Sério, eu nunca gostei da Sakura, mas em certos momentos de insanidade uma mini fic sai meio que por acidente... hahahaha

Mas o que posso afirmar sem rodeios, Sasuke nunca será dela, claro que nem meu, e ouso dizer que nem mesmo de Masashi Kishimoto

ele pertence ao Naruto, ok ? XD


As noites sempre foram repletas de uma inquietação incontrolável.

Ela olhou diversas vezes o relógio maciço ao lado da sua cama; contava cada segundo em espaços regressivos e tortos remoendo as horas esperando algum sinal de um lugar qualquer que fosse, talvez assim, o tempo voltasse ou ainda estagnasse, e isso a atormentava profundamente.

Muitos anos já haviam se passado e ainda estava naquele lugar que chamou de lar, mas seus pensamentos seguiam aquele que um dia olhou nos olhos e revelou seus sentimentos numa noite instável de primavera, sentimentos esses que sempre foram explícitos, camuflados na discórdia de cada ato, apenas mais uma personagem recusando o próprio papel...

Isso foi em vão, pois suas palavras nunca seria capazes de prendê-lo ali, e realmente não foram...

... A voz fria e mórbida de Sasuke era algo que ela realmente suplicava por ouvir, até seu silêncio lúgubre e a indiferença comedida dele lhe atraía; isso talvez fosse algum tipo retraído de masoquismo que apenas lhe fez sofrer e principalmente ferir quem estivesse ao seu redor com seu egoísmo contraído que roubou sua própria presença do mundo.

Ela era, agora, mais um fantasma vestido de roxo, desbotado pelo tempo e pela espera, que tropeçou na própria sombra em busca do seu venero irremediável, um vício destilado e corrosivo que deixou apenas um amargo incorrigível na boca e centelhas de cacos cortantes mergulhados em sua alma...

Isso sim era injusto...

Repediu diversas vezes para si mesma que um dia o encontraria, repudiou a própria fraqueza e jurou que o traria de volta.

Ela já havia esquecido de onde estava e quem era, e o que ele realmente havia se tornado; e o mais doloroso era ver aquele garoto ao seu lado a tratando com aquele carinho distraído, quase intolerante.

Ele era como um doce adocicado de mais e isso, por vezes a enjoava e ele sabia, ela o ignorava e ele ainda permanecia lá, hiperativo como um esquilo dopado por cafeína...

Ele era engraçado, isso ela ousava admitir, um tolo vestido de uma luz estranha.

Sempre otimista –admirável- um baka que sempre esteve ao seu lado quase nunca em silêncio, mas esteve ali com seus olhos claros e límpidos, em um azul inquestionável.

Um céu azul isento de nuvens iluminado pela lua acolhedora do sol, roubando inocentemente seus próprios segredos, amenizando a solidão taciturna que os dias impregnavam no interior dela...