Título: Fica aqui comigo, Moony?

Autora: Amy Lupin

Beta1: Lunnafe

Beta2: Dany Ceres

Categoria: slash

Classificação: lemon

Personagens: Sirius e Remus

Disclaimer: Essa história é baseada nos personagens e situações criadas e pertencentes a J.K. Rowling, várias editoras e Warner Bros. Não há nenhum lucro, nem violação de direitos autorais ou marca registrada.

Aviso: Isso não é uma fic! É apenas uma cena "censurada" do capítulo 25 de "Green Eyes". Se você ainda não leu, está esperando o quê? Volte aqui quando estiver no capítulo 25!

--Oh-oh-oh-oH--

Fica aqui comigo, Moony? (insert puppy eyes here)

Remus se sentou no sofá, desabotoando os pulsos e dois botões da camisa enquanto Sirius terminava sua busca em cada cômodo da casa, resmungando e chamando por Harry. Snuffles estava adormecido no tapete da sala. Remus segurou o medicamento que tinha pegado no armário da cozinha e um pano úmido e encostou-se no sofá até que Sirius apareceu do corredor, bufando com um olho roxo e sangue seco ao lado dele.

- Calma, Sirius.

Sirius xingou em resposta, pegando o telefone sem fio e já discando o número da memória, andando de um lado para o outro.

- Ah, esse moleque vai apanhar de cinta quando chegar em casa! Ah, se esse celular estiver desligado, ou se acabar a bateria... ocupado, droga...

- Espere algum tempo, se acalme - disse Remus, calmamente. - Venha, sente-se que eu tenho que limpar esse seu ferimento.

Sirius continuou xingando, andando de um lado para outro, sem dar ouvidos ao que o outro dizia. Então o telefone tocou e ele atendeu.

- Que horas são, Harry? - Sirius rosnou.

- Humm... já passa das nove, Padfoot.

- E por que eu não te achei escondido em nenhum guarda-roupa?

- Padfoot, eu estou na casa do Draco, vou passar a noite aqui...

- O QUÊ?

Snuffles deu um pulo, assustado com o grito, e Remus fechou um olho com o eco que se formou em sua cabeça.

- Harry, você está brincando comigo, não está? Você está na casa de Lucius Malfoy? Vai dormir com o filho dele?

- Não! Não, Sirius - Harry acudiu do outro lado da linha, desesperado para se explicar. - Lucius não estava aqui quando eu cheguei e... eu só vou passar a noite aqui, pelo amor de Deus, pra quê esse escândalo?

- Harry, volte já pra casa! Eles te prenderam aí? É isso, você não pode sair? Malfoy fez alguma coisa com você?

- Sirius, eu quero falar com Moony.

- O caramba que você vai falar com Moony! Explica essa história direito, moleque!

- É o que eu estou tentando fazer! - esganiçou-se Harry.

- Harry, ouça...

Remus suspirou e levantou-se, tomando o aparelho das mãos do namorado.

- Olá, Harry!

Sirius desabou na poltrona, enterrando o rosto nas mãos. Snuffles bocejou ruidosamente e voltou a se enroscar em si mesmo, cochilando.

- Oh, Moony - Harry suspirou aliviado. - Moony, por favor, dá um jeito nele… Eu só vou passar a noite aqui, aconteceram alguns imprevistos… Lucius chegou antes do previsto e eu não posso sair agora. Você pode explicar isso para ele?

- Tudo bem, Harry, eu explico. Ele só está nervoso porque não te achou quando chegou, sabe como é, preocupação de mãe...

- Eu sei, foi mancada minha. Acabei esquecendo da hora... ele já está mais calmo? Posso falar com ele?

- Sim, um momentinho - Remus estendeu o telefone para o namorado. - Ele quer falar com você, você está em condições de falar?

Sirius respirou fundo, colocando o cabelo para trás da orelha e aceitando o telefone.

- Oi - falou carrancudo.

- Padfoot, me desculpe. Eu acabei esquecendo da hora, devia ter te avisado, me desculpe - Sirius apenas resmungou em resposta. - Está tudo bem, viu? Ninguém está me torturando nem me obrigando a ficar e... bom, depois eu explico tudo direitinho, ok?

