N.A. : Essa fic foi escrita com o intuito puro e simples de me divertir, e divertir minha amiga que, por algum motivo, gosta de ler minhas fics. Não me leve a sério, porque eu mesma não me levo.

Foi só uma idéia aleatória que apareceu quando eu pensei "Uhm, o 10th e a Donna me lembram o James e a Lily" e quando eu me dei conta de que Dumbledore foi extremamente burro de deixar Harry Potter sozinho na soleira dos Dursley. Até onde a gente sabe, a tia dele podia ter dormido até tarde e ele ter acabado como filho do leiteiro.

Atenção para os spoilers da 4ª temporada de Doctor Who (provavelmente vão aparecer, com maior ou menor intensidade, ao longo da história) e de... bom, "Harry Potter e A Pedra Filosofa". Que você deve ter lido se não morou embaixo de uma pedra na última década.

Disclaimer: Harry Potter pertence a J.K. Rowling e Doctor Who pertence à BBC. A única coisa que eu tenho é tempo o suficiente pra inventar essas coisas e brincar com os personagens.


Harry Potter and The Blue Box

Capítulo 1 - The Boy Who Lived and The Runaway Bride

A Rua dos Alfeneiros era um lugar perfeitamente normal, habitado por pessoas normais que se orgulhavam de ser assim. Os moradores do nº 4, a família Dursley, eram provavelmente o exemplo mais claro disso. Eram um casal perfeitamente dentro das normas estabelecidas pela sociedade em quase todos os aspectos.

O Sr. e a Sra. Dursley tinham se deitado há apenas algumas horas, com Valter Dursley sendo intimamente perturbado pelo dia menos comum que ele tinha tido em anos; os dois adormeceram, sem idéia do que se passava bem embaixo da janela do seu quarto.

As circunstâncias nas quais Valter e Petúnia Dursley viviam haviam acabado de ser modificadas pela visita de algumas das pessoas mais fora da normalidade que a Rua dos Alfeneiros já vira: entre um velho senhor de longas barbas brancas e nariz quebrado, uma mulher que conseguia se transformar em gato e um homem absolutamente gigantesco pilotando uma moto voadora, a rua pacata provavelmente havia preenchido sua cota de esquisitices pro resto da sua existência.

Um bebê dormia placidamente no batente do número 4. A noite seguia seu curso, com as horas passando de maneira lenta e preguiçosa; o menino dormia, agarrado à carta que o senhor que o havia depositado ali deixou junto a ele no embrulho de cobertores. Se as coisas seguissem o curso naturalmente estabelecido – ou pelo menos o quão naturalmente poderia se estabelecer um curso para esse menino, que havia acabado de perder os pais num incidente trágico e sombrio – ele seria acordado por sua tia, gritando à primeira luz da manhã, quando saísse à porta para por as garrafas de leite do lado de fora para serem apanhadas pelo leiteiro. Acordado para onze anos de brigas com o primo, abusos e falta de amor.

O universo tinha outros planos para o garoto.

No que poderia ser considerada de longe a noite mais fora do comum que a Rua dos Alfeneiros já havia presenciado, uma segunda visita somou-se à primeira, que havia resultado no bebê adormecido no batente da porta dos Dursley. Essa visita em particular era uma caixa azul, que materializou-se em meio a uma rajada de vento e o barulho de componentes mecânicos. O som da caixa ecoou no silêncio da noite pacata, para ser ouvido por qualquer um que não estivesse profundamente adormecido naquele momento – o que não era o caso de nenhum dos moradores do local.

Um homem alto e magro saiu da caixa, sorrindo de orelha a orelha e falando sem parar. O sorriso lentamente sumiu de seu rosto e a sua torrente de palavras perdeu um pouco do tom alegre e da velocidade indescritível uma vez que ele se deu conta de seus arredores.

Uma mulher de longos cabelos ruivos saiu da caixa depois dele e, examinando seu entorno, virou-se para encará-lo, sorrindo sarcasticamente.

- As incríveis florestas fluorescentes de Pandora, Doctor?

