ENTRE NO RITMO

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Epílogo

"Quiero Decirte Que Te Amo"

Eles não quiseram um casamento convencional japonês. Aliás, Sakura não quis. O seu casamento iria ser no saguão de um hotel lindíssimo no centro da cidade. Tinha fileiras de bancos de madeira lotados de convidados, entre eles amigos dos noivos, sócios da empresa de Sasuke, médicos amigos de Sakura, familiares. Entre os bancos estavam depostos arranjos belíssimos de lírios brancos e rosas. No altar tinha um arco de madeira enfeitado com mais flores.

Um quarteto de cordas em um dos lados, o padre estava esperando atrás de um púlpito de madeira no altar. Eles tocavam uma música alegre. Do salão ao lado, para dar água na boca dos convidados, vinha o cheiro do delicioso banquete que seria servido na festa após o casamento. Festa essa em que Sakura e Sasuke iriam dançar a tão esperava valsa dos noivos. Lá fora a noite estava caindo, era hora de começar o casamento.

As damas de honra esperavam na porta com seus belos vestidos esverdeados e Naruto, Temari, Gaara e Ino estavam sentindo-se incomodados no altar esperando por Sasuke e por Sakura. Eles estavam um tanto atrasados já. Naruto estava pegando o celular o bolso enquanto levava a mão à garganta para afrouxar inutilmente seu colarinho sufocante, mas mais uma vez foi a voz da secretária eletrônica que chegou a seus ouvidos.

- Gaara - ele sussurrou - Quais as chances de Sasuke não vir?

- Acredito que muito altas.

- Droga!

Ele também sabia dessas altas chances, mas ainda tinha uma esperança vaga de que o moreno cumprisse sua palavra e não deixasse o coração de Sakura despedaçado. Cerrou o punho decidido a esperar mais cinco minutos, se ele não aparecesse iria ele mesmo achá-lo. O rapaz desceu do pequeno altar e foi andando entre as duas fileiras de bancos apinhados de convidados impacientes e tagarelas até a entrada. Parou na porta entre o pequeno tumulto das damas de honra e levou novamente a mão ao colarinho.

- Sakura... - havia uma limusine estacionada na entrada do hotel. Uma limusine branca que supostamente deveria buscar a médica em casa e trazê-la até a cerimônia. A porta estava aberta e ela tinha os pés para fora enfiados nas sandálias prateadas. As barras do vestido tinham um bordado lindo de pequenas flores rosadas e detalhes verdes para os caules e folhas.

Naruto esticou-se um pouco para ver a face de Sakura, mas seu braço foi puxado bruscamente fazendo-o retornar para dentro da igreja. Ele olhou para o lado para ver Sasuke vestido com o terno preto do casamento, os cabelos arrepiados como sempre, um perfume masculino muito bom e a face impassível, nem demonstrando irritação ou felicidade. Apenas sério.

- Você demorou, seu idiota!

- Não enche, Naruto.

- Onde você estava?

- Estava me arrumando - Naruto deu a conversa por encerrada. Eles haviam chegado ao altar em meio aos cochichos discretos - ou nem tão discretos assim - dos convidados falando da falta de consideração pelo Uchiha estar atrasado.

Nenhum dos padrinhos mais teve oportunidade de dizer qualquer coisa, Sakura ia entrar a qualquer minuto e os convidados se levantaram. A marcha nupcial começou a ser tocada pelo quarteto de cordas e a memória mais vívida que Sasuke tinha daquele casamento era o cheiro do banquete na sala ao lado. As damas de honra entraram despejando pétalas de flores pelo caminho. Logo após elas vieram um casal de crianças que ele não fazia idéia de quem eram carregando as alianças e de mãos dadas. Eles paravam de minuto a minuto para o fotografo fazer o seu trabalho. E então veio Sakura. Ela estava radiante com os curtos cabelos rosados puxados para trás e presos com a coroa. Ela deu alguns passos muito lentamente, mas Sasuke notou seus olhos vermelhos e a falta de seu sorriso. Ela vinha entrando sozinha, fora uma decisão dela mesma.

