Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e eu não ganho um centavo com minhas fics.

DE MÃOS DADAS

Chiisana Hana

Capítulo IX

Dias depois de ter alta do hospital, Shunrei e Shiryu finalmente retornavam a Rozan. Além de irem buscar seus pertences, pretendiam conversar pessoalmente com o Mestre Ancião sobre o casamento e a mudança para Tóquio a fim de tentar convencê-lo a ir com eles. Sabiam que era uma missão difícil, mas não iam desistir.

Acharam uma boa ideia convidar os amigos para irem junto, já que no domingo era aniversário de Shiryu e além de comemorar o grupo poderia passar um final de semana diferente nas montanhas.

Assim, em uma sexta-feira, depois da aula de Saori, todos embarcaram em um jatinho rumo à China exceto Ikki, que prometeu a Shun que iria mas não apareceu no aeroporto.

Quando o grupo chegou em Rozan, foram direto para o lugar onde Shunrei e Shiryu sabiam que o Mestre Ancião estaria: no patamar de pedra em frente à cachoeira.

– Mestre! – Shunrei exclamou ao ver seu querido velhinho. Correu para abraçá-lo e deu um beijo na bochecha dele mesmo sabendo que ele não gostava.

– Chega, Shunrei… – ele resmungou.

– Eu estava com tanta saudade! O senhor está bem? Está se alimentando direito? Já está frio, não devia estar aqui fora, vai pegar uma gripe.

– É bom estar de volta, Mestre – Shiryu falou, rindo diante dos cuidados de Shunrei com ele.

– Estou feliz que tudo tenha corrido bem com sua cirurgia, minha pequena Shunrei.

– Foi por pouco, Mestre…

– Muito pouco – Shiryu corrigiu. Pensar em tudo que Shunrei passou e em quanto ela esteve perto da morte ainda lhe dava um frio na espinha. – Mas agora está tudo bem. Como pode ver, trouxemos convidados. Mestre, esses são meus companheiros Hyoga de Cisne, Shun de Andômeda, Seiya de Pégaso e a senhorita Saori Kido.

O Mestre Ancião cumprimentou os rapazes com um aceno cordial e, mesmo com dificuldade, curvou-se para cumprimentar a deusa.

– É uma honra conhecê-la. Seja bem-vinda ao meu humilde lar, senhorita.

Ela sorriu e agachou-se para falar na altura dele.

– Não, por favor, senhorita – ele pediu constrangido mas ela continuou agachada.

– É uma honra conhecê-lo também, Mestre Ancião. Além de tudo que ouvi de Shiryu e Shunrei, o senhor Mu também me contou algumas histórias sobre o senhor.

– Espero que boas.

– Ótimas. O senhor é uma lenda no Santuário.

– Sou só um velhote. Mas soube que Mu é o novo Mestre. Foi uma escolha sábia, senhorita.

– Sinto que sim.

– Pessoal, o papo está bom – Shiryu interrompeu. – Mas vamos todos entrar porque Shurei está certa, está frio aqui fora. – Ele a envolveu com um braço de modo protetor e falou baixinho, só para ela: – Não se esqueça de que você estava no hospital até poucos dias atrás.

– Não vou esquecer. Não tem como.

O grupo seguiu o casal e o Mestre até o interior da casa e se acomodou na sala de estar, que era exatamente como Saori imaginava. Móveis de estilo chinês em madeira avermelhada, quadros bordados pendurados na parede e vasos de porcelana, tudo com aparência muito antiga porém perfeitamente conservado.

– Agora contem como foram esses últimos dias – o Mestre pediu, sentando-se no sofazinho baixo que era seu lugar de costume. – Vocês passaram maus bocados…

– Pois é… – Shiryu começou. Não queria falar muito nesse assunto, mas sabia que era inevitável. – Nós levamos um baita susto… Mas já passou.

– Eu vi a morte bem de perto – Shunrei disse. Ao contrário de Shiryu, não se incomodava de falar.

– E eu já dei entrada nos papeis do casamento – Shiryu anunciou, forçando a mudança de assunto. – Deve demorar um pouco porque ela é chinesa, tem alguns trâmites a seguir, mas está feito. Agora é só esperar. Mas antes, o pedido oficial: Mestre, o senhor permite que eu me case com a Shunrei?