- Beeeeem... – ele corou, coçando a sua nuca. Ela meneou a cabeça levemente, como num gesto irônico de descrença.

- Muito bom,Time Boy. Todo o tempo e o espaço. E nós paramos bem no meio do velho e chato SUBÚRBIO DE LONDRES. Onde eu, por um acaso, passei a minha vida TODA.

Ele aspirou o ar antes de responder.

- Não é Londres, Donna, é Surrey. E em minha defesa, eu não exatamente planejei essa parada estratégia, sabia? – ele assumiu uma expressão emburrada, soando ofendido.

- Então tá – Donna Noble, a mulher, revirou os olhos – Você quer que eu acredite que essa sua caixona azul simplesmente decidiu que seria legal pra gente dar uma longa caminhada noturna numa rua absolutamente tediosa e normal, é isso mesmo?

- É isso mesmo – ele ergueu o queixo de leve, num misto de desafio e de defesa das acusações que ela levantava – e se a TARDIS ouvir você falando dela desse jeito, vai deixar o seu chuveiro sem água quente por um mês inteirinho.

- É claro que ela não vai. – ela sorriu, acarinhando a lateral da caixa – A TARDIS me adora, não é mesmo?

O Doctor fez uma careta e cruzou os braços, o retrato exato de uma criança pequena fazendo birra. Donna não pode deixar de pensar que aquele fazendo manha era um dos seres mais poderosos do universo, com aparentemente mais de 900 anos de idade. Ela suspirou e sacudiu a cabeça, como se dizendo "o que é que eu FAÇO com você?" antes de se dirigir a ele mais uma vez.

- Já que a gente já á aqui, o melhor a fazer é abraçar a idéia da caminhada noturna, o que é que você acha?

Ele abriu seu sorriso enorme mais uma vez.

- Temos um acordo, Earth Girl.

- E você. – ela virou-se para a caixa azul – Me adorando ou não, nós vamos ter uma séria conversa assim que eu e Space Man aqui voltarmos, mocinha.

Donna apontou para seus olhos e em seguida para a TARDIS. Por algum motivo, isso fez o Doctor explodir na risada. A risada gostosa e contagiante que ele costumava dar e à qual Donna acabou por se juntar. Os dois desceram pela rua, ainda rindo de leve e falando bobagens, quando ela parou subitamente.

- Doctor, olha lá!

Ela apontou para uma pequena trouxa de cobertores que repousava no batente da casa número 4.

Ambos arregalaram os olhos quando o embrulho se moveu levemente.

- Por Rassilon, isso é...?

- Doctor, – Donna murmurou, com assombro na voz – é um bebê.

Antes que o Doctor pudesse protestar, ela pulou a murada do jardim e caminhou em passos rápidos até o batente da porta.

- Oooh, mas você não é a coisa mais fofinha do mundo? Você é um amor, é sim, é sim! – ela arrulhou naquela voz que as pessoas usam para falar com bebês, pegando-o no colo e puxando as cobertas de leve para olhar melhor o menino adormecido sem acordá-lo. – Olha, ele está com a testinha machucada, pobrezinho.

Ela passou o dedo levemente pela cicatriz, razoavelmente fresca, que adornava a testa da criança. Franziu o cenho, levemente intrigada; a cicatriz tinha o formato exato de um raio.

- Donna! – o Doctor guinchou, levemente sem fôlego, vindo postar-se ao lado dela. – Dá pra ter mais cuidado? Não vai pegando as coisas do chão desse jeito. Nós não sabemos quem... ou o quê... esse bebê pode ser. Sabe. Pode ser o motivo pra TARDIS ter nos mandado aqui. Grandes ameaças alienígenas em cada esquina, o tempo todo? Eu achava que você já tinha se acostumado com elas a essa altura do campeonato.

Em resposta ela simplesmente lançou um daqueles olhares que – o Doctor podia jurar – atravessava as pessoas como uma facada.