Sasuke ficou no centro da passarela, um tapete vermelho estendido por toda aquela extensão, agora salpicado de flores pisoteadas. Sakura estancou de um lado, ele do outro. Entre eles na passarela estava o vazio, as desculpas e o entendimento mútuo. Ela deixou as lágrimas silenciosas voltarem a escorrer do seu rosto e elas não abrandavam mesmo a médica tentando secá-las com as costas da mão enluvada. E, pela primeira vez desde que aquele pesadelo de casamento tinha começado, Sasuke se sentiu aliviado e deixou que o peso que esmagava o seu estômago fosse removido. Permitiu-se sorrir.

O Uchiha foi com passadas largas até o meio da passarela e Sakura completou o caminho, ainda chorando, mas rindo entre as lágrimas. Ela chegou, deixou o buque no chão e ele colocou suas mãos nas suas. Ela continuava rindo. Ele tirou o lenço do bolso da frente e estendeu-lhe a qual ela aceitou de muito bom grado. Os convidados soltavam suspiros e sorriam, mas o fotógrafo e os padrinhos não estavam entendendo mais nada. Não era isso que eles tinham combinado nos ensaios. Naruto e Gaara se entreolharam.

- Eu não posso fazer isso - eles disseram em uníssono e sorriram ao mesmo tempo.

Sasuke Uchiha aproximou-se e beijou os lábios delicados de Sakura Haruno.


Aquele quartinho onde ela estava, com suas paredes brancas com espelhos emoldurados por luzes, penteadeiras lotadas de maquiagem e glitter e araras com figurinos parecia abafado demais. Hinata olhou-se no espelho mais uma vez. Quase não se reconhecia quando colocava aqueles figurinos e aquelas maquiagens. Sua veste era apenas um top brilhante e uma saia rodada com fitas. Tinha mais fitas presas em seus braços e nos cabelos. Em sua face tinham feito uma maquiagem para que parecessem duas asas brancas de pássaro sobre seus olhos e um batom de glitter prateado. Ela estava brilhante.

- Hinata! - Kiba colocou a cabeça dentro do camarim. De inicío a Hyuuga pensou que era para avisar que a apresentação dela começaria em tantos minutos, mas ele não sorria, coisa que a deixou preocupada.

- Sim, Kiba?

- Tem alguém que quer falar com você.

A garota levantou-se da cadeira e colocou as duas mãos cruzadas em frente ao corpo. O seu coração se aqueceu de repente e ela até se assustou com a sensação. Kiba abriu mais a porta afastando-se e deixando que o homem no terno negro ficasse visível. Ele tinha a face, como sempre, séria, mas naquela ocasião ele deixou escapar um sorriso. Um sorriso triste, um sorriso de desculpas.

- Pa-pai?

- Hinata - ele repetiu o nome dela saboreando cada letra enquanto Kiba fechava a porta e os deixava a sós.

- O que o... O senhor faz aqui? - o que tinha aquecido o coração de Hinata dissipou-se. Ela tinha, realmente, pensado que Sasuke voltara para ela. Mas aquela presença não era acolhedora como a dele, era amedrontadora e fazia aquela saleta abafada esfriar demais repentinamente.

- Eu vim com Neji - eu seu um passo em direção aos figurinos, não a encarava - Vim ver sua última apresentação em memória de sua mãe.

Quando ele se virou bruscamente para encará-la os frios olhos perolados estavam úmidos. Hinata assustou-se com a visão de seu pai tão frágil. Ele nunca se deixara ver frágil como estava agora, não pelas filhas, pelo menos.

- Eu lhe devo desculpas, Hinata.

- O que está...?

- Por favor, deixe-me fazer isso - ele estendeu a mão para interrompê-la - Desculpe por descarregar em você a dor da morte de sua mãe. Eu sei que se ela me visse agora iria ficar muito zangada pelo pai recluso que eu me tornei - ele riu tristemente com a lembrança - Sua mãe era uma mulher incrível e perdê-la tão repentinamente no parto de Hanabi mexeu muito comigo. E eu acabei descontando tudo em você.

Hinata aproximou-se e colocou uma mão no ombro largo do patriarca Hyuuga. Aquela altura seus olhos também estavam repletos de lágrimas e, provavelmente, teria que refazer sua maquiagem.

