Aviso

Esta é uma fic shota, pois mostra o relacionamento entre um rapaz de praticamente quinze anos com um menino de treze e neste capítulo em específico, ocorre o lemon, ou seja, uma cena de sexo em todos os detalhes entre nossos dois queridos personagens! -

Portando, se você não gosta, tem nojo ou acha um cúmulo ler uma cena lemon entre dois rapazes, principalmente tão novos, fique a vontade para clicar no 'x' acima, mas caso você não ligue ou simplesmente acha fofo e está louco pra ler, continue e seja feliz! XDDDDDD

Ah, Sim! Talvez seja bom ter a seu lado... Um copo de água ou de suco... Um ventilador também seria uma boa, afinal... O tempo pode esquentar! XD

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Odeio... Odeio Você!!!

Capítulo 03 – Antes da Tempestade...

Seus dedos percorriam rapidamente o teclado, enquanto ansiava descobrir as informações que tanto procurava. Irritava-se pelo fato de ser algo tão difícil de se descobrir, mas tinha consciência de que, se fosse fácil, qualquer um já teria descoberto aquele segredo tão bem guardado.

Suspirou longamente ao ver que sua procura seria infrutífera e se colocou a procurar informações sobre outras crianças... Afinal, elas poderiam levá-lo a seu alvo e isso era importante. Porém, assim como seu alvo, 'aquelas' crianças eram muito bem protegidas, o que lhe desagradava e sabia... Seu tempo era por demais escasso!

"Droga! Aquele maldito escondeu muito bem as informações sobre suas preciosas crianças.", O rosnado foi apenas mental, porém suas expressões mostravam muito bem sua total insatisfação com o resultado de sua pesquisa.

" De qualquer forma... Eu sei como atraí-lo.", Sorriu de lado e levantou-se, desligando o computador.

Retirou do bolso um pano e assim que a máquina estava desligada a limpou, bem como a mesa ou qualquer lugar que poderia ter tocado e deixado suas digitais. Seu rosto estava coberto para o caso daquela sala em específico ser de alguma forma vigiada, apesar de não achar que chegava a tanto, mas como uma pessoa precavida, não lhe custava nada ser cauteloso.

Saiu da sala após verificar o exterior, olhando no relógio e vendo que já se aproximava de duas e meia da madrugada e o melhor a fazer era sair dali, para que ninguém pudesse encontrá-lo. Sorriu amplamente enquanto caminhava em passos lentos e silenciosos pelos corredores da Wanny's House. Não precisava do nome dele de qualquer forma...

"Tudo o que preciso é... Da isca certa!", Com isso em mente, rapidamente sumiu entre as sombras daquela casa silenciosa, como se estivesse se fundindo a ela.

OOO

A lâmpada acesa iluminava os dois corpos abaixo dela. O garoto de cabelos loiros curvou-se sobre aquele que considerava como sendo seu rival, tomando-lhe os lábios de maneira demorada, enquanto envolvia a cintura delgada e segurava uma das coxas macias, para só então erguê-lo e se mover lentamente, num ângulo de cento e oitenta graus, afim de colocá-lo sentado sobre a mesa de granito negro, captando no mesmo instante o arrepiar da pele quente em contato com a superfície fria e sorriu. Olhando dentro daqueles belos olhos âmbar, aproximou-se, lambendo a boca rósea de Near.

" Com frio?", O loiro sorriu ao perguntar, dando beijinhos na bochecha rosada.

" Hum...", Near suspirou, não respondendo e ao sentir os beijos apenas fechou os olhos, apreciando o contato. Não sabia como Mello conseguia tocá-lo tão profundamente assim... Como ele conseguia alcançar sua alma, mas...

" Vou aquecê-lo então...", As palavras foram murmuradas languidamente, enquanto os lábios de Mello lambiam e sugavam o lóbulo da orelha de Near, aspirando o perfume embriagante deste.

Mello abraçou Near com carinho e cuidado, aproximando seus lábios de forma lenta, sem deixar de fitar os olhos profundos do menino mais novo, até que suas bocas se tocaram de leve num suave roçar... Ainda se fitando. Então o loiro inclinou-se para frente, reivindicando a posse daqueles lábios em um beijo profundo e intenso, apertando o corpo menor contra o seu quase afoitamente.

"Hoje... Hoje você será meu!", Aquele pensamento fluiu pela mente de Mello, enquanto ele provava mais uma vez aqueles lábios de mel, viciando-se neles.

O belo rapaz de madeixas douradas não conseguia pensar em mais nada... Não raciocinava sobre as conseqüências de seus atos... Tudo o que queria era Near... Seus suspiros... Seus gemidos... Sua atenção! Nada mais importava a não ser seu desejo e hoje... Hoje Near seria dele... Para sempre!

Near suspirou profundamente, sentindo Mello beijar-lhe o pescoço e suas mãos percorrerem seu corpo suavemente, com delicadeza como quem espera não quebrar algo que é frágil, mas ao mesmo tempo valiosíssimo! Pensar nisso fez uma agradável sensação se alastrar por seu corpo e ele fechou os olhos, sentindo os dedos curiosos percorrerem seu abdômen numa carícia gostosa, descendo mais, até que chegaram entre suas pernas, tocando sutilmente sobre seu membro por cima da peça íntima e instintivamente tentou impedir o contato.

" Mello... É... Isso... Eu não...", Pela primeira vez na vida sentiu-se constrangido e sem saber o que fazer. Tinha plena consciência do que acontecia entre ambos, mas não tinha muitas informações e não sabia como agir, principalmente pelo que os toques o fazia sentir.

" Shhh...", Retirou a mão, percebendo a tensão no corpo menor, abraçando-o.

Near fechou as pernas, confuso. Sentir os toques de Mello era bom, mas...

" Confia em mim.", Sussurrou, beijando-lhe o rosto seguidas vezes, curvando-se sobre o corpo menor, deitando-o sobre a mesa, ainda mantendo-se abraçado a ele.

" ...!", O coração de Near disparou! Sentia Mello sobre ele, novamente entre suas pernas, os braços dele estavam sob suas costas, impedindo seu total contato com a superfície de granito e ele o olhava profundamente.

" Não tenha medo.", Disse sério, transmitindo firmeza e proteção a Near.

" Mas...", Ainda queria argumentar. Não negava que desejava Mello, que queria continuar sentindo aqueles toques tão bons, mas talvez se tivesse... Mais informações de como agir seria melhor.

" Não precisa fazer nada. Apenas... Sinta!", Comentou como se pudesse ler a mente dele. Conhecia Near muito mais do que alguns podiam imaginar... Muito mais do que ele mesmo pensava ser possível, vendo o menino relaxar em seus braços.

Voltou a beijar o menor, longamente, provando seu doce sabor, o contato com a pele de seda apenas atiçava seus sentidos. Lentamente foi retirando os braços e apoiando Near na mesa, suas mãos percorrendo o corpo dele, enquanto foi descendo seus lábios, beijando o peito macio, envolvendo o mamilo direito suavemente, contornando-o com a língua para logo em seguida sugar, repetindo o ato até tê-lo teso em sua boca e lentamente o abandonou para fazer o mesmo com o esquerdo, reparando na respiração descompassada de Near, sua mão direita subindo e descendo, percorrendo de lado o corpo pequeno da cintura a coxa, indo e voltando sem pressa.

Near começou a relaxar e a apreciar o contato, fechando os olhos e suspirando a cada sensação proporcionada por Mello, deixando um ofego escapar quando sentiu a boca quente em seu mamilo, arrepiando-se todo, arqueando de leve, involuntariamente, sentindo como se várias ondas elétricas percorressem seu corpo, bem como um intenso calor, obrigando-o a puxar o ar com mais força, o que tornou sua respiração pesada.

Mello se surpreendia por conseguir tocar Near tão lentamente, sem pressa. Sua vontade era a de possuí-lo fervorosamente, mas agora agia como se não precisasse ser tão rápido. Queria que seu adorável rival sentisse cada toque... Cada sensação... E que se lembrasse que era ele quem proporcionava! Abriu os olhos, fitando a face alva tingida adoravelmente de vermelho enquanto respirava pesadamente, sorrindo de canto.

" Humm...", Near gemeu ao sentir Mello puxar seu mamilo entre os dentes, para no momento seguinte circulá-lo com a língua e descer, mordiscando toda sua pele.

" Você é realmente delicioso!", Não conseguiu conter o comentário. Near tinha uma pele deliciosamente macia e Mello temia não ser capaz de se afastar mais dele, porém era incapaz de parar agora. Cada suspiro ou mínima reação demonstrada pelo menino o excitava e ele sentia-se incomodado com sua já apertada calça e...

"Não. Ainda não é o momento.", Pensou o loiro, distribuindo beijos e mordidas pela pele macia, chegando ao umbigo, circulando-o com a língua para depois invadi-lo, sentindo o corpo menor tremer ligeiramente.

Mello continuou o que fazia, insinuando com a língua os movimentos que logo estaria fazendo dentro do corpo menor. Apenas este pensamento o fazia estremecer ansioso, mas seria um pouco mais paciente. De onde vinha essa 'calma'? Não fazia idéia, mas estava satisfeito por manter o controle sobre sua impulsividade. Parou o que fazia e ergueu a cabeça, fitando Near de cima e teve que morder o lábio inferior com força pra conter o desejo que se alastrou por cada célula ante a cena que presenciou.

Near estava deitado sobre a mesa... Braços ao lado da cabeça, a blusa aberta permitindo que visse todo o corpo pequeno e delicado... Os olhos dourados estavam mais escuros que o normal, deixando ainda mais belo o rosto corado emoldurado por aqueles lindos e brilhantes fios prateados como a luz do luar. Os lábios róseos estavam entreabertos e era evidente a excitação daquele que era seu mais delicioso rival!

" Gosta... Near?", A voz de Mello estava rouca, tornando a pergunta ainda mais sexy e pecaminosamente instigante para aquele que a ouvia.

" Eu...", Near sentiu a face mais quente e envergonhou-se, levando a mão a boca, mordendo a falange do dedo indicador em um ato extremamente inocente e ainda assim altamente sensual.

"Ah! Como... Como ele pode ser tão fofo?", Mello tentava resistir àquela inocente tentação, mas estava ficando cada vez mais difícil!

Com a mão esquerda, acariciou a coxa direita de Near e ergueu a perna roliça, colocando-a em seu ombro, lambendo a pele próxima ao joelho e abaixando-se, fazendo movimentos circulares com a língua, dando pequenas mordidas e mais beijos até chegar a parte interna da coxa, deixando marcas de sua passagem, sentindo o corpo menor estremecer de maneira excitante e ele teve que olhar para cima só pra se deliciar com um Near tão divinamente entregue! Sorriu languidamente, os fios loiros roçando insinuantes pela alva pele e sem esperar ele abaixou a cabeça depositando um beijo sobre o membro semi-rijo oculto pela peça íntima cor de pérola.

" Aaahmm...", Near não conseguiu evitar o gemido, seu corpo tremendo fortemente ao sentir a boca de Mello em um local tão íntimo de seu corpo, causando uma sensação tão incrível que ele simplesmente não conseguia descrever.

" Hummm...", Mello gemeu em aprovação e continuou, abrindo a boca lentamente, sugando o membro de Near por cima da peça clara, vendo-o arquear e encolher-se, mas não iria deixá-lo fugir de seus toques e com isso em mente, o loiro manteve as pernas macias abertas, segurando-as com firmeza, porém sem machucá-lo, continuando seu intento, deixando o tecido úmido com sua saliva.

" Me-Mello... Humm...", Near segurava com força na manga de sua blusa, sentindo que a realidade sumia ao seu redor, cobriu os olhos com as costas da mão esquerda, enquanto sentia que lava percorria sua pele irradiando do local onde Mello lhe tocava e espalhando-se como uma onda morna pelo resto de seu corpo, deixando-o cada vez mais ofegante e inquieto.

O loiro parou, afastando-se para ver como havia deixado Near e sorriu com o resultado. Ele quase tremia ante as novas sensações e isso apenas aumentava seu próprio prazer. Lentamente levou as mãos a barra da blusa negra que usava e foi erguendo-a sem pressa, vendo os olhos escurecidos se abrirem afim de fitá-lo, provavelmente curioso em saber porque havia parado e sob aquele olhar, terminou de retirar a peça, jogando-a displicente ao lado do corpo menor, sua própria respiração descompassada. Ainda prendendo o olhar de Near, Mello levou ambas as mãos a cintura do menino, começando a retirar a peça, deslizando-a pelas coxas roliças, passando-a pelos joelhos e deixando a mesma no chão, apreciando a visão do pequeno e perfeito corpo nu.

" ...!", Near viu tanto desejo nos olhos agora escurecidos do loiro, que sentiu-se desconcertado, mas ao mesmo tempo perceber aquele anseio de Mello por sua pessoa o excitava.

