Prólogo
"Vai-te foder, Zabini!"
Os estudantes que se agrupavam no Hall de Entrada de Hogwarts foram obrigados a dispersar-se enquanto um rapaz magro e loiro, com uma cara pálida e pontiaguda, atravessava furiosamente as portas vindo do Grande Salão. Ele foi brevemente seguido por outro, um rapaz alto de pele escura e com um enorme e malévolo sorriso rasgado.
"Não sejas cretino! Eu estava a gozar, tu sabes que estava!"
O loiro derrapou até parar e baixou-se atrás de um grupo de raparigas do segundo ou terceiro ano, que guincharam e tentaram sair do caminho.
"A ideia foi tua, Draco, ouvi-te eu próprio!"
As raparigas conseguiram ir embora com muitos guinchos e risadinhas e Blaise Zabini avançou para o loiro com um sorriso predatório. Ele tirou do bolso uma pequena garrafa que continha um espesso líquido vermelho e agitou-a zombeteiramente.
"Tu sabes que eu estava a gozar!"
Draco Malfoy recuou com os olhos agitados, embora a sua voz não tenha tremido quando tentou deter o seu companheiro.
"De facto, Zabini, eu lembro-me especificamente de sugerir que o Weasel seria uma boa cobaia, talvez devesses persegui-lo em vez de mim."
O Hall de Entrada estava a começar a ficar vazio enquanto os estudantes percebiam que seria uma boa ideia sair do meio do confronto. O loiro, agora com as suas costas comprimidas contra a parede de pedra, olhou para o Hall em desespero.
"Zabini, seu filho da…!"
O rapaz de pele escura parou, parecendo magoado.
"Isso foi mesmo rude, Draco."
Ele levou a sua mão livre até ao seu bolso. O rapaz loiro parecia agora verdadeiramente em pânico.
"Blaise, não, eu não queria dizer—"
"Petrificus Totalus!"
Draco fechou os olhos com força um segundo antes do feitiço o atingir e ele petrificar, com uma expressão mortífera no rosto.
Filho da mãe.
"Draco, eu sei o que estás a pensar."
Maldito sádico filho da puta.
Zabini guardou a sua varinha novamente dentro do seu manto e arrancou a rolha da garrafa.
"Mas é para o teu próprio bem."
Yeah, certo. Eu odeio-te tanto, sabes isso, certo?
"Vais agradecer-me por isto um dia, tu sabes."
Foda-se se ia. Odeio-te odeio-te odeio-te odeio—
"Bem aberto!"
E com isso, Zabini forçou a abertura da boca de Draco e verteu o conteúdo da garrafa pela garganta não-resistente de Draco. Atrás das suas pálpebras fechadas os olhos de Draco dardejavam em todas as direcções, tentando combater o feitiço, mas não serviu de nada.
"Já está! Bem, foi bom falar contigo, Draco, velho companheiro. Vejo-te daqui a bocado!"
Ele piscou o olho, apesar de Draco não o ter visto, e começou a andar calmamente em direção às masmorras, apontando a sua varinha por cima do ombro e sussurando com antecipação, "Finite."