– E você ainda pergunta? – riu o Mestre. – Mas é claro, Shiryu. Vocês têm a minha bênção.

– Vamos nos casar e morar lá em Tóquio. Depois do que aconteceu, não acho seguro para ela ficar aqui… – Ele deu uma pausa porque sabia que o que ia falar seria problemático. – E nem para o senhor.

– É – Shunrei concordou. – Queremos que o senhor vá morar conosco.

– Eu sei que estão preocupados comigo – disse o Mestre serenamente. – Mas eu não vou, não.

– Por que não? – Shunrei questionou. – O senhor vai ficar melhor lá, com a gente.

– Vocês estarão recém-casados, não vão querer um velho zanzando pela casa.

– Não nos ofenda, Mestre – Shiryu falou. – Queremos o senhor conosco, sim!

– Eu não vou. Não vou sair daqui, da minha casa, do meu canto. Não vou e pronto.

– O senhor é muito teimoso! – repreendeu Shunrei.

– Está decidido! Não se preocupem. Eu vou ficar bem. Já arranjei tudo e dona Mei-Ling vai continuar cuidando de mim. Vocês podem vir me visitar quando quiserem.

– Está bem, Mestre – Shiryu disse depois de um longo suspiro. Já esperava que ele fosse resistente à ideia, mas algo no tom do velho mestre lhe dizia que havia uma razão oculta além de simples teimosia.

– Não está bem, não! – protestou Shunrei, mais ríspida do que pretendia. – E se acontecer algo com o senhor? Se passar mal como eu e precisar de socorro? O senhor tem que ir com a gente! Aliás, onde está dona Mei-Ling? Por que não está aqui cuidando do senhor?

– Ela já veio hoje cedo, Shunrei. Limpou a casa, lavou as roupas, fez meu almoço e deixou o jantar pronto. Mandei ela ir embora porque não precisa ficar aqui o tempo todo só olhando para a minha cara velha e enrugada.

– O senhor não pode passar tanto tempo sozinho! E se tiver um mal súbito? Se levar uma queda? Eu disse que era para ela ficar aqui com o senhor! Eu sei de um caso de uma senhora que levou uma queda no início da noite e ficou lá no chão, machucada, até de manhã, sem conseguir pedir socorro. Antes de irmos, vou arrumar alguém que possa ficar com o senhor o tempo todo, sim!

– Não precisa disso, Shunrei.

– Precisa, sim!

O Mestre olhou para Shiryu esperando que ele concordasse que era exagero dela, mas o rapaz deu de ombros.

– O senhor sabe como ela é teimosa. Além disso, acho que ela está completamente certa.

– Ai, de você se não achar! – debochou Seiya. Até então ele, Saori, Shun e Hyoga observavam a discussão em silêncio, entreolhando-se a cada fala mais exaltada, mas sem coragem de interferir.

– Ah, quer saber? – Shunrei se levantou e colocou as mãos na cintura. – Ou o senhor deixa de ser teimoso e vai com a gente ou não tem casamento!

– Minha querida, há tanta coisa no mundo que você não sabe… – o Mestre Ancião suspirou e tentou argumentar.

Entendendo o que ele queria dizer, Shiryu interferiu.

– Depois conversaremos mais sobre isso, não é? – ele pediu a Shunrei. – Agora vamos parar de assustar as visitas. Que tal irmos preparar o jantar? A dona Mei-Ling deixou comida só para o Mestre...

Mesmo contrariada, Shunrei admitiu que ele tinha razão, mas não o deixou ir ajudá-la com a refeição e insistiu que ficasse na sala com as visitas. Como ele aceitou, Saori se ofereceu para ajudar e foi para a cozinha com chinesa.

– Ele é bem mais velhinho do que eu pensava… – comentou a milionária. – Você está certa, ele não pode ficar sozinho. Parece tão frágil.

– Pois é, mas ele é um teimoso!

– Não se preocupe. Fale com essa moça que toma conta dele. Se ela puder ficar, arcarei com todos os custos. Se não puder, vamos arrumar alguém, talvez mais de uma pessoa, para se revezarem. Ele não vai ficar sozinho, de jeito nenhum. Também não vou deixar.

Shunrei abriu um grande sorriso e abraçou Saori.

– Obrigada. Eu já não sei mais o que fazer. Quero ir com Shiryu mas me preocupo com o Mestre… Prefiro que ele vá conosco.