- Ah, mas você vai explicar tudo mesmo! - enfatizou Sirius.

- Sim, amanhã de manhã eu estarei de volta. Agora... a casa é só sua hoje, mas juízo, hein mocinho!

Sirius soltou uma risada pelo nariz.

- Boa noite, Padfoot.

- Boa noite, Harry... ah, juízo, hein?

Harry riu e Sirius desligou o aparelho, suspirando. Remus bateu no acento ao lado dele no sofá maior e Sirius foi até lá, deixando-se ser cuidado por Remus.

- Nosso menino está crescendo, Moony - Sirius dramatizou, arrancando uma risada do namorado.

- Harry já deixou de ser menino há algum tempo, Padfoot - Remus virou a cabeça de Sirius delicadamente para poder limpar o sangue seco.

- Que nada, aquele lá só tem tamanho. É uma criança que cresceu demais.

- Eu poderia dizer o mesmo de você - Remus pegou o medicamento e passou no ferimento, fazendo Sirius chiar.

- Uhh isso arde, Moony!

- Da próxima vez não apanhe. Só bata.

Ambos riram e Sirius capturou os lábios de Remus num beijo mais urgente, puxando-o de encontro a si, deslizando as mãos pelas costas do outro. Remus ainda segurava o medicamento firmemente fechado em uma das mãos. Então eles encostaram suas testas, ambos de olhos fechados, ainda se abraçando.

- Eu não podia deixar aquele morcego te insultando daquele jeito sem fazer nada, Moony.

- Bem, eu não vou te culpar dessa vez - Remus passou os dedos pelos cabelos do outro com a mão livre. - Só lamento você não ter quebrado o nariz imenso dele.

Sirius sorriu e traçou um caminho de beijos até a orelha do namorado, sussurrando roucamente:

- Moony?

- Hum? - Remus resmungou em meio aos arrepios que aquilo lhe causava.

- Nós estamos sozinhos... - Sirius mordeu o lóbulo de sua orelha e Remus arregalou os olhos.

- Oh, está tarde, eu preciso ir embora - Remus tentou se afastar, porém Sirius estreitou-o em seus braços e encarou-o nos olhos, fazendo biquinho.

- Fica aqui comigo, Moony? Fica?

Remus alarmou-se quando sentiu a respiração alterada. Não, não podia ter uma crise agora. Fechou os olhos e respirou fundo, evitando olhar para a carinha pidonha do outro.

- Por favor - Sirius sussurrou, beijando-lhe os lábios suavemente.

- Sirius, eu...

Sirius levantou seu queixo e encarou-o profundamente, segurando ambos os lados de seu rosto para que ele não desviasse o olhar.

- Aquelas coisas que Snape falou ainda estão te incomodando? É isso?

- Não. Eu não me importo com o que ele disse.

- Então você tem medo de mim, Moony? - Remus acenou negativamente. - Então confie em mim, ok?

Remus lentamente acenou em concordância e Sirius sorriu, acariciando sua face. Beijou seus lábios ternamente e fez com que Remus se recostasse no encosto do sofá, inclinando-se sobre ele. Então passou a distribuir beijos suaves em seu queixo, garganta e pescoço enquanto com as mãos, explorava lentamente toda a extensão de seus braços, ombros, até encontrar os botões da camisa de Remus. Este suspirou profundamente, suas narinas sendo invadidas pelo suave perfume de alfazema do namorado, deixando-o entorpecido. Remus fechou os olhos, se entregando as sensações intensas que aqueles beijos suaves lhe causavam. O pequeno frasco de medicamento escorregou por entre seus dedos, caindo surdamente no sofá.

Sirius abriu lentamente todos os botões da camisa de Remus enquanto beijava cada pedacinho de pele descoberto, sem pressa nenhuma de terminar. Assim que acabou, Sirius voltou a beijar os lábios do namorado, puxando-o suavemente para que desencostasse as costas do sofá, de modo que ele pudesse remover toda a camisa. Ele jogou a peça de roupa no chão e explorou seu peito com as mãos, tocando-o de leve, passando a beijar o pescoço novamente. A respiração de Sirius contra a pele sensível de Remus, além do rastro de fogo que aqueles dedos deixavam em seu peito e costas, faziam com que ele apertasse seus dedos nas costas de Sirius, por cima da camisa.

