N.A: Primeiro, mil desculpas por ter sumido. Acabei me afastando de Nárnia no último ano e atrasei completamente a fic. Eu realmente lamento, desculpem. Agradeço a todos aqueles que não desistiram da fic pela paciência que tiveram comigo. Agora alguns agradecimentos especiais:

HighQueenP: por ser a maior fã de Noites. Vc sem dúvida é meu melhor motivo para continuar porque vc merece ver essa a fic completa.

Di-Lua Black Snape: Eu procurei por Noites no google e achei a capa que vc fez para a fic no Devianart e achei _linda_ demais. Obrigada ^^

1.000 agradecimentos a todos que leram, comentaram e chegaram até aqui. Esse não é o fim ainda, mas estamos bem perto disso.

Noites

Adriana Swan

Capítulo 13 – A Última Noite

O manto transparente caia sobre meus ombros, um toque leve e simples como um beijo, minhas curvas expostas através da renda, minha postura reta, meu rosto erguido, meu coração no compasso lento da calma e a escuridão banhando o quarto, trazendo sombras.
As poucas luzes das dezenas de velas espalhadas aquecendo e incendiando meu coração.
Era a última noite.
A governanta e as criadas preparavam o quarto com cuidado, acendendo velas perfumadas e jogando cedas caras; a cama cheia de pétalas de rosas vermelhas, tão vermelhas quanto o manto sobre meus ombros. As mulheres trabalhavam e resmungavam xingamentos e palavrões, mas eu não me importava. Nada estragaria aquela noite. Cada pequeno detalhe que elas arrumavam era para garantir à the High King Peter que sua última noite nas Ilhas Solitárias seria inesquecível. E assim seria a minha.
Tudo que me passara durante o dia, ou melhor, os dias (ou talvez a vida inteira) estava esquecido em algum ponto distante de minha mente, sem importância no momento. Ali, até honra parecia um termo antiquado e inadequado. Para o momento me bastava pensar que a vida se limitava aquele quarto e ao que poderia ser vivido ali. Amanhã me preocuparia com o resto.
Quando a porta do banheiro se abriu e Peter entrou no quarto, trajado como na noite anterior unicamente um confortável roupão branco. As serviçais se curvaram em reverência diante dele, enquanto a governanta fazia uma grande reverência diante do Rei de Nárnia.
- Vossa Majestade – a governanta começou com seu tom adulador – fizemos o possível para deixar o aposento perfeito para sua última noite em nossas terras.
Peter franziu o cenho.
Como na noite anterior, o cabelo dele estava molhado o deixando mais escuro. O rosto limpo mostrava pequenas gotas de água do banho não enxugadas e tinha os braços relaxados ao lado do corpo. Parecia tranquilo. Não demonstrou nenhuma alegria em me ver.
- O aposento está perfeito para minha noite, Liz? – indagou, seu tom tranquilo, indiferente.
- Não senhor, vossa graça, - respondi – para ficar perfeito gostaria que mandasse a governanta se retirar.
A mulher voltou a cabeça para me olhar e provavelmente me amaldiçoar em silêncio, seus grandes olhos me olhando muito abertos e surpresos. Considerando que ela se virou sem sair da reverência que fazia ao Rei, chegava a ser uma visão cômica.
- Você ouviu a vontade de Liz – Peter respondeu com sua voz mais autoritária do que eu estava acostumada. – Saia.
Isso serviu como um banho gelado na mulher, que saiu do cômodo encolhida como se a tivessem escorraçado lá de dentro. Não deu sequer um olhar para meu lado. Fico pensando se amanhã sofrerei represariasdepois que ele for embora, mas o amanhã não tinha importância naquele momento.
Quando ela e as criadas saíram e finalmente ficamos sozinhos, ele sorriu.
Aquele mesmo sorriso com o canto do lábio, divertido, que eu tanto aprendi a gostar.
- Melhor agora? – ele indagou divertido.
- Bem melhor, meu senhor – falei relaxando com um sorriso também. O mundo mudava quando eu estava com o Rei. Quando estava com Peter estava em Nárnia.
Com passos tranquilos fui até onde ele estava e o envolvi em meus braços. Ele abraçou minha cintura, que parecia delicada em suas mãos, meus seios encostando no roupão frio, a renda vermelha dando a mim um ar de mulher feita que nunca tive, mas que gostava de ter com ele. Recostei meu rosto em seu ombro, feliz. Seu cheiro era bom, cheirava aNárnia. Uma terra além dos sonhos que nunca conheceria.
- É a última noite – ele sussurrou em meu ouvido – deve estar feliz por acabar.
Afastei-me um pouco sem sair do abraço, só o suficiente para o encarar.
- Estou feliz que acabe – respondi pensativa – e estou ainda mais feliz de estar aqui com o senhor nesta noite. É difícil entender isso.

