N/A: A atualização demora, mas vem! Review faz milagre! HUAUSHAUHE'

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Cherry Bomb,

Draco Malfoy x Harry Potter

Side Stories, III

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14/12, 17h18min pm

— O que você está fazendo? Cheira bem.

— Sempre faminto...

Draco sorriu e abaixou um pouco a potencia do fogo, virou na direção do moreno que estava olhando pra ele com o sorriso bobo nos lábios. Aquele era o sorriso de quando ele estava feliz por ter comida. Ele estava visivelmente cansado, olheiras profundas embaixo dos olhos e até um pouco pálido.

Se aproximando em poucos passos, Draco cobriu os lábios dele com os seus, segurou com firmeza seu rosto e nuca, fazendo-o suspirar. Quando eles se separaram, Harry não estava mais tão pálido, fazendo o loiro sorrir malicioso. Harry não deixou barato e lhe deu um soco no ombro, fazendo-o rir e apertá-lo em seu abraço.

— Seja bem-vindo, querido. Como foi seu dia?

— Draco, sério, o que você está cozinhando? Parece um banquete, e hoje é o que... quarta-feira?

— Está muito cansado para sair hoje?

— Demais. – Ele fechou os olhos, largando o peso do corpo. – Diz pra mim que você não combinou nada.

— Desculpa. Você pode ficar, não é como se você fosse obrigado a ir.

— Onde vai, no Zabini? – Harry perguntou confuso. – Pensei que ele viria aqui no final da semana?

— Não. Estou pensando em ir até o hospital, meu pai não vai conseguir ir até lá hoje. E... E pensei que talvez você quisesse ir comigo?

Draco sentiu a mudança de postura de Harry no momento que as palavras saíram de sua boca. Ele voltou a firmar o peso do corpo nas pernas, e pelas lentes dos óculos, seus olhos o encararam com firmeza.

Estavam juntos há muito tempo, mas Draco nunca havia pedido para que ele o acompanhasse nas visitas a sua mãe; não por falta de confiança, mas porque não sabia como pedir para que Harry participasse de algo tão intimo e pessoal. As visitas eram frequentes e eram momentos onde se sentia mais vulnerável.

Ele também não sabia se Harry iria se sentir confortável naquele ambiente. Se ele sentiria à vontade para estar na presença de uma pessoa acamada, todos os aparelhos e sondas ligadas ao seu já frágil corpo e apitando a cada cinco segundos.

Perdido no seu olhar e em seus pensamentos, mal percebeu quando Harry puxou suas mãos, entrelaçando os dedos dos dois e fazendo com que seu leve tremor desaparecesse.

— Eu vou me arrumar enquanto você termina o jantar. Temos cerca de duas horas, certo?

O loiro não respondeu com palavras, apenas balançou a cabeça e fechou os olhos quando o namorado o beijou no canto dos lábios, murmurando que não iria demorar.

Harry tinha uma postura completamente diferente em momentos como aqueles e, ele era grato aos Deuses por isso.

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14/12, 18h12min pm

— Então? Como estou?

Draco terminou de colocar a ultima colher de comida em seu pote e ergueu a cabeça para olhar o dono da voz, mal conseguindo conter o riso. Harry vestia um conjunto social, e estava até com uma gravata com o nó quase pronto no pescoço. Carregava seus sapatos nas mãos. Se Draco não estivesse esquecido, aquela era a roupa que ele havia usado para trabalhar no casamento de Mama Zabini, o que fez sua risada finalmente soar alta.

— O que foi, ahn!? – Ele foi rápido em desviar do primeiro sapato que foi arremessado na sua direção, mas não teve tanta sorte com o segundo que bateu no seu corpo. – Eu preciso estar apresentável, não?

— Sim, mas do jeito que está vestido parece que você vai defendê-la no tribunal. Gzz.

— Você é um idiota.

Draco se aproximou com os sapatos que haviam sido jogados em mãos. Jogou no chão fora da cozinha, e ergueu as mãos para desfazer o nó da gravata de Harry, assim como retirar o casaco preto de seu corpo. Abriu um dos botões da camisa branca que ele usava, aproveitando para passar os dedos no pedaço de pele que encontrou, sentindo o pulso do moreno acelerar, e segurou com firmeza sua nuca, criando o contato visual que precisava.

— Minha mãe não é uma mulher que liga para as aparências, não mais. – Suspirou. – E ela está louca para te conhecer.

— Espero que eu não a decepcione. Não é como se eu fosse um poço de alegria.

— Pois é, você é muito mal-humorado. – Antes que ele protestasse, Draco deu um beijo leve em seus lábios. – Irritado. – Outro beijo. – Nervoso... – Draco lançou o corpo para trás antes de ser acertado por um soco nas costelas. – Violento. Hey, porque você não leva essa violência pra cama, Potter? Podemos fazer bom uso.

— Cale a boca! – As bochechas dele coraram, e ele passou por ele de uma só vez, roubando uma das marmitas que estavam prontas na mesa. – Vá se arrumar, Malfoy.

— Ah, toda essa tensão. Não seja tímido, passamos dessa fase, não?

Ele saiu rindo da cozinha quando Harry levantou os talheres que iria usar para jantar, passando a ponta do dedo levemente na sua faca.

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14/12, 19h13min pm

— Chegamos.