Esse detalhe pareceu deixar Sirius incomodado, já que ele tratou de começar a remover a própria camisa, sendo ajudado por Remus. Sirius sorriu e acariciou a face do namorado, enquanto este se concentrava em sua tarefa e também jogava a camisa no chão, sem muito cuidado.

- Eu te amo, Moony – Sirius sussurrou junto a seus lábios enquanto o abraçava, fazendo com que suas peles se tocassem diretamente, quentes e sensíveis.

- Também te amo, Padfoot – Remus sussurrou de volta, de olhos fechados, por isso não assistiu ao sorriso emocionado que Sirius deu antes de tomar sua boca em mais um beijo que os deixou quase trêmulos.

- Venha – Sirius levantou-se, segurando-o pelas mãos e puxando-o também.

Remus se deixou carregar rumo ao corredor, sentindo-se nervoso. Porém era só ansiedade, já que tinha mandado suas preocupações idiotas para o espaço diante do carinho que Sirius demonstrava com ele. Sirius apagou a luz ao passar. Debaixo de uma das camisas jogadas ao chão, Snuffles ressonava no tapete da sala escura.

Eles atravessaram o corredor e entraram no espaço mais íntimo de Sirius, seu quarto. Remus podia contar nos dedos as vezes que entrara no quarto de Sirius. Apesar de Sirius não se importar, Remus achava que o quarto de uma pessoa era seu espaço particular e devia ser respeitado. Mesmo entre grandes amigos, como eles sempre haviam sido.

O quarto, definitivamente não era o cômodo mais arrumado da casa. Pelo contrário. A luz estava apagada, mas a iluminação que vinha da porta aberta do banheiro já lhe permitia ter uma boa idéia do ambiente. A colcha da cama de casal visivelmente servia de cobertor também e tinha sido descuidadamente esticada sobre ela, toda amarrotada; os travesseiros grandes e fofos haviam sido jogados de qualquer jeito por sobre a colcha sem sequer serem alinhados; no chão, a ponta de uma peça gasta de roupa aparecia por debaixo da cama - que Remus suspeitava ser o calção de dormir de Sirius, embolado e esquecido; sobre a cômoda poderia ser encontrada toda a sorte de objetos; no carpete, um par de sapatos estava jogado; pelo menos as portas do guarda-roupa estavam fechadas, impedindo-o de ver a desordem das peças de roupa.

Assim que ouviu o clique suave da porta se fechando, entretanto, Remus esqueceu-se de sua inspeção, virando-se para encarar o sorriso malicioso de Sirius, encostado na porta como se a bloqueasse. Nesse momento Remus agradeceu por estar parcialmente escuro, pois assim Sirius não veria sua face corar diante daquele olhar que passava por todo o seu corpo. Sentiu-se completamente nu diante dele, mesmo que ainda lhe restassem algumas peças de roupas... por tempo indeterminado.

Sirius finalmente encarou-o nos olhos, sorrindo, e gesticulou para o quarto.

- É isso o que acontece quando não tem ninguém pegando no meu pé para guardar as minhas coisas.

- Certas coisas não precisam ser ditas, Padfoot – Remus encolheu os ombros.

- E certas coisas precisam ser repetidas a todo o momento – Sirius desencostou da porta, finalmente, e aproximou-se dele até estar envolvendo-o em seus braços e sussurrando contra sua orelha: - Eu te amo. Te amo. Te amo – ele intercalou beijos e palavras sussurradas em seu ouvido.

Remus sentiu os pelos da nuca se arrepiarem com as palavras, seus olhos fechando-se automaticamente conforme a respiração de Sirius podia ser sentida contra seus lábios. Sirius não se moveu, e quem iniciou o beijo foi Remus.

