Dean, John, Sam e qualquer coisa de SPN não me pertence, além dos meus devaneios. Nem me causa lucros, além do findar da minha sanidade! .!
A mestra Empty Spaces me propôs esse desafio... Demorou, eu sei, sou uma péssima aprendiz, mas está ai! Espero que goste!
"Como matar um filho no coração de um pai" é uma sidestory, uma explicação dos fatos que permearam ou foram meramente citados na one-shot, "What daddy means". Não é necessário lê-la para entender, mas acho que é importante para compreendê-la à fundo..
Aqui teremos descrito o que não houve lá(*John/Dean in slash moments!*)! Daddycest!
Portanto o enredo é bem pesado, então se não gosta, sabe como é, não leia. Mas se sua alma é livre, seja muito bem vindo!
A idéia dessa fic estava me consumindo por dias. Sempre que parava na frente do pc era tudo no que eu conseguia pensar e quando fico assim, bem...é melhor ceder e escrever o que a mente manda do que lutar contra.
Bem, eu realmente não gosto do John, eu o odeio para ser sincera, mas não consigo pensar que ele não ame o Dean de alguma forma. Ao meu ver, como filho e como deveria ser, John jamais o amou. Foi essa idéia que me levou a escrever essa sidestory desta forma. Não consigo definir bem sobre o que ela é, talvez seja sobre o abuso de um pai ou sobre entrega (digna de camisa de força, por sinal) de um filho, ou talvez ambos
"All the love gone bad turned my world to black
Tattooed all I see, all that I am, all I will be...
Todo amor virou mal, escurecendo meu mundo
Tatuando tudo o que vejo, tudo o que sou, tudo que serei..."
Black- Pearl Jam
" How to kill a son in the heart of a father "
- A sidestory from "What daddy means"
"Lesson one - A present lesson"
Estava abandonado numa poltrona com uma garrafa de whisky quase vazia na mão, mas não tanto quanto o vazio que corria por sua alma. John Winchester havia acabado de perder sua última noção do que era correto fazer...
Perder Sam de suas vistas havia sido a gota d'água. Agora seu filho estava há milhas de distância, completamente desprotegido e ele nada podia fazer. Sam não o queria por perto, havia saído pela porta sem nem ao menos olhar para trás anos antes e nunca mais havia dado sinal de vida. Se não fosse por seu próprio esforço de ir até Stanford e vez por outra checar se estava bem, não teria visto o rosto do filho por todo aquele tempo.
Havia falhado com ele, talvez tivesse sido melhor contar a verdade, dizer que um demônio perigoso estava apenas esperando o dia em que deveria leva-lo para seu lado e fazer deste mundo o próprio inferno. Mas nunca teve coragem de olhar para aqueles olhos ávidos e esperançosos e jogar um peso desses sobre seus ombros... Sam tinha sonhos, tinha vontades arraigadas em seu ser desde que podia se lembrar, desde suas primeiras palavras...Sam jamais desisitiria do que queria para permanecer à seu lado. Não, Sam não era assim...e John sabia disso porque, apesar de todas as diferenças que existiam entre eles, sabia que seu filho mais novo era mais parecido com ele mesmo do que qualquer pessoa no mundo.
Eram compostos com a mesma fibra, aquela vontade plena de fazer apenas o que se deseja, aquela certeza que não importa o quanto errasse, o quando desse com a cara no muro, sempre teria uma chance a mais e que estaria certo no fim. Ele e Sam eram assim, sempre senhores da razão... Sempre certos e facilmente cegos pelo ódio... Sam ainda não sabia disso, ainda não tinha motivos para se afogar em fúria, mas tudo o que precisava era um empurrão, um motivo maior do que discutir com a família para que tudo ficasse tão turvo á frente de seus olhos quanto estavam a tantos anos aos seus próprios.
Sam não podia fugir do seu destino, assim como John também não. Mas Dean podia... Mais que isso, Dean devia...
