Golden Eyes and Baby Juice

Olhos dourados e suco de bebê.

"Sirius. Se acalme."

Sirius ignora Remus e anda ainda mais rápido enquanto os dois fazem seu caminho pelas ruas de Londres. Sirius está andando na frente, porque é ele quem está segurando alguns papeis amassados como se sua vida dependesse disso, parando a cada poucos quarteirões para olhar o endereço que ele tinha rabiscado ali. Remus nunca está um passo ou dois atrás do namorado, suspirando e balançando a cabeça pelo excitamento juvenil de Sirius.

"Um bebê, Moony, um bebê! Você imagina?"

Remus se segura para não revidar que viver com Sirius é praticamente viver com uma criança – comida por todo o lado e crises de atenção e birras. Ao invés, ele caminha até o animago e encosta suas mãos juntas, uma vez, levemente.

"Um bebê, Padfoot. Eu não posso imaginar."

Sirius sorri radiante antes de voltar a prestar atenção nas placas da rua. "Certo, bem, o orfanato deve ser aqui em algum lugar. Acho que eles disseram que é à esquerda depois desses apartamentos..."

E lá estava, de repente na frente deles, o orfanato. Remus sente uma pequena palpitação quando ele levanta os olhos para o prédio, algum tipo de zumbido em seu coração. A criança deles estava ali em algum lugar. Dele e de Sirius. A pequena garota deles, aquela que eles estão indo conhecer naquele dia, aquela que eles vão levar pra casa em poucas semanas.

Na frente do prédio, entretanto, Sirius pára.

Remus vê medo nos olhos do animago. "Remus," ele sussurra. "E se nós não pudermos fazer isso?"

"O que quer dizer?" Remus pergunta. "Nós estamos quase com a papelada pronta. Ela deve ser nossa no final de Outubro."

"Não. Quero dizer, e se nós não conseguirmos criá-la? E se nós formos péssimos pais?" Sirius passa uma das mãos pelo seu longo cabelo negro. "Meus pais me odiavam. Eu tenho o exemplo. Eu não sei como criar uma criança com... com amor e todo o resto que eu sou suposto a dá-la."

Remus dá um passo pra frente e ignora o fato de que eles estão em uma movimentada rua trouxa de Londres. Ele passa um braço em volta do pescoço de Sirius e o puxa pra perto, dando um beijo furtivo na têmpora do outro. "Sirius. Pense no quanto você me ama. No quanto você ama Wormtail, e Lily e Prongs. Um testrálio desenfreado não poderia te separar de Harry quando ele precisa de você. Esqueça dos seus pais e como eles te criaram. Você vai ser o melhor pai que existe... depois de mim, claro." Remus adicionou com um sorriso afetado.

Sirius empurra o amigo. "Claro. Você vai alfabetizar os brinquedos da pobre criaça o dia todo, e vai fazê-la ler livros e comer horríveis comidas saudáveis porque você leu que elas são boas para bebês."

Ambos riem por um momento, e então Sirius diz tremulamente. "Remus, bebês quebram. Eles são coisinhas frágeis, e eles são todos... vazantes."

Remus ergue uma sobrancelha, e Sirius continua. "Quer dizer, eles estão vazando... suco de bebê toda hora. Escorrem meleca e cospem e... tudo isso. Como você cuida de alguma coisa assim?"

Remus bufa e guia Sirius em direção do orfanato. "Padfoot, por sete anos eu dividi o dormitório com você e Prongs. Eu acho que eu posso lidar com qualquer coisa que esse bebê jogue na gente."

"O nome dela é Darcy," disse a mulher que dirigia o orfanato (Sirius imediatamente esqueceu seu nome) enquanto ela embalava um bebê dormindo em seus braços.

Sirius caiu de amores paternos desesperada e loucamente assim que pôs os olhos nela. Ela era pequena, com cachos negros e macios coroando sua pequena cabeça. Ela tinha um fofo nariz de botão, pequeninos dedos e minúsculos pés. Ela tinha pequenos dedos que se contraiam em seu sono, e sua boquinha rosada se esticando em um bocejo. Sirius nunca sentiu esse tanto de amor por ninguém, exceto possivelmente Remus. Até mesmo Prongs, seu irmão, e Harry, que ele amava mais do que a vida, foram superados pelo milagre que era aquela garotinha.

"Darcy," Sirius sussurrou, então disse rapidamente, "Quando podemos levá-la para casa?"

Ele sentiu Remus mudar de posição atrás de si e soube que o lobisomem estava pensando na mesma coisa.

"Não deve demorar muito agora," a diretora do orfanato respondeu. "Os formulários já estão quase todos completos. Volte aqui em algumas semanas, talvez dia 03 de novembro, e ela deve ser toda suas."

03 de novembro de 1981.¹ Sirius marcou a data em sua mente, a data que ele e Remus se tornariam pais, e seu rosto de quebrou em um sorriso, e sem pensar ele jogou seus braços em volta de Remus exuberantemente. "Um bebê, Moony!" ele cantou contra o cabelo de Remus. "Nós estamos tendo um bebê."

"Mantenha sua voz baixa," Remus implorou, seus olhos paralisados em Darcy, quem estava se movimentando. "Meu Deus, ela é linda."

Sirius olhou de volta para o bebê e senti seu coração parar na garganta. Seus olhos estavam se abrindo, e eles eram dourados. Dourado radiantemente brilhante, como o outono ou um cofre em Gringott's. Sirius se virou para Remus.

"Moony, amor," ele sussurrou, "ela tem seus olhos."

Naquela noite, Sirius e Remus dormiram juntos, mas ao invés de um dos dois deixar a cama (o que parecia ter se tornado um hábito deles), eles ficaram juntos, presos nos braços um do outro. Mãos acariciando costas e estômagos e entre de cabelos macios enquanto lábios plantavam beijos macios em pescoços e bochechas e sussurravam sonhos maravilhosos e esperanças que eles tinham pelo bebê, o bebê que eles nunca teriam.


¹ Pra quem não percebeu, é o ano que os Potter morrem, Sirius vai preso etc. Dia 31 de outubro o Sirius vai preso, e no dia 03 de novembro eles eram suposto a pegar a bebezinha deles. ;_;

Cara. Essa me quebra em um trilhão de pedacinhos. Porque eles estão tão felizes e bum, a merda toda acontece e eles nunca terão a Darcy que tem os olhos do Remus e ;_; mimimi, fiquei emo.

Bleh. Eu provavelmente tenho de me desculpar eternamente pela falta de posts. A verdade é que eu realmente tinha um monte de coisas pra escrever (ainda tenho, in fact), daí veio carnaval e eu viajei, e daí veio uns probleminhas e eu finalmente estou aqui. Não se preocupem que por agora, eu volto com os posts mais freqüentes.