– Entendo perfeitamente e espero que resolvam isso com ele.

– É, também espero. Bom, vamos começar esse jantar se não ele não sai!

Juntas, as duas prepararam rapidamente uma carne de porco ao molho de pimenta que serviram com arroz e verduras refogadas.

Saori não contou a ninguém mas no processo de ajudar a picar os ingredientes, cortou os dedos duas vezes e agradeceu mentalmente a possibilidade de usar seus poderes curativos em vez de band-aids.

Enquanto comiam, os rapazes começaram a falar sobre os planos de abrirem um café temático em Tóquio, mas logo a conversa caiu na batalha no Santuário. O Mestre quis saber de tudo em detalhes e o papo se alongou por horas, até que, cansados da viagem, resolveram começar os preparativos para dormir.

Shunrei e Saori ficaram no quarto que a chinesa costumava dividir com o noivo, enquanto os rapazes espremeram-se no antigo quarto de Shiryu.

Antes de se recolher, o cavaleiro de Dragão viu a luz ainda acesa no quarto do Mestre e bateu levemente à porta do quarto. O ancião mandou que ele entrasse.

– É por causa de alguma coisa com o Santuário, não é? – perguntou o jovem cavaleiro. – Por isso não quer ir conosco.

– Sim – respondeu o Mestre. – Eu estou aqui em Rozan porque tenho uma missão. Não posso sair, Shiryu.

– Nunca?

– Vai chegar uma hora em que terei de sair, mas não é agora.

– E quando vai acontecer? Vai ser logo?

– Eu não sei. Só sei que todos precisam estar preparados, então não se descuide, mantenha-se alerta, em forma, física e mentalmente, nem deixe que os outros se descuidem. Não permita que a vida amoleça você. Esteja preparado.

– Entendi.

– Mas não se preocupe demais com isso. Vá para Tóquio, case com a Shunrei e vivam felizes pelo tempo que for. Talvez vocês até fiquem velhos e não aconteça nada…

– Certo… Mas o senhor sabe que Shunrei não vai se conformar.

– Ela vai acabar entendendo porque logo vocês estarão ocupados com outras coisas… O casamento, o café, os filhos…

– Filhos? Isso ainda vai demorar bastante, Mestre. Ainda mais depois do susto que passamos. Não pretendemos ter filhos agora e nem se a gente quisesse seria seguro.

– É, mas a vida às vezes surpreende a gente.

– Espero que não tão cedo. Bom, eu entendi seus motivos e vou tentar explicar a ela. Agora vou deixar o senhor descansar. Boa noite.

O Mestre também desejou uma boa noite ao discípulo e apagou o abajur.

Quando Shiryu voltou ao quarto, somente Seiya estava lá, deitado em um dos colchões, com um bico de insatisfação.

– Onde estão Shun e Hyoga? – Shiryu perguntou.

– Devem estar se pegando lá fora… – Seiya respondeu emburrado. – O pato não sente frio mesmo e deve estar aquecendo o Shun.

– O que foi? Por que você tá com essa cara?

– Porque eu queria estar me pegando com a Saori mas ela está lá com a Shunrei! Só espero que as duas não estejam "se pegando"…

– Se você falar outra grosseria dessas eu vou dar um soco bem no meio da sua cara.

– Não precisa ficar nervoso. Tô brincando! – Seiya gritou e deu um pulo do colchão. Jamais admitiria que imaginou a cena para não irritar ainda mais o amigo. – É que eu vim pensando em acampar com ela amanhã, sabe? Para ficarmos sozinhos… Lá na mansão a gente não consegue com o Tatsumi no pé.

– Está uns dez graus lá fora e aqui no alto o vento é de gelar os ossos… – Shiryu disse. – Não é uma boa ideia.

– E se a gente acampasse na sala? Ou na cozinha? Eu trouxe uma barraca.

– Você vai dormir aqui, comigo, com Shun e com Hyoga – Shiryu falou de modo incisivo. – Saori vai dormir lá com a Shunrei. E é isso.

– Ah, mas eu vim porque queria ficar a sós com ela…

– Obrigado por deixar claro que não veio pelo meu aniversário…

– Pra ficar assim com um monte de gente em cima, a gente ficava na mansão mesmo – resmungou Seiya. – Queria privacidade.

Shiryu arregalou os olhos.

– Seiya! Você tá pensando em… sexo?