O beijo começou doce, cheio de ternura e cumplicidade de sentimentos, mas então Sirius passou os dedos levemente pelas costas nuas do namorado desde a base da coluna, subindo pela espinha, fazendo Remus se segurar em seu pescoço com mais força, como se suas pernas não fossem mais capazes de sustentar seu peso. As mãos de Sirius alcançaram sua nuca e ele tomou controle do beijo, puxando Remus ainda mais encontro a si, aprofundando, aumentando o ritmo à medida que a necessidade crescia.

Remus foi dando alguns passos hesitantes para trás conforme Sirius gentilmente o empurrava em direção à cama. Quando já estava próximo de trombar com a borda da cama, Sirius parou-o, quebrando o beijo para encará-lo novamente enquanto pisava os próprios calcanhares para retirar os sapatos.

Dessa vez, em vez de ficar envergonhado, Remus aproveitou para observá-lo também, imitando seu gesto de tirar os sapatos. A pouca iluminação lançava sombras no peito e nas feições de Sirius, quase encobertas pelos cabelos, dando um ar de mistério ao rosto machucado e ao sorriso que ele exibia, causando um friozinho gostoso em suas entranhas. Os ombros largos, os músculos masculinos na medida certa, os pêlos cobrindo parte de seu peito e formando um caminho abaixo do umbigo. Tão igual e ao mesmo tempo tão diferente daquele garoto que costumava se exibir enquanto jogava vôlei na faculdade sem camisa. Mais maduro e ainda assim a mesma criança carente de sempre.

Não se conteve e estendeu a mão para acariciá-lo de leve, explorando, passando a ponta dos dedos pelos ombros, pescoço, clavícula e peito, escorregando até o umbigo sem pressa. Percebeu o sorriso encantado de Sirius diante de sua delicadeza quase receosa. Quando continuou a correr os dedos além do umbigo, em direção ao cós da calça, Sirius não se conteve mais e iniciou outro beijo.

As mãos do homem mais alto apressaram-se em desafivelar o cinto de Remus, dispensando-o em seguida. Este não ofereceu resistência nenhuma e Sirius continuou, desabotoando e abrindo o zíper de sua calça social, que deslizou livremente até se amontoar em seus tornozelos. Então Remus foi forçado a dar mais um passo para trás quando Sirius colou seus corpos, quase o fazendo perder o equilíbrio, e suas batatas da perna encostaram-se à borda da cama.

Num só puxão, a colcha da cama foi arrancada e dispensada. Seus corpos dificilmente se desgrudaram, mesmo quando ambos caíram na cama. Enquanto Sirius beijava o pescoço de Remus, uma de suas mãos apoiava parte de seu peso e a outra acariciava as coxas do professor, pressionando o quadril de encontro ao seu e arrancando-lhe um gemido.

Ficava cada vez mais evidente que Sirius estava achando uma dificuldade crescente em conter a urgência que começava a querer tomar conta de todo o seu corpo. Remus podia adivinhar o dilema em que ele se encontrava, não querendo apressá-lo nem querendo que tudo acabasse rápido demais. Ele próprio queria que aquele momento durasse para sempre, em contradição com o quase desespero de seus sentidos.

Sirius voltou a beijar-lhe os lábios e foi correspondido com igual empolgação. Remus ouviu uma exclamação abafada e só então percebeu que seus dedos trabalhavam rapidamente para livrar o namorado do cinto e abrir-lhe as calças – que pareciam insuportavelmente pequenas para conter todo o desejo que Sirius visivelmente sentia.

Rapidamente, Sirius deslizou por seu corpo até ficar de pé aos pés da cama, livrando-se da calça e da cueca de uma só vez, logo depois arrancando as meias, finalmente nu. Os longos cabelos negros começavam a grudar na pele de Sirius e ele colocou-o para trás das orelhas com certa impaciência. As próximas peças de roupa a serem removidas foram as meias de Remus, que sentiu a face esquentar diante do olhar faminto que recebeu de cima a baixo, sentindo-se totalmente exposto. O olhar de Sirius, então, se concentrou na única peça ainda intocada de Remus, a cueca azul marinho que não era suficiente para esconder o desejo que Sirius também despertava nele.

