Disclaimer: Os personagens desta história obviamente não me pertencem (porque se pertencessem... ah, nem conto o que eu faria!), apenas me apropriei de suas vidas para dar vazão às minhas loucuras. Não lucro nada com ela, a não ser a diversão que tenho ao escrevê-la e os reviews ( ^^ )

Conteúdo: Romance – Slash Misha/Jensen e Misha/Jared. Já sabe, né? Não gosta não precisa ler.

Beta: Anarco Girl (adoro escrever isso aqui!)

Sinopse: Realidade alternativa. Ele era lindo. No entanto era um mentiroso. Um mentiroso lindo. Mas a mentira tem perna curta, e a dele está perto de ser descoberta.

Nota 1: Baseado na canção Beautiful Liar (Beyoncè e Shakira). E o nome só parece, mas não tem nada que ver com maravilhosa A Beautiful Lie, da Diva #1 EmptySpaces11!

Nota 2: E eu ia dedicar pra Diva EmptySpaces11 a cena do banheiro, mas ela é tão fofa que vou dar a fic inteira! É pra você, Diva!

Letra (não deixem de conferir!): ht*tp:/*/w*ww.*vaga*lume*.c*om*.b*r/beyo*nce/beau*tiful-liar-traducao*.h*tml

Video: ht*tp:*/w*ww*.yo*utube*.c*om*/watc*h?v=EIhbfu_R-R4&fe*ature=related


A Beautiful Liar

O beijo dele tinha o poder de deixar o loiro completamente atordoado. Daquela vez não tinha sido diferente. Jensen precisava terminar de se arrumar para trabalhar, mas como vestir uma roupa se tudo o que queria era despir as poucas que cobriam o seu corpo para sentir a pele de Misha na sua?

- Hmmm, Mish... – gemeu, com o moreno a mordiscar-lhe o queixo, o pescoço. – Eu preciso ir trabalhar, amor.

- Você pode se atrasar... – o outro disse, as mãos abrindo os botões da camisa, que tinham sido fechados momentos antes. – Afinal de contas, ser o presidente da empresa tem que ter suas vantagens.

- Mas eu preciso dar o exemplo. – o loiro replicou.

- O exemplo que você precisa me dar é naquela cama. – Misha disse, num tom grave. Aquele tom que esmagava qualquer tentativa de resistência.

Era uma das coisas que deixava Jensen Ackles completamente apaixonado por Misha Collins. Tinham se conhecido numa reunião de negócios. Ele era advogado, trabalhava numa empresa muito respeitada e era famoso pela sua habilidade nos tribunais. Sua especialidade era na área trabalhista. Na ocasião, a empresa da qual Jensen era presidente estava enfrentando um processo movido por um funcionário que se sentia injustiçado por sua demissão, e tinha contratado os serviços do moreno.

- Mish... eu te amo... – o loiro sussurrou, enquanto era deitado na cama king size.

- Eu também te amo, baby.

Jensen sorriu. Adorava quando Misha o chamava de baby. Do encontro de negócios para um almoço informal, e deste para uma cama foi tudo muito rápido. O moreno tinha alguma coisa que virava a cabeça do loiro. Ele só não conseguia dizer se era sua inteligência e seu bom humor, os olhos estonteamentemente azuis, ou aquele fogo que incendiaria facilmente uma floresta inteira.

Misha sabia exatamente o que fazer para que Jensen estivesse sob seu controle. Era, como ele dizia, um dom natural. Seu talento. Gostava daquilo, de dominar aquele homem que era tão poderoso. Jensen era bem sucedido, comandava uma empresa que valia milhões. Mas ali, naquele quarto, obedecia direitinho a todas as suas ordens.

- Ahh... assim, Jenny! – ele gemia, enquanto o loiro engolia com vontade seu membro. – Faz direitinho que eu te dou a recompensa.

- Ah é? – Jensen dizia, fazendo uma pausa no seu "trabalho". – E o que eu vou ganhar?

- Só vai descobrir se chupar direitinho... – Misha provocava.

Mas o loiro sabia bem qual era a recompensa. Ansiava por ela. Mesmo depois da noite que tinham tido. Porque Misha era simplesmente viciante. Foi por isso que ele nem se importou quando o moreno o virou de bruços na cama, posicionando-se entre suas pernas. O lubrificante e o preservativo estavam no criado mudo.

- Anda, Misha! Não me tortura assim! – Jensen gemeu, porque o moreno parecia demorar uma eternidade para colocar a camisinha, depois de lubrificá-lo, massageando-o com movimentos circulares dos dedos habilidosos.

- A paciência é uma virtude, baby. E porque você foi um menino paciente...

A penetração veio sem aviso. O loiro não conteve o grito, as mãos puxando os lençóis brancos. O som do riso divertido do outro inundou seu ouvido, varrendo a vontade que tinha de xingá-lo. Por mais que Misha fosse um filho da puta, ele gostava daquilo. Sabia que aquele não era seu perfeito juízo, mas o moreno o deixava daquele jeito. Não havia como lutar contra aquilo.

Misha esperou Jensen acostumar-se com a invasão antes de estocar novamente. Mas não foi menos intenso. Queria ouvir o loiro gemer alto sob o peso de seu corpo. Queria ouvi-lo gritar de prazer cada vez que entrava e saia.

- Ah... Misha... – Jensen gemia. As palavras iam aos poucos dando lugar apenas aos sons desconexos, na mesma proporção em que a velocidade das investidas do moreno aumentava.

- Assim, baby...

Não demorou muito para que ele gozasse, os gemidos altos enchendo a cobertura de luxo do East Upper Side. Deixou que o corpo caísse sobre o outro, exausto, ofegante. Só saiu de dentro de Jensen quando recuperou o fôlego. Rolou para o lado e puxou o loiro para um beijo.

- Misha... – Jensen chamou, aninhado no peito do moreno. Misha apoiou o queixo no alto de sua cabeça, indicando que ouvia. – Você não mentiria para mim, mentiria?

- Claro que não, amor. – ele negou, convicto. – Por que a pergunta? Desconfia de mim? Ou aquele seu amigo andou falando abobrinhas de novo?

- Não, não é nada disso, Mi. – o loiro apressou-se em responder. Ergueu-se para fixar seus olhos verdes nos azuis. – Foi uma pergunta tola, me desculpe. Eu só tive... uma sensação ruim, sei lá. É bobagem minha.

Sua mãe sempre dizia para ele confiar na sua intuição. E, particularmente, o empresário achava-a muito forte; ela já o havia salvado de roubadas nos negócios e conduzido a outros muito vantajosos. Mas se Misha dizia que não mentiria para ele, acreditaria. Chris o tinha alertado sobre o advogado, quase provocando uma briga, mas ele decidira dar um voto de confiança ao namorado. O moreno, afinal de contas, nunca tinha dado motivos para tal.

- Hm, bobagem mesmo. – a voz dele o tirou de seus pensamentos. – Você sabe que eu te amo.

- Eu sei. – respondeu, beijando-o de leve e levantando da cama. – Mas agora eu realmente preciso ir... vou me atrasar demais. Porque vou precisar tomar banho... de novo.

- Se quiser companhia... – Misha falou, sorrindo maliciosamente.