Near notou então o corpo maior debruçar-se sobre o seu ligeiramente, fazendo aquele já conhecido, mas ainda assim inexplicável frio na barriga se fazer presente e seu coração novamente disparou ante a sensação de ansiedade que se apoderou de seu ser. A língua de Mello dançou sobre seus lábios e ele instintivamente os entreabriu, apenas para ser beijado violentamente, gemendo dentro do beijo quando os longos dedos do loiro tocaram seu membro, fazendo-o fechar seus dedos nos ombros fortes, firmando suas unhas na pele de seu amado rival.

Mello sorriu internamente ao sentir as mãos de Near em sua pele, as unhas dele apenas o atiçavam, principalmente porque isso parecia demonstrar como ele apreciava o que sentia, segurando-se a si tão afoitamente a fim de manter a sanidade. Abandonou os lábios delicados e segurou a mão direita de Near, beijando os dedos dele e então mordendo de leve, para sugar depois, erguendo-se um pouco. Seus dedos subiam e desciam no membro róseo, não sabendo precisar quando o envolveu realmente, mas... O importante era saber que estavam tão entretidos um com o outro que Near não se assustou com o contato. Sorriu, continuando o movimento, circulando a glande para depois voltar a afagar a extensão, sentindo como o corpo menor tremia por causa de seus toques.

" Humm... Ahm...", Os gemidos de Near eram suaves e baixos. Sentia os movimentos ritmados empregados por Mello bem como a língua dele em seus dedos, sugando e mordiscando, aumentando o prazer que sentia, fazendo correntes elétricas percorrerem seu corpo com mais intensidade, obrigando-o a fechar os olhos como se isso fosse diminuir a sensação de estar perdendo o controle sobre si.

" Hummmm... Abra os olhos... Abra os olhos pra mim... Near...", Gemeu Mello, beijando os dedos delicados, mirando sempre a face enrubescida daquele pequeno ser que lhe tomava todos os pensamentos. Precisava ver aqueles olhos... Queria ver as emoções de Near refletidas neles!

Com dificuldade, Near abriu as orbes âmbar, agora escurecidas, fitando o jovem loiro, apreciando a beleza dele... Mello tinha agora a feição mais linda que já havia visto... Os fios loiros brilhantes emolduravam o rosto claro caindo agora displicentes, dando-lhe um ar de mistério, as íris esverdeadas estavam mais escuras devido a dilatação da pupila e as maçãs continham um rubor sensual que o deixava ainda mais sedutor. Sentiu a velocidade da mão de Mello aumentar e não conseguiu evitar mais um gemido.

" Uhmm... Sim... Isso... Olhe pra mim... Continue olhando...", Sussurrou Mello.

" Ahhmmm...", Os olhos de ouro permaneceram abertos, porém mais estreitos.

" Veja o que eu faço com você...", Soltou a mão direita de Near e entrelaçou seus dedos na nuca dele, erguendo-o um pouco e obrigando-o a apoiar-se nos cotovelos, beijando-o rapidamente, enquanto aumentava o ritmo da masturbação.

" Me... Mello...", O menino ofegou, sentindo os beijos em sua face.

" Me diga... Me diga o que sente... É bom o que eu faço com você?", Perguntou sensualmente no ouvido dele, mordendo o lóbulo e sugando-o sedutoramente.

" Ahhh... Mello... Uhmm...", Near não conseguia mais se controlar, seu corpo estava em chamas, correntes elétricas percorriam cada célula e um forte formigamento se fazia presente em seu baixo-ventre e sentia como se estivesse caindo num abismo... Um abismo de sensações tão intensas que ameaçavam roubar-lhe a consciência.

" Diga... Você gosta? Quer que... Eu pare... Near?", As palavras saíam melodiosamente roucas e lânguidas de seus lábios e Mello sentia um imenso prazer apenas por ver como Near estava se derretendo em seus braços e sutilmente colocou sua mão, que estava na nuca do gênio, as costas dele, como um apoio ao corpo do menino.

" Ahm... Nã-Não... Pa... Aahhh... Pare...", Tentava responder, mas não conseguia formular a frase. Morreria... Se Mello parasse agora, Near tinha a impressão de que ia morrer! Sua respiração estava entrecortada, uma forte tensão se alojava em seu baixo-ventre e pequenos espasmos começavam a se dissipar...

" Então me mostre... O quanto está gostando!", As palavras saíram numa melodia pecaminosa, enquanto Mello aumentava o ritmo, fechando os dedos com mais força ao redor do membro de Near, pronto para levá-lo ao paraíso.

" Aahhhmmmm... Melloooo...", Near simplesmente não suportou todas as intensas sensações! Quando sentiu os dedos se fechando com mais firmeza e o ritmo aumentando, chegou a seu limite e o mundo desapareceu!

Gemendo longamente, Near lançou graciosamente sua cabeça para trás, arqueando as costas e contorcendo-se ante as ondas de prazer que varreram seu corpo, arrebatando-o para um mundo à parte, nublando seus sentidos, fazendo-o derramar seu sêmen sobre os habilidosos dedos de Mello, que não pararam um segundo sequer, continuando a manipulá-lo, enquanto ainda era acometido pelas intensas ondas de prazer.

" Hummmm...", Mello gemeu ao ver Near se derretendo em seus braços... Sentindo sua mão ser molhada pelo prazer dele, enquanto seu doce menino mantinha a cabeça erguida... Os olhos fechados... A boca entreaberta... Expressando tão inocentemente seu prazer... Ah! Como ele podia ser tão deliciosamente imaculado e perfeito? Sentia-se extasiado apenas por vê-lo assim!

Near ainda estava ofegante, em seu corpo ainda sentia os vestígios de seu primeiro êxtase. Seus olhos se abriram lentamente, recuperando o foco aos poucos, apenas para notar que não estava mais se apoiando nos cotovelos e sim sendo fortemente amparado por Mello, que só agora o deitava novamente na mesa. Suas íris rapidamente procuraram as dele, vendo nelas tantas coisas que não saberia definir em palavras, mas ainda assim o que via lhe trazia conforto!

Mello sentia-se extasiado! Near estava ali... Sobre aquela mesa, em seus braços... Derretido pelos toques empregados, com um lânguido olhar que o fazia gemer, mas ainda assim seu pequeno rival era tão puro! Seus olhos percorreram o corpo menor, memorizando cada traço, cada curva... Reparando na delicadeza daquelas formas e...

"Você... Quando foi que você se tornou essa doce tentação para mim?", Perguntou-se, mergulhado dentro daquelas lânguidas íris. Ele era um anjo... Seu anjo da perdição!

" Mello...", O sussurro de Near chegou até o loiro, despertando-o.

" Lindo...", Foi tudo o que Mello disse ao abaixar-se, reivindicando os lábios de Near em um beijo calmo.

Near recebeu aquele gesto entreabrindo os lábios dando total permissão para Mello explorar seu interior. Ainda sentia-se extasiado e um pouco perdido, mas o que sentiu era tão bom que não queria mais se afastar de Mello. Lentamente ergueu os braços, envolvendo com graciosidade o pescoço do rapaz mais velho, entrelaçando seus pequenos dedos nos fios dourados, acariciando a nuca com a ponta dos dedos suavemente.

" Uhmmm...", Mello gemeu sentindo arrepios se dissipando do local onde a ponta dos dedos de Near tocavam, descendo por sua coluna, gerando uma trilha de excitação que quase arrancava sua sanidade.

" Mello?", Chamou Near quando Mello se separou abruptamente dele.

" Eu... Eu quero você!!!", O desejo era explícito na voz de Mello. Por mais que desejasse ir com calma, era impossível... Não poderia mais resistir! Não depois de tê-lo daquela maneira em seus braços, gemendo... Se entregando... Queria... Necessitava de mais e...

"... Eu preciso de você!", Não conseguia mais pensar... Tudo o que se passava em sua mente se resumia a Near... E seu desejo de tê-lo por completo!

Near continuava fitando-o, seus dedos brincando na nuca do loiro, enrolando-se nos fios dourados, sem noção do que este simples gesto causava no garoto mais velho, apenas apreciando a visão da face corada e os olhos fechados. Viu aqueles lábios se entreabrirem puxando o ar com mais força, deixando-o encantado com tal visão. Aquela expressão era por seu simples toque? Pensar nisso o deixava internamente feliz!

O loiro ofegava! Quando Near tocou em sua nuca todo seu corpo arrepiou-se e se aqueceu, tornando seu membro mais rijo e ele soube que precisava possuí-lo agora se não quisesse enlouquecer, principalmente porque seu adorável menino continuava fazendo gestos circulares com os dedos em sua nuca, deixando-o cada vez mais excitado. Como Near podia fazer aquilo? Obviamente estava tentando arrancar sua sanidade! Só podia ser isso.

Ergueu-se, ficando ereto, se desvencilhando das mãos pequenas, percebendo que seu gesto o deixou ligeiramente confuso. Seus olhos escurecidos percorreram as formas delicadas de Near e logo levou a mão direita à boca, lambendo os dedos ainda molhados pelo sêmen do menino, sentindo o gosto delicioso dele! Sim, estava achando-o delicioso e imaginava como seria se tivesse o órgão do gênio dentro de sua boca. Será que ele estremeceria mais? Precisava saber a resposta.

Via as orbes de Near fixas nele e apenas sorriu de lado. Continuou passando a língua sobre os dedos, recolhendo qualquer vestígio de sêmen que havia sobre seus dígitos, fechando os olhos lentamente, recordando-se das palavras de Matt... Near era um menino... Um menino pequeno e de corpo frágil... Penetrá-lo seria difícil, sabia disso, portanto...

"Hummm... Eu tenho que prepará-lo. Vamos ver... Como eu farei isso...", Pensava ainda com os dedos na boca, lambendo-os distraidamente, sua mão esquerda fazendo círculos imaginários no abdômen... Descendo... Tocando o membro enrijecido por cima da calça...

" ...!", Near observou-o atentamente. O que Mello fazia? Não entendeu muito bem, mas... Ele estava tão lindo! A face corada, a língua rósea passeando sobre os dedos sem pressa, os olhos fechados enquanto ele expressava um prazer ímpar...

Lentamente Near se sentou sobre a mesa, ajeitando-se, vendo o loiro se tocando, os dedos fazendo círculos sobre seu peito, descendo sugestivamente, até que rodopiaram sobre o membro oculto e um desejo se instalou em seu ser... Queria tocar Mello! Timidamente ergueu a mão, tocando o tórax delineado do rapaz mais velho, vendo os olhos escurecidos se abrirem apenas para fitá-lo com intenso desejo e tudo o que fez foi deslizar seus dedos até a nuca dele, enquanto se aproximava e Mello terminou de se curvar, retirando os dedos da boca para beijá-lo longamente.

Quando o beijo cessou, o loiro deslizou seus lábios começando a beijar o pescoço de Near, mordendo logo abaixo da orelha dele, ouvindo um gemido mais alto, sorrindo contra a pele de seda ao perceber que aquele era um local sensível em seu 'odiado' menino e continuou a mordicar aquele ponto, afim de excitá-lo de novo, enquanto seus dedos voltaram a acariciar suas partes íntimas, ouvindo doces suspiros.

" Humm...", Near gemeu baixinho no ouvido de Mello, tomando o lóbulo da orelha direita entre os lábios sugando suavemente como já havia sido feito em si, sentindo o corpo maior tremer intensamente em fortes espasmos.

" Neaaarrr...", O nome do menino saiu em um rouco rosnado e Mello rapidamente abraçou Near com força, colando seus corpos e meneando o quadril contra o de seu querido rival, enlouquecido, seu corpo todo parecendo em chamas.

" Mello... Uhmmm...", Near captou a mudança em Mello. Ele parecia quase insano por mais contato e ao sentir toda aquela fricção, mordeu levemente o lóbulo em sua boca, conseguindo com isso mais um longo gemido.

" Você... Você quer me enlouquecer?", A pergunta foi feita entre ofegos. Mello afastou-se de Near, a pressão em seu membro era intensa e ele levou a mão ao botão da calça, abrindo-o para no segundo seguinte, descer o zíper, colocando para fora sua ereção, gemendo ao se tocar, fitando com profundo desejo o menino de cabelos prata.

O olhar de Near desceu lentamente, vendo então os longos dedos de Mello tocando a própria ereção e um doce rubor tomou conta de sua face. A mão esquerda do outro logo envolveu sua nuca, puxando-o com força, aproximando seus lábios, quase o beijando. Olhos fixos um no outro...

" Eu quero você!", A voz de Mello saiu rouca e grave, evidenciando seu desejo.

Mello não esperou resposta da parte de Near... Empurrou-o com gentileza apesar de grande excitação, fazendo-o se deitar na mesa e logo desceu a mão, tocando todo o baixo-ventre do menino, espalhando o sêmen que ali se encontrava, molhando de novo seus dedos, abrindo as pernas macias e roliças novamente e descendo, tocando o local que logo penetraria, invadindo-o lentamente com o indicador.

" Ah! Mello!!!", Near se contraiu, estranhando o toque, sentindo incômodo e uma ligeira sensação de dor, deixando-o desconcertado e apreensivo.