Sirius umedeceu os lábios lentamente e seu olhar encontrou o de Remus mais uma vez. Sem quebrar o contato, ele começou a despi-lo de sua última peça de roupa. Então deu um sorriso enviesado ao perceber que Remus evitava encará-lo da cintura para baixo.

O professor engoliu em seco ao observar o namorado engatinhar por cima de seu corpo, alinhando-se a ele para logo em seguida abaixar lentamente, até que seu corpo estivesse totalmente apoiado no de Remus, que ofegou com o contato de suas peles.

- Você é lindo, meu Moony – Sirius sussurrou contra seus lábios e voltou a beijá-lo, segurando seu rosto entre as mãos.

Por um momento, Remus apenas correspondeu, mas então seus braços agiram por conta própria e enlaçaram a cintura de Sirius, puxando-o mais de encontro a si como se ainda existisse algum espaço para ser vencido entre eles. Deixou que as próprias mãos viajassem pelas costas do namorado com suavidade, traçando a linha de sua espinha com a ponta dos dedos.

A reação de Sirius foi arquear as costas, jogando a cabeça para trás enquanto soltava um gemido rouco. O professor aproveitou para tomar fôlego, seu peito subindo e descendo com força enquanto os cabelos de Sirius tocavam sua face como uma carícia. As mechas negras e lisas faziam sombra em suas feições de modo que Remus só podia vislumbrar o brilho intenso de seus olhos e o sorriso safado que ele lhe lançou quando começou a se balançar sobre ele.

Remus se viu totalmente perdido entre as sensações que aquela dança causou em seu corpo, o contato direto e quente entre suas peles conforme Sirius se esfregava contra ele de uma maneira intensa. Sentiu seu corpo suar e acompanhou quase inconscientemente os movimentos do outro, mordendo os próprios lábios e arfando. Naquele momento, achou que não havia como ficar melhor.

Isso até ser virado de lado por Sirius sem nenhum aviso, ficando ainda de frente para ele. Uma das mãos de Sirius viajou pelo perfil de seu corpo com pressa, alisando, apertando, ora de leve, ora com força. A outra mão tocava sua cintura por baixo de seu peso, num gesto possessivo. Remus já estava prestes a vencer a distância condenável que se estabelecera entre seus corpos devido a essa posição, quando ofegou ao sentir a mão de Sirius toca-lo mais intimamente.

Seus pensamentos começaram a se tornar incoerentes e ele mal percebeu que Sirius enfiara uma perna entre as suas e alternava beijos, lambidas e mordidas em seu queixo e garganta. Estava encantado demais com o vaivém da mão que não deixava de envolvê-lo por um segundo sequer, ambos os corpos se movendo por vontade própria, um de encontro ao outro.

Estava quase se entregando às ondas de prazer que ameaçavam engolfá-lo quando outro gemido rouco de Sirius trouxe uma realização para sua mente ocupada: preocupado demais em sentir, Remus tinha se esquecido completamente de retribuir. Sentindo-se culpado e egoísta, ele achou forças para segurar a mão do outro a tempo.

- Espere – ofegou, fechando os olhos e tratando de respirar numa tentativa desesperada de recuperar o controle sobre o próprio corpo e mente.

Sentiu o toque delicado de Sirius desgrudando seus cabelos da testa suada. Abriu os olhos para encontrar o olhar preocupado dele:

- Tudo bem, Moony?

Remus sorriu, acenando positivamente enquanto sua respiração se acalmava o suficiente para que ele pudesse responder à dúvida do namorado.

- Sim, eu... apenas não quero que termine assim. Eu... – ele engoliu saliva e fechou os olhos, respirando profundamente antes de voltar a reabrí-los para dar mais convicção às próprias palavras. – Eu quero... você.

- Você... – Remus observou o breve momento em que as sobrancelhas de Sirius se curvaram em confusão, para depois se elevarem em surpresa quando ele entendeu. – O quê?

Remus colocou as mechas negras para trás das orelhas de Sirius carinhosamente antes de repetir, com mais firmeza, olhando em seus olhos escurecidos pela pouca luz:

- Eu quero você.