- Nunca é demais. – o loiro respondeu, sorrindo de volta. – Até porque você é muito egoísta... só você gozou.

- Eu precisava de um pretexto para alongar mais o nosso momento, só isso. – o outro retrucou, abraçando o namorado por trás, enquanto o conduzia para o banheiro.

Misha sempre tinha um argumento, sempre ganhava. Era seu talento. Era seu dom.

M/J2

- Chad, eu não estou entendendo! Sinceramente, isso não é alguma brincadeira estúpida, é?

- Acha que eu brincaria com isso, Jay? – Chad Michael Murray parou de chofre, voltando-se para encarar o amigo.

- Não, Chad, eu... desculpe. – Jared Padalecki, o moreno alto, de olhos verdes e cabelos castanhos, tinha um ar desconfiança. – Mas é que eu não consigo acreditar no que você está dizendo.

- Jared, pelo amor de Deus! – Chad exasperou-se, passando a mão pelos cabelos louros, arrepiando-os mais ainda. – Há quantos anos somos amigos?

- Muitos, Chad... – Jared começou a dizer.

- E há quanto tempo você conhece esse cara? Três, quatro meses?

- Seis. - o outro corrigiu. – São seis meses.

- Que seja, Jay! – o mais baixo exclamou. – Ainda é muito menos tempo do que me conhece.

- Mas é que ele nunca deu motivos para que eu desconfiasse. – o outro replicou.

- Tem certeza? – o loiro perguntou. Chad era sempre direto. Sempre sabia fazê-lo duvidar de si e dos seus julgamentos. Era seu advogado do diabo particular. – Jay, eu conheço você. Quando está apaixonado, você fica cego. Não enxerga um palmo a sua frente. Essa sua alma de artista é uma grande fraqueza nessas horas.

Jared era artista plástico. Não era exatamente famoso, mas tinha certo reconhecimento no circuito de arte moderna nacional. Seus trabalhos já tinham sido expostos em várias galerias do país e até no exterior. Fora exatamente em uma dessas exposições, ali mesmo em Nova York, que sua vida cruzou com a de Misha. Os olhos verdes e sonhadores do pintor foram presa fácil dos sedutores orbes azulados do advogado. Mas não tinha sido só isso que conquistara Jared: Misha Collins era um homem muito inteligente, interessado em artes, educado... enfim, era seu príncipe encantado.

Jared só não gostava muito da profissão do moreno, que lhe roubava a maior parte do tempo. Misha era um advogado muito requisitado, e quase sempre precisava passar horas revisando os processos nos quais trabalhava. Mas ele, Jared, sabia entender e ficava contente quando tinham um tempo só para eles. Chad, seu melhor amigo, no entanto, sempre desconfiara do advogado. E naquela manhã tinha ligado, afirmando com todas as letras que provaria que Misha era um canalha.

- Certo, qual é a prova que você tem? – o pintor perguntou, suspirando.

- Essa aqui. – o loiro respondeu, estendendo um pedaço de papel. Ainda incrédulo, Jared apanhou-o.

M/J2

Em seu escritório, Jensen nem tinha percebido que já era hora do almoço. Estava aéreo naquela manhã. Porque, naquele dia, seu namoro completava um ano. O empresário terminou de assinar os documentos que precisava e foi até a janela de sua sala. Estendeu a mão e contemplou a aliança de prata que Misha lhe dera algumas semanas antes. Não havia sido exatamente um noivado – aquele termo era até ridículo, em sua opinião – mas o loiro sentia que seu compromisso estava mais firme. De fato, a ideia de propor ao advogado que morassem juntos rondava sua mente desde aquele acontecimento.

Com um sorriso no rosto, Jensen puxou o celular do bolso e teclou o primeiro número da discagem rápida. Dois toques depois, aquela voz que fazia seu cérebro derreter atendeu. "Olá, você ligou para Misha Collins, advogado trabalhista. No momento não posso atender, mas deixe o seu recado que em breve eu retorno.". O loiro se decepcionou com a mensagem da secretária eletrônica, mas resolveu obedecê-la e deixar um recado para seu amado.

- Oi, querido. – falou, imaginando estar olhando as duas safiras que lhe tiravam o fôlego. – Eu, hm, fiquei com saudades. Tá, eu sei que isso é muito meloso, mas você me deixa assim, sabia? Estou ansioso por hoje a noite. Talvez, hm, talvez eu tenha algo a lhe dizer. Me liga quando ouvir essa mensagem? Te amo. Beijo.

Com o coração batendo mais rápido, o homem de olhos verdes desligou o telefone e guardou-o no bolso. Aquela noite seria especial. Correria o risco e se entregaria ainda mais do que já fazia por aquele homem. Porque Misha era o homem de sua vida. Tinha absoluta certeza daquilo, mesmo que Chris e aquela porcaria de intuição quisessem alertá-lo de algo que não tinha fundamento.

Deu a volta em sua mesa e tirou o fone do gancho, apertando logo o botão que abria a linha com a mesa de sua secretária.

- Danneel, cancele os compromissos da tarde. – falou, animado. – Vou tirar o dia de folga.

- Sim, Sr. Ackles. – a moça, sempre eficiente, respondeu.

- Ah, e depois que fizer isso pode sair também. – estava de bom humor, podia fazer um agrado para ela. – Peça à Joanna que atenda as ligações para mim.

- Oh! – a voz dela expressava a surpresa. – Tudo bem, Sr. Ackles, como... como quiser.

Aquele dia não tinha sido feito para trabalhar. Tinha sido feito para Misha. Ele compraria uma roupa especial para a noite, um presente para o namorado, um bom vinho para quando voltassem para casa. E tudo seria perfeito.

M/J2

- Chad, eu realmente acho que não devíamos estar aqui. – resmungou mais uma vez, enquanto Chad bebericava uísque. – Eu quero dizer, isso não significa nada e...

- Jared, cala essa boca grande! – Chad disse, a voz não cheia de raiva, mas de preocupação com o amigo. Sabia que Jared só queria esquivar-se da verdade que poderia lhe machucar. – Você já veio até aqui, agora fica com esse traseiro grande quieto e espera!

- Mas, Chad, - ainda tentou objetar – isso pode ser só um jantar de negócios, não?

O loiro de olhos castanhos deu uma risada irônica e tomou mais um gole da bebida, antes de responder.

- Jared, francamente! Um jantar de negócios, a essa hora, no Four Seasons? Eu sei bem o tipo de negócios que seu advogadozinho veio tratar essa noite.

Na mesma hora em disse a última sentença, Chad arrependeu-se. Jared deu um longo suspiro e seu olhar perdeu-se nas mesas do restaurante. Ele não gostava nem um pouco de Misha, desde que tinha sido apresentado a ele pelo amigo artista plástico. Seu "santo" definitivamente não batia com o dele. Às vezes não conseguia evitar os comentários ácidos sobre o sujeito, mas sabia que eles magoavam o amigo. Ainda mais agora.

- Jay, desculpe falar assim. – disse, encostando a mão no ombro do outro. – Eu sei que você quer muito ir embora, mas você precisa ver com os próprios olhos pra acreditar no que eu venho te alertando há tempos. E eu não vou deixar você fugir dessa verdade, por mais que ela seja dolorosa.

