Título: A poção do amor

Autora: Bélier

E-mail: [email protected]

Categoria: Romance

Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.

Resumo: Afrodite inventa uma poderosa poção do amor! Mas muitos copos serão trocados até ele conseguir acertar o do seu amado cavaleiro de Câncer!

Imaginem um Santuário pós-Hades, totalmente puro, ou seja: ninguém cantou ninguém, nem beijou, ou dormiu com alguém... Difícil, né? Mas tudo bem, é nesse clima de amizade que Afrodite resolve fazer uma poção, para tentar conquistar seu grande amor. O duro vai ser ele acertar o copo do Máscara... Só uma observação: antes que alguém reclame que é só sexo, nenhum casal vai ser unido sem que esteja rolando algum interesse... Enfim, o Frô só vai dar um empurrãozinho!

Capítulo 1 – A poção é criada

Após a batalha contra Hades, o Santuário ficara completamente destruído. Atena teve paciência para ressuscitar os cavaleiros mortos durante a batalha, mas não estava mais agüentando a bagunça do lugar. Ninguém conseguia dar dois passos sem tropeçar em alguma pedra solta, ou, pior ainda, esbarrar em alguma coluna rachada e terminar de derrubá-la...

Sendo assim, Saori tomou a dificílima – aham – decisão de contratar uma construtora, porque naquele caso nem se podia falar mais em restauração, para reerguer o Santuário. Felizmente, a firma fazia parte da sua grande fundação, e ela pagou muito bem para que o sigilo a respeito do lugar fosse mantido, bem como as suas características originais. É claro que Saori pediu para colocarem um banheiro mais decente em seu templo e eletricidade. Quando os cavaleiros de Ouro ficaram sabendo da novidade, exigiram que o mesmo serviço fosse feito em suas casas... Saori não gostou, mas acabou concordando.

- Povo mais folgado, outro dia mesmo estavam mortos, agora estão querendo tomar banho de água quente! Essa é boa!

Tudo acertado para as obras começarem, restava um problema: se já estava difícil ficar ali com aquele monte de pedras jogadas por todo lado, imagine com gente passando... Foi então que Saori tomou outra difícil decisão - ... – de levar todos os cavaleiros para um cruzeiro de duas semanas pelas ilhas da Grécia, esperando que quando voltassem, o serviço já estivesse pelo menos adiantado... Como ela não era boba nem nada, decidiu ir junto. Imagine se alguém tentasse ataca-la, sem ninguém para protegê-la? Encheu sua mala com minúsculos biquínis e deu a notícia aos cavaleiros.

Todos ficaram muito animados com as férias que estavam ganhando. Bem, nem todos. Kamus odiou a idéia, afinal, diversão não era com ele. Aioria perguntou se Marin poderia ir – afinal, ela também merecia alguns dias de descanso. Levou uma sonora vaia dos outros cavaleiros, mais pela desculpa do que pela idéia. Saori concordou, sugerindo que Shina e June também fossem. Seiya fez careta, mas ficou quieto. Ikki se animou : "Oba, biquínis!" Mu, precavido, perguntou se alguém podia lhe emprestar um protetor solar 50, ao que Atena explicou que tudo que eles precisassem, poderiam encontrar a bordo do transatlântico, que também era da fundação, e estaria disponível para uso exclusivo deles, assim, ninguém iria incomodá- los.

E assim, entre vivas e obas, os cavaleiros foram fazer suas malas para partirem no dia seguinte.

Apenas um cavaleiro não se mobilizou para ajeitar suas coisas. Sozinho em seu templo, ele trabalhava incessantemente diante de um pequeno tacho para realizar seu desejo...

* * *

Já era noitinha quando a aparente tranqüilidade foi quebrada por uma explosão ensurdecedora, vinda da casa de Peixes.

