Prólogo

Era inevitável aquela maldita dor de cabeça.

Geralmente sou forte para bebida, contudo minha força não serviu de muita coisa, após fazer uma aposta ridícula com Jakotsu para ver quantas garrafas de saquê eram necessárias para me deixar alterada. Quando dei por mim haviam cinco garrafas vazias no chão junto com umas dez ou quinze latinhas de cerveja e, para ser honesta, a partir daí, eu não me lembro de muita coisa.

Acordei de ressaca, xingando a televisão que havia ligado sozinha e o barulho que estava fazendo minha cabeça doer. Maldita assombração que havia ligado a televisão.

Apertei minha mão contra a testa enquanto gemia baixinho, notei que estava sobre um superfície estranha e abri os olhos, apenas para notar que estava usando meu amigo, Jakotsu, de cama. Alguns flashes de memória invadiram minha mente: em algum momento daquela madrugada, quando eu estava completamente embriagada, Jakotsu e Bankotsu começaram a tirar suas roupas e por algum motivo fortuito, fiz o mesmo.

Ah é, estávamos testando nossa habilidade de sedução com danças sexys. Fiquei feliz ao constatar que (ao menos) ainda estava de calcinha e sutiã, mas corei furiosamente ao perceber que a mão de Bankotsu estava em minha nadega esquerda. Jakotsu era gay, mas seu irmão mais velho não.

Enquanto eu juntava os fragmentos de minha memória tentei me sentar no chão ao lado do – quase – morto Jakotsu. Eu o amaldiçoava todos os segundos por ser homoafetivo, deveria existir uma lei divina que impedisse que homens lindos e perfeitos fossem gays. Era revoltante acordar semi-nua encima de um cara de cabelos negros e olhos cor de mel, com um corpo esculpido por algum artesão divino. Por outro lado é altamente vergonhoso acordar com mão do irmão desse cara – o qual é incrivelmente lindo também – em sua bunda.
Após cair duas vezes tentando chegar ao controle remoto, finalmente consegui desligar a televisão, esse maldito não poderia estar mais próximo? Não, ele tinha que estar na porcaria da estante, que por sua vez, estava a vários metros de mim. Quando me virei para procurar minhas roupas, Bankotsu estava de pé atrás de mim. Meu coração disparou pelo susto e quase soquei ele, porém tal ato não pôde ser realizado devido ao fato de minha mente estar entorpecida pela imagem de um homem de um metro e oitenta trajando apenas uma cueca box do Frajola. Ele me abraçou se curvando, em seguida voltou a ficar ereto me suspendendo no ar.

– Quero bis daquela sua dança. – Ele falou com uma voz jocosa. – Podemos ir para o quarto e assim lhe mostro o que um homem faz quando uma mulher como você o atiça daquela forma.

– Mulher como eu?

– Cabelo negros como a noite, boca vermelha como um botão de rosa, olhos azuis como o céu e pele branca como a neve.

– Você está descrevendo a Branca de Neve?

Ele me encarou alguns segundos e em seguida sorriu, deixando evidente aquelas covinhas em suas bochechas .

– Você é a Branca de Neve Nipônica.

– Você pode me colocar no chão, por favor?

– Estou aqui te dando meu coração e você me responde com essa frieza?

– Você tem namorada.

– Tenho? Esqueça ela, desde que lhe vi você se tornou meu objetivo.

– Objetivo?

– Objetivo de vida. Te ter, ou morrer tentando. – Ele me apertou contra si, e meu sangue estava bombeando tão rápido dentro das veias que a temperatura do meu corpo subiu drasticamente. Provavelmente ele estava vislumbrando em meu rosto um tom de vermelho nunca antes visto. Aliás isso era quase certo, levando-se em consideração seu sorriso de canto.

– Você ainda está bêbado. – Falei após respirar fundo. Duas vezes.

– Verdade. – Ele disse me colocando no chão e em seguida jogou sua camisa para mim. – Eu não estou mais namorando. E coloque logo essa camisa antes que perca o controle.

– Desde quando? – Questionei vestindo a camisa, que foi até a metade da minha coxa. Bankotsu ergueu a sobrancelha esquerda e desviou o olhar para Jakotsu, que ainda estava dormindo. Ele voltou a me encarar, mas dessa vez fez um gesto para que eu me aproximasse. – O que foi?

Como sou inocente.

Não é culpa minha demorar para notar a malícia com que certos atos são investidos.

Assim que me aproximei Bankotsu levou sua mão esquerda até a minha nuca me puxando de encontro a ele e me beijou. Minha surpresa foi tanta que somente quando senti a mão dele repousar em minha cintura foi que eu fechei os olhos. Minha mente funcionava a mil enquanto eu me questionava sobre os motivos de ele estar fazendo aquilo – como se o beijo não deixasse bem explícito – e como seria estranho quando nos separássemos. Querendo ou não sempre é estranho quando um amigo sai da zona de amizade, não que eu ache que ele realmente... estou ficando cada vez mais confusa.

Felizmente, meus pensamentos foram anestesiados quando o senti aprofundar o beijo enquanto se curvava ainda mais, fazendo-me ficar com o corpo colado ao dele, não consegui evitar um gemido de prazer ao sentir um leve aperto em minha cintura enquanto sua mão ia até minhas costas.

– Devo começar a chamar Kagome de cunhada?

Eu me afastei dele no susto, Bankotsu continuou de olhos fechados, mas um sorriso de canto apareceu em seus lábios que estavam mais vermelhos que o de costume.

– Jakotsu, vai assustar a mulher que lhe pariu!

– Se a mulher que me pariu lhe vê nessa situação com o outro que ela pariu, bebê, ela casa os dois. Não se esqueça que você é uma forte candidata para se tornar a futura Senhora Shingi.

A vergonha me impediu de responder, então apenas recolhi minhas roupas e segui para o quarto, batendo a porta ao entrar. Não sem antes ouvir um "Se a magoar, esqueço que sou irmão", seguido por "Que putaria é essa de nem me convidarem para fazer orgia?".

Eu me limitei a ficar vermelha ouvindo aquilo. Absolutamente, eu estou bêbada demais e ainda não caiu a ficha que eu estava me agarrando com um dos meus melhores amigos. Que porra é essa?

Enquanto me vestia lembrei de algo muito importante.

O motivo da televisão estar programada para ligar.

Olhei o relógio de cabeceira, eu estava atrasada e estava preste a perde o voou se não me apressasse, Jakotsu notou o horário também e começou a bater em minha porta freneticamente dizendo que se eu não saísse de lá com minha mala em de quinze segundos, ia me larga em casa. Sim, nós dois moramos juntos, o que faz com que Bankotsu esteja sempre por aqui, além do fato dele ser quase nosso vizinho (são dois andares de diferença).

Felizmente eu havia deixado a mala pronta e infelizmente eu saí de casa parecendo uma louca descabelada - ao menos havia escovado os dentes - acompanhada dos irmãos Shinji seguindo para o aeroporto, rumo ao hotel dos meus pais, a onde seria realizado o casamento do meu irmão mais velho.

Em pensar que aquele beijo era o começo...


Alou, aqui é a Fkake com mais uma fic, mudando um pouco o casal, porque shippar a Kagome com todo elenco masculino do anime, É VIDA!

Preguiça de procurar por uma beta, portanto, haverá erros de gramatica sim, desculpe, espero que gostem da fic, era para ser SessKag, mas acabou que não foi.

Beijos.