Jared não respondeu. Chad estava certo. Mais cedo, quando almoçara com Misha, ele bem que tinha tentado perguntar, descobrir alguma coisa. Mas o moreno sempre o envolvia e ele se perdia na voz macia, nos toques calorosos, nos beijos ardentes. E, além do mais, Misha dissera que teria um jantar com um cliente naquela noite, não tinha mentido.

- Traz uma dose para ele também. – supreendeu-se quando a voz de Chad falando com bartender arrancou-lhe dos seus pensamentos.

- Chad, você sabe que eu não bebo! – protestou.

- Mas hoje você vai tomar pelo menos essa dose. – o outro foi veemente.

O moreno alto não discordou. Talvez aquela noite fosse mesmo feita para uma dose de uísque. Estava no meio do gole quando o viu entrar no salão do restaurante. Por pouco não engasgou e cuspiu o líquido na cara de Chad, ao notar que um homem loiro, alto, e muito bonito acompanhava seu namorado, olhado para ele com olhos derretidos. A sensação que desceu queimando por seu esôfago era mais do que a reação ao álcool do uísque, disso ele tinha certeza.

Nem Misha, muito menos Jensen, notaram Jared e Chad no balcão do bar, a sua direita. O advogado porque jamais imaginaria que o pintor pudesse estar ali, o empresário porque estava encantado demais para perceber outra coisa além daquele que amava.

- Por aqui, senhores. – o host os conduzia até a mesa reservada na famosa Pool Room.

- Misha, isso é... incrível! – o loiro dos olhos verdes disse, assim que se sentaram, impressionado com a beleza do lugar. A mesa que Misha tinha escolhido era bem embaixo de uma das quatro árvores que ornavam o amplo salão. Logo ao lado, o lago iluminado que dava nome àquela parte do Four Seasons dava a tudo um toque de romantismo sem igual.

- Incrível como você. – o moreno respondeu, lisonjeiro.

- Eu nunca vim aqui. – o loiro confessou.

- Mesmo morando em Nova York há todos esses anos, nunca veio ao restaurante mais famoso da cidade? – Misha ergueu as sobrancelhas.

- Ah, sabe como é, - Jensen disse, sorrindo – não é exatamente o lugar em que você vem a negócios, nem sozinho. E eu fui obtuso o bastante para não pensar em te trazer aqui antes.

O advogado riu alto. Jensen adorava quando ele ria daquela maneira, o jeito como os olhos se fechavam e os lábios se repuxavam ao máximo. Sua vontade era de agarrá-lo quando fazia aquilo. Mas não faria isso, não por enquanto. Misha gostava de ser discreto em público, e ele também. Não que tivesse problema com sua sexualidade. Mesmo que estivesse com uma mulher, sua atitude seria a mesma. Momentos mais quentes eram para ser vividos privadamente, porque eram dele e de quem estivesse com ele, de mais ninguém. Ainda assim, não resistiu a segurar a mão do outro.

Na entrada da Pool Room, Jared observava a cena, sem nem ligar para os olhares tortos de alguns garçons.

- Filho da mãe! – xingou baixinho, os punhos fechando. – Chad... eles... eles estão...

- De mão dadas. – o loiro de cabelos arrepiados terminou a frase. – E, se você não reparou, eles estão usando alianças de prata.

Jared forçou a vista e enxergou as finas argolas prateadas brilhando nos dedos do estranho e do moreno. Ele nunca teria reparado. Seu olhar sempre se focava no quadro maior, nas cenas como um todo. Mas Chad era detalhista, captava as coisas mais escondidas.

- Desgraçado! – o moreno alto xingou de novo.

- Eu detesto dizer "eu te disse"... – o outro começou.

- Cala a boca, Chad! – Jared interrompeu.

- Jared... – o mais baixo suspirou, colocando a mão no ombro do amigo, em um gesto solidário. – Olha, eu sinto muito, mas você precisava ver com os próprios olhos.

- Eu sei. – o outro concordou. – Agora eu entendo o quanto eu fui estúpido e burro! Todas as vezes que ele disse estar ocupado, provavelmente estava com esse aí. Ou outro, quem sabe... cara, como eu fui idiota!

- Calma, Jay! – Chad puxou-o de volta pra o bar. – Eu tenho que admitir que ele é muito convincente. Muito charmoso. E você se apaixonou... o amor... o amor nos deixa cegos.

- Muito cegos, você quer dizer. – Jared disse, passando a mão pelos cabelos. – Estava na minha cara... E se você não tivesse...

- Olha, não se culpe, amigo. – o loiro tentava tranqüilizar o artista. – Ele também é muito cuidadoso. Não é de hoje que eu estava tentando pegá-lo para provar a você que ele é um patife. E foi um lance de sorte. Se eu não conhecesse o gerente da casa, provavelmente eu nunca saberia da reserva que ele fez hoje.

- Como é? – Jared surpreendeu-se. – Você estava... tentando pegá-lo?

- Você realmente achou que eu ia ficar vendo o cara te enganar e não fazer nada? – Chad retorquiu. – Mas ele é bom, muito esperto. Sabe cobrir direitinho os rastros.

- Até esta noite. – o moreno alto murmurou, e Chad notou um brilho diferente em seu olhar. Conhecia aquela expressão. Indicava perigo.

- Jay, não vá fazer nada precipitadamente. – segurou o braço do outro. – Não quero que...

- Relaxa, Chad! – a voz do artista era segura. – Eu não vou fazer nenhum escândalo. Por mais vontade que eu esteja de socar aquele filho da mãe e aquele loiro atrevido, eu não vou fazer isso. Eu só quero saber quem o outro é. Porque, pelo jeito, ele está tão iludido quanto eu. Você viu o jeito como ele olhava para o Misha, feito bobo?

- Igualzinho a alguém que eu conheço... – Chad respondeu.

- Exatamente. – Jared continuou. – Misha deve estar mentindo para ele, como mentiu para mim. Mas essas mentiras começam a ruir esta noite, escreva o que estou falando.

- Nem precisa pedir, amigo. – disse Murray, satisfeito. – Mas o que você está pensando em fazer? – perguntou, curioso. Jared era inteligente, tinha as ideias mais mirabolantes para seus trabalhos, mas o que ele faria naquela situação?

- Eu ainda não sei bem. – Padalecki respondeu, devagar, as engrenagens do cérebro trabalhando. – Mas eu preciso falar com o cara. A primeira coisa é fazê-lo saber quem Misha Collins é.

- Isso é fácil! – Chad se animou – Eu posso dar um jeito de descobrir tudo sobre ele e...

- Não, Chad, precisa ser rápido! – o moreno interrompeu – Precisa ser hoje. Quer dizer, eu tenho que ao menos falar com ele essa noite.

- Jay, mas... Você vai simplesmente ir até lá e dizer "oi"?

- Claro que não! – o outro disse, fazendo sinal ao bartender para colocar mais uma dose de scotch no seu copo vazio. – Misha não pode saber que eu sei.

- Mas então como...? – Chad começou.

- Shhh! – Jared interrompeu novamente, dando um salto da cadeira. Pelo pouco que podia vislumbrar da Pool Room, viu Misha indo em direção ao banheiro. – É a oportunidade perfeita! Chad, eu preciso que segure Misha o tempo que puder no banheiro!