O sorriso dele aumentou e ele me beijou.
Devo supor que ele gostou do que ouviu ou então entendia melhor essas coisas que me deixavam tão confusa.
- Talvez isso não deva ser entendido – ele murmurou contra meus lábios, acabando o beijo aos poucos.
O gosto dos lábios dele era doce e bom como deve ser a primavera. Um gosto que me entorpecia e fazia com que eu não quisesse entender. Talvez tudo aquilo perdesse o sentido se eu entendesse.
- Levará boas lembranças das Ilhas Solitárias? – perguntei, meus lábios relutando em se separar dos dele.
- Todas as minhas lembranças das Ilhas serão suas – ele respondeu correspondendo meus beijos suaves – então serão ótimas lembranças.
Dessa vez fui eu que sorri, porque gostei de que ouvi.
Aprofundei o beijo, desejando senti-lo em mim. Queria tudo de Peter: os lábios, o toque, o cheiro, queria o cheiro dele em meu corpo e suas palavras em meus sonhos. Queria o calor dele. A realidade que ele trazia a minha vida. Queria ter a certeza de que ele não esqueceria de mim.
Assim como eu nunca me esqueceria dele.
Deixei o beijo se prolongar por minutos, por o tempo que quisesse, por todo o tempo do mundo.
Suas mãos em minhas costas deslizavam devagar, numa carícia que parecia alcançar minha alma. Mais uma vez senti medo de me apaixonar. Não hoje, não agora, não quando ele fosse embora. Tentei afastar a idéia que só me magoaria mais, porém ela teimava em invadir meus sentidos, como uma febre repentina da contra a qual eu tentava lutar, mas ardia mesmo assim. Não me apaixonaria por Peter. Aprendi a ser mulher nos braços dele e aprenderia a mandar no coração.

Não precisava de amor.

Tinha a atenção do Grande Rei e o devia toda minha gratidão e devoção para aquele que seria meu Rei mesmo do outro lado do mar, mesmo do outro lado do mundo. Se ele ficasse, seria sua concubina eternamente de bom grado; se ele partia, seria a memória mais doce e a prova de que talvez exista mesmo um grande Leão olhando por nós e atendendo as nossas preces.
O beijo acabou e ele se afastou andando até a cama a passos lentos, talvez estivesse distraído. As velas queimavam a nosso redor, o incenso perfumando nossa noite como fizera nas outras duas também, mas algo estava diferente. Tudo parecia mais lento, mas triste. Tinha um tom de despedida.
- Vem até aqui, Liz – ele falou, sua voz calma me deixou feliz e fui até a cama. Ele estava de pé ao lado dela olhando para mim com admiração. Me senti bonita. – Essa noite você também quer, minha linda?
- Sim, vossa majestade – falei. Na verdade senti um pouco de vergonha em reconhecer, mas não via o sentido em negar o quanto eu o queria.
- Gostaria de vê-la nua – ela falou passando a mão com delicadeza em meu braço – posso?
- Se agradar a vossa graça – confirmei com um sorriso tímido – e… eu gostaria de vê-o também, se vossa majestade permitir.
Mais uma vez seus lábios mostraram um sorriso fascinante de satisfação, afastando qualquer constrangimento meu por ter tido tamanha ousadia. Eu o desejava e não queria mais ter que fingir que não.
- Se agradar a você – ele concordou mostrando o laço do roupão num convite para que eu o despisse.
Mordendo o lábio de leve, ergui minhas mãos um pouco vacilantes até o roupão. Já o despi antes, mas já estávamos agarrados na ocasião, agora era um ato bem mais racional.
Desamarrei e o abri, tendo a agradável surpresa ao vê-lo já um pouco rígido de desejo por mim. Não me assustou nem um pouco a idéia de ser desejada, na verdade, me lisonjeou. Quando ergui os olhos encontrei os dele me encarando curiosos, medindo minhas reações que obviamente estavam sendo positivas.
Não me deixei constranger pela situação e terminei de despir o roupão dele o deixando cair no chão. Agora o Rei estava completamente nu enquanto eu ainda estava vestida com o manto de renda. De alguma forma irracional, aquilo o tornava mais vulnerável em minha mente.
- Vossa Majestade é o homem mais bonito que existe – falei um tanto deslumbrada, deixando meu olhar percorrer todo o corpo dele, curiosa.
Ele sorriu.
- Não viu muitos homens nus para comparar, creio eu – ele comentou divertido.
- Não, mas estou certa que Vossa beleza está acima da beleza dos homens normais – falei. Acreditava que ele conhecia a própria beleza, mas era modesto demais para se vangloriar dessa sua qualidade. Aquilo só o tornava mais belo ainda a meus olhos. – Tem uma beleza divina, Majestade.
- Sou só um homem, Liz – ele respondeu paciente – e há homens mais bonitos que eu sim, apesar de agradecer o elogio em suas palavras. Meu irmão mais novo, Edmund, é talvez bem mais bonito que eu, sabia.
Dessa vez fui eu que ri.
- Eu disse "homens normais", meu Rei, - brinquei também. – Sendo seu irmão, duvido que seja um homem normal. Deve ter a mesma graça divina que o protege.
- Todos somos protegidos por graça divina, - ele completou, tocando meu rosto numa carícia – inclusive você. Você é linda.