- Ah, Donna, deixa disso, eu estou levantando um ponto muito válido aqui. Pelo que a gente sabe, esse bebê podia começar a tentar comer nossos cérebros a qualquer segundo—

- Você faria a delicadeza de CALAR A BOCA, Spaceman? Não tem nada de alienígena aqui. Esse bebê foi obviamente abandonado. Olha só pra ele. E tem uma carta junto, provavelmente mais uma daquelas histórias do tipo "Oh, como eu queria poder criar ele, mas eu não tenho emprego e tenho mais vinte filhos" que essas adolescentes irresponsáveis que engravidam inventam quando largam os bebês nas portas das pessoas. O coitadinho do Harry não machucaria nem uma mosca, não é, amorzinho? – ela voltou-se mais uma vez para a criança, balbuciando levemente para ele, enquanto o Doctor fazia uma careta.

- "Harry"? Você deu um nome pra ele agora, é isso?

- Está bordado no cobertor, idiota.

E estava mesmo, em linha dourada e letras cursivas, ao lado de um aplique em forma de coruja saindo do ovo – que, ele tinha que admitir, era bem fofinho. O Doctor suspirou, contrafeito.

Donna deu um sorriso que não deixava de ter um toque de ironia.

- Eu não sabia que "Harry" era um nome comum entre os alienígenas comedores de cérebros.

- Tá, tudo bem, talvez não seja. E talvez o bebê não seja um alienígena comedor de cérebros também. Tá satisfeita agora?

- Muito, obrigada. – ela desviou o olhar dos cobertores em seus braços para ele e deu um sorriso.

- Oookaa-aaay, então está na hora de dar tchau pro pequeno Harry. Vamos embora daqui. Aventura o bastante pra uma noite numa rua chata e comum, não?

Isso foi o bastante para apagar o sorriso do rosto da mulher ruiva.

- O quê!

- Não ouviu? Eu disse que estamos indo. – o Doctor deu de ombros – Quer dizer, não dá pra gente ficar na... – ele leu a placa, iluminada à luz dos postes, na esquina da rua – Rua dos Alfeneiros pra sempre, eh?

- Bom, eu não vou sair daqui e deixar esse bebezinho indefeso aqui sozinho na noite escura, fria e perigosa.

O Doctor a encarou, como se ela não estivesse gozando plenamente de suas faculdades mentais.

- E o que você sugere então? Que a gente sente aqui a noite toda, com o bebê no colo, esperando os moradores do número 4 abrirem a porta de manhã pra virarmos pra eles e falarmos "Oh, alô! Nós encontramos esse bebê por acaso na porta de vocês e estávamos cuidando dele até agora porque achamos que era arriscado deixar ele sozinho no escuro"?

- É claro que não, isso seria ridículo.

- Bom, que bom, nós concordamos nesse ponto, então—

- Levamos ele com a gente, óbvio.

- O QUÊ?

- Sim! Isso vai ser brilhante, imagina só! – ela sorriu, um sorriso aberto e caloroso – Olha só pra essa coisinha pequenininha, Doctor. Ele precisa da gente, ele não é maravilhoso? Eu sempre quis um bebê – ela murmurou para si mesma, acariciando os cabelos muito escuros do bebê; o Doctor achou que a saída mais sensível era fingir que não tinha ouvido a última parte.

- Donna. Ele não é um cachorrinho de estimação, é um bebê; você tem noção da responsabilidade que isso implica?

- Doctor, - ela o fuzilou com os olhos - até cinco minutos atrás você não era Sylvia Noble. Você realmente acha que eu ia simplesmente adotar uma criança e depois deixar ela de lado? Ou você está insinuando que eu não vou ser uma boa mãe?

- Não estou insinuando nada!

- Claro que está!

- Eu só acho que não deve ser uma coisa feita de impulso desse jeito, só isso!

O bebê remexeu-se e choramingou nos braços de Donna, que voltou-se para ele imediatamente.

- Oh, não, não, meu amor! Shh, shh, shhh... – ela abaixou o tom de voz para um sussurro. – Viu o que você fez, seu babaca do espaço? Quase acordou ele!

- Ah, - ele retrucou, também em sussurros – quer dizer então que a culpa é só minha?