Draco apertou a mão do moreno ainda dentro do carro e sorriu. Pensou em muitas palavras para dizer naquele momento, mas nenhuma parecia ser o suficiente; ter Harry ali com ele significava tanto para ele, significava tanto para a relação dos dois, que estava deixando-o extremamente nervoso, quase mais nervoso do que no dia que havia confessado seus sentimentos.

— Vamos até o térreo primeiro, levar essas comidas para os funcionários da noite.

— Você faz isso sempre?

— Bom... eu faço para eles normalmente levarem para as suas casas quando termina o turno da manhã. Nada mais justo do que não mudar esse hábito, certo?

— Hm. Entendi.

Saindo do carro, Draco o trancou assim que pegaram todas as sacolas e passou a andar atrás de Harry que já estava indo na direção do elevador. Antes de saírem ele conseguiu convencê-lo a colocar um jeans escuro e tênis, no lugar da calça e sapato social. Incrivelmente, aquilo estava atraindo mais atenção do que se o moreno estivesse usando as roupas anteriores; ele era de fato um jovem muito bonito para a sociedade.

Quando chegaram ao térreo anunciando para a recepcionista que estavam ali para visitar sua mãe, Draco precisou suborná-la (essa palavra não foi usada) com suas marmitas para que os dois pudessem subir até o quarto. Ele viu Harry sorrindo como se entendesse o porquê do seu bom gesto, mas ele não disse nada. Apenas passou o braço pelos seus ombros puxando-o na direção do elevador que os levariam até o quarto.

Quando chegaram à porta de número 26, Harry parou de supetão e olhou para ele um pouco assustado.

— Ah... que tal você entrar primeiro?

— Ah... Não.

Sem dar tempo para ele fugir, Draco abriu a porta e o empurrou levemente com a mão atrás das suas costas para que ambos entrassem no quarto. Sua mãe, linda mãe, já lhe sorria de forma esplendorosa.

— Mas que ótima surpresa. Estava esperando um loiro um pouco mais alto que você entrar por essa porta.

— Nós dois sabemos que eu sou seu favorito, mas você precisa fingir que está chateada por não ver o meu pai, por favor.

Ela ia fazer alguma piada, provavelmente por não precisar fingir nada, quando seus olhos acinzentados focaram no moreno ao seu lado, cujas bochechas estavam tão avermelhadas, que Draco teve de segurar o riso.

— Pensei que só pudesse entrar uma visita por vez nesse horário... O que você fez com a pobre moça da recepção, querido?

— Comida. É a única forma de suborno que eu possuo esses dias.

Sua mãe piscou um dos olhos em sua direção, antes de voltar o olhar para Harry, que agora, observava a tv do quarto com falso interesse.

— Eu presumo que você seja o Harry?

Ele suspirou, finalmente olhando para sua mãe. Narcissa sempre fora uma mulher que atraía os olhares para si, e com Harry mesmo sendo gay, Draco percebeu que não fora diferente. Mesmo em roupas hospitalares, pouca coisa mais magra e com seus poucos cabelos escondidos com um lenço, sua mãe era uma das mulheres mais bonitas que ele conhecia. Era uma beleza diferente de Mama Zabini, era uma beleza...

— Você parece uma rainha. – Percebendo as palavras que saíram da sua boca, Harry corou mais ainda, enquanto Draco ria. – Me desculpe. Sim, eu sou Harry. Harry Potter.

— Obrigada, Harry. Não me vejo mais com toda essa beleza, mas obrigada.

Passado os momentos de vergonha, Draco puxou duas cadeiras para perto da cama da mãe e após sentarem, ele buscou uma de suas mãos e ficou acariciando a pele levemente pálida, enquanto ouvia suas duas pessoas favoritas no mundo se entendendo.

Harry podia ser um tanto quanto reservado, mas Draco havia notado que com determinadas pessoas, ele se soltava a ponto de falar coisas, que ele havia demorado meses para conversar com ele. Talvez fosse a aura materna, aquele sentimento único que mães conseguiam passar de forma implícita, que fazia com que ele se sentisse seguro.

Sua mãe perguntou a ele sobre sua família, como ele havia parado no seu apartamento, como era a convivência de ambos. Perguntou sobre seu trabalho, seus estudos, mesmo já sabendo tudo isso porque Draco já havia contado a ela inúmeras vezes.

E Harry a respondeu, de forma calma e carinhosa, sem receio de nada.

Natural.

Quando uma das enfermeiras bateu na porta, anunciando que o horário de visita estava acabando, todos se assustaram, porque não parecia que havia passado uma hora que estavam ali conversando. Sua mãe pediu para que a jovem enfermeira lhe desse apenas mais cinco minutos, o que foi concedido sem problemas e quando a moça saiu do quarto ela largou a mão dele para segurar a de Harry com firmeza.

— Quando meu garoto, meu único garoto, apareceu aqui logo após de te conhecer, eu vi que algo nele havia mudado para melhor. Eu não posso cuidar dele como gostaria, mas eu peço para que você cuide.

— Fique tranquila. Eu o amo.

— Ah, eu sei. Qualquer um sabe, na realidade.

E enquanto Harry balançava a cabeça e sorria quase como um reflexo do sorriso da sua mãe, Draco não conseguiu evitar as lágrimas que vieram aos seus olhos, porque nada havia o preparado para aquilo.

Era reciproco.

E era a primeira vez que era dito em voz alta.

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N/A: Bwahaha.