– Não! Quer dizer, sim… Talvez… Sei lá. Uns amassos…?

– Não acha que é muito cedo pra isso? Vocês estão namorando há dois minutos…

– Tem mais que isso, Shiryu.

– Eu quis dizer que é uma coisa a ser pensada. Não é pra fazer assim…

– Quando foi que você fez com a Shunrei?

– Eu não vou ficar falando das nossas intimidades.

– Não é só curiosidade. Eu não tenho ninguém pra falar. Você é uma mistura de irmão mais velho e pai pra mim. Você tem que me ajudar!

– Ai, Seiya… – Shiryu resmungou revirando os olhos.

– É sério!

– A gente já namorava há dois anos quando aconteceu – respondeu, depois de outra revirada de olho.

– Caramba! Dois anos é muito tempo! Como vocês aguentaram? E como vocês souberam que era a hora?

– Soubemos quando já não aguentávamos mais. Chegou em um ponto em que a gente se beijava e já vinha a vontade… Eu ficava… você sabe… Era muito, muito difícil controlar. Ainda mais porque a gente mora junto. Mas conseguimos esperar o suficiente para que fosse tudo muito planejado e pensado pra não ter nenhum imprevisto.

– Sei… Acho que ainda não chegamos nessa fase… Assim, eu sinto vontade, mas não chega a ser desesperador. Eu só me alivio depois…

– Sem detalhes, por favor…

Shiryu remexeu o bolso da mochila e tirou um pequeno envelope o qual entregou a Seiya.

– Toma… Não tô te incentivando a fazer nada, pelo contrário, acho que deve esperar. Mas se rolar, é bom que tenha um preservativo à mão.

– Camisinha? Depois desse tempo todo você ainda usa?

– Uso pra garantir. Nenhum método é 100% eficaz, então usamos dois.

– Parece um lance meio paranoico – Seiya murmurou. – Vocês já vão casar, o que é que tem se vier um dragãozinho?

– Filho não é uma coisa pra se ter assim! Além do mais, Shunrei não pode engravidar agora de jeito nenhum por causa da cirurgia muito recente.

– Pensando por esse lado... – Seiya analisou o pequeno envelope. – Me ensina?

– Quê? – Shiryu deu um pulinho como se tivesse sido espetado.

– Me mostra como faz. Tipo, eu sei na teoria, mas nunca fiz. Será que vou fazer direito?

– Ai, meu Deus…

– Não precisa ser no seu pau… Eu não quero ficar olhando pro seu negócio duro! Usa uma banana, um pepino, uma cenoura, qualquer vegetal cilíndrico.

Resmungando e corado como um pimentão, Shiryu foi até a cozinha, pegou uma cenoura na geladeira e voltou para o quarto.

– Não tem mistério – ele falou. Pegou outro preservativo na mochila e começou a demonstração. – Abre com cuidado, não usa os dentes pra rasgar a embalagem porque pode rasgar ela também. Aí você aperta a pontinha e desenrola ela no… você sabe. É só isso. Mas, Seiya, sério, vai com calma. Tem que respeitar o tempo dela. E o tempo delas não é o nosso. Não tô dizendo que elas não querem... Elas sentem o mesmo que nós, só que não fica tão evidente… mas para elas é um passo mais importante. Precisa ser no tempo delas.

– Sei… Obrigado – Seiya disse e abraçou o amigo. – Meu paizão! Não quer me adotar quando casar?

– Para, Seiya. Isso tá estranho. Eu tô segurando uma cenoura com uma camisinha nela.

No meio do abraço, Shun e Hyoga entraram no quarto.

– O que vocês estão fazendo? – Shun gritou.– Ai, meu Deus! Isso é…?

– É, Shun, é uma cenoura com uma camisinha – Hyoga respondeu rindo.

– Ok… acho que estou um pouco chocado – disse o rapaz de cabelos verdes. Lembrou-se do conselho de Ikki quando conversaram sobre Hyoga o que o fez ficar muito envergonhado.

– Vocês dois fiquem de boa aí – Seiya disse. – Eu só queria aprender a colocar direitinho e o Shiryu me ensinou.

– Como assim você nunca colocou uma camisinha, Seiya? – Hyoga perguntou.

– Nunca… – admitiu o rapaz, baixando a cabeça.

– Nossa, você é mais lerdo do que eu pensava.