" Sshhhhh... Tudo bem! Isso vai nos ajudar.", Explicou em tom rouco, tentando ao máximo conter seus desejos e também não se tocando... Senão corria o risco de chegar ao clímax sem sequer penetrar Near.

O garoto logo foi se acalmando, compreendendo um pouco do que era feito consigo e ao relaxar viu que não era ruim aquele toque, mas também não achava bom, mas era excitante pensar que Mello o tocava, por mais estranho que tudo lhe parecesse por um segundo... E sua linha de raciocínio foi quebrada quando sentiu aquele dedo se movendo em um lento movimento de vai-e-vem, bem como beijos sendo distribuídos em sua barriga e uma língua quente serpentear ao redor de seu membro, recolhendo a prova de seu prazer que ali se encontrava...

O coração de Near começou a bater mais forte, acelerando o sangue em suas veias, levando-o mais rapidamente para seu baixo-ventre, fazendo-o ofegar e seu órgão começar a tomar forma, principalmente quando os beijos e lambidas de Mello se aproximavam mais daquela região sensível. Ainda sentia o dedo dele se movendo lentamente em seu interior, apesar da sensação não ser mais incômoda ou dolorosa, porém sua atenção estava mais voltada para o que a boca do loiro fazia.

" Hum..." Mello suspirou, mordendo de leve a virilha de Near, ouvindo um gemido ser emitido pelo menor. Ficou feliz por sempre aturar o ruivo a contar-lhe sobre suas... Escapadas da Wanny's, onde o viciado em Playstation se encontrava com algumas garotas. Devido a isso tinha conhecimento teórico do que fazer, além de outras coisas que tinha lido e...

" Há um ponto dentro dele que se for tocado, ele sentirá muito prazer...".

Mello recordou-se das palavras de Matt ditas no dia anterior e abriu os olhos, fitando o jovem, que respirava descompassadamente mais uma vez. Movia o dedo com lentidão, mas sabia que ainda não havia encontrado o ponto dito pelo ruivo. Começou a masturbar Near com a mão esquerda, deslizando sua língua pelo membro que enrijecia cada vez mais, introduzindo o segundo dedo.

" Hummmm...", Near gemeu sentindo um misto de dor e prazer... Era tão estranho... Mas ainda assim havia certa sensação agradável espalhando-se por seu ser.

"Vamos ver... Onde é...", Mello tentava encontrar aquele ponto, queria vê-lo gritando de prazer, sequer lembrando que estavam na cozinha e que se Near gritasse alguém poderia ouvir...

" Aaaahhhmmmmm...", Near gemeu longamente, sua voz saindo lânguida e baixa, falhando e o corpo menor arqueou-se, enquanto virava o rosto bruscamente para o lado, alguns fios prateados caindo sobre os olhos, encobrindo-os.

Imediatamente Mello olhou para Near, reparando muito bem na reação dele. Arqueou uma sobrancelha, parando por um instante, vendo que o garoto recuperava o fôlego parecendo bem perdido. Aquele gemido... Ele não havia sido um gemido de dor. Tinha certeza disso, então... Será? Estreitando os olhos, o belo chocólatra moveu os dedos novamente, roçando no mesmo ponto de concentração nervosa.

" Aaahhmmmm...", Mello recebeu a mesma reação. Um delicioso e delirante gemido de Near e ficou extremamente feliz com isso, sorrindo, enquanto sua língua passeava sobre o membro do menino.

" Mello...", Near ofegou, sentindo algo dentro de si ser tocado e cada vez que Mello fazia isso, ele sentia arrepios percorrendo todo seu corpo.

"Achei!", Pensou em deleite. Era estranho, mas parecia que o prazer de Near era o dele e tudo o que desejava era vê-lo em êxtase! Sua própria satisfação foi colocada em segundo plano, esqueceu-se de tudo... Queria que ele sentisse mais e após dar um beijo sobre a glande rosada, ergueu-se, debruçando-se lentamente sobre o menino, ainda movendo o dedo, tocando-o profundamente.

" Hummmm...", Near segurava-se em Mello, perdido naquelas sensações.

" Está bom, Near?", Perguntou num rouco sussurro, elétrico.

Near apenas virou o rosto sutilmente, sentindo-se envergonhado, mas gostando.

" Me diga... Eu preciso saber... Diga, Near!", Beijou-o no canto dos lábios, voltando a tocar no mesmo local.

" Humm... Si-Sim...", Respondeu entrecortadamente, estremecendo.

Mello sorriu, satisfeito e continuou com os lentos movimentos, introduzindo o terceiro dedo sutil e lentamente, fazendo questão de acariciar a ereção de Near ao mesmo tempo para que o mesmo se distraísse com isso e não se apegasse ao incômodo ou a dor que aquele ato poderia causar. Movia-se suavemente dentro dele, sentindo o interior apertado, ficando satisfeito por ter tido a idéia de ter molhado os dedos com sua saliva e também no próprio sêmen de Near, facilitando assim seu bailar dentro daquele corpo quente, voltando a tocar aquele ponto único, agora com os três dedos, sentindo um tremor forte percorrer aquele pequeno ser.

" Hummm...", A expressão de Near alterou-se, a fina dor que sentia foi aos poucos sendo substituída por prazer, principalmente pelo fato dos movimentos de Mello serem tão suaves que era inevitável relaxar. Podia dizer que até mesmo começava a apreciar aquela valsa em seu interior...

" ...!", Os olhos de Mello se ergueram, vendo que Near agora não sentia mais dor, porém permaneceu com os movimentos, tocando-o o mais profundamente possível.

" Aahhmmm...", A voz suave e baixa saiu rouca e lânguida, fazendo um arrepio percorrer a coluna de Mello e o mesmo teve que fechar os olhos para não se perder naquela visão extasiante.

"Hummm... Fazer isso é tão bom! Quanto eu estiver dentro dele então... Ahhh...", Mello pensava, até mesmo tentando evitar de fazê-lo, para não se perder neles.

" Ahh... Ahhh... Me... Mello...", Os baixos e entrecortados gemidos de Near eram cada vez mais freqüentes, sua respiração descompassada e era impossível controlá-la com Mello tocando... Seja lá o que for dentro dele!

Mello continuou seu intento, sentindo-se em deleite vendo o corpo menor contorcendo-se daquele jeito. Seu coração pulsou mais forte ao pensar que ali... Naquela hora... Não existiam barreiras que pudessem separá-lo de Near! Naquele momento ele poderia finalmente tocá-lo... Tocar o coração e a alma daquele pequeno ser que conseguiu tornar-se o motivo de todos os seus pensamentos.

" Near...", Sussurrou rouco, retirando os dedos para logo em seguida envolvê-lo em seus braços, apoiando uma das mãos na cintura delgada, posicionando-se e lentamente iniciando a penetração dentro daquele apertado corpo.

" Hummmm...", Near fechou os olhos, sentindo uma ínfima dor cortar seu ser.

" Aahmmmm... Near... Hummmm...", Mello teve que se segurar! Near era tão quente... Tão apertado... Era tão bom unir-se a ele daquela forma!

Near respirava descompassadamente, o ar parecendo mais rarefeito agora que sentia Mello o penetrando. Doía, não havia como negar, mas o loiro movia-se tão lentamente e com tanto cuidado que aquecia seu coração. Logo beijos iam sendo depositados em sua face até que seus lábios foram tomados em um longo e apaixonado beijo e quando deu por si, o rapaz viciado em chocolate estava parado e ele sentia a respiração dele em sua face.

Mello havia parado para que Near pudesse se acostumar, ainda não o havia penetrado completamente, mas como não queria que ele sentisse muita dor, se obrigou a parar, sua respiração ofegante indo de encontro a face agora tingida de um ínfimo vermelho, que deixava seu pequeno amado ainda mais belo! Amado... Não acreditava que já admitia isso para si mesmo, mas ao tê-lo ali, em seus braços... Não conseguia mais negar!

Os pequenos e delicados dedos de Near tocaram a face de Mello, deslizando pelas maçãs ligeiramente avermelhada enquanto apreciava o brilho intenso daquelas orbes de um verde agora bem escuro. Seu coração batia aceleradamente, mas ainda assim havia uma calma tão grande que o envolvia... Chegava a ser inexplicável! Sentia que naquele momento Mello o envolvia... O protegia do mundo inteiro. De alguma forma... Era isso que via dentro daqueles olhos tão lindos!

Permaneceram se olhando por minutos indefinidos, apreciando a alma um do outro através daquelas janelas chamadas olhos... Sem mentiras... Sem barreiras... Sem Rivalidade... Sem medos! Foram se aproximando lentamente, até que seus lábios se encontraram em um beijo que mostrava os sentimentos mais profundos escondidos em seus corações e suavemente as pernas de Near envolveram a cintura de Mello, delicadamente, fazendo-o gemer e começar a se mover.

Os verdes não se desviavam dos dourados... Mello e Near se olhavam fixamente, seus lábios a centímetros de se tocarem enquanto o loiro movia o quadril para frente, entrando lentamente dentro do corpo menor, tornando-se um só com ele... Suas respirações se chocando no mesmo ritmo, até que por fim, eles estavam completamente unidos e novamente seus movimentos cessaram.

" Aahmm... Near...", Mello apoiou a testa no ombro direito de Near, ofegante. Sentia-se completamente apertado dentro do corpo menor... Ele era tão quente! Poderia se derreter ante ao calor que o envolvia... Tão bom... Tão acolhedor... Era uma paz tão grande... E a única conclusão que chegou era que Near era... Seu éden!

" Mello...", Near sussurrou suavemente, abraçando calidamente o corpo maior. Surpreendia-se por não estar sentindo dor... Talvez sua mente estivesse tão fixa em Mello... No que aqueles lindos olhos transmitiam que seu cérebro não registrava mais nada... No momento sentia apenas certo incômodo, mas aquilo não era suficiente para fazê-lo desejar interromper o ato de amor.

Mello começou então a se mover, julgando que Near já estava pronto. Recuou apenas um pouco para no instante seguinte menear o quadril para frente, iniciando um lento movimento de vai-e-vem, gemendo baixo ante ao prazer que sentia por ter seu membro tão apertado pelo corpo menor, aproveitando para mordiscar o pescoço macio e convidativo, só pra ver Near estremecer.

" Aahhmmmm...", O pequeno gênio arqueou, seu corpo estremecendo fortemente quando aqueles dentes se fecharam em seu pescoço em uma mordida excitante, fazendo pequenos espasmos percorrerem seu ser.

" Hummm... Ahh... Near... Como pode...", Mello teve que se segurar quando o corpo menor contraiu-se, fechando-se mais fortemente ao redor de seu membro. Se assim continuasse, ele não ia agüentar por muito tempo!

Near abraçou o loiro com mais força, sentindo os movimentos dele acelerarem um pouco mais, fazendo-o sentir um misto de dor e prazer... Até o momento que aquele mesmo local fora novamente tocado... Quando isso aconteceu, ele teve que morder os lábios para não gritar tamanha onda de êxtase que tomou conta de todo o seu ser. Mello continuava sua tortura, meneando os quadris de encontro ao dele, tocando-o repetidamente lá... Mas ainda assim o loiro ia tão... Lentamente!

" Ahhhmmmm... Mihael...", Gemeu o nome verdadeiro de Mello sensualmente no ouvido dele, deixando que seu hálito quente tocar a orelha perfeita.

" Aaaaahhhhhhhhh...", Mello simplesmente enlouqueceu ao ouvir seu real nome sendo pronunciado roucamente por Near e todo o controle que tencionava ter quebrou-se...

Rapidamente o corpo de Mello se moveu sozinho, indo mais rápido e mais fundo dentro de Near, apertando-o em seu abraço, querendo consumi-lo por inteiro em uma paixão avassaladoramente intensa! Nada mais importava a não ser o menino em seus braços, aquele a quem odiava... Aquele a quem amava mais do que tudo na vida! E se alguém tentasse arrancar seu pequeno anjo de suas mãos... Ele mataria... Mataria qualquer um que ousasse pensar ou tentar fazer isso!

" Hummm... Aaaaahhhhhhhh... Mello...", Near gemia sem conseguir evitar.

Near não estava preparado para tudo o que sentia, era intenso demais! Seus quadris se moviam contra os de Mello inconscientemente, redobrando... Talvez triplicando a sensação de prazer intenso, estremecendo fortemente cada vez que era tocado mais fundo e ele ansiava por mais... Faltava tão pouco... Tão pouco pra cair novamente naquele oceano de emoções e sensações...

" Ahhh... Diga... Diga meu nome... Hummm... Near...", Mello estava ensandecido! Movia-se cada vez mais rápido, precisava levá-lo ao paraíso... Precisava ouvi-lo dizer seu nome... Só mais uma vez! Sabendo que se aproximava do fim, capturou entre os dedos o membro que roçava em meio a seus corpos, manipulando-o no mesmo ritmo de suas investidas, dobrando o prazer de Near.