Senti minhas faces ruborizarem um pouco.
Ser bonita é uma coisa, ser chamada de linda por The High King Peter era outra completamente diferente. Era uma dessas coisas com as quais você precisa de alguns instantes para saber como lidar.
Com o dedo indicador, percorri seu corpo desde o colar do grande Leão de ouro com vermelho que ele usava até alcançar os finos cabelos claros de seu ventre, desejosa.
- Posso vê-la nua agora? – ele pediu e tinha uma expressão de súplica no rosto que me divertiu.
Dessa vez não esperei que ele tomasse a iniciativa e eu mesma abri o manto de renda, o deixando deslizar de meus ombros até o chão, me deixando nua. Senti frio, mas sem vontade nenhuma de me cobrir. O olhar dele percorreu meu corpo de cima a baixo e senti meu ventre esquentar só por ser objeto de seu desejo. Ficou completamente rijo só de me olhar.
Ergui a mão para seu ventre num impulso, mas parei antes de tocá-lo. O que eu ia fazer? Me senti tímida quando meu olhar cruzou com o dele, hesitei, mas mantive o olhar. Ele não parecia se importar.
- Envergonhada? – ele perguntou com um sorriso no canto do lábio.
- Sim, - respondi sincera – mas curiosa também.
- É nossa última noite, - ele falou bondoso – o melhor dia para matar toda sua curiosidade, minha linda.
Umedeci os lábios, excitada. As estrelas bem sabiam o quanto eu queria saciar minhas dúvidas.
Devagar (e bem devagar), Peter se ajoelhou diante de mim. Um Rei ajoelhado não é uma coisa que se vê todos os dias, mas ele se ajoelhou diante de mim. Fiquei sem ação por alguns segundos sem saber o que fazer, todavia as dúvidas cessaram rápido quando ele se aproximou mais, seus lábios encontrando meu ventre num beijo delicado. Senti minhas faces corarem violentamente quando entendi o que ele pretendia. Deslizou os lábios mornos em minha intimidade como se provasse meu sabor, suas mãos me forçando a abrir um pouco as pernas, coisa que fiz de bom grado para então sentir a sensação molhada da língua dele dentro de mim e a leve certeza de que se felicidade matasse, eu estava correndo sério risco de vida.

