Título: A poção do amor

Autora: Bélier

Categoria: Romance

Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.

Resumo: Afrodite inventa uma poderosa poção do amor! Mas muitos copos serão trocados até ele conseguir acertar o do seu amado cavaleiro de Câncer!

Capítulo 9 – Afrodite e Máscara da Morte!

"Então, era isso! Acabava assim..."

Afrodite caminhava sozinho, desanimado, pelo convés deserto. Encostou-se junto à grade, observando a espuma que o motor do navio deixava no mar escuro. Ouviu o conjunto anunciar que aquela era a última música do baile.

A madrugada estava linda. Perfeita para o romance. Afrodite lembrou-se com pesar de todos os casais felizes que deixara no salão.

Aioria e Marin. Amor antigo.

Shun e Hyoga. Mais que amizade.

Seiya e Saori. Feitos um para o outro.

Ikki e June. Relação tempestuosa.

Shura e Shina. Temperamentos quentes.

Mu e Shaka. Paixão delicada.

Miro e Kamus. Paixão desvairada.

Todos felizes. Por causa dele!

Uma raiva mortal invadiu-o. Se pelo menos ele não fosse tão azarado! Imaginando tudo que acontecera desde o começo do passeio, parecia-lhe quase impossível que todas as suas tentativas tivessem falhado. Ele, realmente, não tinha sorte.

Bem, coincidência ou não, os casais tinham se acertado de uma forma que lhe parecia perfeita. Pelo menos isso. A prova é que todos permaneceram juntos, mesmo após o efeito da poção ter passado.

Afrodite subiu na primeira barra da grade, sua calça pantalona e seus cabelos verdes esvoaçando ao vento. Seu salto escorregou no ferro, e ele se segurou bem. Apoiou seu corpo no restante da grade, debruçando-se sobre o mar agitado. Observou mais uma vez o caminho de espuma branca riscar a água, fascinado. Tirou de dentro da sua bolsinha de festa o frasquinho vazio da poção, e ficou observando-o, tristemente.

Então, com um gritinho, soltou-o, deixando-o cair no mar.

- Uh!

Desceu da grade, feliz da vida. Sempre quis imitar a velhinha do Titanic. É claro que ele não ia ser louco de jogar um colar caríssimo no mar...

- Ei, o que você está fazendo aí?! Ficou louco?!

Afrodite virou-se assustado, vendo Máscara da Morte chegar, correndo.

- Ah, nada não... – Afrodite riu, nervoso. Com certeza o amigo ia zombar das suas pretensões cinematográficas. – Só estava olhando o mar.

- Seu louco! Eu te vi lá do salão, achei que você ia pular! – Máscara estava realmente nervoso.

- Eu, pular?! E você acha que eu ia acabar com a minha bela vida?! Mas de jeito nenhum! – Afrodite passou a mão pelos cabelos, jogando-os para as costas. – Essa vida é muito boa para ser desperdiçada, meu caro amigo!

Câncer ainda assim olhou desconfiado para Afrodite.

- Ah, vamos entrar que está frio aqui fora. – Peixes esfregou os braços com as mãos.

- É, o baile está acabando, e vão servir café e pãezinhos quentinhos! – Máscara avisou. Ele, definitivamente, não ia deixar o amigo sozinho ali fora, de novo.

- Ai, que delícia!!! – Afrodite deu pulinhos de alegria. – Vamos lá então, que um cafezinho agora vai ser ó-ti-mo! – E saiu saltitante pelo convés.

Máscara observou o amigo se afastar, sorrindo, e tratou de segui-lo.

-x-

Afrodite suspirou, resignando, fechando sua cabine. Finalmente amanhecera o último dia do passeio. Provavelmente, na manhã do dia seguinte, eles estariam desembarcando em Atenas, e tudo estaria terminado.

Peixes alisou inconscientemente sua roupa, e ajeitou os cabelos, dirigindo- se ao salão para o desjejum. Virou em um corredor, distraído, e deparou-se com uma cena muitíssimo comum nos últimos dias...

A maioria dos casais, passada a euforia da primeira vez, tinham se acalmado, deixando as demonstrações de afeto para lugares mais privados. Alguns por discrição, como Mu e Shaka, outros por reclamação dos outros casais, como Shina e Shura, e outros até por pegação no pé de irmão, como Shun e Hyoga...

Mas nada do que fosse dito ou feito conseguia deter aqueles dois...

"Cruzes, acho que coloquei poção demais no copo deles!" Afrodite pensou, desconsolado.

Aparentemente, Aquário e Escorpião haviam acabado de sair do quarto de Kamus, que eles tinham estado dividindo desde a noite do baile, uma vez que o francês ainda estava com a chave na mão, mas Miro já o prensava firmemente contra a parede, colando cada centímetro do seu corpo ao do cavaleiro de gelo e segurando-o insistentemente pela nuca, mantendo-o preso em seu beijo.

Não que Kamus estivesse se incomodando. Aparentemente ele já havia se acostumado bem aos ataques venenosos do Escorpião... O francês puxava o grego para junto de si, enlaçando-o pela cintura, e agarrava seus cabelos ondulados com força.

- Eu, hein?! – Afrodite fingiu tapar os olhos ao se aproximar dos dois amantes. – Quem te viu e quem te vê, Kamus!

- Perdão? – Kamus separou sua boca da de Miro, tentando entender o que Peixes falava, e aproveitando para recuperar o fôlego.