O rosto machucado à sua frente, os olhos verdes que lhe observavam cabisbaixo com a expressão mais piedosa do mundo poderia fugir dessa loucura toda quando quisesse...O demônio não o queria como desejava Sam e não devia ser seu trabalho detê-lo, aquela responsabilidade era sua. Dean deveria ser livre, deveria compreender que o era... Deveria abandonar aos dois antes de ser deixado, seguir seu próprio caminho sem nem ao menos olhar para trás como Sam já havia feito.
Mas aquele ser continuava a amá-los incondicionalmente, apesar de tudo. Cada pequeno ato de desprezo ou cada palavra de desmerecimento, cada surra ou maltrato ou o que quer que já lhe haviam feito de ruim, ele jamais os abandonaria. Jamais deixaria ele e Sam sozinhos para trás, como eles faziam com ele sem nem ao menos se incomodarem ou perceberem, o tempo todo. Seja para caçar na cidade vizinha ou estudar em Stanford, para ir beber em um bar qualquer ou ir para uma escola qualquer. Um encontro com uma garrafa de vodka ou uma tediosa prova de matemática eram mais importantes, sempre foram necessidades mais urgêntes.
Grandes e pequenos pedaços de auto-estima arrancados sem dó, impiedosamente, numa mostra do quão pouco ambos pensavam no que sentia ao ser deixado ou simplesmente ignorado. Mostra do quão pouco pai e irmão se preocupavam com seus silêncios eternos. Não que ele não falasse as gracinhas de sempre, o bastante para se meter em confusão onde quer que passasse e ser o centro das atenções em qualquer lugar que fosse, junto daquele sorriso que fazia as mulheres correrem atrás dele e os respectivos namorados também, apesar de por motivos diferentes, e que estava lá a maior parte do tempo, gritando, pedindo e conseguindo atenção. Era impossível não percebe-lo, tão lindo, tão imponente e decidido, um sonho de consumo por uma noite inteira de loucura e nada além... Enquanto o Dean verdadeiro se escondia e emudecia cada dia um pouco mais, ficando mais distânte e assustadoramente mais sozinho por trás de beijos desavergonhados, sorrisos falsos e brigas sem motivo.
Estendeu a mão e tocou a face dele, marcada pelo peso de suas próprias mãos. Um rastro de sangue ainda sujava o corte em seus lábios e logo que o vermelho desaparecesse, uma marca escura apareceria vibrante sob a pele. Acabara de jogar todo o desgosto de seu mundo nele e Dean, nem ao menos se defendera... Aceitara aquela punição mesmo sem ter feito por merecê-la... Ele apenas fazia o de sempre, tentar salvar o resto daquela família, por panos quentes sobre aquele ódio que crescia entre John e Sam, pois mesmo que separada pela distância e pela raiva, jamais saíra de sua mente como sua maior preocupação.
Mesmo que traído e abandonado, seu amor por Sam não havia perdido uma só grama. Assim como o seu amor por ele havia sobrevivido à todas as provações concedidas, por todos aqueles longos anos recheados de espera, ordens e acima de tudo, obediência... Mas nada ali era falso ou apenas superficial e John sabia, mesmo sem uma única demonstração de afeto, de agradecimento ou de orgulho de sua parte, que Dean morreria por ele se assim ordenasse, mesmo que por um mero capricho de sua parte.
Olhava para ele, Dean estava no chão, ajoellhado bem á sua frente. Talvez esperando por mais, talvez sem forças para levantar por si mesmo. John deixou a garrafa escorregar por seus dedos até encontrar o carpete já desgastado e rolar para longe do alcance de suas mãos. Inclinou-se até ele, abraçando-o e beijando o topo de sua cabeça, como se aquele simples gesto pudesse se multiplicar em desculpas o bastante para aplacar a dor do que havia lhe feito... Em retribuição, sentiu-o desmoronar em seus braços, mas não era apenas seu corpo, era seu mundo que desmoronava...