- Claro que é, você me fez perder a cabeça.

Ele suspirou e passou a mão pelos cabelos, num gesto automático. Harry virou-se em seu cobertores e se aconchegou mais a Donna, buscando instintivamente a fonte de calor; o Doctor podia praticamente ver o coração de sua companheira de viagens derretendo sob seu olhar.

Aquilo tinha que acabar. E rápido.

- Donna, olha – ele suspirou e mais uma vez despenteou-se – eu realmente sinto muito por desapontar você. Eu não acho que você fosse ser uma mãe ruim nem nada, por Rassilon, eu sei quanta compaixão e ternura você pode ter quando quer, mas... Eu não levo crianças. É muito doméstico. Eu não fui feito pra esse tipo de coisa.

- Então o poderoso Senhor do Tempo vai abandonar uma coisinha indefesa e deixar ela se virar sozinha no mundo, é isso?

- Donna, por favor, seja razoável. Daqui a algumas horas vai amanhecer, e vão abrir a porta dessa casa, e vão trazer ele pra dentro. Ele vai ter uma família, e com certeza vai ser uma família boa pra ele. Não precisa fazer drama.

Ele deu alguns passos para trás e ela olhou pra ele como se ele estivesse pegando uma ninhada de gatinhos, jogando dentro de um saco e afogando no rio. Ele revirou os olhos.

- E como você pode ter certeza disso? Pode ser que eles não queiram ele, o que vai ser dele então? Vão chamar o Serviço Social, mandá-lo pra algum orfanato ou coisa assim. E se ficarem com ele e não tratarem ele direito? Maltratarem ele, fizerem ele fazer todo o serviço da casa e tudo mais? Ou coisa pior? Meu Deus!

- Eu realmente acho que você não precisa fazer um drama tão grande. Essa não me parece ser uma casa de espancadores de criancinhas. Olhe lá a lareira deles, eles têm um bebê.

- Nunca se sabe – ela murmurou, secamente. – Alguma coisa me diz que esse menino não vai ser feliz nessa casa. E a TARDIS fez a gente parar aqui, não fez? Quer sinal maior do que esse?

- Donna, eu… E-eu não acho que seria certo. Você sabe que eu tenho alguns... problemas com crianças, desde que—

- E o que você acha que eu vou fazer, sunshine? – ela cortou a torrente de palavra que ele ameaçava começar a desfiar – Pedir a você pra posar de pai do meu filho? Não, obrigada! Eu sou uma adulta madura e você é um adulto, talvez não exatamente maduro, mas ainda assim um adulto. Sei o que quero e não vou te forçar a fazer nada que você não queira. Tudo que eu peço é paciência da sua parte quando eu estiver cuidando dele. E um berço, se possível. Deve ter algum na TARDIS, tem de tudo lá dentro no fim das contas.

"Pense, Doctor, pense. Quase mil anos de idade, a solução pra quase todos os enigmas do universo na sua cabeça e você não consegue dissuadir uma mulher de meia idade que quer levar um bebê pra morar com vocês?

Rassilon, será que ela não percebe que essa idéia até mesmo soa ruim? Vamos, homem. Faça alguma coisa. Pegue o que ela falou e vire contra ela."

- E ele vai crescer sem uma figura paterna? Os estudos mostram que essa é uma péssima idéia—

- Pare com isso, você obviamente está inventando desculpas agora. Além disso, eu tenho meu avô, não tenho? Melhor figura paterna que um garoto poderia querer. – ela sorriu afetuosamente ao falar em Wilf.

- E então... você quer voltar pra casa? – ele murmurou.

- Claro que não. Quantas vezes você vai confundir "visitar" com "ir embora" antes de entender isso? Eu quero ficar com você. E também quero ficar com o bebê. Você que está criando caso, dá até a impressão que a gente vai sair brincando de casinha pelo espaço, Deus. A menos – ela hesitou – que você queira que eu vá.