Sempre que Hinata Hyuuga estava na presença daquele homem ele não era um pai, era um educador, um disciplinador que queria que ela e Hanabi dessem o melhor de si em tudo o que fizessem e não ser boa nisso era uma desonra. Hiashi Hyuuga era o homem que não brincava com as filhas, ou lhes sorria, ou lhes pegava na mão quando doentes. Ele era o pai que ralhava por uma nota baixa, que ia na formatura da universidade, que pendurava o diploma na parede. Não era o pai que vinha em recitais de dança.

Mas ali estava ele, com os olhos marejados, querendo se redimir com a primogênita por um pecado que ela nem fazia idéia de que ele vinha cometendo e, muito menos, escondendo.

- Você é muito parecida com ela - ele não a encarava perdido em memórias - Mas o chefe do Clã não pode demonstrar fraquezas e foi o que fiz. E eu só queria criar vocês para serem fortes e não ficarem se lamentando a perda dela. Quando você quis dançar eu não suportei mais - a essa altura Hiashi já não conseguia mais conter as lágrimas - Sua mãe foi a mais bela bailarina que eu já vi cruzar esse palco e eu a vejo em você sempre.

- Pai - Hinata o abraçou e o homem mais poderoso de todo o Clã Hyuuga deixou-se ser abraçado carinhosamente pela filha, desabafando, derramando prantos e colocando por terra suas defesas.

- Desculpe não vir a seus recitais, mas é muito doloroso reviver essas memórias.

- Está tudo bem, pai - a morena acariciou-lhe a costas deixando um sorriso brotar-lhe nos lábios - Está tudo bem.


- O que é que você está fazendo, seu idiota? - esbravejava a voz de Naruto ao telefone. Sasuke sorria como um bobo ao volante.

- O que os convidados acharam?

- Ficaram escandalizados! O que você esperava?

- Guie-os até o salão e faça a festa assim mesmo.

- O quê? Sakura está com você?

- Não, porque ela estaria comigo? - ele ainda continuava com o sorriso e os flashs dele e de Sakura correndo de mãos dadas para fora daquele lugar continuavam a vir pela sua mente. Na porta do hotel eles se separaram e cada um foi seguir com sua vida.

- Não sei, vocês saíram juntos, pensei que estavam fugindo - ouve-se uma pausa - Se liga, todas as mulheres estão pensando que vocês fugiram por amor!

O Uchiha gargalhou diante daquela frase.

Fugindo por amor!

Eles estavam mais era fugindo do amor.

- Naruto?

- O quê?

- Vá aproveitar o banquete e coma por mim.

- Você vai ficar bem, Sasuke?

- Eu te mando um postal.

Desligou o celular e tacou-o no banco do carona. Ainda estava sorrindo.


- Hinata? - Kiba colocou a cabeça para dentro do camarim de Hinata, ela tinha acabado de refazer a maquiagem destruída pelas lágrimas, mas agora o sorriso em seu rosto era mais radiante do que nunca - Você está pronta?

- Sim - ela levantou-se, checou as sapatilhas brancas ficando na ponta e foi até ele.

- Então vamos, é a sua deixa - ela segurou a porta aberta para ela que foi até uma das coxias.

- Tem... Muita gente? - ela perguntou torcendo as mãos.

- Tem. Muita! - ele sorriu-lhe mostrando os caninos. Estava vestido com terno, não com uma de suas roupas de tango. Kiba fora um dos professores que fizera a entrega dos certificados de conclusão de curso - Boa sorte!

Respirou fundo quando a música do último grupo terminava e as meninas começavam a entrar nas coxias sendo muito parabenizadas. Sua música começou a tocar e ela entrou na ponta. Quando começaram os rodopios ela tentou olhar para a platéia, saber se estava tão lotada quando Kiba lhe dissera, mas não conseguiu. Os holofotes jogavam seus jatos de luz diretamente em seu rosto e, como em todas as apresentações que fez, ela abençoou e amaldiçoou aquela luz. Abençoou por não ter que olhar para os rostos das várias pessoas que estavam ali e amaldiçoou por não poder ver seu pai, Hanabi, Neji, Tenten e... Ele. Não queria ficar pensando em Sasuke, seu coração ardia ao saber que aquela altura ele já estava casado. Não queria pensar em Sasuke, mas ainda tinham aquela vã esperança dos tolos.