- Mas... não precisa, Moony – Sirius se inquietou. – Você não tem que fazer isso. Eu não pedi pra você ficar só pra isso. A gente pode só...

Remus colocou um dedo sobre os lábios de Sirius, sorrindo e balançando a cabeça negativamente.

- Quando você vai aprender a ouvir o que eu digo, Padfoot? Eu disse que quero. Não estou me sentindo pressionado, muito pelo contrário. Eu só... eu... te amo. Confio em você e quero você. Você não me quer?

A resposta de Sirius foi um beijo intenso e urgente. E antes que Remus pudesse se dar conta, ele tinha sussurrado um "já volto" e se levantado.

Intrigado, Remus içou o tronco e apoiou-se nos cotovelos para ver o que ele fazia. Sirius atravessou rapidamente o quarto até a cômoda, vasculhando seu conteúdo com pressa.

Nos breves instantes em que Sirius ficou de costas para ele, Remus se permitiu observar seu corpo nu mais atentamente, os contornos masculinos e bem feitos, os desenhos causados pela movimentação dos músculos das costas, os cabelos brilhantes e as sombras causadas pela iluminação lateral...

Uma coisa que sempre intrigara Remus, desde quando eles dividiam um dormitório na escola, era que Sirius andava naturalmente tanto vestido quanto nu, coisa que Remus não conseguia. Mesmo que não houvesse possibilidade de alguém o estar encarando, ele não conseguia se sentir confortável sem roupas - resultado da educação conservadora que tinha recebido de seus pais e que tinha aprendido lentamente a relevar alguns tópicos, com ajuda de seus amigos encrenqueiros. Naquele momento, voltou a agradecer pela pouca iluminação.

- Aqui! – Sirius se virou e flagrou-o encarando-o, mas pareceu não notar o sobressalto de Remus.

Ele caminhou de volta para a cama sorrindo sedutoramente e segurando um frasco nas mãos. Remus não precisou pensar muito para deduzir do que se tratava. E nem teve tempo, pois logo Sirius estava de volta sobre ele, encarando-o nos olhos, dessa vez com seriedade.

- Você pode desistir a qualquer momento, está bem? É só me deixar saber.

- Ok – a voz de Remus falhou por um momento, mas ele acenou positivamente diante da persistência do olhar do namorado.

Sirius beijou-lhe mais uma vez e gentilmente afastou suas pernas, o instruindo a dobrá-las.

- Levante o corpo – pediu ele, e Remus obedeceu, sentindo que suas pernas cederiam se Sirius demorasse mais um único segundo para colocar um dos travesseiros altos na base de sua coluna, de modo que Remus sentasse sobre ele, levantando estrategicamente seu quadril.

Então Sirius se colocou entre suas pernas, sentando-se de joelhos. Remus observou, com o coração acelerado, enquanto Sirius espalhava um pouco do conteúdo do frasco nas mãos e em si mesmo. Uma fragrância agradável invadiu suas narinas. Mais um aroma que ele associaria ao namorado e que sempre lhe traria um rubor nas maçãs do rosto quando sentida ou mesmo lembrada.

Quando Sirius se inclinou sobre ele, seu peito também subia e descia visivelmente, em antecipação. Eles se encararam novamente nos olhos conforme Sirius apoiava a dobra das pernas de Remus em seus ombros e começou a prepará-lo com os dedos.

Os músculos da face de Remus se contraíram com o desconforto da invasão, mas não era como se ele já não esperasse por isso. Sirius foi cuidadoso e paciente até que ele relaxasse e se acostumasse. Então Sirius se inclinou ainda mais sobre ele e beijou-o, ofegante. Remus mal teve tempo de perceber a ausência dos dedos de Sirius quando este se empurrou contra ele firmemente, deslizando de uma só vez.

- Ahhh! - pego de surpresa, Remus não pode conter um gemido alto de dor e seus olhos se tornaram úmidos no mesmo instante.

- Me desculpe, sinto muito Moony, me desculpe – Sirius sussurrou, a voz trêmula, distribuindo beijos em sua face. – Pronto, a pior parte já foi. Já vai passar, ok? Me desculpe...