Os olhos castanhos de Chad se arregalaram. Ele tinha escutado direito? Seu amigo estava querendo que ele distraísse seu namorado mentiroso no banheiro?

- Jared... o quê? – teve que perguntar.

- É isso que você ouviu! – o moreno alto já o empurrava na direção do toalete. Não podiam perder tempo. – É até bom porque ele vai ficar assustado. Quero que ele sinta seu reinado ameaçado, mas sem saber do perigo real. Não deixe ele desconfiar que eu estou aqui, Chad!

Chad suspirou e saiu andando apressado para o banheiro, balançando a cabeça. Definitivamente Jared tinha bebido muito uísque. Mas confiaria no amigo. O importante é que agora ele sabia o canalha que Misha era e estava disposto a fazer algo sobre isso.

Enquanto seu amigo ia lhe ganhar algum tempo, Jared se dirigia à mesa onde Jensen Ackles tomava um gole de vinho. No caminho, o moreno alto não deixou de reparar que o loiro se vestia com elegância: calça social preta com uma suave risca-de-giz, camisa social cinza chumbo encimada por um blazer de corte italiano em um tom marrom escuro. No dedo anular, a aliança de prata chamava tanta atenção quanto os olhos verde esmeralda, perfeitamente encaixados no rosto angulado e cheio de sardas.

Parando rapidamente para pensar no que dizer, Jared puxou o fôlego e venceu o resto da distância entre ele e a mesa do homem, que já lhe olhava com certa curiosidade.

- Eh, boa noite. – Jared disse, fazendo um gesto com a cabeça, assim que estava perto o suficiente.

- Boa noite. – Jensen respondeu, educado. Notara o homem que se aproximava da mesa desde que ele apontara na entrada do salão. Também, com aquele tamanho todo! E ele era bonito. O nariz fazia uma harmonia exótica com o rosto largo, mas de ângulos marcados, emoldurados pelos cabelos castanhos na altura da linha do queixo. Os olhos eram verdes como o seu, mas de um tom de folha seca.

- Ah, meu nome é Jared. Jared Padalecki. – se apresentou, em dúvida se estendia ou não a mão. Por mais que soubesse que aquele homem estava sendo enganado por Misha, não conseguia deixar de sentir raiva e ciúmes.

- Jared... Padalecki... – Jensen repetiu, estreitando os olhos. – Hm, já ouvi esse nome... claro! – o loiro abriu um sorriso. – Você é pintor! Eu tenho um quadro seu! O meu nam... hm, um amigo me deu!

- Ah é? – Jared forçou-se a dizer. O outro ia falar "namorado", mas voltou atrás. Quer dizer que o desgraçado estava dando seus quadros de presente para o amante? – Que... que interessante! Eu... hm, espero que tenha gostado...

- É lindo! – Ackles afirmou, sorrindo sinceramente. – Você é muito talentoso!

O artista concordou com a cabeça, sentindo o rosto ficar vermelho. Receber um elogio daquele que era amante do seu namorado. O que poderia ser pior?

- Então, Jared... – Jensen tomou a palavra, depois de um momento de silêncio. – A que eu devo a honra de seu cumprimento?

Certo, aquela era a hora mais complicada. Ele tinha ido até ali, agora precisava arrancar uma confissão daquele homem, saber seu nome e onde poderia encontrá-lo. Respirou fundo e tentou se lembrar das lições de atuação que tinha tido na época de escola.

- Então... – ele fez uma pausa, ao perceber que não ainda não sabia o nome do loiro.

- Ackles. – Jensen entendeu e deu a informação. – Jensen Ackles.

- Jensen. – o moreno alto disse. – É que eu, hm, reparei em você e seu namorado e...

O empresário teve um acesso de tosse. Como assim aquele cara estava dizendo com todas as letras que Misha era seu namorado?

- Oh, desculpe... – Jared deu sua melhor performance. – Eu não...

- Não, tudo... tudo bem. – Jensen dispensou as desculpas. Afinal de contas, ele não tinha nada a esconder. Só tinha sido pego de surpresa. – É que... bem, eu sou um cara discreto e...

- Sinto muito, Jensen. – o pintor falou, tentando manter-se no personagem. – É só que eu notei que você e aquele cara tem uma harmonia legal... e... as alianças, e tudo.

- Oh sim... – o loiro abriu um sorriso. Estava tão feliz pelo aniversário de namoro que sentiu uma vontade enorme de contar aquilo ao recém conhecido. – Estamos fazendo um ano hoje. – declarou, a alegria estampada em cada linha do rosto.

Jared sentiu o chão sumir debaixo dos seus pés. Um ano? Então... não era Jensen o amante... ele era o outro. Os punhos do moreno fecharam-se imediatamente, assim como sua expressão. Por um momento ele considerou seriamente largar Ackles falando sozinho e ir até o banheiro quebrar cada osso de Misha que pudesse.

- Ah, Jared, você está bem? – a voz de Jensen o chamou de volta para a razão.

- Ohh... eu... estou sim. – o artista contava até dez mentalmente. – Parabéns! – forçou um sorriso.

- Agradeço. – o empresário disse, contente.

- Então, Jensen... – Jared retomou o que ia dizer. Já fazia algum tempo que Misha tinha saído, não sabia quanto mais Chad poderia segurá-lo. – Eu achei muito bacana esse clima romântico e eu... bem, gostaria de pintar vocês, ou alguma coisa para vocês, se não se importar.

Jensen ergueu as sobrancelhas. Aquilo era realmente inusitado. Misha e ele de modelos? Sorriu ao imaginar-se nu junto com o namorado, em uma cena digna da mitologia Greco-Romana.

- Ahhh, eu não... Não sei se Misha iria querer. – respondeu, tentado pelo convite estranho.

- Não precisa responder agora. – o moreno alto apressou-se em dizer. – Pode consultar o Misha – disse o nome do futuro ex-namorado acidamente – e me dizer depois. Mas se quiser uma sugestão, faça uma surpresa. Você pode levá-lo ao meu atelier em um dia qualquer e fazer uma brincadeira interessante. E não necessariamente eu colocarei seus rostos na pintura, se é essa sua preocupação.

O loiro considerou a proposta. É, poderia ser divertido. Imaginou a cara de Misha ao descobrir-se em um atelier de pintura prestes a ser modelo... Definitivamente seria interessante. Fora que, depois, poderia render bons momentos.

- Ah, eu vou pensar. – disse, sincero.

- Isso é bom, Jensen. – Jared respondeu, contente por ter conseguido o que queria. Agradeceria à insistência de sua mãe em lhe pagar as aulas de atuação. E a Deus por seu raciocínio rápido. – Mas não diga ao Misha da proposta, para não estragar a surpresa. Agora... se pudesse me deixar um contato seu... e eu deixo um cartão meu com você.

- Ah, tudo bem, sem problemas! – o empresário disse, tirando a carteira e de lá um cartão de contato. Recebeu o do moreno e guardou-o.

- Agora, se me der licença, eu estou, ah, um pouco atrasado. – o artista falou, preocupado com o tempo que estava demorando ali. – Ah, obrigado por considerar minha oferta. Vai ser um prazer pintar você e seu, hm, namorado.