" Aaahhhhmmmmmm...", Near gemeu, sua voz infantil e suave saindo falha ante as fortes ondas de prazer que varriam seu jovem e inexperiente corpo, principalmente ao sentir aqueles dedos envolvendo novamente seu membro, obrigando-o a abraçá-lo com mais força, apertando suas pernas ao redor da cintura do loiro.

Mello continuou a se mover freneticamente, invadindo o corpo menor com mais rapidez e força, tocando-o por completo, trazendo-o para perto de si com o braço esquerdo, beijando-o rapidamente para então afundar seu rosto no pescoço sedoso, sua respiração cada vez mais curta e pesada, sentindo um grande formigamento percorrer cada célula, começando em seu membro e espalhando-se até chegar à ponta dos dedos, delirando ao sentir os movimentos de Near acompanhando-o e o mesmo apertá-lo.

" Neaarrrr...", Gemeu, sentindo que não era mais capaz de segurar...

" Aahhhh... Aahhmmm... Mihael... Mihael... Eu não... Eu... Hummm...", Gemia o nome dele, seu corpo tremendo intensamente, até que não pode mais suportar...

" Aaaaaahhhhhhhhmmmmm...", Mello e Near gemeram em uníssono.

O fim chegou no mesmo instante para os dois, arrebatando-os para uma dimensão à parte, enquanto seus corpos eram bombardeados por espasmos intensos, mergulhando-os no mais profundo oceano de sensações e emoções, afogando-os no êxtase... Suas bocas se encontrando em meio às ondas de prazer, buscando um no outro o fio que os mantinha ligado à sanidade. Seus corpos colando-se... Desejando se fundir em um só... Com Mello derramando seu prazer dentro de Near, sentindo o dele molhando sua mão e abdômen.

Os corpos ainda se moviam, porém mais lentamente, enquanto suas línguas se entrelaçavam em uma dança sensual e prazerosa, não desejando abandonar um ao outro, até que em comum acordo os quadris foram parando de se mover, encontrando assim seu descanso... O corpo de Mello repousou sobre o de Near, quando o beijo enfim cessou, apoiando a cabeça no ombro dele, sentindo seus corações ressoarem juntos, ainda batendo descompassadamente, mas acalmando-se aos poucos...

Tanto Mello quanto Near ainda sentiam vestígios do êxtase percorrerem seus corpos e ambos permaneceram em silêncio, imóveis, por um tempo indefinido. A respiração foi se acalmando, voltando a normalidade à medida que os minutos iam passando, até que o loiro se ergueu, fitando a face de Near sem dizer uma única palavra... Apenas o observava e ao fazer isso, finalmente notou o que realmente acabou de ocorrer entre ambos.

"Nós... Fizemos sexo...", Ele pensou em um quase choque. Ele tinha mesmo...

Near apenas suspirou, abrindo os olhos lentamente, fitando Mello.

"O que eu fiz... O que eu fiz foi...", Sua mente desligou-se daqueles pensamentos por um instante, quando sentiu o toque gentil da mão de Near em sua face.

O coração de Mello falhou uma batida... Um sentimento acolhedor o envolvia até que se moveu, reparando detalhadamente a face do pequeno menino em seus braços... Menino este que ele não hesitou em tomar, contaminando-o com sua impureza... Corrompendo-o com seu toque, porém... Ao ver aqueles olhos escurecidos... Um quase imperceptível sorriso naqueles lábios róseos e uma linda expressão de satisfação no rosto bonito, tudo o que conseguia pensar era que... Jamais se arrependeria!

"... Não. O que nós fizemos foi um ato de... Amor...!", As palavras ressonaram em sua mente e ele levou a mão esquerda até a direita de Near que tocava sua face, repousando-a ali, fechando os olhos por um instante.

" Mello.", Near chamou, vendo os olhos escurecidos do loiro abrir-se e o mesmo se aproximar, tocando seus lábios com os dele e iniciando um beijo apaixonado, que foi prontamente correspondido.

Ficaram se beijando por vários minutos, apreciando o calor um do outro sem se importar com o mundo à volta deles. Os lábios se afastaram com lentidão enquanto os olhos se abriam suavemente para logo se encontrarem, mergulhando um no outro, sem a existência de nenhuma barreira que até então existia apenas em suas mentes, mas naquele momento... Naquele instante... Eles conseguiam se ver como eram e principalmente... Captavam os reais sentimentos um do outro.

Mello então suspirou e percebeu que não podia ficar ali pra sempre, por mais que este fosse seu desejo atual. Lentamente retirou-se de dentro de Near, ainda observando as feições do mesmo, como que preso aquele olhar tão profundo, se afastando sem pressa, endireitando-se, sem deixar de fitá-lo, mantendo o silêncio entre eles, porém, este não lhe transmitia uma sensação ruim.

Near sentiu o momento em que Mello retirou-se de dentro dele e só então notou o líquido quente que escorria de seu interior, dando-se conta de que se tratava do sêmen do loiro e logo percebeu o que realmente ocorreu entre eles... Os dois fizeram amor! Viviam brigando... São rivais, eram... Inimigos, porém agora eles se tocaram da forma mais íntima possível e em sua mente não pareceu apenas algo físico... Era algo mais profundo e aquelas palavras... 'Odeio você', em sua mente nada mais era do que... 'Amo você'... E o que acabaram de fazer comprovava isso.

O gênio chocólatra permaneceu olhando Near ainda deitado na mesa e notou o exato momento em que o pequeno menino se remexeu de forma quase imperceptível ao sentir o sêmen... Seu sêmen... Escorrer por entre as pernas. Voltou seu olhar para a face dele, vendo-o perdido em pensamentos e levar a mão à boca, mordendo a unha de leve como quem se deu conta de algo importante e não sabe como reagir a isso.

"Near... Agora você percebeu o que nós fizemos... Não é?", Perguntou-se mentalmente ainda fitando o pequeno gênio, vendo-o tão perdido em seus próprios pensamentos. Como pôde macular aquele doce anjo? Sentiu o peso da responsabilidade de seu ato e simplesmente... Não sabia o que fazer!

"O que... O que vai ser da gente?", Seu coração se apertou. O que fez... Foi realmente correto? Talvez tenha sido egoísmo da sua parte e ao fitar o pequeno e pensar que ele pudesse ser de outro que não dele, sentia ímpetos de destruir tudo só para ter o menino só pra ele.

Near se levantou, sentando-se lentamente, em seu corpo ainda corria ínfimos vestígios do orgasmo que teve há poucos instantes. Seus músculos estavam bem relaxados e por isso sentia-se mole e sem muitas forças pra sair dali e voltar para seu quarto. Sua mente estava mergulhada em tantas emoções que ele... Ele sequer sabia como lidar com todas elas... Ergueu suas orbes âmbar e fitou as escurecidas malaquitas de Mello, como quem espera alguma ação... Alguma palavra... Alguma... Ajuda!

" Near...", Sussurrou, surpreendendo-se ao vê-lo tão... Frágil? Seria essa a palavra? O olhar dele era tão profundo e perdido que Mello sentiu seu peito apertar de novo. Sim. Near era tão frágil... Era como um cristal delicado que podia ser facilmente quebrado por ele, mas era tão valioso que o loiro sequer podia pensar em fazê-lo em pedaços...

Os olhos puros miraram os verdes de Mello, inocentemente inquisidores.

Mello sentiu algo se revirar em seu estômago ao ver aquela pureza nos olhos de Near... Ao mesmo tempo em que se sentia tenso, seu coração pulsava de maneira calorosa e o loiro teve que se segurar para simplesmente não apertá-lo em seus braços, porque seu pequeno rival estava tão fofo que... Mello suspirou profundamente e deu um sutil sorriso de lado e novamente se conteve.

" Está... Se sentindo bem?", Perguntou, apoiando as mãos ao lado das coxas de Near, mantendo os olhos fixos nos dele.

" Sim...", Respondeu baixinho, sua voz saindo falha.

" Não machuquei você?", Ergueu uma das mãos, acariciando a face direita que ainda estava tingida de um doce tom róseo, admirando a beleza divinal daquele ser.

" Hum... Não.", Respondeu depois de pensar durante míseros segundos e chegar a conclusão de que não foi machucado por Mello em momento algum. Obviamente sentiu um pouco de dor, mas o loiro sabia como distraí-lo, porém isso não significava que foi ferido durante o ato.

" Bom... Muito bom.", Deu um sorriso e se aproximou, dando um selinhos nos lábios de Near e ao se afastar, reparou em como eles estavam e também... A mesa.

"Arg! Temos que dar um jeito nisso, senão...", Estreita os olhos ao imaginar que alguém pudesse perceber o que houve e isso era definitivamente algo que não queria, afinal, se descobrissem que ele fez amor com Near, com certeza absoluta seria afastado de seu pequeno rival e isso era algo que não queria em hipótese alguma.

" Acho melhor nós sairmos daqui.", Disse em tom baixo, fazendo Near fitá-lo.

Os olhos âmbar piscaram e Near atinou para o fato de estarem na cozinha e foi sorte não terem sido pegos até o momento, então realmente o mais lógico seria sair dali. Lentamente desceu da mesa, colocando os pés no chão, mas sentiu suas pernas bambas a antes que pudesse ir ao chão, se deu conta Mello o abraçava, impedindo assim que caísse e logo foi recostado a mesa, tendo as mãos do chocólatra em sua cintura, enquanto afasta o tórax um pouco e o olhava.

" Mello...", Sussurrou o nome dele, piscando as belas orbes âmbar.

" Fica quietinho.", Mello sibilou calmo, pegando a própria blusa negra e passando no abdômen de Near e se agachando, limpando as coxas dele, erguendo o olhar e mordendo o lábio inferior ao ver aquela face corar mais.

Continuando o que fazia, Mello pega a peça íntima de Near e delicadamente faz o menino vesti-lo, fechando a blusa e sentando-o com cuidado na cadeira. Sem deixar de fitá-lo, fecha a própria calça e se afasta, indo a dispensa e pegando um pano de chão, volta, limpando a mesa e o piso enquanto pensa na loucura que fez, sendo observado por um silencioso Near. Assim que ficou satisfeito com a aparência do lugar, que não tinha mais nenhum vestígio do que fizeram, o chocólatra joga o pano em um canto e como ele estava molhado com produto de limpeza, ninguém notaria nada.

" Vamos, Near.", Chamou, vendo o menino se levantar e caminhar timidamente a seu lado, mas ainda assim se sentiu incomodado, talvez pelo fato de não poder limpar Near como se deve e... Rapidamente uma idéia lhe passou pela mente. Seria um pouco arriscado, mas... E daí? Sorriu e pegou a chave da cozinha em cima da geladeira, a fim de abrir a porta.

OOO

Na sala adjacente que leva a cozinha, uma pessoa se afasta, passando a mão em seus cabelos negros, ao perceber que os ocupantes do cômodo se aproximavam da porta. Caminhou o mais silenciosamente que podia e se escondeu atrás do sofá. Sabia que Mello não iria acender a luz e ali ficou, sua feição séria.

"Não acredito que ele fez sexo com o Near.", Era a frase que se repetia em sua mente vez após vez.

O rapaz de cabelos e olhos negros estava sério, recostado ao sofá, sentindo-se corroer por dentro. Ouviu com perfeição a voz infantil e suave gemer de maneira lânguida e rouca, enquanto aquele loiro maldito deslizava para dentro do pequeno menino... Queria tirar aquela imagem de sua mente, porém era algo impossível! Revia aqueles dois naquela mesa a todo segundo... Os corpos se movendo em sintonia... A face alva de Near corada pelo mais puro prazer...

"Maldito! Maldito! Maldito!", Repetia pra si mesmo, furioso.

Suspirou e tentou se concentrar em qualquer outra coisa, mas ao abrir os olhos reparou no volume entre suas pernas e aquilo apenas o revoltou mais. Faria Mello pagar! Separaria aqueles dois... Iria fazer Near odiar aquele loiro amaldiçoado nem que fosse a última coisa que faria.

"E eu não vou precisar falar sequer uma palavra com o Near...", Deu um sorriso malicioso, ouvindo a porta da cozinha ser aberta. Em sua mente o plano já havia sido traçado e se iniciaria no dia seguinte...

OOO

Mello abriu a porta vagarosamente, colocando pra fora apenas a cabeça, olhando de um lado para o outro, procurando por algum movimento suspeito, mas não encontrou nada, vendo que a barra estava limpa! Deu passagem para Near e logo caminhou atrás dele no meio daquela escuridão, vendo que o menino andava com certo temor de tropeçar em algo, então colocou uma mão esquerda na cintura dele e a outra segurou a direita de Near, fazendo o menino fitá-lo.

" Não precisa ter medo de cair.", Falou num sussurro suave, guiando o garoto.

" ...!", Near voltou seu olhar para frente, um doce sorriso desenhado em seus lábios, que Mello não podia ver devido a escuridão do cômodo.