Os cavaleiros das casas mais próximas, assim como Atena e os cavaleiros de bronze, correram assustados para o templo de Afrodite, e se horrorizaram ao ver a fumaceira que saía do local. Saori ficou apavorada, achando que algum inimigo ia atrapalhar suas férias, bem na véspera. "Não podiam ter esperado até amanhã?" Pensou, desanimada. Ficou mais aliviada ao ver Kamus e Shura arrastando Afrodite, saindo do meio da fumaça branca pelos fundos da casa.

Afordite se sentou no chão, tossindo, enquanto Kamus proferia um sermão. – Seu louco!! O que você fez dessa vez?!

- Nada não, bobinho... cóf! Eu só estava fazendo um adubozinho especial para as minhas rosas, afinal de contas, como você quer que elas resistam duas semanas sem os meus cuidados, hein? E o pior, com esse bando de pedreiros circulando por aí, sem um pingo de respeito por elas?!

- Você precisa tomar mais cuidado, Afrodite! – Saori chamou-lhe a atenção. – Justo a sua casa que não ficou tão destruída durante a batalha?

- Pois é, acho que calculei mal a dosagem de alguma coisa... – Afrodite deu um risinho sem graça, louco para que todos o deixassem em paz para poder continuar seu plano maléfico.

- Até que por ser um adubo esse treco cheira bem... – Ikki comentou, meio desconfiado. O ar estava carregado com um cheiro insuportável de rosas.

- É adubo para rosas, seu grosso, você queria que cheirasse o quê? – Afrodite rosnou.

- Olha que eu falo... – Ikki respondeu.

- Chega, agora que já vimos que está tudo bem com ele, vamos nos deitar, que amanhã vamos sair cedo! – Saori foi subindo as escadarias, seguida pelos cavaleiros de bronze.

- Tem certeza de que você está bem? – Shura perguntou, vendo a fumaça aos poucos se dissipar.

- Tenho sim, foi só um erro de cálculo... – Afrodite entrou no templo, observando o líquido transparente dentro do tacho.

- Então, até amanhã! – Shura e Kamus foram saindo, deixando Peixes com o seu "adubo" precioso.

"Finalmente está pronta!" Afrodite não cabia em si de felicidade. Só ele sabia como havia sido difícil cultivar aquelas rosas raríssimas, e preparar aquela poção. "Apenas algumas gotas, e ele vai ser meu!"

Quando ficou sabendo da viagem, Peixes se animou mais ainda, pois uma vez que todos estariam juntos, não seria nada difícil colocar algumas gotas do preparado no copo de Máscara da Morte, durante o jantar, por exemplo. Depois, era só ficar por perto, pois o princípio da poção era físico, e não mental. Na verdade, o que ele havia criado não era uma poção do amor, mas sim um poderoso afrodisíaco! Quem provasse o líquido, não ia resistir ao toque da primeira pessoa que encostasse em sua pele, seja ela quem fosse. Assim, ele só precisava ficar perto do amigo, e logo que ele começasse a sentir os efeitos da poção, era só chegar com um pretexto qualquer e segurar-lhe o braço, ou a mão. Ele ia cair como um patinho, direto na sua cama... Ia ser um golpe sujo, ele admitia, mas mesmo assim, já era um começo para que ele conseguisse o homem que amava. "Pelo menos o corpo dele!" Afrodite deu um risinho divertido, e passou o líquido para um frasco discreto. "O coração, depois eu cuido disso!"

* * *

No dia seguinte, todos esperavam na área que separava a parte secreta do Santuário da área aberta ao público, onde um ônibus os aguardava para levá- los ao cais. Quem visse aquele bando de homens e algumas mulheres, achariam que eram turistas normais. Miro até estava com uma camisa florida...

- Você está ridículo com essa camisa. – Kamus foi categórico.

- Não pedi sua opinião! E você, está parecendo que vai para um velório! – Miro respondeu, seu bom humor se esvaindo.

- Eu VOU pra um velório. O MEU.