- Não! Não, eu... – ele massageou suas têmporas, tomando fôlego para responder. Alguma coisa dizia que ele ia se arrepender muito disso, mas mesmo assim ele não podia evitar. E o que ela falava tinha sentido, afinal. Não é como se nada fosse mudar ou se eles fossem "brincar de casinha no espaço".

E ela tinha aberto mão de tudo pra viajar com ele.

- Tudo bem, Donna. Vamos levar o bebê. Mas! Vamos passar uma semana só com ele e se não nos adaptarmos voltamos pra cá, logo depois de sairmos, e devolvemos ele pro número 4. Combinado?

O sorriso dela se alargou a não mais poder; ela lhe deu um meio abraço desajeitado – tomando cuidado para não derrubar a criança adormecida – e um beijo na bochecha antes de voltar sua atenção para o emaranhado de cobertores novamente.

- Bem-vindo à bordo, Harry. – ela murmurou, afetuosamente, e o Doctor não pode evitar sorrir também.

- Pois é, bem-vindo à bordo.

- Ah, Doctor. Isso não é mágico?

- É sim, Donna. É sim.

Três semanas depois, Arabella Figg torcia um pedaço de pergaminho em suas mãos, encarando a porta nervosamente. Ela não podia acreditar que tinha sido estúpida o suficiente pra perder o menino de vista daquele jeito. Uma tarefa simples, tão simples, que até ela devia ser capaz de conseguir realizar – e ela falhou.

Esperava que não fosse tarde demais para consertar as coisas. Esperava que sua mensagem tivesse chegado a Alvo Dumbledore, e que ele viesse logo.

Ela saltou na cadeira ao ouvir uma leve batida na porta. Precipitou-se para a porta, abrindo-a nervosamente e olhando, assustada, para o homem de longas barbas brancas que estava parado em sua soleira. Ele lhe deu um sorriso amável.

- Arabella, querida. Qual o problema? Acabei de receber sua coruja, parece grave.

- Dumbledore... – Arabella Figg fez força para se controlar. Ela não iria chorar. Não iria demonstrar suas fraquezas na frente daquele bruxo extraordinário. Ela sequer conseguia imaginar o que ele iria dizer quando recebesse a notícia que tinha pra lhe dar. Ela, um aborto inútil que tinha recebido uma missão tão básica: vigiar o número 4 e a nova vida de Harry Potter com seus tios.

Um aborto inútil que tinha falhado nessa missão simples.

Dumbledore continuou a observá-la, pacientemente, esperando que ela começasse a falar. A Sra. Figg decidiu que quanto mais rápido se livrasse daquilo, tanto melhor. Tomou fôlego.

- Dumbledore... O menino sumiu.

O bruxo à sua frente piscou.

- Sumiu?

- Sim... Sumiu. Eu vim pra cá já faz algum tempo, você sabe, vigiando os Dursley, e recebi sua mensagem no dia em que vocês entregaram o bebê. Fiquei de olho, como você pediu, e não vi sinal dele até hoje. No começo isso não me alarmou, porque conheço os Dursley. Eu não achei que eles fossem sair... ah... exibindo o filho de Lílian e Tiago por aí. Mas já faz quase um mês, Dumbledore, e nem sinal da criança. Eu comecei a me preocupar.

Dumbledore fechou os olhos, parecendo estar em profunda concentração. Nada foi dito na sala por alguns minutos, minutos que para Arabella pareceram horas.

- O bebê não está com os tios. O que você acha que isso quer dizer, Arabella?

Oh, Deus. Ela não teria coragem de dizer a ele, teria?

- Eu acho... Acho que levaram o menino, Dumbledore. Não sei quem, nem por que, mas ele foi levado.

Dumbledore voltou a sorrir.

- Não se preocupe, Arabella. Você fez bem em me avisar. Pode ficar tranqüila; se levaram o menino, temos meios de encontrá-lo, onde quer que ele esteja nesse planeta.

Mas, como Dumbledore veio a descobrir depois de deixar a casa de uma Arabella Figg muito mais aliviada e mobilizar buscas minunciosas, Harry Potter parecia ter simplesmente desaparecido da face da Terra.

[Continua]