Subiram devagar os degraus, caminhando para o segundo andar, não percebendo que agora, em pé entre o jogo de sofá, estava o rapaz de orbes negras como a noite, observando-os desaparecer ao virar a direta do corredor, permanecendo no mesmo lugar por um longo tempo, até se dirigir a cozinha sem fazer barulho algum, mas logo saiu de lá, voltando ao próprio quarto, sem ser visto.

No segundo andar, Near já conseguia visualizar a porta de seu quarto, mas inesperadamente Mello parou, obrigando-o a fazer o mesmo e logo suas íris âmbar fitaram a face do garoto mais alto, que apenas abriu a porta do banheiro e simplesmente viu-se sendo empurrado para dentro daquele cômodo, o que o assustou um pouco. Ouviu o som da chave sendo passada e soube que agora estavam trancados ali.

" Mello?", Indagou, não compreendendo o gesto dele. Estava cansado, começando a ficar com sono e lidar com o garoto mais imprevisível que conhecia num momento como esse era complicado...

" Não posso deixar que você durma sujo.", Sussurrou baixinho, olhando-o de forma enigmática.

Near piscou os olhos repetidas vezes, internamente surpreso com aquela atitude. Desde quando Mello era tão cuidadoso com ele? Será que isso significava que o loiro o amava mesmo? Era essa a forma de seu enigma preferido demonstrar seus sentimentos? Com todas essas perguntas rondando sua mente, o garoto de cabelos prateados apenas levou o dedo aos fios claros, começando a fazer um cachinho, sentindo seu coração pulsar, irradiando um calor gostoso por seu peito.

Mello delicadamente levou a mão aos botões da blusa de Near e começou a abri-los lentamente, um por um, vendo aqueles olhos fixos nele e o loiro sabia o quão curioso estava Near ante seu gesto. Na verdade estava impressionado consigo mesmo, mas estava sendo inevitável! Levou a mão ao pulso dele, abaixando a mão que estava a brincar com os fios claros, colocando-o em repouso ao lado do corpo, voltando a fitar a face alva, que possuía um ínfimo rubor. Seus dedos se entrelaçaram com os dele por um breve momento, transmitindo tranqüilidade e proteção.

Os lábios de Near se abriram a fim de falar algo, porém, o que quer que formulasse dizer ficou preso em sua garganta. Naquele momento estava conhecendo um outro Mello, ou melhor, como ele era de verdade e isso o encantava de uma maneira que não poderia descrever em palavras. Seu peito se aquecia por perceber que não havia barreira ou máscara no olhar do gênio chocólatra e isso lhe trazia uma felicidade que o envolvia por completo e ameaçava transbordar...

Os dedos de Mello deixaram os de Near e subiram pelo corpo bonito, repousando sobre o ombro do menino mais baixo, sentindo a maciez da pele. Logo começou a deslizar a mão pela pele clara, fazendo a blusa branca escorregar pelos braços de seu pequeno rival e seus dedos acompanhavam aquela peça, até que a mesma caiu sobre a tampa fechada do vaso sanitário e sem demora passearam pelos quadris delgados, tamborilando pela borda do tecido fino da peça íntima, firmando-se ali e começando a retirá-la sem pressa, fazendo-a correr com suavidade pelas coxas macias até cair no chão e seus olhos verdes ergueram-se lentamente, fixando-se novamente na doce face daquele que lhe roubava todos os pensamentos.

Near não sabia exatamente o que fazer... Seu coração batia aceleradamente, forte dentro de seu peito, seus olhos fitavam a face clara de Mello num misto de curiosidade, vergonha e desentendimento, desejando afoitamente compreender o que ele queria com aqueles movimentos, principalmente depois de ver a forma que aquelas esferas tão belas quanta malaquitas percorriam seu corpo. Sentiu as bochechas quentes e seu corpo se arrepiou devido à temperatura mais fria do banheiro... Ou seria por outro motivo?

" Mello?", Chamou-o, sentindo-se subitamente incomodado com o silêncio.

O jovem de madeixas loiras fitou o menino de cabelos prateados que havia levado as mãos para frente do corpo, quase se abraçando e este gesto podia ser interpretado de duas maneiras... Near estava com frio ou temeroso, pois manter os braços em frente ao tórax como ele fazia no momento denota uma barreira colocada a fim de se proteger. Surpreendeu-se ao perceber que estava 'lendo' Near, mas o que mais o espantou foi saber que ele temia algo! Ter consciência disso fez seu coração se apertar sem ele saber precisar o motivo e simplesmente o abraçou, envolvendo-o em seus braços e apertando-o contra si.

" Está tudo bem!", Sussurrou contra o ouvido dele, desejando afoitamente sentir aquele corpo relaxar em seu abraço. Na verdade não sabia o que seria deles e nem tentava pensar no momento, mas... Tinha consciência de que seria difícil dali pra frente, no entanto, não queria que Near se sentisse nervoso e muito menos temeroso.

Near suspirou e seu corpo relaxou em contato com o de Mello. Sentia as mãos dele acariciando suas costas delicadamente num cuidado que o encantava e um pequeno e terno sorriso se desenhou em seus lábios, apesar do loiro não poder ver tal coisa. Acalmou-se e abraçou aquela que era a pessoa que mais amava no mundo! Agora não precisaria mais ignorá-lo...

"Finalmente.", Pensou satisfeito, afinal, não gostava de ignorar Mello.

Mello sorriu, contente por Near agora estar relaxado em seus braços e se afastou lentamente com um sorriso enigmático nos lábios e foi até o box, abrindo-o e ligando a água, verificando a temperatura da água e vendo que estava morna, quase quente, mas muito boa e logo se virou para Near e sutilmente puxou-o, guiando-o lá para dentro, colocando-o sem pressa debaixo do jato de água, sem, no entanto, deixar que seus cabelos molhassem. Sabia que seu pequeno gênio o fitava sem parar e ele apenas deu um sorriso de lado, pegando a esponja e derramando nela um pouco de sabonete líquido, passando em seguida pelo corpo delicado.

" O que...?", Não estava acreditando no que Mello estava fazendo.

O chocólatra não respondeu, apenas continuou o que fazia, lavando cada pedaço da pele de Near, tendo cuidado pra não se molhar, isso porque se o fizesse teria que tirar a roupa e se acontecesse tal coisa, não iam sair do banho tão cedo e ele ainda pretendia colocar aquele menino na cama e não era pra fazer qualquer outra coisa que não fosse dormir. Não que não desejasse fazê-lo gemer bem ali no banheiro ou na cama, mas... Sabia que Near tinha uma saúde frágil e não queria seu amado rival doente. Afastou todos os pensamentos pecaminosos que começaram a se formar em sua mente, enquanto suas mãos percorriam cada parte do bonito corpo.

Near permitiu que Mello o lavasse, reparando no cuidado dele, gostando daquele lado protetor do loiro, enquanto o mesmo enxaguava seu corpo. Viu a espuma deslizando sobre sua pele agora perfumada, tocando o chão e desaparecendo e lentamente levou seus dedos aos cabelos loiros, entrelaçando-os nos fios macios, em uma carícia suave que fez o chocólatra parar o que fazia e fitá-lo.

" Near...", O tom de voz saiu num aviso.

Near apenas fez os fios loiros deslizarem entre seus dedos, admirando-o inocentemente, em silêncio, enquanto sua mente devaneava e tentava imaginar porque Mello não tomava banho também. Na verdade deveria estar constrangido, até ficou um pouco quando ele retirou sua roupa novamente, mas agora não mais, isso porque os gestos do garoto mais velho lhe diziam que naquele momento não eram rivais e sim namorados... Talvez mais que isso, portanto não deveria se sentir envergonhado.

Mello estava se contento. Ele era um adolescente e seus hormônios borbulhavam em suas veias e o loiro tinha consciência de que Near não fazia isso de propósito, mas... Como ele podia provocá-lo daquele jeito? Já era difícil dar banho nele sem pensar em nada pervertido e o menino ainda ficava tocando seus cabelos e fazendo aquela carinha inocente que lhe arrancava a sanidade? E antes mesmo que pudesse raciocinar de maneira correta, seus lábios se encontraram com os dele, enquanto seus braços envolviam o corpo menor e o trazia para junto de si, iniciando um beijo voraz, esquecendo-se completamente de onde estava.

Near se surpreendeu com o beijo afoito de Mello, sentia-o puxando-o mais para si, seus corpos se colando e as mãos dele deslizando por suas costas de maneira sensual, proporcionando-lhe uma gostosa sensação de bem-estar e por isso, não pensou muito e correspondeu, sentindo-se ser empurrado e quando deu por si, sentiu a água caindo em seus cabelos e gemeu baixinho dentro da boca do loiro, que rapidamente o puxou, retirando-o de debaixo do jato quente, ofegante depois de partir o beijo.

" Droga!", Praguejou, irritadíssimo por ter perdido o controle.

Near apenas o olhou, piscando suas inocentes orbes âmbar.

"Arg! E ele ainda fica me olhando assim...", Mello tinha vontade de matar Near por fazer isso com ele, mas todas as suas concepções atuais de 'morte' eram impróprias para menores de dezoitos anos devido ao conteúdo erótico das mesmas e isso o impossibilitava de aplicá-las, afinal... Estava parecendo um tarado.

Rapidamente desligou o chuveiro e afastou-se, abrindo um armário e pegando dentro dele uma toalha limpa. Voltou até Near e o envolveu com ela, tirando-o de dentro do box e, retirando a blusa branca da tampa fechada do vaso sanitário, fez com que o menino se sentasse lá e começou a enxugá-lo, praguejando internamente pelo cabelo prata ter se molhado e logo pegou mais uma toalha e passou a enxugar os macios fios, preocupado com a saúde de Near.

" Mello, eu posso me enxugar sozinho.", Near avisou, olhando-o calmamente.

" Fica quieto!", Respondeu estressado, temendo uma constipação.

" Mas...", Simplesmente foi calado por um beijo de Mello... Um beijo calmo e carinhoso, as mãos do loiro segurando seu rosto, enquanto continuava o ato sem pressa.

" Fica quietinho, tá.", Sussurrou contra os lábios de Near, em tom baixo e continuou seus afazeres.

Enxugava a pele clara, vendo as marcas vermelhas que havia deixado na cintura, nas coxas... Marcas de seus dedos... Seus dentes e... Seus lábios. Realmente o que fez foi uma loucura! Devia ter pensado mais, porque agora aquelas marcas ficariam no corpo dele por um bom tempo, visto que a pele alva podia ser facilmente maculada e ele fez o favor de manchá-la enquanto possuía aquele corpo pequeno e delicioso. Seus olhos percorreram cada pedacinho daquele ser, reparando nas curvas, na brancura da pele, naquelas coxas roliças, na maciez ante ao toque de suas mãos e então se levantou afoitamente, virando-se de costas.

"Calma, Mello! Você pode se controlar!", Dizia a si mesmo em pensamento, tentando controlar as reações de seu corpo, que se aqueceu durante o beijo e ao enxugar o corpo bonito. Nunca imaginou que depois de prová-lo uma vez, se tornaria tão... Dependente de Near. Dependente...? Sim. É essa mesma a palavra, pois aquele menino, suas reações, seus olhares inocentes, todo aquele conjunto se tornou um vício do qual não conseguia se desvencilhar.

Near percebeu que Mello estava um pouco perturbado, mas não soube precisar o que estava deixando-o assim, porém logo sua mente começou a formular hipóteses e uma delas era o fato de que, querendo ou não, ambos teriam que arcar com as conseqüências de seus atos e sabia... Para Roger ou qualquer responsável dentro da Wanny's House, o que fizeram era errado, mas em sua concepção não, o que, é claro, não impedia que ficasse aflito e o mesmo devia se passar com o loiro.

Sem esperar, Near se levantou e pegou a toalha, terminando de se enxugar e vestindo a mesma blusa, que por sorte não havia se sujado. Não tinha nenhuma peça íntima ali e provavelmente nem no quarto, visto que apenas de manhã suas roupas seriam levadas ao mesmo. Fechou delicadamente botão por botão, percebendo que suas meias sumiram em algum lugar da casa e tentou se recordar quando elas saíram de seus pés, mas não conseguia se lembrar.

" O que está fazendo?", Mello despertou de seus pensamentos, fitando Near.

" Não podemos ficar aqui por muito tempo. Deve ser quase cinco horas... Roger pode acordar a qualquer momento.", Diz no mesmo tom impassível de sempre, rapidamente raciocinando sobre os riscos que corriam e não queria ser pego!

Mello viu a mudança de atitude de Near e se surpreendeu.

" Talvez seja melhor eu já ir...", Deu alguns passos lentos, passando por Mello.

O loiro sentiu uma veia saltando em sua testa, irritando-se com aquela atitude.

" ...!", Near parou, percebendo aquele olhar em suas costas e virou-se para encarar um irritado Mello, que o fitava de forma a quase pular no pescoço dele a qualquer momento.

"Como... Como ele pode mudar assim? Como pode voltar a essa feição impassível tão rápido? Cadê o Near fofinho?", Questionava Mello internamente.