- Por nada. – o empresário disse, sorrindo. Jared era mesmo um artista, seu comportamento não negava. Acompanhou o moreno alto retirar-se apressado. Alguns minutos depois, Misha reapareceu, uma expressão engraçada no rosto. – Você demorou. – Jensen observou, apenas curioso, sem tom de cobrança.

- Ah, eu encontrei um... velho amigo no toalete. – o moreno respondeu, os olhos azuis faiscando. – Estávamos trocando algumas figurinhas.

Jensen sorriu e tocou de leve na mão do namorado. Estava doido para contar do artista plástico e do convite excêntrico, mas manteria o segredo. Tinha ficado empolgado com a ideia de surpreender o advogado com uma sessão de modelagem. Além do mais, ele tinha algo muito mais importante para dizer àquela noite. Só precisava esperar o momento certo.

M/J2

Enquanto Jared conhecia Jensen, Chad Michael Murray entrava no toalete do Four Seasons, pensando em um jeito de fazer o maior e mais estranho favor que já fizera a um amigo. Na porta do lugar, o rapaz que segurava as toalhas estava sério, como pedia a etiqueta do lugar. Lá dentro, não havia som algum. Timidamente, o loiro adentrou o recinto, um passo depois do outro.

O lugar era amplo, muito bem decorado, como todo o restaurante. De um lado havia os mictórios, e do outro uma longa fila de reservados, as portas de madeira muito elegantes e divisórias de mármore. De dentro de uma delas, vinha um assovio animado. "Misha", pensou Chad, engolindo em seco. Sem saber o que fazer, foi para um dos mictórios, embora não estivesse com a mínima vontade de usá-lo. Seu coração deu um solavanco quando a porta do reservado se abriu.

- Oh! – ouviu a voz do advogado atrás de si. – Olhe quem está aqui! – ele continuou.

O loiro fingiu terminar o que estava fazendo e virou-se. Fez sua melhor cara de surpreso. Coisa que, aliás, Misha não aparentava estar.

- Misha! – disse, enquanto abria a torneira para lavar as mãos. – Eu que digo "olhe quem está aqui". Quer dizer, Jay não me disse que tinham um encontro aqui hoje.

O moreno ergueu as sobrancelhas, seus olhos expressando muita e pouca coisa ao mesmo tempo. Chad não saberia dizer o que ele poderia estar pensando.

- Ah, eu não estou... hm, com o Jared. – ele disse, devagar, escolhendo as palavras.

- Ah, não? – Chad fez questão de imprimir um tom irônico. – Algum cliente importante?

- Eu posso dizer que sim. – o advogado respondeu, nem direto nem esquivo, terminando com um pequeno sorriso. – E você, em um encontro? – acrescentou, no mesmo tom de Chad.

- Eu posso dizer que sim. – o loiro replicou, dando um risinho.

- Boa! – Misha disse, dando uma piscadela. – Mas escolheu bem, Chad. Aqui é mesmo um lugar muito romântico. Tenho certeza de que seu acompanhante está adorando.

- Assim como o seu cliente. – o loiro respondeu rápido, os olhos castanhos brilhando. Queria deixar claro que ele sabia muito bem o que o moreno fazia ali. – Aliás, é um lugar muito romântico para um jantar com um cliente, não acha?

- Depende. – o advogado disse, cruzando os braços e dando um pequeno passo. – Depende das intenções. – continuou, alargando o sorriso. – Mas é claro que as minhas são as melhores. É só que esse cliente é um homem muito refinado, e você sabe que esse é um dos melhores restaurantes da cidade...

- Claro. – Chad concordou.

- Bom, Chad querido, se não se importa, eu preciso voltar para o meu jantar. – Misha disse, já dando um passo na direção da porta, onde o rapaz lhe enxugaria as mãos. – Foi muito bom esse nosso papo... inusitado.

O loiro se desesperou. Tinha certeza que Jared não havia tido tempo suficiente para conversar com o cara no salão de jantar. Precisava fazer alguma coisa, e rápido.

- Misha! – chamou, mas se arrependeu, porque não tinha a menor ideia do que dizer depois.

- Hm... oi, Chad? – o advogado chamou, depois de um momento de silêncio.

- É que... hm, é que...

- O que foi, Chad? Por que está tão nervoso? – o moreno foi se aproximando, observando o loiro que torcia as mãos e olhava de um lado para o outro.

- Não estou nervoso. – ele negou.

- Ah, está sim. – Misha replicou, chegando perto. – E eu me pergunto se é porque estamos assim, nós dois nesse banheiro.

- Como é? – o loiro quase engasgou.

- Ah, qual é, Chad? – o advogado deu um risinho. – Quem você está querendo enganar? Esqueceu que eu sou um excelente observador? Eu percebi que você não veio usar o toalete coisa nenhuma. Eu só quero saber... o verdadeiro motivo. – a voz do moreno já era tão baixa que Chad precisava esforçar-se para ouvir.

- Você sabe, seu canalha. – O mais novo não conseguiu segurar. – Você está aqui traindo o meu amigo com aquele cara!

A gargalhada do moreno ecoou nas paredes cobertas de mármore.

- Ah, é isso. – ele disse, o tom divertido. – Chad... não é nada que você está pensando. Jensen é só... um cliente, eu disse.

- Como se eu fosse acreditar nisso. – o loiro retrucou, irritado com o cinismo do moreno.

- Isso... – Misha disse, dando mais um passo na direção de Chad, o que fez com que ele recuasse e se encostasse na pia. O advogado deu um sorriso malicioso antes de se aproximar ainda mais, roçando o corpo no corpo do mais novo. – É você quem decide. Agora, se me der licença, eu preciso voltar para o meu... cliente.

Devagar, ele foi afastando-se, ainda de frente para o loiro, um passo de cada vez. Chad ficou sem saber o que fazer. Tinha prometido a Jared que ganharia tempo, e tinha absoluta certeza de que não tinha sido o bastante. Era difícil pensar com toda aquela pressão, e o perfume marcante do advogado o atordoava. Droga, por que ele tinha que ter chegado tão perto? Foi então que seu cérebro estalou e ele não tentou impedir o impulso que o fez estender os braços e agarrar o moreno pelo blazer cinza claro; no segundo seguinte, a boca de Misha estava colada na sua.

"Que merda você está fazendo, Chad Michael Murray?" o jovem pensou consigo mesmo, enquanto deixava que a língua do advogado entrasse em sua boca... e, por Deus, ele era bom naquilo! "Você está ganhando tempo para Jared, ganhando tempo para Jared..." ele repetia, mas Misha só podia ter alguma substância entorpecente na saliva que molhava seus lábios enquanto eram mordidos e sugados, porque a cada segundo a motivação daquele beijo se tornava mais enevoada.

Chad não conseguiu reprimir o gemido baixo quando Misha pressionou-o mais ainda contra a pia. Involuntariamente ele passou as mãos pelo pescoço do moreno, que envolveu sua cintura, aumentando ainda mais o contato entre eles. E antes que ele pudesse recuperar o juízo que tinha ido embora, o advogado começou a andar pra trás, puxando-o na direção de um dos reservados. Com o pé, Misha abriu a porta e entrou, prendendo Chad entre si e a madeira logo que o loiro passou por ela.

