Olá leitores! Desculpem meu hiato quase sem fim.

Muitas coisas aconteceram e nem todas foram boas. Perdi um grande amigo para a morte e foi a coisa mais terrível que já aconteceu. Ele era muito fã do Batman e Cia e meu cérebro simplesmente bloqueou contato com a fic por um tempo.

Mas aqui estou novamente, espero que gostem e comentem. Beijos e muito obrigada pelas mensagens e reviews!

I OWN NOTHING BUT MY WORDS


DON'T EVER LOOK BACK

8

Ao chegarem no limite da cidade, o caminhão entrou numa estrada de terra e seguiu por mais uma milha até encontrar o velho abatedouro. A vigilância sanitária o fechara há cerca de seis meses, mas as câmaras frigoríficas ainda funcionavam graças a uma ligação elétrica irregular feita por alguns dos homens do Joker.

Nenhuma viatura o alcançara. Ou porque não quiseram ou porque os seus homens que ficaram para trás os detiveram. O palhaço realmente não estava nem aí para isso, tudo o que enxergava estava turvo, como se fosse mais um daqueles sonhos com seu passado.

Quando seus homens desceram e perguntaram se ele queria que tirassem o corpo dela do caminhão, uma sombra pareceu pairar sobre todos:

Seu rosto estava mais estranho que o normal, maquiagem totalmente borrada e os olhos – seus olhos estavam vermelhos. Lágrimas?

O Joker estava chorando?

- Cara, é o fim do mundo! O chefe parece que tava chorando pela Harley. – sussurrou um dos capangas.

- Ela era mulher dele. Acho que se eu tivesse uma mulher fiel e gostosa como ela, eu também choraria. – comentou outro.

- Mas cara, é o chefe... chorando! – todos se olhavam com pavor.

- Acho que é só suor cara, o chefe não é de "disso", mas... a coisa vai feder em Gotham. Quando ele achar quem fez isso com ela, não quero nem pensar na sujeira que vai fazer.

Ao ver seus homens sussurrando entre si, o palhaço finalmente voltou a si:

- Tirem ela daí e coloquem lá dentro, agora! – e passando as mãos nos cabelos verdes, completou. – Depois eu não quero ver vocês aqui, nenhum de vocês!

Entrando pela porta grande e branca, o Joker viu os homens colocarem o corpo de sua louca Arlequina no chão coberto por uma camada fina de gelo. Depois que todos saíram, ele trancou as portas de metal, deixando aberta apenas a da câmara onde Harley estava.

Ele tirou as luvas de couro, se ajoelhou e abriu o zíper do saco preto. Como ele odiava aquele saco horroroso!

Ao ver o rosto pálido de Harley, ele a puxou para um abraço, mas não conseguiu. Ela estava rígida, petrificada.

Os lábios rosados e macios que ele tanto adorava morder, estavam roxos, quase pretos como o batom que usava quando saíam para se divertirem.

- Harley, abra seus olhos! O papaizinho está aqui, não vou deixar ninguém te machucar, essa tarefa é minha, você sabe disso. – ele tentou sorrir, mas espirrou por conta do frio.

Ela continuava imóvel, ele começou a ficar desesperado. Estava nua e dava para notar os pontos que o legista dera após a autópsia.

Sua pele era cheia de cicatrizes, mas não como aqueles pontos. O palhaço a deitou novamente e ficou a observar todo o corpo dela, logo lembranças o aqueceram e incomodaram. Ele odiava sentir aquilo por ela.

Ele odiava sentir a garganta se comprimir e doer. Odiava o fato de que agora, não teria ninguém para rir de suas piadas malvadas e sem graça. Não teria em quem confiar de verdade. Não teria ninguém para o acordar no meio da noite pedindo um abraço, nunca mais pediriam isso a ele.

Nunca mais.

Nunca mais ele ouviria a voz dela, estridente e alta como de uma menina malcriada, que falava muitas palavras por segundo, quase o deixando realmente louco.

Nunca mais tocaria nela e sentiria seu calor, seu carinho devotado, seu amor estranho. Espirrou novamente e se deu conta de que também morreria se continuasse ali.

Ele saiu e a deixou como estava.

Procurando o sofá velho e rasgado, ele desabou: precisava dormir ou adoeceria.

Espirrou e grunhiu raivoso. Fechando os olhos, ele ficou com aquela velha desconfiança martelando a mente:

- Se aquele filho que ela teve for meu... meu herdeiro de crimes, não posso deixar ele só, mas também não quero o peso de ter que cuidar. É um bebê ainda e... eu não sou do tipo que cuida de criancinhas. Eu as amedronto. – riu, mas logo continuou a pensar.

- Se era de algum cliente, que vá pro inferno! Não preciso dele. Mas se for daquele almofadinha bilionário, sequestrá-lo pode render um lucro muito grande, mas e se... e se ela estava mesmo fodendo com o Batman como alguns comentaram? Não, não pode ser. Ela não seria capaz. Não, não mesmo.

Ele não conseguia controlar seu próprio raciocínio. Espirrou e tossiu, estava resfriado.

- Mas se aquele menino for do Batman, vai ser ainda mais divertido. – desta vez o Joker gargalhou e abriu os olhos. – Se for do Batman, imagina o que ele fará quando souber que seu filho está nas mãos de seu pior inimigo? HA HA HA! – mas o riso foi enfraquecendo. – Mas eu ainda preciso saber onde o moleque está e se ela teve coragem de foder com o Batman, ah Harley, eu quem devia matar você! Eu quem devia torcer seu lindo pescoço como se faz com galinhas!

Alguns minutos depois, ele voltou sua linha de raciocínio para o que parecia mais coerente.

- Harley nunca teria nada além de brigas e brincadeiras com o Batsy. Ela o odiava por bater em mim, o odiava por sempre atrapalhar tudo e... – não terminou a frase mentalmente, adormeceu para sonhar com ela.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~Flashback~~~~~~~~~~~~~~~~~

Ele estava todo amarrado na cama, rindo do que tinha feito, rindo da dor que sentia na perna atingida pelo tiro do policial.

Assassinar aquele médico foi divertido, teria que fazer mais vezes.


CONTINUA...