Para Lucas Cefeu, mi niño!


Sob o Sol da Primavera e as Tempestades do Verão

Por Tainara Black



A chuva cai gota a gota no seu jardim. Molha as plantas, molha a grama, molha sua memória, molha seus desejos, seu sexo, seus pecados. Molha você e molha ele.

Molha todas as tardes de primavera e verão em que ele se deitou no gramado verde e sentiu você se sentar sobre ele. Molha as possibilidades que nunca existiram. Molha o suor das suas costas, molha o rosto dele, molha seus cabelos, e o vestido erguido até a cintura.

Molha seus movimentos sobre o corpo dele, molha os lábios dele contra os seus. Molha seus passados e um futuro que nunca existiu. Nunca, nunca existiu.

E a chuva segue caindo no seu jardim, que não é mais o jardim daquela época, porque é o jardim de sua nova casa com seu marido. E esse seu marido não é ele.

Não é Rodolphus Lestrange. É Ted Tonks.

Seu passado, a cada minuto, seguido dos olhos dele. Verde-oliva era a senha para a queda rápida da chuva. Porque Rodolphus era a tempestade. Rodolphus invadia cada suspiro e silêncio. Lestrange invadia cada sonho e cada plano para o futuro.

Andromeda Lestrange. Era um plano para um futuro que nunca existiu.

Os pés plantados na grama. A respiração pesada. A dor. Rodolphus era a chuva gelada que caía naquelas tardes. Era forte e fria, e as gotas machucavam a pele. Ele machucava. Rodolphus doía nela.

Em cada parte do seu corpo, molhada pela chuva e suja pela terra e pela grama, ele doía nela. Enquanto continuava deitada e sentia os beijos dele. Beijos de um passado distante que ela seguia desejando, porque Rodolphus estava planejado para ser seu futuro.

Mas Rodolphus não passava de um passado remoto e juvenil, deitados na grama, transando sob a chuva, escondidos atrás de alguma árvore. Rodolphus era um segredo bem escondido no silêncio das gotas, mas ele nunca seria um futuro.

Rodolphus e Andromeda sempre seriam uma imagem do passado, sob o sol da primavera e as tempestades do verão.


NA: se gostou, review that! ;P
beijinhos!