Foi nessa hora, quando os beijos do moreno já desciam pelo seu pescoço, que Chad percebeu o que estava acontecendo. Ele não podia continuar, mesmo que fosse com a intenção de ajudar Jared. E, sendo honesto consigo, ele tinha que admitir que, nos momentos anteriores, seu amigo era a última coisa em que ele estava pensando. Definitivamente ele não podia julgar Jared por estar de quatro por aquele homem. Ele era incrível.

- Ei, ei, ei, Misha! – o loiro disse, fazendo força para afastar o outro. – Calma...

- O que foi? – o moreno tentava continuar o que tinha parado. – Vai desistir agora, Chad? Você está gostando, não está?

- Estou. – infelizmente, para o loiro, não era totalmente uma inverdade. No entanto, ele teria que ir um pouco mais além, nas palavras, para sustentar aquilo por mais algum tempo. – Mas aqui não é o melhor lugar, é?

- Ah, pode ser. – Misha disse em seu ouvido, arrepiando cada pelo de seu corpo. – Comigo qualquer lugar pode ser o melhor, Chad.

- Eu acredito. – o mais novo tentava manter-se firme. – Mas eu acho que outro local mais, hm, confortável, íntimo, seria muito melhor.

- Tudo bem, então. – o advogado mordiscou sua orelha. – De qualquer forma, eu também não tenho muito tempo, não é? Meu cliente está me esperando. Esse caso é bem complicado, requer muito da minha atenção.

- Imagino. – Chad disse, de olhos fechados.

O tempo todo Misha não o tinha soltado, movimentando de leve o corpo, o atrito das roupas fazendo um barulho surdo e tremendamente excitante. "Foco, Chad, foco!" era só o que ele pensava. Foi com alívio que ele sentiu o peso de Misha parando de pressioná-lo contra a porta.

- Sabe, eu nunca esperava isso de você. – o moreno disse, de repente, aquele sorriso cínico no rosto.

- Você nunca sabe o que esperar das pessoas. – Chad retrucou, sentindo uma pontada de arrependimento. Será que Jared o entenderia?

- Mas eu não posso dizer que não foi uma surpresa boa. – Misha disse, passando a língua nos lábios. – Eu sempre quis saber qual era o gosto do seu beijo.

- Agora você sabe. – o loiro replicou, a loucura que tinha tomado conta dele dando lugar à raiva pela cara de pau do outro.

- Espero poder provar outras coisas. – o advogado disse, correndo a mão pelo peito do mais novo.

- Outro dia.

- Outro dia... – repetiu, piscando para Chad. – Bom, até mais, Chad. – se despediu, afastando delicadamente o loiro para poder sair do reservado.

Chad ficou ali algum tempo, puxando o ar em grandes sorvos. Mal acreditava no que tinha acabado de acontecer. Esperava que Jared tivesse conseguido o que queria. E esperava que o artista não o socasse quando contasse o que tivera que fazer para "ganhar tempo".

- O que eu não faço pelos meus amigos! – resmungou, finalmente saindo do reservado e parando para molhar um pouco o rosto, e realinhar-se.

O rapaz das toalhas deu-lhe um sorriso maldoso quando saiu do toalete, que o loiro tentou ignorar, mas que o fez ficar vermelho. Voltou rapidamente para o bar, sem nem ao menos olhar para o lado da mesa de Misha. Quando viu Jared já sentando no balcão, ficou em dúvida se continuava andando ou não. Bom, ele teria que falar de qualquer jeito, que fosse de uma vez.

- Chad, você é incrível! – foi a primeira coisa que o moreno alto lhe disse, assim que chegou perto. – Eu consegui conversar com o cara, Ackles, consegui o contato dele.

- Jay eu... – precisava ter coragem – eu acabei de beijar o Misha.

- Eu... Você o quê?

- Calma Jay... – Chad tinha que se explicar rápido. – Foi a única maneira que eu encontrei de segurar ele naquele banheiro. Foi tudo muito rápido, e ele estava tão perto e...

Da melhor maneira que pôde, o loiro explicou o que tinha acontecido. Todas as frases eram entremeadas com um "me desculpe" ou um "sinto muito".

- Chad, Chad, Chad! – Jared tentava interromper o fluxo de palavras do outro, depois que já tinha entendido tudo. – Eu entendi, entendi! Você não fez por mal... e, pelo que você me contou, ele estava jogando charme pra cima de você. Se existe um culpado nessa história, meu amigo, é aquele filho de uma mãe! Mas ele vai pagar por tudo, ah se vai! Agora vamos embora, antes que ele acabe me vendo por aqui...

Sem dar muito tempo para o amigo responder, o moreno alto deixou o dinheiro da conta em cima do balcão e saiu puxando o loiro na direção da saída.

M/J2

Jensen desceu do taxi e esperou Misha para entrarem juntos no prédio. O empresário estava um pouco nervoso. Não tinha conseguido falar o que queria no restaurante. Tinha se perdido naqueles olhos azuis, naquela boca de lábios ligeiramente secos que o faziam querer molhá-los com sua saliva. Além de que, por mais que tenha se preparado, fazer uma proposta como aquela não era muito fácil. Para um homem de sua idade, na sua posição, era muita coisa a entregar. E ele não fazia ideia de como o outro iria reagir.

- O que está acontecendo? – Misha perguntou, abraçando-o pelas costas assim que entraram no apartamento, beijando-lhe o pescoço. – Você parece um pouco nervoso. Aliás, tem estado assim desde os últimos momentos do nosso encontro.

Como ele iria conseguir falar alguma coisa com aqueles beijos e mordiscos em seu pescoço? Reuniu todas as forças que tinha e desvencilhou-se do abraço do namorado. Virou-se para encarar as duas safiras que tinham um brilho de curiosidade.

- É que... eu queria dizer uma coisa, no jantar. – Jensen começou a falar. Passou a língua nos lábios, um gesto característico de quando estava nervoso.

- Você disse. – o advogado falou, sorrindo e aproximando-se um passo. – Muitas coisas. O que mais faltou?

- A mais importante. – o loiro disse, resistindo ao impulso de colar-se naquele corpo que o chamava. – Misha... nós já estamos juntos há um ano. – ele contemplou a aliança de prata em seu dedo por um instante. – E acho que nosso compromisso é uma coisa séria.

- Absolutamente séria. – o moreno concordou, dessa vez sem gracejos.

- Então. É por isso que eu acho que, talvez, possamos dar mais um passo. E eu estive pensando... – o empresário aproximou-se mais, deixando-se vencer pelo desejo de sentir aquele que amava mais perto. – Você já tem as chaves daqui, passa boa parte do tempo aqui... e se você se mudasse para cá? Se morássemos juntos?

As sobrancelhas negras arquearam-se sobre os olhos azuis, que logo depois se estreitaram. O coração de Jensen disparou enquanto ele aguardava o namorado refletir sobre sua proposta.

- Jen, isso é um passo importante. – ele ponderou. – Tem certeza?