Remus limitou-se a acenar positivamente, temendo que sua voz não saísse, caso tentasse dizer algo. E o que menos precisava no momento era deixar Sirius ainda mais preocupado. Era visível que ele já estava quase em seu limite, mas não se permitia perder o controle. Aos poucos, Remus se permitiu relaxar diante dos carinhos de Sirius e só então percebeu que tinha se agarrado tão firmemente nos lados do corpo dele que certamente deixaria marcas em sua pele. Afrouxou o aperto dos dedos trêmulos e limpou a garganta.

- Sirius, por favor... continue...

Sirius atendeu imediatamente a seu pedido, começando a se movimentar lentamente. A dor ainda não tinha desaparecido totalmente, mas seu corpo começava a se acostumar. Ele assistiu, maravilhado, Sirius fechar os olhos e arquear a cabeça para trás, mordendo o lábio inferior e aumentando o ritmo. Só a visão já era suficiente para fazê-lo esquecer-se do incômodo e se concentrar nos sons contidos que escapavam da garganta de Sirius enquanto ele se movia.

De repente, Remus estremeceu, surpreendido por uma onda de prazer que nunca tinha sentido em toda sua vida. Sirius percebeu e abriu os olhos, fitando-o com o olhar mais faminto que Remus já tinha visto em suas feições provocantes. Ele insistiu em tocá-lo no mesmo ponto, causando um novo estremecimento conforme Remus não conseguia conter uma exclamação.

Aquilo foi o estopim para Sirius e ele finalmente perdeu o controle, entrando num ritmo alucinado. E para completar o atordoamento de Remus, ele passou a tocá-lo com a mão ainda lambuzada do óleo do frasco esquecido ao lado da cama. Não demorou muito para que Remus se agarrasse à fronha da cama e arqueasse as costas inevitavelmente quando aquele turbilhão de sensações pareceu tomar proporções absurdas, até explodir com um grito abafado pelo som do sangue correndo em seus ouvidos, e levando junto Sirius, que desabou sobre ele, exausto.

Alguns segundos depois quando Remus finalmente pareceu voltar a raciocinar coerentemente, ele achou que precisava de mais ar do que poderia puxar para os pulmões e algum alarme estava prestes a ser acionado em sua mente. Mas então, sentiu Sirius alcançar uma de suas mãos e entrelaçar seus dedos. Imediatamente tomou consciência do peso do outro sobre si, de sua pele suada, do calor de seu corpo, da segurança que aquilo lhe causava e que Sirius estava tão ofegante quanto ele. Aquilo trouxe conforto o suficiente para que Remus se acalmasse e conseguisse lentamente normalizar sua respiração.

Sirius escorregou para o lado, estendeu um lençol sobre ambos e voltou a se deitar ao seu lado mantendo uma mão em sua cintura. Sem dar importância para as pontadas de uma dorzinha incômoda que sentia, Remus sentiu o sono e o cansaço tomarem conta de cada pedacinho de seu corpo. Mas enquanto a consciência lhe escapava pelos dedos lentamente, ele ainda teve tempo de sorrir quando Sirius plantou um beijo suave em sua têmpora.

Talvez as duas palavras sussurradas que ecoaram em sua mente, fossem um eco de suas lembranças daquela noite, ou talvez fosse o sono lhe pregando peças, mas, de qualquer maneira, ele não se lembraria desses breves segundos na manhã seguinte. Só restaria aquele calor gostoso que as palavras causavam em seu peito.

- Amo você.

--Oh-oh-oh-oH--

N.A. Bom, como vocês podem ver, estou reservando essa "fic" para postar todas as partes censuradas de Green Eyes, independente do casal. Sim, vai haver mais! Eu já tenho algumas prontas e muitas idéias. Os interessados devem ficar atentos às atualizações!

Foi triste perder as reviews que vocês já tinham feito ao mudar esses trechos de lugar, mas foi um sacrifício que eu achei necessário. Me desculpem. Mas eu tenho um backup de todas elas guardadinho ehehe.