" Quer que eu te ajude no seu banho?", Perguntou um inocente Near. Os olhos âmbar piscaram algumas vezes e o menino levou o dedo indicador nos fios prata, começando a enrolá-lo. Mello parecia irritado e sabia que era com sua atitude.

" Quê?", A pergunta foi imediata, bem como a surpresa... Near ajudando-o em seu banho... Não queria nem imaginar tal coisa! Ou Near era muito ingênuo ou ele que estava pervertido demais!

"Não. Near que é inocente mesmo.", Balançou a cabeça negativamente. Com certeza ele percebeu que estava irritado e estava tentando compreender o porquê... Realmente Near era fofo.

Mello deu um sorriso de lado e caminhou lentamente até Near, reparando nos pés descalço do menino. Não podia deixar que ele fosse para o quarto daquela maneira, então o abraçou, segurando a cintura do mesmo com sua mão direita e com a esquerda desceu, enlaçando as pernas roliças, pegando-o no colo, vendo que o pequeno gênio não pesava quase nada. Mesmo carregando-o não teve dificuldades em abrir a porta do banheiro e sem delongas percorreu o corredor, chegando ao quarto do menino e entrando lentamente, aproximando-se da cama e depositando o corpo delicado sobre os lençóis agora frios, fitando a face de Near.

" ...!", Near estava realmente surpreso com tal atitude de Mello. Ser carregado daquela forma... Assim, sem mais nem menos... Realmente o loiro era imprevisível!

" É melhor você dormir agora.", Disse Mello em tom baixo, olhando dentro dos olhos âmbar, acariciando a face de Near.

Near fechou os olhos ao sentir o toque em sua face, o modo carinhoso com que era tratado por Mello era novo e extremamente agradável em sua opinião. Voltou a abrir as íris âmbar, mirando as orbes do loiro, vendo que o mesmo quebrou o contato para simplesmente puxar os lençóis, cobrindo-o, deixando a manta mais pesada aos pés da cama, caso sentisse frio em algum momento, para no instante seguinte se deitar a seu lado, sem deixar de fitá-lo em momento algum.

" Mello?", Inquiriu com o olhar a ação dele. Por mais que desejasse que Mello ficasse ali com ele, sabia que isso não era possível.

" Sshhh... Durma.", Sussurrou o loiro, beijando a testa de Near, abraçando-o.

"Eu te amo...", Declarou-se apenas em pensamento, fechando os olhos.

O pequeno gênio de madeixas prateadas deixou de se preocupar e apenas relaxou dentro do abraço aconchegante de Mello, fechando os olhos e se aninhando o mais próximo possível do garoto mais velho. O cansaço do dia, adicionado as atividades praticadas pelos dois em plena madrugada se fez presente em seu corpo e mesmo não querendo dormir, a fim de aproveitar a proteção daqueles braços que o envolvia por completo por mais tempo, ele foi vencido e rapidamente já se encontrava em sono profundo.

"Você é mesmo um menininho fofo, né!", Esse era o pensamento de Mello enquanto tinha Near adormecido em seus braços.

O loiro queria continuar ali até vê-lo acordar, mas sabia que não era possível. Ficou dentro do quarto por mais dez minutos e sorrateiramente desvencilhou-se do pequeno corpo com todo o cuidado para não acordá-lo, mesmo sabendo que Near era o tipo de criança que quando dormia nada podia despertá-la com facilidade. Arrumou os lençóis com cuidado e lhe deu um beijo na testa, para só então cobri-lo adequadamente e sair do quarto, fechando a porta e se recostando nela, deixando que um longo suspiro escapasse de seus pulmões.

OOO

Mello olhou cautelosamente, vendo que o corredor estava vazio. Suspirou e caminhou pouco menos de dois metros e chegou a seu quarto, abrindo a porta o mais lentamente possível, entrando a passos leves sem acender a luz, a fim de não acordar o outro rapaz que estava adormecido na cama ao lado. Tudo o que menos queria era falar com Matt nesse exato momento... O ambiente estava todo no escuro e ele andou sorrateiramente até a própria cama, sentando-se nela suavemente, para se deitar no instante seguinte, deixando um suspiro aliviado abandonar seus pulmões.

"Ele não acordou. Ótimo!", Deu um meio sorriso e relaxou todo o corpo.

" Hum... Foi bom pra você?", Um sussurro sensual chegou aos ouvidos de Mello, bem como um hálito quente que se chocou contra sua orelha.

" Ahhh...", O loiro levou um susto tão grande que ao se mover, simplesmente... Caiu da cama.

A luz do abajur foi acesa e sobre a cama de Mello estava Matt deitado de lado e com a cabeça apoiada na mão direita. Os olhos verdes que brilhavam como duas esmeraldas miravam um enfurecido loiro, que já se sentava no chão e o fitava como se quisesse queimá-lo no 'fogo do inferno' e tudo o que fez foi sorrir de lado, extremamente satisfeito com as reações que arrancava de seu querido amigo.

" Matt, seu filho da mãe! O que pensa que tá fazendo?", Rosnou as palavras, se segurando bravamente para não gritar em plena... Cinco e meia da madrugada.

" Acho que essa pergunta sou eu quem deveria fazer, não?", Sorriu de lado.

" Sai da minha cama.", Levantou-se um enfurecido Mello, pensando seriamente em chutar o ruivo dali o mais rápido possível para poder dormir, mesmo que internamente soubesse que Matt não o deixaria quieto até falar o porquê de sua demora na cozinha...

" Estou bem aqui, obrigado.", Respondeu, ignorando todos os olhares mortais do chocólatra, que já fechava os punhos com força.

" Matt... Eu estou cansado e quero dormir.", Avisou, tentando se controlar.

" Você não respondeu a minha pergunta.", Disse, ainda mirando os olhos claros do loiro, continuando na mesma posição.

" Que pergunta?!", As palavras saíram pausadas e o loiro fechou os olhos, dizendo a si mesmo em pensamento pra se acalmar e pensar em algo que dissipasse a irritação que se alastrava por cada parte de seu cérebro e tudo o que vinha eram imagens de Near... E muito chocolate... Por todo corpo do menino.

"Deus... Eu sou um pervertido!", Pensou consigo mesmo, assustado com o rumo de seus devaneios.

" Perguntei se foi bom.", A voz de Matt retirou Mello de seus pensamentos.

" Não sei do que está falando.", ¬¬ Fez-se de desentendido. Não era possível que Matt soubesse, era?

" Mello... Por favor! Nós dois sabemos o que você fez com o Near naquela cozinha.", Matt mantinha um sorrisinho cínico nos lábios, bem como a ironia em sua voz.

" Pirou, Matt? Tá com um parafuso a menos no cérebro por acaso?", Esbravejou o chocólatra, tentando ser o mais convincente possível em suas palavras.

" Mello... Confesse de uma vez o que você fez com o Near vai... Eu vi a hora que ele desceu as escadas...", Ergueu-se na cama, apoiando o peso do corpo no braço direito, fitando o loiro, que no momento encontrava-se apenas com a calça negra, que parecia ligeiramente molhada nas pernas. Verificou que ele havia jogado a blusa de mesma cor próxima ao criado-mudo, e rapidamente suas íris se voltaram às formas do belo chocólatra.

" Que prova você tem que eu fiz algo?!", Mello disse com sarcasmo, parado ao lado do cama, sentindo uma vontade louca de dar um soco no rosto do ruivo intrometido.

Matt, em um movimento rápido, ficou sentado sobre as próprias pernas em cima da cama e suas mãos se fixaram nos quadris do loiro, mantendo-o firme no lugar, não permitindo que ele se afastasse devido ao susto. Inclinou seu corpo para frente e parou sua face a milímetros do abdômen de Mello, seus lábios entreabertos deixando que o hálito quente fosse de encontro com a pele clara e seu nariz roçando de leve em um quase tocar, fazendo o loiro arrepiar-se ligeiramente.

" Ma-Matt?!", O coração do loiro disparou e ele inconscientemente prendeu a respiração ante a atitude inesperada do ruivo, que simplesmente o paralisou.

Mantendo as mãos nos quadris do loiro, o ruivo foi subindo devagar, ficando ajoelhado na cama, seus lábios quase tocando a pele daquele que era candidato a sucessor de L, enquanto aspirava o cheiro peculiar exalado por aquela cútis clara. Matt continuou seu intuito, passando pelo peito, chegando ao pescoço, ainda mantendo os movimentos lentos, cada gesto transmitindo uma sensualidade ímpar, paralisando o chocólatra... Até que alcançou a orelha de Mello.

" Você cheira a sexo...", Sussurrou roucamente no ouvido de Mello.

Mello sentiu seu coração falhar uma batida ao ouvir aquele tom... Erótico... E o significado daquelas palavras. Ele... Sabia? Mas... Por que falava daquela forma? O que Matt tinha em mente? Por que se aproximou daquele jeito? Queria esbravejar e xingá-lo, mas não conseguia mover um músculo sequer, estava paralisado e seu coração batia tão forte que chegava a doer sua caixa torácica.

" ... E a Near.", Terminou de pronunciar as palavras, seus lábios roçando de leve na orelha do loiro, que mantinha-se parado, sem reação alguma.

Mello teve que entreabrir os lábios, sua respiração descompassada. Não sabia o que pensar ou fazer, as palavras de Matt ressoando em sua mente repetidas vezes... Ele cheirava a 'sexo e a Near'... Sim, obviamente que sim, afinal... Fez sexo com Near... Não. Ele fez amor! O que fizeram naquela mesa não podia ser só sexo, podia? Despertou de seu pequeno devaneio quando sentiu os lábios de Matt deslizando ligeiramente por seu pescoço e aquele gesto o deixou inquieto.

" Matt... Matt, o que você está fazendo?", Perguntou alarmado.

O ruivo estava com os olhos fechados, não pensando muito bem no que fazia... O cheiro da pele de Mello o inebriava... Fazia correntes elétricas percorrerem cada célula de seu corpo, nublando seus pensamentos... As mãos que se encontravam nos quadris do loiro envolveram a cintura delgada, aproximando os corpos e então subiram pelas costas nuas, lentamente, como que decorando cada pedacinho com a ponta dos dedos, seus tórax desnudos se tocando suavemente e seus lábios foram subindo pelo pescoço de seu melhor amigo.

" Mello...", O nome do loiro saiu num sussurro rouco e baixo, a voz de Matt uma oitava mais baixa.

O corpo de Mello encontrava-se completamente paralisado. Sentiu o toque daqueles dedos em sua cintura e subindo por suas costas, puxando-o mais e quando deu por si, estavam colados um no outro e ele podia sentir o calor da pele do ruivo de encontro a sua e o loiro sentiu sua cabeça girando e seu coração apertou quando aquela voz pronunciou seu nome e automaticamente suas mãos foram parar nos ombros de Matt, segurando com firmeza.

" Matt!!!", A voz de Mello saiu num quase desespero, como que querendo acordar o ruivo de algum transe em que ele pudesse se encontrar.

Os olhos verdes se abriram ao ouvir seu nome sendo pronunciado. Sua boca ainda encontrava-se quase colada à pele clara e Matt ficou um tempo parado, sem nada fazer... Sua mente distante, mas logo voltou à realidade, percebendo pelo tom de voz todas as emoções de Mello... Surpresa... Confusão... Desespero... Medo? Sim. Mello estava com medo de seus gestos, afinal... Nunca agiu daquela forma antes... Avançando as muralhas impostas pelo próprio chocólatra para se proteger do mundo e controlando um suspiro, começou a rir baixinho de encontro ao pescoço do amigo.

" Matt?!? Matt, o quê...?", O loiro tentava afastá-lo, mas o ruivo ainda o mantinha em seus braços.

" Aposto que você não ficou constrangido ao agarrar o Near...", Sussurrou no ouvido dele, deixando um riso sarcástico escapar de seus lábios.

" O que?", Mello, afastou os ombros do ruivo, querendo olhar dentro dos olhos dele, ainda confuso, sentindo que os braços de Matt o deixavam próximos ainda.

" Hum... Sabia que você está coradinho?", Sorriu de lado, safadamente.

" Matt! Perdeu o juízo?", Esbravejou o loiro, ficando constrangido e irritado ao ouvi-lo falar daquela forma. Poderia ser apenas impressão sua, mas Matt parecia olhá-lo de maneira... Estranha!

" Você fica lindo assim!", Ergueu uma das mãos e levou a face dele, colocando os fios loiros atrás da orelha, admirando-o, percebendo a confusão nas orbes claras.

" Cê fumou alguma coisa? Bebeu?", Indagou o loiro, não acreditando que Matt estava brincando de novo.

" Tenho certeza que ele ficou corado como você está agora...", Sorriu ao loiro.

" Matt... Eu vou te dar um soco pra ver se você acorda.", ¬¬ Avisou Mello, contrariado e ainda confuso com os gestos do ruivo, que continuava ajoelhado na sua cama e próximo a ele.