O loiro encarou os olhos do advogado, procurando decifrar a expressão neles. Aquela era sua última chance de voltar atrás e continuar tudo como estava, cada um no seu canto, com sua individualidade. Mas tudo o que lia no rosto do seu amado era o desejo que ele mesmo sentia, era aquela hesitação de quem quer muito algo, mas tem medo de que, por sua culpa, não dar certo. Sim, ele tinha certeza.

- Absoluta. – respondeu, avançando mais, seu corpo roçando o do outro. – É o que eu mais quero. Dividir mais do que já divido com você. Acordar ao seu lado e saber que, quando chegar em casa, você vai estar me esperando. Construir algo junto com você.

- Isso é o que eu quero também. – Misha disse, a voz envolvente mais grave que de costume. – Você é lindo, adorável. Eu te amo.

- E eu amo você. – Jensen respondeu, juntando seus lábios aos dele.

A boca de Misha era doce, macia... Mas logo o beijo se tornara intenso demais para que o empresário pudesse distinguir muito aquelas características. Tudo o que sentia era o calor daquela língua invadindo-o, a força dos dentes que mordiscavam os seus lábios. Logo as mãos ágeis do moreno o haviam livrado do blazer, e abriam os botões da camisa. Enquanto faziam tudo isso, caminhavam para o quarto. Jensen precisou reunir forças para parar de dar passos quando chegaram à escada que levavam ao andar superior do seu apartamento.

- Espera, amor... – sussurrou, enquanto Misha o empurrava, querendo subir as escadas. – Eu escolhi um vinho especial para essa noite.

- Não precisamos de mais vinho, o do restaurante estava ótimo... – o advogado respondeu.

- Precisamos sim. – Jensen insistiu, sorrindo com a afobação do namorado. – Essa noite é mais que especial. Você escolheu o restaurante perfeito, e eu o vinho perfeito para a nossa celebração particular.

- Você sabe que a perfeição é você, eu e uma cama... – o moreno disse, olhos pidões, mas ainda assim deixando o namorado livre para ir até a pequena adega montada no bar, a um canto da grande sala de estar.

- Mas até a perfeição pode ficar melhor com um vinho desses... – o loiro disse, voltando com duas taças em uma mão e na outra uma garrafa em cujo rótulo vinha estampada a marca Romanèe Conti.

- Jensen... você é louco? – Misha perguntou, enquanto era envolvido pelos braços do outro. – Esse vinho deve custar uns mil dólares...

- Quatro mil, na verdade. – o empresário falou.

- Você perdeu o juízo... – Misha murmurou, antes que os lábios de Jensen tomassem novamente os seus.

- Perdi. Completamente. – o loiro disse, entre os beijos que se seguiram. – Por culpa de um homem. Misha Collins.

O moreno abriu um sorriso ao ouvir aquilo, seus olhos brilhando.

- Se é assim, eu tenho algumas ideias pra esse vinho... – murmurou, o sorriso se alargando e ganhando contornos maliciosos.

Apressados, os dois homens galgaram os degraus da escada e logo estavam no quarto do empresário. Jensen não saberia explicar como conseguiu abrir a garrafa de vinho, em meio aos beijos de Misha, preso entre os braços do moreno, vítima das mãos que percorriam o seu corpo. As taças ficaram esquecidas em cima de um móvel qualquer, porque o advogado tomou a garrafa das mãos do namorado e o fez beber direto do gargalo.

- Sabia que é um desperdício fazer isso com um vinho como esse? – Jensen perguntou, quando o líquido descia queimando por sua garganta.

- Você ainda não viu o que eu vou fazer com ele. – Misha provocou, buscando nos lábios do outro o gosto do vinho, antes dele mesmo tomar um pouco.

- E o que é? – o loiro não resistiu à curiosidade, mesmo sabendo que não teria a resposta.

- Isso é comigo. Apenas relaxe e confie em mim... baby.

Se ainda havia algum resquício de raciocínio, sobriedade, o que fosse, em Jensen, tinha ido embora com aquele "baby". O empresário se deixou ser jogado na cama, e observou com olhos famintos enquanto o advogado lentamente tirava as próprias roupas, peça por peça, entre um gole e outro de vinho.

- Você é um covarde... – disse, quando o moreno acabou de tirar a calça, e deixou um pouco de vinho escorrer do canto da boca, o líquido de cor púrpura descendo pela pele branca.

- Está ruim? – Misha perguntou, os olhos tristes.

- Não, mas eu quero provar desse vinho...

- Então vem comigo.

Tomando o loiro pela mão, Misha conduziu-o até o amplo banheiro. Colocando a garrafa sobre a enorme bancada da pia de mármore, tão devagar quanto havia tirado a própria roupa, ele despiu o outro. Jensen tremia de excitação com cada parte do seu corpo que era descoberta. E gemia com cada beijo que o moreno depositava em sua pele nua, que se avermelhava com o contato dos lábios quentes.

Quando finalmente tinha se livrado de todas as peças de roupa do outro, exceto a boxer preta, Misha o levou até a banheira de hidromassagem, deitando-o nela. Jensen olhava, curioso, mas não questionava. Adorava ser submisso àquele homem, que o dominava sem o menor esforço. Normalmente ele não era assim. Gostava do controle, em tudo o que fazia. Mas Misha era o leão que o subjugava e o fazia de cordeiro.

O advogado deixou o homem deitado na banheira e se afastou brevemente para retomar garrafa esverdeada e voltou com uma expressão lasciva no olhar.

- Quem precisa de taças... – começou a dizer, virando vagarosamente o recipiente, derramando o líquido sobre a pele do outro – quando podemos beber... – mais um pouco de vinho – direto um do outro?

Ficando de joelhos, curvou-se e começou a sorver a bebida de onde ela tinha se acumulado. Jensen não reprimiu os gemidos altos, primeiro ao sentir o líquido que, embora não estivesse gelado, estava mais frio que seu corpo em chamas, depois ao sentir a língua quente do namorado sobre si. Misha lambia e mordia, aproveitando o gosto bom do vinho e do outro. De vez em quando jogava mais um pouco de vinho, arrancando mais gemidos de Jensen.

- Você vai tomar... tudo sozinho? – o loiro perguntou, entre os arfados.

- Claro que não. – Misha respondeu, ficando de pé. – Mas você vai tomar de outro jeito...

Jensen ergueu os olhos para vê-lo livrando-se da cueca, descobrindo o membro em riste, o que o fez ficar com água na boca.

- Você vai beber aqui... – o moreno falou devagar, descendo a mão até o seu sexo, convidando o loiro a se aproximar, o que não foi negado.

Jensen não esperou pelo vinho para abocanhar o pênis de Misha, mas logo sentiu o gosto levemente doce, enquanto deslizava os lábios pela glande e por toda sua extensão. O moreno não perdia um movimento sequer, a garganta produzindo gemidos roucos.

- Assim, Jenny... – dizia, num sussurro. – Deguste bem o vinho... Está gostoso?

- Muito! – Jensen respondia, quando parava para retomar o fôlego.

Logo o corpo todo do loiro estava molhado com o líquido de Baco, o cheiro inebriante envolvendo os dois homens, excitando e provocando ainda mais os outros sentidos. Na banheira, uma pequena poça púrpura se formava. Quando o vinho finalmente acabou, Misha puxou o loiro para um beijo quente e urgente, esmagando-o em um abraço forte, enquanto as mãos deslizavam pela boxer encharcada, apertando os quadris furiosamente.