Suas pernas estavam firmes aquele dia, apesar do cansaço do dia anterior e da noite mal dormida. Fechou os olhos enquanto executava a coreografia que ela mesma montara para aquela ocasião especial. Ouvia a música atenta sabendo em qual compasso deveria fazer o quê. E fazia. Com perfeição. E enquanto dançava pensava sempre nos momentos bons que tivera.

Seu pai pedindo-lhe desculpas.

Neji e Tenten a apoiando sempre.

A ajuda com o vestido que dera a Sakura, mesmo achando que a rósea não fora com a sua cara.

Quando conheceu Naruto.

E Sasuke... O que mais lhe vinha a mente, mesmo querendo evitar forma definitiva, era o moreno de olhos ônix. Vinha a imagem dele de olhos vendados, dele carregando aquele menino em seu sonho, de si mesma e ele dançando aquele ritmo latino e como era deliciosamente ardente o toque dele sobre sua pele. As pontas frias de seus dedos naquela mão grande e nos ombros largos, mas especialmente os raros sorrisos.

Sorriu e voltou a abrir os olhos, as imagens de qualquer coisa estavam desfocadas. Os holofotes ainda a cegavam e sua música estava chegando ao fim. Sentiu uma vertigem, mas se obrigou a continuar, tinha que terminar. Terminar aquela apresentação pelos seus alunos, por seu pai e por si mesma. Já fora um fracasso por tempo suficiente. Fez mais alguns passos e, infelizmente, não agüentou mais. Deixou-se sair da ponta ouvindo o baque de seu pé contra o assoalho. Seus olhos se semicerraram e tudo parecia mais escuro do que deveria, os holofotes já não a cegavam, mas sua única visão era o teto.

Da platéia, eles observavam aquela bela bailarina cair.


- Dra. Haruno, o que a senhora está fazendo aqui? - perguntou a recepcionista quando viu Sakura, seus olhos se arregalaram.

- Não tenho tempo pra explicar, me dá meu crachá - a recepcionista entregou e viu Sakura correr até o elevador.

A médica entrou e apertou repetidas vezes o número do sétimo andar, andar dos pacientes em recuperação. Olhou-se no espelho do elevador para ver a si em um vestido de noiva arfando, sua coroa pendida para um lado enquanto fios do seu cabelo soltavam-se do penteado pela corrida e um sorriso enorme em seus lábios avermelhados de batom.

O elevador se abriu com um abafado barulhinho de sino e ela voltou a recolher as barras de seu vestido de noiva e disparar pelos corredores da ala de recuperação, rezando para que o supervisor do hospital não a visse naquele momento. Passou por um senhor sentado na cama com a perna engessada, um paciente que ela não conhecia, deveria ter sido atendido àquela tarde. Ele virou-se para ela, estendeu as duas mãos e sorriu-lhe banguela ao dizer:

- Ah, moça, tem que se casar comigo!

- É claro, senhor - ela disse isso sem parar de correr. Chegou a porta do quarto a qual já conhecia bem e entrou sem nem mesmo bater - Kakashi!

- Sakura? - ele olhou-a com os olhos arregalados. Já lhe haviam retirado a máscara de oxigênio - Não me diga que você abandonou Sasuke no altar?

- Não - ela ainda sorria enquanto se aproximava - Nós só abandonamos o altar.

- Eu não acredito que você... - ele não completou a frase, a voz de Sakura soou mais autoritária que a dele. Ela ainda mantinha o sorriso brilhante no rosto.

- Kakashi - ele se calou e ela se aproximou - Você é racional demais!

E selou os lábios dele com os seus. Estavam frios por ficar naquele quarto de hospital, enquanto os dela estavam quentes e macios como ele se lembrava. Fechou os olhos rendendo-se ao beijo e deixando que o que tivesse que ser, fosse. Fez Sakura sentar-se na cama deixando o beijo mais confortável e correspondeu-lhe. Ela sorriu no meio do beijo e separou-se dele.

- Ai! - soltou um gemido de dor ao sentir uma fisgava do peito - Quando você me operou, deve ter roubado meu coração.

A Haruno riu da cantada ridícula do ex-professor universitário, mas eles ouviram suspiros vindos da porta e, quando se viraram, viram uma pequena platéia de enfermeiros e pacientes parados ali apreciando a cena. A médica riu ainda mais.