" Tome um banho antes de dormir, Mello. Você vai se sentir melhor depois.", O ruivo disse, virando-se rapidamente e ficando de costas para o loiro, ainda sentando na cama do mesmo, ambas as mãos apoiadas ao lado do corpo sobre os lençóis claros.

O loiro abriu a boca para falar algo, mas o que quer que seja que pretendia dizer morreu antes de chegar a seus lábios. Ele apenas ficou parado, olhando para as costas nuas de Matt, tentando entender as recentes ações dele... Sempre teve que lidar com as piadinhas do ruivo, porém agora teve algo diferente... Não sabia explicar exatamente o quê, mas parecia que seu companheiro de quarto...

" Matt...", Chamou, querendo olhar nos olhos dele, compreender o que se passa no coração e na alma de seu melhor amigo.

" Tome um banho, Mello.", Disse em tom baixo, ainda sem fitar o amigo.

" Matt, olhe pra mim.", Ordenou o loiro, sério.

O ruivo virou-se lentamente, olhando dentro das orbes esverdeadas do loiro, mantendo-se sério, reparando em como seu gesto abalou Mello. Por maior malícia que o chocólatra tivesse, ainda era inocente em algumas coisas... Mas era isso que admirava nele... A capacidade de ser malicioso e ingênuo ao mesmo tempo, ser tudo e nada... E sabia, isso era uma das coisas que mais devia chamar a atenção de Near no belo viciado em chocolate... Permanecia sentado, agora ligeiramente virado para o inquisitivo loiro observando cada detalhe, para então deixar um sorriso sarcástico brotar em seus lábios.

" Aposto que você seguiu minhas instruções direitinho.", Comentou repentino.

" Vá a merda, Matt! Eu quero saber por que você...", Foi cortado pelo outro.

" Mas não me espanta, porque apesar da fachada agressiva, você é extremamente superprotetor.", Passou a mão nos fios ruivos, recostando-se na cabeceira e flexionando a perna direita, apoiando o braço no joelho.

" Oh, Matt! Quer parar com isso!?", Aquilo estava irritando-o. Por que o ruivo estava sutilmente fugindo das perguntas que queria fazer? Aliás... Ele sequer deixava que ele fizesse uma...

" Mas você devia ser mais cuidadoso... Achei as meias do Near lá na cozinha...", Disse, balançando negativamente a cabeça. Mello podia ser muito inteligente, mas a confusão sentimental dele o fazia cometer erros, mas o loiro sempre fora assim... Movido por emoções e não poderia questionar o fato de Near ter deixado isso passar, porque para o pequeno garoto de cabelos prateados aquilo era tão novo que o fazia se perder naquele mar de sensações...

" Hum...", Mello cruzou os braços, emburrado.

" Vai tomar banho, Mello!", Ordenou, desejando que ele saísse logo do quarto.

" Olha aqui... Você não manda em mim!", Ergueu o dedo médio pro ruivo.

" Mello... Se você não sair do quarto agora pra tomar banho...", Disse de forma pausadamente perigosa, como que contendo algo...

" Vai fazer o quê?", Desafiou o loiro sem pensar duas vezes.

" ... Eu jogo você nessa cama e o faço gemer como nunca passou por essa sua cabecinha loira!", Seus olhos percorreram sem pudor o corpo menor, exalando malícia e divertimento em cada pequeno gesto feito.

" Matt!!!", Repreendeu o ruivo. Por que ele tinha sempre que...?

" Vai lá ou você quer que eu pegue você, hein?", Riu sacana.

" Você não ousaria...", Estreitou os olhos, fuzilando o ruivo com eles.

" Oh, Mello... Não duvide de mim! Somos amigos, mas posso rapidamente esquecer isso e comer você...", Falou, lançando um olhar sexy ao chocólatra, bem como um sorriso insinuante e divertido.

Mello revirou os olhos e balançou a cabeça. Como sempre Matt estava brincando... Era vício do ruivo falar essas besteiras para que ele ficasse constrangido. Devia saber! Caminhou até o armário e pegou a toalha, bem desanimado. Tudo o que queria era dormir... Virou-se rapidamente em direção a porta, tocando a maçaneta, girando-a lentamente, sem muita vontade...

" Mello.", Chamou o ruivo.

" Que é?", Olhou sobre o ombro, irritado.

" Quero que saiba que não importa o que aconteça... Você sempre poderá contar comigo. Sempre.", A voz de Matt saiu séria como nunca antes, expressando a verdade e a seriedade daquelas palavras.

" Matt...", O loiro olhou-o nos olhos esmeralda, percebendo a intensidade daquelas palavras, bem como sua veracidade.

" Tome seu banho, sim? Você tem que descansar.", Sorriu amigavelmente ao mesmo como sempre fazia.

Mello ficou parado por um tempo ainda, observando as feições de Matt, querendo ver através daquele coração que era tão bonzinho para com todos, mas depois de alguns instantes, que não passaram de segundos na verdade, abriu a porta e saiu do quarto, deixando o ruivo ainda sentado em sua cama.

"Eu sempre estarei aqui para protegê-lo.", Matt disse mentalmente, ainda olhando a porta pela qual saiu Mello.

Levantou-se da cama e pegou a blusa suja do loiro, deixando-a junta com a sua e dirigiu-se ao próprio leito, deitando-se e fechando os olhos, porém não dormiu, esperando que o loiro voltasse a salvo e isso não demorou a acontecer, pois em menos de quinze minutos, lá estava Mello entrando no quarto, agora vestindo um pijama azul-marinho, se jogando sobre os lençóis e mal se cobrindo, apagando em menos de um minuto. Ao ver isso, se levantou sem pressa e ficou ao lado do chocólatra, pegando então as cobertas e cobrindo o corpo adormecido.

"Eu vou cuidar da sua felicidade, Mello. Não vou deixar que seu coração se quebre!", Prometeu em pensamento, enquanto deslizava os dedos pelos fios loiros ligeiramente molhados, afastando-se em seguida e voltando a cama, deitando-se, deixando que um longo suspiro abandonasse seus pulmões, dormindo algum tempo depois.

OOO

O relógio já marcava quase quatro horas da tarde e Roger caminhava lentamente pelos corredores. Desceu lentamente as escadas, enquanto verificava uma documentação importante que precisava arquivar e por isso se dirigia ao escritório, mas parou ao ver Near com o canto dos olhos. Voltou um passo, tendo o menino dentro de seu campo de visão novamente, observando-o montar mais um quebra-cabeça, mas havia algo... Diferente!

Os olhos do homem mais velho estavam fixos na pequena figura de Near, reparando em cada detalhe do mesmo... A pele sempre tão pálida parecia ter uma cor a mais, apesar de ainda ser alva e delicada, os cabelos prateados possuíam um brilho ímpar, os olhos âmbar uma intensidade indefinida... Near parecia mais disposto... Mais vivo! Roger não sabia explicar, mas era a impressão que tinha do pequeno gênio.

" Near... Boa tarde!", Disse, aproximando-se do menino.

" Boa tarde!", Respondeu educadamente, encaixando mais uma peça.

" Está tudo bem?", Perguntou curioso. Era muito estranho, mas tinha a impressão de que havia quase uma aura ao redor do menino, dando-lhe uma beleza... Uma luz ímpar. Não sabia o que aconteceu, mas ele parecia tão bem que isso o deixava contente, principalmente porque nas últimas semanas Near não estava com uma boa saúde.

" Estou.", A voz, ainda que impassível, saiu suave, quase delicada.

Roger permaneceu olhando-o por algum tempo, vendo Near montar seu quebra-cabeça com a mesma calma de sempre, mas parecendo muito bem. Sorriu e virou-se, deixando o pequeno gênio sozinho, dirigindo-se ao escritório afim de fazer seus relatórios, além, é claro, de conversar um pouco com Watari e contar como andam as coisas na Wanny's House.

Near ficou novamente sozinho naquela sala, ouvia as crianças brincando lá fora, mas não tinha vontade de sair... Queria ficar ali, montando seu inseparável quebra-cabeça, relembrando dos gestos e toques de Mello, analisando o que houve entre eles. Apesar de não sorrir e manter a face impassível como sempre, estava internamente feliz! Essa felicidade o inundava, porque há algumas horas ele e o loiro não eram rivais, mas pessoas iguais... Estavam no mesmo nível.

Para o jovem de cabelos prateados, Mello nunca foi menos inteligente que ele. Sabia, é claro, que por agir impulsivamente, o chocólatra corria riscos desnecessários e se feria com isso devido a pequenos erros, porém ele conseguia as respostas que precisava... E era exatamente isso... Essa impulsividade que tornava o garoto de madeixas loiras o oposto dele! Near sabia como agia... Era sempre cauteloso, observava tudo de fora, fazendo cálculos mentais de como tudo seria, mantendo-se protegido dentro de sua redoma de cristal e resolvendo os problemas sem sofrer dano. Isso era a única coisa que os diferenciava.

Os mesmos resultados... Conseguidos de formas diferentes! Para ele essa era uma conclusão óbvia a se chegar em relação aos dois, no entanto, as pessoas ao redor os viam de formas diferentes e eram essas mesmas pessoas que incitavam a rivalidade entre eles, afinal, colocavam Mello como sendo inferior e isso feria o orgulho do loiro, o que os tornou rivais... Separando-os! Os olhos âmbar se fecharam, se lembrando da época em que chegou ao orfanato...

" Hum... É impressão minha ou você está reluzindo?", Uma voz séria e quase maliciosa chegou aos ouvidos de Near, que encaixava mais uma peça, porém estava bem ciente da presença daquele rapaz ali.

Ignorando a presença indesejada na sala, Near continuou montando seu quebra-cabeça, apenas esperando o momento em que... Alguém mais interessante entrasse por aquela porta e este ser tinha apenas um nome e como a criatura a seu lado não é quem estava esperando, não havia motivos pra se mover ou falar com aquela pessoa de nome... Ryan. Continuou o que fazia, pensando nos motivos do moreno se aproximar dele, porém não conseguia pensar em nada realmente plausível. O jovem de olhos negros chegara há pouco tempo na Wanny's House, era aceito pelos pré-adolescentes e até pelas crianças, os responsáveis o aprovavam por não causar problemas e ajudar no que podia, mas mesmo assim...

" Está mais lindo hoje, sabia?", Perguntou Ryan, passando as mãos pelos fios negros, sorrindo, esperando alguma reação de Near.

O gênio de cabelos prateados continuou o que fazia, ignorando o moreno.

" Near...", Chamou sério o garoto de olhos cor de trevas.

Near terminou de montar seu quebra-cabeça, pensando em pegar outro...

Ryan se ajoelhou ao lado de Near segurando a mão dele que estava tamborilando sobre as peças montadas, prestes a desfazê-las e a apertou de leve, chamando a atenção do menino, que o fitou com suas grandes e impassíveis orbes âmbar, inquirindo com o olhar o motivo daquele toque que parecia tão desnecessário para o pequeno gênio e isso incomodou o jovem de olhos negros.

"Por que você tem olhos só para o Mello?", A pergunta se repetia vez após vez na mente de Ryan.

Ainda segurando a mão direita de Near, Ryan levou a que estava livre a face do menino, tocando-a, segurando o queixo delicado entre os dedos, fazendo aqueles olhos âmbar não desviarem dos dele, desejando compreender aquela alma tão difícil de tocar, porém nada conseguia ver através daquelas íris que pareciam frias como gelo... E ver aquelas geleiras indecifráveis atordoou seus sentimentos porque era como se aqueles olhos pudesse congelá-lo.

Near lentamente levou a mão esquerda ao pulso de Ryan, retirando os dedos dele que seguravam seu queixo, erguendo-se e apenas olhando-o com aquelas orbes petrificantes, mantendo-se em silêncio... Um silêncio que se tornou perturbador para o moreno que se mantinha ajoelhado no chão e o pequeno gênio sabia disso muito bem e não se importava, porque lhe era incômodo sentir o toque daquele rapaz... Ele não queria que ninguém o tocasse... Ninguém tinha esse direito...

"Só uma pessoa pode.", Virou-se de costas, não dando mais atenção aquele rapaz, resolvendo que o melhor seria voltar a seu quarto o mais rápido possível.

Ryan ficou parado por alguns segundos, ainda sem reação devido aquele olhar tão frio... Sentia que havia um quase desprezo naquelas orbes por ele e ao pensar nisso, sentiu raiva... Raiva por não conseguir se aproximar... Raiva por aquele menino tão frágil agir como se tivesse o mundo nas mãos, como se o conhecesse profundamente e não quisesse se aproximar do que ele era e... Sem pensar duas vezes, ergueu-se afoitamente e em segundos envolveu o corpo pequeno, abraçando-o por trás, mantendo-o preso em seus braços.

" Por que você só reage perante o Mello? Ele te odeia!", Sussurrou no ouvido dele em tom baixo, apertando o corpo pequeno contra si.

" Solte-me.", Foi a resposta baixa e seca, completamente sem emoção.

" Tudo o que ele deseja é te usar... Provar que você é apenas um desafio que ele tem que vencer.", Falou rente ao ouvido de Near, sentindo o perfume de frutas que exalava do cabelo e da pele dele.

