vida, estava feliz por ter percebido a tempo. Juntos eles estavam prontos pra viver uma nova vida. Estranha pra alguns, mas perfeita pra eles.
Eventualmente John Mary e Rosie voltaram para Lawrence e Sherlock e Molly foram para a Baker St. 221b, eles tornariam o apartamento seu lar.
Sua rotina continuou a mesma de trabalho e casos. Às vezes ele temia que Moriarty ressurgisse e fizesse alguma coisa, mas tudo indicava que ele realmente estava morto. Pelo menos não havia rumores dele. As pessoas ainda achavam Sherlock frio e calculista, mas em raros momentos ele mostrava sua bondade e solidariedade. E outras pessoas achavam que Molly era maluca ou estava sendo enganada para ter um marido como ele. Ela não ligava, só sorria.
Os anos passaram e os dois achavam que sua vida já estava ótima quando 6 anos depois de seu casamento surgiu uma surpresa. Molly estava grávida de uma menina. Sherlock entrou secretamente em pânico. O robô, máquina, insensível, seria pai de uma filha.
-Ei não se preocupe-Molly tocou seu rosto depois que contou a notícia-está tudo bem, você vai se sair bem, eu sou prova viva de como você é capaz de cuidar de alguém.
-Isso é-ele suspirou-maravilhoso Molly! De verdade, é totalmente incrível e eu juro proteger nosso filho de todo mal.
Molly entrou em trabalho de parto quando Sherlock voltava de um caso resolvido em Cambridge. Ele havia combinado com ela de não aceitar nenhum caso quando estivesse perto de ela ter o bebê.
Mas ela mesma pediu que ele fosse investigar, vendo a importância do caso e a empolgação dele em querer resolvê-lo. Ele foi parte satisfeito parte preocupado. Ele chegou a tempo de acompanhar a chegada de sua filha ao mundo. Emily Johana Hooper Holmes. Seu segundo nome era uma homenagem ao melhor amigo de seu pai. Sherlock e Molly escolheram John e Mary para serem os padrinhos de sua filha. John respondeu em um e-mail que se sentia honrado. Sherlock percebeu mesmo no e-mail que seu amigo parecia triste e abalado, mas decidiu não pressioná-lo a contar o que estava acontecendo.
Emily era uma menina muito parecida com seu pai. Ela tinha uma perspicácia e atrevimento que às vezes afastava as outras crianças dela. Sherlock tentava consolá-la mas se via nela. As mesmas coisas que ele passou quando era criança sua filha também passava. Mas Emily tinha uma doçura herdada de Molly com qualquer um que fosse gentil com ela. Os conselhos de Molly eram sempre continuar sendo quem você, é não importasse a opinião dos outros. A opinião alheia não era a verdade absoluta sobre quem você era. Mas Emily tinha dois bons amigos. Victor Marshall e Rosie Watson.
Apesar de ter uma certa solidão Emily sempre foi muito querida por seus pais, Lestrade, a sra. Hudson e o tio Mycroft, que babava por ela.
Victor era praticamente seu primo, um filho de criação do tio Myke. Emily o conheceu quando tinha 10 anos. Quanto a Rosie, ela conversava algumas vezes por chamada de vídeo e mensagens, quando seu padrinho conversava com seu pai. Emily nunca tinha visto sua madrinha e quando ela perguntava, seus pais não sabiam a resposta. Rosie e Emily conversavam às vezes uma com a outra. Ela estranhava porque Rosie dizia algumas vezes que não tinha tempo para conversar.
Emily foi filha única até os 14 anos, quando para a surpresa de sua família, sua mãe ficou grávida. Molly e Sherlock ficaram tão empolgados como da primeira vez que tiveram um filho. Dessa vez tiveram um menino, Hamish William Hooper Holmes. O primeiro nome era uma homenagem a John e a uma piada que ele tinha feito há tanto tempo atrás. Molly fez questão que o segundo nome fosse uma homenagem a Sherlock. Ele era diferente da sua irmã. Mais espontâneo, sorridente, bem humorado e observador, com um grande interesse em experimentos e anatomia. Às vezes Hamish fazia comentários estranhos que faziam as pessoas se afastarem dele. Isso o deixava triste, mas ele tinha sua irmã mais velha para consolá-lo e ajudá-lo. Os dois se tornaram muito fãs de super heróis e trocavam ideias e empolgação sobre eles.
Em noites rotineiras de silêncio e contemplação , Sherlock se sentava na sua velha poltrona e observava sua família. Molly cochilava no sofá com Emily e Hamish aninhados em seu colo. O detetive sorria e se sentia grato por ter cedido aos seus sentimentos. Às vezes ele temia que algo ruim acontecesse a eles por causa de seus inimigos. Ele não ouvia sobre Moriarty há quase 20 anos, mas ele ainda assombrava seus pensamentos. Não importava o risco, Sherlock faria de tudo para proteger Molly, Emily e Hamish. Ele percebeu que nenhum caso, vício ou crime era suficiente maior que sua família e isso não o fazia se sentir mais fraco ou frágil, ao contrário, sua família era sua fonte de alegria e paz. O detetive sorriu mais uma vez para seus filhos e sua patologista, a imagem repousando em seu palácio mental, enquanto os Holmes descansavam em seu Lar Doce Lar, 221b Baker St.


E essa foi minha fic de Sherlolly, Espero que tenham gostado. Até a próxima!