- Olha que pena... – disse, sem desgrudar os lábios da boca de Jensen. – O vinho já acabou.

- É realmente uma pena. – Jensen respondeu. – Mas tem outras coisas que podemos fazer além de tomar vinho.

- Eu sei. E é exatamente o que vamos fazer.

Em um único movimento, o advogado abaixou a cueca do loiro, ajoelhando-se na frente dele e engolindo-o por inteiro. Jensen gemeu e se contorceu, os punhos cerrando-se.

- Ainda tinha um restinho do vinho. – o moreno falou, rindo, antes de fazer o outro se abaixar também.

Deitou-o no fundo da banheira, em meio ao vinho, e o empresário arqueou as costas ao contato com o líquido. Misha aproveitou para passar a língua pelos mamilos dele, mordiscando-os de leve. Adorava ver Jensen se contorcendo de prazer com o que ele podia fazer. Enquanto isso, uma de suas mãos já escorregava por entre as coxas do loiro, procurando o caminho para a entrada apertada que ele tanto gostava.

- Ohhh... Mish...

- Diga, baby... – a voz do advogado era baixa quando introduziu o primeiro dedo no empresário –o que você quer do Misha aqui?

- Eu quero você, Mish...

- Me quer? – mais um dedo – Onde?

- Dentro de mim...

- Dentro de você? – movimentos de vai e vem – Fazendo o quê?

- Me fodendo...

- Ah, seu safado... quer que o Misha te foda, é?

- A-ham...

O moreno retirou os dedos de dentro do loiro e rapidamente foi até o armário da pia, onde sabia que estavam as camisinhas. Dessa vez não estava a fim de brincadeiras. Todo aquele vinho estava fazendo efeito, e seu corpo pedia pelo corpo de Jensen. Vestiu o preservativo e ergueu as pernas do empresário, posicionando-se entre elas.

- Seu desejo... – encostou a ponta do membro na entrada do outro – é uma ordem, baby.

Misha forçou-se contra o loiro, penetrando-o devagar e continuamente, expirando o ar em seus pulmões à medida que sentia o calor do outro o envolvendo. Jensen, por sua vez, gemia e apertava os olhos, enquanto era preenchido centímetro por centímetro.

Quando sentiu que estava por inteiro em seu parceiro, o moreno deitou-se sobre ele, buscando seus lábios. Esperou um tempo, até sentir o loiro mais relaxado e começou a movimentar-se lentamente.

- Jensen, você é tão... Quente! – gemeu no ouvido do empresário.

O loiro não estava em condições de responder. Seu cérebro, um pouco entorpecido pelo vinho, só conseguia processar as informações que os movimentos de Misha faziam percorrer por seu corpo. Sua reação foi agarrar-se às costas do moreno, as unhas enterrando-se na carne macia, puxando-o contra si.

O advogado entendeu a mensagem e começou a estocar com mais força e mais velocidade. A cada vez que entrava e saia, deliciava-se com o gemido alto que escapava dos lábios voluptuosos do loiro. Os olhos azuis não perdiam um detalhe sequer da expressão de delírio no rosto daquele que o recebia com tanto calor.

Os dois corpos molhados em vinho chocavam-se com violência agora, o barulho produzido excitando-os ainda mais. O álcool em evaporação era uma espécie de incenso que os envolvia, prestes a entrar em combustão com as faíscas produzidas pelos dois homens em chamas.

E logo o vinho se misturava ao suor, os sons dos corpos aos gemidos roucos. Pele contra pele, unhas contra músculos, lábios contra lábios. Uma mão habilidosa se encarregava de dar atenção à ereção prensada entre os dois abdomens.

- Mish... eu vou... ahhh...

Jensen perdeu a noção de onde estava, de quem era, de qual era seu nome. Sentia o corpo todo ter espasmos e ondas de prazer, enquanto derramava-se sobre si mesmo e em seu amante, mais um líquido naquela mistura toda. Misha não pôde resistir ao corpo de Jensen contraindo-se em volta de si, gozando logo em seguida, estocadas firmes tirando da boca do loiro gritos roucos.

O advogado deixou o corpo cair sobre o outro, enquanto ambos arfavam, tentando controlar a respiração. Ficaram assim um bom tempo, os corações aos poucos desacelerando. Misha foi quem se mexeu primeiro, deslizando para fora de Jensen, e beijando-o demoradamente.

- Eu te amo. – disse, mordendo o lábio inferior do loiro.

- Eu também. – ele respondeu, sorrindo e roçando o dedo pelos cabelos negros. – Você me faz muito feliz. Estou tão contente que tenha aceitado minha proposta!

- Como eu poderia recusar? – o advogado disse, acariciando o loiro. – Eu só quero continuar fazendo o que você disse que eu faço: deixar você feliz.

Jensen beijou o namorado e, naquele momento, pensou que era o homem mais sortudo do mundo. Tinha uma carreira bem sucedida, uma vida plena... e um namorado perfeito. O que mais poderia desejar?

- Agora... precisamos de um banho. – disse.

- Claro. Não queremos sujar a cama. Pelo menos não com vinho... – Misha respondeu, malicioso.

- Ainda tem planos para o resto da noite? – Jensen se fez de inocente.

- Até parece que você não me conhece, baby...

A risada de Jensen ecoou no banheiro. Sim, ele conhecia Misha. Ou pelo menos pensava que conhecia.

M/J2

Bem longe da cobertura do East Upper Side, em um apartamento simples do Queens, Jared Padalecki finalmente deixava a raiva que vinha contendo extravasar-se. O alvo era o seu mais recente quadro, que ainda nem tinha terminado. Pretendia dá-lo de presente ao namorado advogado quando completassem seis meses de namoro, dali há pouco mais de um mês.

Enquanto rasgava a tela e quebrava a moldura, as lágrimas escorriam pelo rosto do artista. A um canto, a garrafa de whisky barato que ele tinha comprado no caminho de volta para casa, depois da visita ao Four Seasons, jazia quase vazia.

Jared nunca bebia. Mas abrira uma exceção naquela noite. Estava se preparando. Em pouco tempo, pegaria o mentiroso, o lindo mentiroso que tinha feito aquilo com seu coração. Como dizia o ditado, o que era dele estava guardado.


Nota da BetAmada: Cassboy, caralho! Quer me deixar maluca? Já fiquei aqui imaginado todos os 3somes e 4somes possíveis! (você sabe que a cena Chad/Misha no banheiro não ficará impune) Com os privilégios da minha humilde vida beta, sei bem o que posso esperar de você. Plot aprovado, betagem feita... já posso perguntar: cadê o segundo capítulo? (6)

Nota do Autor: Hauashsauhsa! Era pra ser oneshot, mas as ideias são muitas pra um capítulo só. Então o segundo já está sendo preparado! Espero que o plot tenha agradado meus queridos leitores também. Não sei de onde ele veio. Surgiu na minha cabeça, um belo dia, rsrsss. E a parte Misha/Chad é influência da Diva Empty, que me fez tomar amor por esse loirinho mara!