– Oga, não fala assim com ele… – Shun repreendeu. – Meu Deus, que papo é esse…?

Hyoga ignorou o comentário de Shun e continuou divertindo-se com o constrangimento dos três.

– Shiryu, você está tão vermelho que parece que vai explodir de vergonha – comentou o russo. – Deixem de ser bobos! Isso é normal e natural! As pessoas fazem sexo desde que o mundo é mundo! Ou vocês acham que nasceram de chocadeira?

– Não estou acostumado a falar tão abertamente assim… – Shiryu justificou.

– Vocês são todos muito tontos.

– E você é o modernão pica das galáxias – Seiya debochou – Ai, como ele é foda, o comedor russo pirocudo.

Hyoga ria enquanto Shun, chocado, olhava de um para o outro sem saber o que dizer.

– Faz muito frio na Sibéria – justificou o russo –, a gente tem que esquentar de algum jeito.

– É melhor irmos dormir – Shun pediu, temendo que o namorado começasse a falar mais sobre suas aventuras sexuais siberianas.

– É – concordou Shiryu, colocando a cenoura na mesinha de cabeceira. – Vamos dormir que já está bem tarde e amanhã tenho que descer à cidade.

O cavaleiro apagou o abajur e se deitou, mas não conseguiu dormir. A aula constrangedora serviu para desviar o foco das outras coisas que se revolviam em sua mente, porém agora, no silêncio, elas voltaram com toda a força. Queria falar com Shunrei sobre a conversa com o Mestre, então mandou uma mensagem pelo celular e foi para a sala esperá-la. Se estivesse acordada, ela veria e o encontraria.

Não demorou muito e ela apareceu.

– Fui falar com o Mestre – ele disse aninhando-a em seu colo. – Queria entender por que ele não vai com a gente.

– Conseguiu?

– Não podemos insistir mais. Ele não vai. Não tem jeito. Ele está aqui por causa de uma missão e não pode sair.

– Missão? Ele disse o que era?

– Não, mas senti que é algo importante. Então só vamos cuidar para que ele fique bem.

– Se ele não vai, nós também não vamos – ela declarou surpreendendo-o.

– Como assim?

– Não vamos. Vamos ficar em Rozan com ele. Pelo menos eu vou ficar.

– Mas vocês estava tão empolgada com a mudança e o café.

– Eu estava, sim, mas tem coisa mais importante na vida.

– Ele vai ficar bem se nós ajeitarmos tudo.

– E a solidão? Imagina como vai ser ele sozinho aqui nessa tal missão? Não, nós devemos isso a ele. Eu não vou deixá-lo sozinho. Vou ficar. Eu me deslumbrei com a ideia de morar na cidade grande, ter um café, mas gratidão e amor são mais importantes que isso.

– Mas Shunrei, não é seguro ficar…

– O que tinha de me acontecer, já aconteceu. Felizmente eu estava em Tóquio e tudo correu bem, mas não vou viver com esse medo. Não faz parte da minha natureza. Então está decidido, eu vou ficar. Ainda quer casar comigo e ficar aqui ou vai desistir?

– Acho que não quero mais casar, não.

– O quê?

– Estou brincando, sua boba.

– Por um momento achei que tinha perdido o noivo – Shunrei declarou depois de um longo suspiro.

– Vamos seguir juntos, de mãos dadas, nós três. – Shiryu a abraçou mais forte e segurou as mãos dela entre as suas. – Farei o que tiver de fazer pelo Santuário, irei quando me chamarem, mas minha casa continuará sendo aqui em Rozan.

– Era o que eu precisava ouvir, meu amor.

Em vez de voltarem cada um ao seu quarto, eles adormeceram abraçados no sofá, totalmente em paz com a decisão que tomaram.

Continua…


Hey, people!

Aqui foi feriadão e aproveitei para finalizar o capítulo, em meios às notícias sobre a pandemia… :( Não levem na brincadeira como muita gente tem feito!

Sobre a fic, eu ia terminar ela aqui e fazer apenas um epílogo… mas achei que não era justo com SeiSao e HyoShun… Eles também mereciam um desfecho legal, então mudei de ideia… vai ter mais…

Aproveitei pra revisar e arrumar todos os caps anteriores.

E é isso!

Cuidem-se! Fiquem em casa se puderem!

Beijossss

Chii