" Por que não diz o que realmente quer?", Questiona impassível, achando desagradável o perfume forte que o mesmo usava, que chegava quase a lhe dar náuseas.

" Co... Como?", Ryan se surpreendeu com aquelas palavras, suas orbes negras se retraindo, mas ele permaneceu no mesmo lugar, sem se afastar de Near ou libertá-lo.

" Você está tentando chamar a minha atenção desde que veio para o orfanato e se irrita por ser ignorado, mas seu interesse vai além de mim...", Fala mantendo o olhar fixo na porta.

" Eu... Near... Eu só estou interessado em você e...", Seu coração disparou ante aquelas palavras. O que aquele menino queria dizer com tais palavras? Ele por acaso...

" Suas intenções são outras e apesar de não ter certeza de quais, posso concluir que envolve uma outra pessoa... E é ele quem você quer, não?", Havia uma convicção plena naquelas palavras bem como um desafio velado.

" ...!", Um leve tremor passou pelo corpo de Ryan ao perceber pelas palavras de Near que o mesmo o desafiava a dizer que suas palavras eram mentira.

" O tremor em seu corpo me diz que eu estou certo.", A resposta veio em seguida e Near afastou as mãos dele de si, dando passos lentos em direção a porta da sala.

Ryan ficou apenas observando, seus olhos negros espantados com as palavras daquele menino... Não demonstrou nenhuma reação e permitiu que Near deixasse o cômodo sem fazer qualquer coisa pra impedi-lo. Permaneceu na mesma posição por um tempo e então abaixou a cabeça, fazendo os fios negros encobrirem suavemente seus olhos e um sorriso se desenhou em seus lábios e em pouco tempo o mesmo já havia se transformado num riso contido e sádico.

" Ah, Near! Você é realmente inteligente, mas... Você está mesmo preparado pra lidar com isso?", Passou a mão pelos fios escuros, olhando em direção a porta, ainda portando o mesmo sorriso nos lábios.

OOO

Com passos pequenos e leves, Near caminhava pelos corredores do grande casarão conhecido como Wanny's House. Os olhos âmbar procuravam discretamente por uma única pessoa pelas salas e cômodos daquele local, porém não o encontrava em lugar algum, o que era deveras estranho. Já havia sutilmente conseguido a informação de que Mello acordara há horas e agora, pela primeira vez... Experimentava uma ansiedade diferente... Uma inquietude na verdade.

Já passava das dezenove horas e durante o dia todo Mello não o procurou e nem ele encontrou o loiro, o que era estranho e inusitado. Cansado de esperar, resolveu que procuraria pelo chocólatra, mas isso se tornou uma tarefa cansativa por assim dizer, visto que ele não se encontrava em parte alguma da casa. Parou, virando o rosto lentamente, fitando através da janela e logo deu pequenos passos, tocando o vidro com as mãos espalmadas.

"Ele está lá fora... Provavelmente próximo ou na casa da árvore.", Concluiu em pensamento e decidiu que iria até onde o loiro estava.

Um pequeno sorriso se desenhou nos lábios róseos de Near ao imaginar que Mello se surpreenderia pelo fato de não apenas vê-lo fora da casa, como indo ao encontro dele, visto que sempre fora o contrário, mas desta vez ele se permitiu fazer isso, afinal, depois do que compartilharam naquela cozinha, não deveria mais haver barreiras entre eles. Ainda poderiam ser rivais, claro, mas estariam juntos sempre!

Abriu a porta da sala, vendo o grande jardim que rodeava a casa, estava descalço, seus pés protegidos apenas por meias e apesar de não gostar de sair da proteção que aquelas paredes lhe proporcionavam, Near deu passos pequenos, avançando em direção ao local que tinha certeza absoluta em que Mello estaria, sentindo o frio da grama que atravessava o fino tecido que abrigava seus pés. O vento se fez mais forte naquele momento e os braços delicados envolveram o próprio corpo enquanto o gênio de olhos âmbar repreendia-se por não ter pego um agasalho, mas continuou com seu intento, até ver que, recostado ao tronco da árvore estava quem tanto procurava...

" Mello...", Near chamou em seu típico tom de voz, baixo e calmo, internamente ansioso por ter aqueles olhos sobre sua pessoa da mesma forma que viu enquanto se tornavam um.

O jovem de cabelos dourados ouviu a voz baixa pronunciando seu nome e permaneceu quieto por algum tempo, os fios cor de ouro cobrindo os olhos verdes, impedindo que Near visse aquelas orbes. Uma nova corrente de ar se fez presente naquele instante, fazendo as madeixas macias esvoaçarem e então Mello moveu o rosto, erguendo-o e fitando diretamente o pequeno menino vestido de branco e em seus olhos... Em suas orbes verdes havia apenas um sentimento... O mais puro ódio!

" Mello?", Near manteve a mesma expressão, mas por dentro surpreendeu-se, porque aquele olhar... Aquele sentimento de ódio pareceu cortar-lhe por dentro como se fosse uma afiada navalha.

OOO

02:45 AM. Wanny's House.

Um homem com idade avançada olhava a tela do laptop, os cotovelos apoiados na mesa, enquanto a ponta dos dedos massageavam as têmporas, sua expressão mostrando intensa preocupação. Seu coração batia acelerado e ele não sabia o que fazer ou que ação tomar. Olhou para a tela por longos minutos, ainda mantendo o silêncio. Como pôde cometer tal erro? Como pôde simplesmente perder uma daquelas crianças?

"Talvez seja melhor avisar Watari e L...", Seus dedos tocaram o teclado, mas ele parou um instante.

Devia se acalmar, entrar em pânico não o levaria a nada... Ainda não havia recebido outra ligação... Então talvez pudesse esperar um pouco. Acionar a polícia estava fora de cogitação e o que ele precisava fazer agora era aguardar e preparar tudo para reunir qualquer informação sobre como acontecera aquilo, bem como o que viria a acontecer...

" Me chamou?", Um rapaz de madeixas ruivas e olhos cor de esmeralda entrou na sala, segurando seu Playstation portátil na mão direita, fitando o responsável por aquele lar com curiosidade.

" Como ele está?", Perguntou, mirando as orbes verdes.

" O surto agressivo passou. Está sentado no escuro, comendo chocolate agora.", Comentou, passando os dedos pelos fios vermelhos, se lembrando de como ele estava furioso.

" Chame-o. Tenho algo importante pra falar...", Roger disse, deixando que um longo suspiro escapasse de seus pulmões.

" Roger, eu sei que ele exagerou... Que ficou muito agressivo, mas...", Viu os olhos do homem mais velho o fitarem e soube naquele momento que era algo sério... Muito sério!

" É sobre o Near.", Revelou, sua expressão angustiando-se por alguns instantes.

"Será... Que ele descobriu sobre os dois?", Questionou-se Matt. Se fosse isso, ele não saberia dizer o que poderia acontecer a Mello, afinal... Sabia que culpariam o loiro pelo que aconteceu naquela cozinha.

OOO

O quarto estava escuro... Apenas a luz da lua entrava pela janela, iluminando parcamente o ambiente, mas não chegava a tocar o garoto de madeixas loiras que estava sentado na parede oposta a da janela, comendo suas barras de chocolate, agora com mais calma, porém sua feição não era das melhores... As orbes verdes estavam abertas, mirando um ponto escuro daquele cômodo, onde o silêncio era quebrado apenas pelo mastigar de pedaços daquela maravilha feita com cacau.

A porta do quarto se abriu, mas Mello não desviou o olhar do ponto que mirava, ignorando completamente o ruivo, que ele sabia que iria falar alguma coisa, mas o chocólatra não queria conversar... Não queria ouvir palavras de apoio, brincadeiras ou qualquer outra forma de diálogo. Queria apenas ficar ali, sozinho... Remoendo sua raiva e frustração.

"Near maldito! Eu te odeio mais do que tudo! Maldito!!!", Fechou os punhos, tentando conter seu ódio.

" Mello.", Matt chamou, parando em frente ao loiro.

" Não quero conversar. Suma daqui!", Respondeu ríspido, entre dentes.

" Roger quer falar com você... É sobre Near.", A seriedade podia ser notada na voz de Matt e isso foi percebido por Mello, no entanto, apenas o deixou mais irritado.

" O que aquele pirralho maldito falou? Disse que eu o estuprei? Que comi ele? Hã!?!", Falou exaltado, erguendo-se e jogando a barra de chocolate para o lado, segurando-se para não descontar sua raiva no ruivo.

" O Near foi seqüestrado.", Revelou, mantendo a seriedade e a calma, pois sabia... Ia precisar de muita força pra conter a fúria que despertaria em Mello.

" Eu já disse que não quero saber daquele pivete! Por mim, ele que MORRA!!!", Gritou a última palavra, completamente irritado, andando de um lado para o outro como uma fera enjaulada, que não via nada nem ninguém... Até que as palavras fizeram sentido em sua mente e Mello parou.

" Near foi o quê...?", Estreitou os olhos perigosamente enquanto fitava o ruivo.

" O que você ouviu. Seqüestrado.", Respondeu Matt, sem medo algum.

"Near... Seqüestrado...?!", As íris verdes se estreitaram ainda mais e a feição de Mello se alterou completamente.

Sua mente ágil foi processando aquela informação e em questão de segundos estava repassando os acontecimentos daquele dia... Seu despertar bem-humorado... Aquele maldito vindo até ele, comentando e debochando de sua pessoa, falando coisas e irritando-o profundamente... A voz doce de Near chamando seu nome e o olhar que sempre fora tão impassível contendo um brilho ímpar que nunca imaginou ver naquelas orbes... O perfume daquele verme no corpo pequeno acendendo sua ira... Suas palavras frias e cruéis para com o mais novo... A dor que viu rapidamente nos olhos âmbar...

" Você vai perdê-lo!".

" Mello?", Matt chamou, percebendo que Mello parecia se lembrar de algo.

" Não... Você já perdeu.".

Aquelas palavras se repetiram em sua mente e Mello trincou os dentes, irado.

" Mello!!!", Chamou com veemência, assustando-se com a mudança de expressão do loiro.

" Aquele maldito... Ele acha que pode jogar comigo assim?", Rosnou as palavras ao perceber como se deixou ser miseravelmente manipulado.

" Ei!", Matt se assustou com o som do soco que Mello deu na porta.

"Humph! Ninguém brinca comigo, Matt. E principalmente... Ninguém toca no Near...", Um sorriso macabro... Quase demoníaco se formou nos lábios de Mello.

"... Apenas eu posso tocá-lo!", Ele não perdeu e provaria isso... Recuperando Near e esmagando o verme que ousou se interpor em seu caminho!

Continua...

OOO

Nyahhhh!!! Finalmente eu terminei! \o/ Eu sei que demorei para concluir o capítulo, admito, mas eu tive vários problemas. u.u Abriu foi um mês terrível pra mim e passei mal praticamente todos os dias e fiquei sem net por um tempo também... ¬¬

Pra compensar tal coisa, escrevi um capítulo bem maior. Os dois primeiros tinham em média 16 páginas, mas este teve 28... Sim. Você acabou de ler tudo isso! XD Achou grande? Bem... A maioria de meus capítulos são maiores mesmo...

Quero agradecer a Srta Laila, Hina Townsend, Vanessa, Maiga Momochi, Lady Anúbis, Nate// Maxy, Anoko-sempai, Lady Giully, Neko Lolita, Mih, Menina Maru, Nah, Kellygoth, Rach202, Evil Kitsune, Ruby de Vallois, Amakase Miharu, Ritsuka e a Matzuri Bielefeld pelos comentários enviados. Cada um deles foi extremamente importante pra mim! Saber a opinião de todos, do que gostaram, da ansiedade para ler o próximo capítulo... Isso tudo me ajudou a concluir o capítulo, mesmo não estando tão bem assim de saúde! Valeu/o/

Agradeço a Evil Kitsune por betar o capítulo pra mim tão rápido! Te adoro! o//

Finalmente houve o lemon entre Mello e Near, então... O que acharam dele? O.o Ficou bom? Qual a opinião de cada leitor? Eu gostaria realmente de saber! Muitas coisas também ficaram no ar... Quem estava pesquisando sobre as 'preciosas crianças' e com que objetivo? O que exatamente Ryan disse a Mello e como ele conseguiu manipular o loiro de forma miserável? A impulsividade do chocólatra feriu Near... Profundamente... Como isso ocorreu? Quais foram as frias e cruéis palavras ditas? Como Near sabia o nome verdadeiro de Mello? Como o pequeno gênio foi seqüestrado e como o chocólatra irá resgatá-lo?

Oh! Vocês querem saber as respostas? O.o Então leia o próximo capítulo! XDD E, como de praxe... Sem comentários, sem fic! u.u Como todos já sabem, mínimo de 10 comentários para que eu publique o capítulo 04, sim/o/ Por isso... Comentem! XD

01 de Maio de 2007.

00:20 AM.

Yume Vy