"Droga!" foi o único pensamento que Hinata teve ao sentir-se cair com a turva visão do teto.

O baque não veio e, no lugar dele, aquele barulho de chuva que ela identificou como os aplausos da platéia. Reabriu os olhos, mas antes mesmo de fazê-la já sabia de quem pertencia àqueles braços fortes que a agarraram pela cintura. Conhecia aquela eletricidade passando por sua pele com aquele toque delicado e possessivo. E a platéia urrava com o belíssimo final, como se Sasuke devesse fazer aquilo desde o início. A Hyuuga fitou os pontos negros de seus olhos esperando sua visão de turvar. Continuava na mesma posição e platéia aplaudia, agora se levantando.

Quando sua visão estabilizou-se ela pôde vê-lo. Os olhos negros, os cabelos arrepiados, o terno negro e o sorriso malicioso e doce. Sorriu-lhe e apertou os braços que a seguravam sentindo os músculos por baixo do pano do paletó. Ele a levantou e abraçou-a tão forte como jamais abraçou alguém na vida. Sentia o seu cheiro de glitter misturado a algum leve perfume floral, enquanto Hinata sentia o mesmo cheiro de perfume deliciosamente másculo que Naruto sentiu. Os seus cabelos ainda estavam meio úmidos e ela adorava a sensação dessa frieza quando seus dedos se perderam por ali.

- Você não deveria estar aqui - ela disse tão emocionada que não gaguejava.

- Quem se importa? - ele perguntou e afastou-se dela. Olhou fundo em seus olhos admirando a cor branca levemente azulada deles - Eu amo você.

Hinata não respondeu. Não conseguia. Aquelas eram as três palavras que mais queria ouvir saindo da boca de Sasuke e ali estavam elas. Fungou alto e passou os braços por seu pescoço enterrando a cabeça na curva dali para logo depois deixar que ele lhe acariciasse a bochecha manchando seus dedos com glitter e tinta branca e a beijasse. Não se importou que seus lábios estavam cheios de batom artístico, não se importou de estarem no meio do palco no fim da apresentação dos formandos da Academia, não se importou de Hiashi Hyuuga estar na platéia com Hanabi urrando de alegria ao seu lado.

Apenas fez o que já deveria ter feito a muito tempo. Beijou-a para demonstrar que era ela e mais ninguém, que estava ali e era onde iria permanecer, com ela. Gostou da sensação das estrelas explodindo em seu interior, agora com mais intensidade. Segurou-lhe a cintura e pegou-a pelas pernas, ainda beijando-a. Separaram-se e ele sorriu-lhe de canto enquanto andava seguramente até a beirada do palco, sem parecer que estava fazendo esforço em carregar qualquer coisa, e curvou-se agradecendo ao público que bateu ainda mais palmas. Então ele saltou a pequena distância do palco até o chão e foi seguindo com Hinata em seus braços até a entrada no meio daquelas fileiras abarrotadas de gente. Os holofotes os seguiam.

- Sasuke, aonde nós vamos?

- Vamos fugir.

- Fugir? - ela arregalou os olhos.

- Fugir - ele disse na maior naturalidade enquanto andava pelos conhecidos corredores da Academia e deixava as palmas irem terminando no auditório - Quer fugir comigo?

- Com você eu faço qualquer coisa - ela disse corando para ele entender a duplicidade de sentido de suas palavras. Ele apenas sorriu e continuou andando pelo caminho de pedras amareladas até a entrada - Mas para aonde vamos?

- O que você prefere? - a instrutora não respondeu. Nunca fizera idéia de um lugar que gostaria de ir, pois nunca cogitara a opção de sair daquela cidade, quem dera aquele país - Vamos rodar o mundo.

Ela riu divertida com aquela opção e ele a colocou no banco do carona dando a volta no carro e sentando-se no banco do motorista. Assim que ele sentou Hinata o beijou novamente demorado, calmo, apreciando o contato e como os lábios dele ficavam encantadores cheios daquele glitter prateado. Colou sua testa com a dele sentindo a eletricidade que sempre acontecia ao contato de sua pele e seu estômago querendo sair com a intensidade de seus olhos de ônix.

- Eu amo você também.