- Credo, Kamus, que desânimo... – Saga comentou. – Pense que você vai tirar uns dias de férias, nada de lutas, de armaduras pesadas, de planos para dominar o mundo... – Os olhos do cavaleiro de Gêmeos foram ficando vermelhos. Foi quando Kanon deu um sonoro sopapo na cabeça de Saga, tirando- o de seus devaneios.

- Fica na sua, irmão... – Kanon, suspirou, desanimado. "Que sina, meu Zeus!"

Enquanto isso, Ikki, Shura e Máscara da Morte faziam piadinhas inconvenientes a respeito de como as amazonas iam tomar sol com as máscaras, e gargalharam alto quando Fênix falou alguma besteira, incomodando June, que estava ali perto. "Que homem grosso!"

Aioria conversava animadamente com Marin, feliz com a companhia da amiga. Já Shina parecia emburrada, imaginando o quão chato ia ser esse cruzeiro. Ter que agüentar Saori monopolizando Seiya não ia ser fácil.

- Hum... Esses óculos escuros não combinam muito com você, não... Por que você não abre os olhos, agora que não precisa lutar? – Mu tentou puxar conversa com Shaka, mas acabou levando fumo.

- Prefiro usá-los a ter que ver essa palhaçada! Onde já se viu, cavaleiro saindo para passear! Que coisa mais mundana! Buda nunca vai me perdoar por esse sacrilégio!

- E você está indo porque, então? – Mu perguntou, com ironia.

- Err... Você sabe, essa bagunça toda no Santuário, não dá nem para meditar... Fiquei sabendo que o navio é bem grande, tenho certeza de que vou encontrar algum lugar para meditar em paz.

Aldebaran era o mais animado de todos. Finalmente ele estava usando as Havaianas que trouxera do Brasil... "Ai que alívio, que aquela bota da armadura aperta pra caramba!"

Shiryu estava todo chateado. Se Saori tivesse avisado antes, ele poderia ter convidado Shunrei para ir com ele. Shun, Hyoga e Seiya, como bons puxa- sacos, estavam tentando acalmar sua deusa temperamental.

- Calma, Saori... – Hyoga falou, revirando os olhos. – Ele já deve estar chegando...

- Mas já faz quase uma hora que estamos esperando esse folgado! – Saori estava possessa.

- Lá está ele! – Shun suspirou, aliviado.

O atrasado Afrodite chegou esbaforido, carregado de malas. – Foi mal, lindinhos! Eu fiquei tão preocupado em terminar o meu adubo especial, que não deu pra fazer as malas a tempo!

- Adubo? – Mu estranhou. – Que adubo?

- Esse louco aí quase terminou de explodir o Santuário ontem, preparando um adubo para as rosas dele... – Kamus resmungou.

- É claro que você não ia ouvir o estrondo da primeira casa, Mu... – Shura entrou na conversa. – Mas foi uma fumaceira só...

Todos começaram a entrar no ônibus, reclamando com o pobre Afrodite.

Mal imaginavam que o destino de alguns deles durante o cruzeiro ia ser traçado pelo imaginativo cavaleiro de Peixes...

Continua

Capítulo 2 – Marin e Aioria!

Comentários da autora:

Sei que a história da "poção mágica" já está meio batida, assim como essa folia dos cavaleiros saírem de férias, mas foi a única idéia que me ocorreu para criar umas situações engraçadas, e escrever sobre alguns casais que até então eu só havia citado em minhas fics anteriores. Vou especificar sobre qual casal eu vou escrever, assim se alguém não concordar, fica mais fácil pular... Apesar que algumas situações vão estar interligadas entre os capítulos.

Só por curiosidade, o Frô vai ser o último a se acertar... Judiação do peixinho! Fazer o quê, se ele é peça importantíssima numa fic de humor com os cavaleiros de ouro? Já descobri isso há algum tempo.

Não vou fazer essa fic muito explícita, estou precisando fazer alguma coisa light, porque Missão Complicada está bem difícil...

Um abraço!

Bélier