Enterrei meus dedos nos cabelos loiros dele enquanto o trazia para mais perto, soltando um gemido involuntário enquanto erguia um pouco minha perna esquerda.
Ele não parecia perto o suficiente, eu queria mais, muito mais. Gemi alto quando senti seus dedos fazerem pressão junto com a língua, meu coração batendo forte, meu sangue quente, meu desejo num ápice cada vez maior.
Senti o corpo estremecer de prazer e acabei eu própria me inclinando para sua boca enquanto meu corpo explodia num êxtase de felicidade.
Me senti mais leve e talvez até um pouco sonolenta enquanto colocava a perna de volta ao chão. Qualquer vergonha que tentou se apossar de minha mente fio mandada embora ao olhar para baixo e o ver ali, ajoelhado, olhando para mim e sorrindo da forma mais inocente possível. Lambeu os próprios lábios e conseguiu ficar mais bonito ainda e eu nem sabia como isso era possível.
Ele se pôs de pé devagar, ainda bem pertinho de mim, totalmente rijo e insaciado. Isso não era um problema, já que minha curiosidade estava gritando dentro de mim para que eu a saciasse.
E fio exatamente o que fiz.
Levei a mão a seu ventre e segurei seu membro sem nenhuma vergonha ou reserva.
Eu sabia que ele gostava de meus toques e não hesitei. Deslizei minha mão da base até a ponta do seu membro viril, senti a forma, a textura, a rigidez. Meus olhos encontravam os seus, quentes, sedentos, e voltavam para baixo, para ver, para conhecer. Queria saber todos os detalhes, olhar de perto, entender. Queria provar.
Devagar (e bem devagar) me ajoelhei diante dele.
Quando olhei para cima e nossos olhares se cruzaram senti um pouco de vergonha, mas a curiosidade era maior. Ele não me repreenderia por aquilo, sabia que não, e isso me fazia sentir mais confiante. Num pensamento tolo, pensei que ele era ainda mais bonito assim, comigo ajoelhada diante do órgão dele. Que coisa mais estranha para se pensar.

Olhei para frente onde minha mão ainda o acariciava. Nunca achei que pudesse achar o ventre de um homem algo bonito, mas era simplesmente fascinante ver de perto. Senti minhas faces queimarem de vergonha, mas no maior lampejo de coragem de toda minha vida até ali, deixei que meus lábios encostassem no topo do membro dele. Que queria sentir a sensação. Eu precisava sentir o gosto. Eu queria fazê-lo sentir o mesmo que ele me fez sentir a pouco.
Abocanhei até onde consegui e ele estremeceu em minha boca.
Eu já havia dado prazer a Peter antes, mas daquela vez era diferente. O mais estranho naquele ato é que eu sentia um imenso prazer també deslizar minha língua timidamente por ele, dentro de minha boca, sem saber muito bem o que fazer, e senti o rei por a mão em meus cabelos, com carinho. Não era o toque possessivo que eu havia feito com ele enquanto era ele quem estava ajoelhado. Não, o Rei tocava meus cabelos com cuidado, estava mais acariciando do que me puxando para ele. Começou a mover-se de leve em minha boca, quase sem mover realmente, num vai e vem compassado como o que fazia quando entrava em mim. Entendi que era aquilo que ele queria e acompanhei o ritmo com os lábios, indo e vindo devagar e ele gemeu. Essa era sem dúvida uma das partes que eu mais gostava em estar com ele: ver o Rei a meu dispor.
Passaram-se uns bons minutos em que matei minha cede com seu gosto, tempo o bastante para me senti confortável com a situação, até que o senti estremecer e sua semente se derramar em minha boca. Surpresa,me afastei, fazendo-o se derramar sobre meu queixo. Confusa, passei as costas da mãos tentando limpar meu rosto, sem saber muito bem o que fazer com o pouco que ficara em minha boca. Senti as mãos dele em meus braços me erguendo e engoli de pressa com medo que ele visse sua semente em meus lábios.

Peter me puxou para um abraço, sua respiração de acalmando do êxtase que eu o fiz sentir. Deixei meu corpo se apoiar ao dele sentindo uma de suas mãos em minhas costas me envolver. Respirei fundo ganhando coragem para encará-lo, mas seus olhos eram calorosos como sempre. Ele deslizou a outra mão pelo meu rosto até tocar meus lábios inchados com o que eu acabara de fazer.
- Vou sentir sua falta, Liz – ele falou.
No instante seguinte mordeu o lábio, como se tivesse falado sem pensar. Sorri. Imagino que meus lábios vermelhos e inchados não fossem o mais bonito sorriso do mundo, mas era bom o suficiente para aquecê-lo.
- Também vou sentir sua falta, meu Rei – falei e nunca antes havia sido tão sincera.
Sem se importar com o gosto em meus lábios, ele me beijou.