Quando Itachi chegou na empresa depois de uma viagem de negócios ficou sabendo do que acontecera no casamento de Sasuke e não estava nada satisfeito. A sua secretária anunciou que o irmão mais novo havia lhe deixado um bilhete sobre a mesa. Quase arrancou a porta ao passar por ela como um furacão. Pegou o papel e começou a passar os olhos pela letra fina e perfeitamente reta de Sasuke:

"Querido Itachi,

Desculpe não me casar, como você queria. Quer dizer, que se dane. Eu consegui minha parte da herança mesmo sem ter que enlaçar matrimônio. Não com Sakura, pelo menos. Agradeço pelos anos que convivi com você, foi uma tortura.

Até nunca,

Sasuke

P.S.: Já visitou Fiji?".

Itachi tacou o bilhete no lixo e deixou que seus olhos castanhos passassem momentaneamente para a coloração vermelha de efeito do sol. Sorriu frente a ousadia de Sasuke. Havia o ensinado muito bem.

FIM

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Olá!

Agora sim as coisas chegaram ao fim. O último capítulo ficou com bastantes coisas em aberto, mas espero que o Epílogo tenha agradado. Eu amo essa fic e é muito difícil para eu terminar ela, mas acho que já estava na hora. Agradeço de coração a todos que leram e que me apoiaram durante esse trabalho, muito obrigada.

Música da vez: "Quiero Decirte Que Te Amo", da Laura Paussini.

AGRADECIMENTOS:

Mikain-chan:Obrigada por acompanhar a fic e gostar tanto dela, me desculpe o final não ter sido como você esperava, sinceramente. Espero que o Epílogo tenha compensado e, infelizmente, Projeto Hyuuga vai demorar um pouquinho para ser postada. Obrigada pela review e os elogios. Beijos!

Mrs. Loockers:Foi mal, eu não queria te matar! xD Gostou do Epílogo? Espero que ele não tenha causado mais uma quase morte! Obrigada pela review. Beijos!

Hanari:Obrigada por estar acompanhando a fic desde o começo, Hanari, e por gostar das minhas Sasu/Hinas, aliás, eles são perfeitos! E aí está o Epílogo, não acabou muito bem, não é? Mas espero que goste! Beijos!

Persephone Spencer:Você está exagerando! Chorar? Não chegou a tanto. Tomara que o Epílogo ao menos emocione. Obrigada por acompanhar minha fic. Beijos!

Deby20:Acabou-se o período de ansiedade e, por favor, não enfarta, eu não quero matar ninguém! Obrigada pela review e por todo o carinho dedicado a mim, Deby, foi muito importante. Beijos!

Toph-baka:Leitora nova, que emoção! Fico muito contente que tenha gostado das minhas fics, essa em especial que chegou ao fim. Obrigada pela review e, sinceramente, espero que esse Epílogo não tenha sido uma decepção! Beijos!

Nylleve Cullen:Oii. Nossa, obrigada por ser uma leitora super fiel, tem reviews suas em todos ou, pelo menos, quase todos os capítulos. Chorou no capítulo anterior como no fim da novela? Que bom! Diga-me o que achou desse Epílogo, se foi emocionante o bastante! Obrigada pelo carinho! Beijos!

Uchiha Mariana:Será que, com esse Epílogo, eu consegui deixar o último capítulo mais decifrável!? Espero que sim e espero que tenha gostado da fic! Obrigada pelos elogios e pela review, mesmo. Beijos!

Cla-Chan-K:Que Nick interessante! E fico honrada por essa ser a primeira Sasu/Hina que você lê e desculpa, mesmo, o capítulo anterior não ter sido aquelas coisas, mas eu estou torcendo para que esse Epílogo compense. O que achou? Obrigada pela review e pela sinceridade. Beijos!

Huki:Ah! Desculpe acabar a fic, mas uma hora ela teria que chegar ao fim. Eu também não queria terminá-la ta rapidamente! Obrigada por me alertar do erro, já está concertado. Gostou do Epílogo? Opiniões sinceras, oks? Obrigada pelo carinho e pela review! Beijos!

E é aqui que eu, com muito pesar, me despeço de leitores tão incríveis! Desculpem-me se essa fic não ficou a altura de seus padrões, mas vivendo e aprendendo e eu prometo melhorar!

Até outras histórias!

OBRIGADA POR LEREM!

Beijos, Tilim!