Abraçou-o mais forte ainda e acarinhou seu rosto ferido, trazendo-o para seus olhos e o que pôde ver estampado naquele verde fora desolador... O que poderia dizer para anestesiar aquele desespero silêncioso que gritava cada vez mais alto no peito de Dean? Não haviam palavras que pudesse dizer, nem socos que pudesse levar em revide suficiêntes neste mundo para que aquela dor desaparecesse. Mesmo que ele não soubesse, John sabia que o estava traindo como Sam já o fizera... Sam já o havia abandonado e logo ele também iria... Estava a instantes de deixa-lo na mais plena solidão, mas não tinha coragem de dizê-lo que por uma segunda vez ele seria descartado por um interesse maior. John não conseguia, não era homem o bastante para dizer-lhe adeus.
Tomou os lábios feridos contra os seus, sentindo o gosto do sangue se dissipar na boca... Aquela invasão já lhe era tão comum quanto respirar, sempre que o alcool lhe vinha maior que a razão, mais forte e avassalador que qualquer senso de certo e errado. Dean já era seu mais do que deveria em uma relação entre pai e filho, em uma relação normal... Mas eles não eram normais, aquela pequena família destroçada já havia perdido a chance de assim se nomear quando ele escolhera caçar o dêmonio que matou sua Mary ao invéz de permitir seus filhos viverem como deveriam. Ele podia ter parado, podia ter desistido, mas havia culpa demais, tristeza demais, danos demais em sua memória para fazê-lo. Abandonar aquela busca desenfreada era admitir a verdade, a de que nunca havia sido um bom marido, nem mesmo um bom pai antes disso. Era um homem falho antes e agora, simplesmente, se fizera absurdamente pior.
Em meio ao beijo possessivo com o qual lhe invadia e dominava sem esforço, ajudou Dean a se levantar e o levou até a cama, sem se separar dele por um instante que fosse. Era fácil toma-lo, tê-lo em seus braços perdido entre gemidos. Sem perguntas a serem respondidas com palavras. Não havia receio em fazer o que desejasse para quem nunca lhe diria não. Mas havia uma outra verdade ali escondida, existia um medo subsequênte e muito maior que a necessidade de ter de deixar o gosto de seus lábios, o calor da sua pele, o seu cheiro... Esse medo muito mais apavorante que lhe cercava e o despia da razão, o de que um dia, Dean acordasse dessa cortina de fumaça ao qual fora mantido a vida inteira e visse a verdade em seus olhos. Nesse dia ele lhe olharia com repulsa, jogaria em sua cara todos os seus crimes, todo o mal que lhe fizera e, com autoridade e justiça, lhe odiaria para sempre. Nesse dia John perderia aquilo que nada no mundo poderia substituir, nem mesmo seu amor por Sam... Perderia de vez a sua casa, seu único lugar para onde retornar.. O único ser no mundo que lhe esperou ansiosamente e de braços abertos, todas as vezes em que fora deixado para trás.
Deitou-o delicadamente sobre os lençóis e se pôs sobre ele. Deixou-se passar por cada ferimento que provocara sobre seu rosto e não se importou em fazer o mesmo após entreabrir suas roupas. Havia realmente o machucado, demais para não ver um resquício de raiva ou mesmo repulsa em suas retinas. Mas não havia, nunca houve e jamais haveria...E isso talvez fosse o pior dos seus castigos.
Concentrou as mãos tremulas pela bebida em tirar-lhe as roupas com cuidado para não piorar a dor que deveria estar sentindo em cada mancha roxa que deixara sobre sua pele clara. E eram muitas...E naquelas marcas, lhe vieram a memória de como houvera se afundado naquele abismo... As lembranças do dia em que finalmente matara seu filho mais velho, da forma mais cruel de todas que podia imaginar.
A noite em que matara seu filho mais velho em seu coração...
Ooooo...
Continua...
Muito obrigada por ler! Haverão mais dois capítulos!Já escritos, então nada de lenga lenga para atualizar
Hey! Mas não se esqueça: Deixar um review custa barato e deixa uma alma sem sanidade alguma, mais perto das portas do paraíso!^.~! Senão eu conto ao tio Chuck e ninguém vai para o Céu!