Fic: Segredos de Beleza

Presenteada: BiaSlytherin

Autora: Sheyla Snape

Beta reader: Gabrielle Briant

Classificação: NC 17

Aviso(s): Cenas de Sexo.

Gênero/Categoria: Romance

Resumo: Fic escrita para o AO de Halloween da Comunidade Snapetes do LJ.

Em nome de uma integração entre bruxos e trouxas, Hermione abre uma loja de cosméticos naturais. Seu desafio atual? Encontrar uma formula definitiva de alisante para cabelos. O que Snape tem com isso? Leia e descubra.

Agradecimentos: À minha querida Mamis, Roxane que muito ajudou e agüentou meus choramingos pelas madrugadas no MSN. Beijo Mamis, TI AMU!! À irmãzinha Lara, que leu a fic e gosto. E claro a todas as queridas, amadas, idolatradas, salve, salve... Amigas do Esquadrão do MSN. Adoro a todas!!

Disclaimer: Harry Potter e todos o seu mundo mágico não me pertencem, são todos da JK. Só os tomei emprestados pra alegra minha amiga, que não é oculta coisa nenhuma, Bia.

Segredos de Beleza.

Capítulo Um

Pouco mais de dez anos se passaram desde o fim da guerra, e as coisas pareciam se estabilizar e melhorar mais a cada dia. Após dois anos de muitas lutas e perdas, o mundo bruxo se refazia, aprendendo com seus erros. Muitas mudanças ocorreram, em vários planos da sociedade bruxa.

Uma delas foi a de não manter as Artes das Trevas como um assunto tão proibido, intocável e misterioso. Aprenderam que não falar sobre o assunto, tornava-o muito mais atraente e fascinante às mentes mais aguçadas do que ele deveria ser... e claro, muito mais perigoso também. Portanto, se queriam ter controle sobre tais artes, deveriam ter controle sobre seu ensino, e desmistificá-lo, sobretudo esclarecendo aos cidadãos de bem o que realmente deveriam temer e evitar.

Outro ponto interessante que ajudaria, e muito, a evitar o quase genocídio que Voldemort propôs, foi a decisão de integrar a vida entre Bruxos e Trouxas. Estava sendo um processo lento e gradual, que começava a surtir efeitos incríveis. Os bruxos agora podiam ver e compreender que pessoas trouxas não eram tão estúpidas e imprestáveis como imaginavam. Ignorantes e supersticiosos, sim, mas quando suas mentes se abriam para algo novo, não havia nada que os detivesse.

Era claro que essa abertura se valia mais do lado bruxo que do trouxa. Seria um desastre completo se fosse diferente, mas os resultados surgiam a olhos vistos.

Assim, hoje, além de professora na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Hermione Granger mantinha uma bem sucedida linha de produtos de beleza feminina que atendia o mundo Bruxo e Trouxa. Como ela sempre fora uma mulher versátil e não queria perder o contato com o mundo no qual nascera, resolveu usar seus conhecimentos em poções, adquirindo uma loja de cosméticos naturais, que pudesse atender a ambos os mundos. De certa forma esta era uma excelente maneira de ajudar na integração que o Ministério da Magia propusera; forçando os dois povos a conviver mais próximos do que o costume.

Desde então ela estudou muito – claro, jamais abandonaria sua paixão pelos livros – e se tornou uma empresária, cujos negócios iam de vento em poupa. Obviamente que o uso de várias ervas e materiais mágicos a ajudaram a solucionar, e baratear, diversas fórmulas de shampoo, sabonetes, cremes, etc., sem contar as novas fragrâncias que foram possíveis desenvolver durante esses anos.

Mesmo estando em Hogwarts ela continuava a criar, pois sempre havia algo novo. Um problema, por mais corriqueiro que fosse, devia ser resolvido. Principalmente se essa solução fosse facilitar a vida de uma mulher. Mas havia uma coisa que ela não conseguira ainda. O bendito alisante pra cabelos, ou qualquer formula que a ajudasse a... não... que ajudasse suas clientes a domar os cabelos rebeldes

Ela não agüentava mais aquela pressão toda. Nunca desistira de nada em sua vida. Nunca fracassara em nada. Sempre fora a aluna mais brilhante, a mais inteligente e esforçada. Sempre se destacara em tudo. Mas ela estava fracassando... Pela primeira vez não tinha a resposta para uma pergunta, não encontrava solução em nenhum livro... E infelizmente, se para tudo na vida existe uma primeira vez, esse dia finalmente parecia ter chegado para Hermione Granger.

"Inferno, eu não acredito que aquele miserável arrogante vai conseguir rir da minha cara mais uma vez?!" – ela socou a bancada de madeira em que trabalhava. Estava no pequeno laboratório que montara em Hogwarts, trabalhando como sempre. Porém havia algo mais desta vez...

Ela estava no limite de seu controle emocional. A última alfinetada que recebera do seu antigo Professor de Poções a deixara fora de si por varias horas.

Ele já a perturbava há algum tempo, e o veneno contido nos comentários mordazes que aquela língua afiada e extremamente sarcástica era capaz de proferir não era o principal motivo de sua agitação. De certa forma ela não se importava muito com aquilo, às vezes até se divertia com alguns deles. Principalmente depois de perceber que, de uma forma um tanto particular, Severus Snape possuía algum um senso de humor. Ácido, negro e mordaz, sim, mas ainda assim... Humor. Mas infelizmente esse "senso de humor" Slyterin a estava deixando louca nos últimos dias.

A gota d'água surgiu num comentário durante o desjejum no inicio daquela semana, onde "inocentemente" o Professor de Poções resolveu saciar uma antiga "curiosidade" a respeito da convivência entre ela e seu grande amigo de infância, Harry Potter. "Aquele grandessíssimo filho da P---!" Ela sentiu o sangue ferver novamente ao lembrar do sorriso cínico dele ao perguntar se Potter alguma vez a tinha confundido com sua Firebolt. Uma clara alusão aos cabelos ainda muito volumosos da agora Professora de Transfigurações, Hermione Granger. "Bolas, até a estúpida da Trelawney entendera a 'piadinha' e se engasgara com seu suco de abóbora tentando conter uma risada."

O timbre de voz casual e displicente com que ele falou não era o suficiente. Ele queria mais... E tinha mais uma cartada na manga e a usou sem a menor piedade.

"Eu sinceramente me pergunto por que a tão renomada Sabe-Tudo não usa seus conhecimentos em manipulação e inventa algo para domar seus cabelos de uma vez por todas. Se precisar senhorita, eu mesmo tenho uma receita de alisante muito boa."

Merlin misericordioso... aquelas palavras foram como pólvora seca em uma grande fogueira que já queimava dentro dela desde seus tempos como estudante. E pior!! "Como aquele infeliz sabia que ela estava procurando por tal formula? COMO?"

E ali estava ela... De pé em seu laboratório, trabalhando por incansáveis horas...

Hermione respirava profundamente procurando retomar o autocontrole. As mãos apertadas sobre a bancada demonstravam o quanto ela tentava se conter e não gritar. Os cabelos cacheados presos num frouxo rabo de cavalo, sempre volumosos e... não tão indomáveis quanto na juventude, ela sabia, mas que mulher estava completamente satisfeita com seu corpo? Com seus cabelos? Precisava concentrar-se mais. Precisava usar o cérebro mais do que nunca.

Ela olhou sua mesa de trabalho. Seis... Seis caldeirões já estavam derretidos, só naquela noite, e o último a sua frente, certamente, terminaria no mesmo estado. Mas só de lembrar do sorriso infame que ele lhe dirigira durante toda a semana... "Argh!!!" E das palavras dele se oferecendo a ajudá-la, dos meio sorrisos que lhe lançara por todo o dia. "Se precisar senhorita, eu mesmo tenho uma receita de alisante muito boa".

Era como se ele... Como se ele soubesse que a estava irritando cada vez mais, apesar das suas tentativas de manter-se fria e impassível aos seus comentários. "Ele não age assim? Então usarei a mesma arma". Mas ele continuava... Fazia tudo de propósito, como se fosse ciente das suas frustrações e... "Merda!!" – Ela não pôde evitar socar a mesa, fazendo com que alguns ingredientes rolassem e caíssem no chão. "Ele é um legilimens, como pude ser tão burra? O desgraçado sabia o tempo todo... era só por o dedo na ferida falando o que mais me irritaria... como pude ser tão amadora?" – Hermione estava possessa. Fora tão óbvia, tão... – "Isso não ficará assim, ele vai me pagar muito caro!!"

E num impulso de fúria ela irrompeu pelo laboratório e se dirigiu em direção as masmorras.

Continua...