- Cai fora, Afrodite! – Miro resmungou, sua voz saindo abafada, de algum lugar entre o pescoço e a farta cabeleira cor de esmeralda do francês. Uma de suas mãos encontrara passagem por debaixo da blusa do cavaleiro de Aquário, e o grego acariciava seu abdômen descaradamente.

Afrodite, fingindo-se indignado, bateu com sua bolsa de palha na cabeça do Escorpião, que sequer se moveu de onde estava aninhado. – Seus pervertidos! Vocês estão do lado do quarto! Têm que fazer isso aqui fora, pra mostrar o que eu estou perdendo?! – A voz de Afrodite soou divertida, apesar do que disse ser a mais pura verdade.

- Mas nós acabamos de sair do quarto... – Kamus gemeu alto, quando Miro colou a boca em sua orelha e cutucou-a com a língua.

- Então, aqui no corredor é bem melhor, né? – Afrodite continuou seu trajeto, rindo. – Exibidos!

Peixes ouviu um resmungo ininteligível de Miro, e deixou os dois se divertindo. Ao chegar ao salão, seu rosto se iluminou em um sorriso. Afinal, seu plano não tinha falhado totalmente... Uma vez que todos pareciam ter encontrado seus parceiros, havia sobrado muito mais tempo para que ele e Máscara da Morte pudessem conversar a sós.

Aproximou-se da mesa do cavaleiro de Câncer, cumprimentando-o, animado.

- Bom dia!

- Oi, bom dia, Afrodite! – Máscara levantou os olhos do seu café, ao ver o amigo chegar. Ultimamente, Peixes vinha sendo sua companhia mais constante no passeio, uma vez que seus amigos mais chegados estavam preocupados em gastar os últimos dias do cruzeiro com suas amadas... Ou amados, Máscara se embananou um pouco, ao lembrar-se de Miro e Kamus.

Ao notar o olhar estranho que o amigo lhe lançou, Afrodite ficou curioso. – Que foi, preocupado com alguma coisa?

- Ah... Bem, é que eu estava pensando no Miro e no Kamus e...

- Iiiiih, nem me fale! – Afrodite o interrompeu. – Acabei de vê-los num amasso lá no corredor! – Ao notar a cara estranha de Câncer, Peixes interpelou-o. – O que foi, isso te incomoda?

Máscara pensou um pouco. – Não, sabe que não?

"Bom, isso é bom!" Afrodite pensou, cheio de esperanças. – Vamos fazer uma última parada numa cidade, hoje, você vai?

- Vou, porque não?

Peixes ficou feliz com a forma como ele havia lhe respondido, pois tinha lhe dado a impressão de que ele se auto-convidara para ir com ele. – Então, vamos!

-x-

O passeio durou a manhã toda e boa parte da tarde. Afrodite e Máscara almoçaram juntos em um pequeno restaurante da cidade, e se divertiram fazendo compras nas várias lojinhas, que vendiam principalmente artesanato. Vez ou outra, encontravam algum outro casal de amigos, parando para fazer algum comentário ou para tomar um suco ou um café. O dia passou rápido, e logo todos estavam a bordo do transatlântico novamente.

- O dia foi ótimo, não? – Afrodite perguntou, feliz, envolvendo seus cabelos displicentemente com um lindo lenço de seda colorida, que havia ganho do amigo, na cidade. Máscara acompanhava o cavaleiro de Peixes pelo corredor, até seu quarto.

- É, foi sim... – Câncer comentou, distraído. Ele havia passado horas bem divertidas com Afrodite. Era fácil conversar com aquele maluquinho, o seu bom humor costumeiro sempre o animava.

Afrodite parou na porta de sua cabine, enfiando a chave na fechadura e entreabrindo a porta ligeiramente, e voltou-se, eufórico, para se despedir do amigo, cujo quarto estava a alguns metros do seu. – Então, até o jantar!

Máscara continuou a olhá-lo distraidamente, sem fazer nenhum movimento. Os olhos azuis-piscina do amigo brilhavam, deixando transparecer toda a sua felicidade, e seu sorriso de dentes impecáveis era radiante. Sem pensar muito, alcançou para o lenço na cabeça de Afrodite. Enrolou-o entre as mãos, para depois passa-lo novamente pela cabeça do outro, prendendo os cabelos verdes como se o lenço fosse uma tiara, afastando a franja do cavaleiro de Peixes da testa. Finalizou com um nó junto à nuca do amigo, deixando que as pontas longas do tecido caíssem por seu ombro. – Pronto! Assim fica melhor! – Máscara tentou dar um tom casual a sua voz.

Afrodite observara tudo de olhos arregalados, imóvel. Certamente, nunca em sua vida havia sido tratado com tal delicadeza. Lembrou-se de agradecer. – Obrig...

A palavra ficou no ar, quando Máscara da Morte pousou os lábios sobre os seus, iniciando um beijo.

"Ai, minha Deusa, e essa agora?!?!" Afrodite arregalou mais ainda os olhos, pego de surpresa. Demorou um pouco para que ele se lembrasse e que era exatamente aquilo que ele esperara durante toda a viagem!

Sendo assim, não perdeu mais tempo.

Antes que o cavaleiro de Câncer pudesse mudar de idéia sobre o que estava fazendo, Afrodite levou suas mãos até segurá-lo pelo rosto e nuca, trazendo- o para mais perto de si, ao mesmo tempo em que se encostava à parede ao lado da porta do seu quarto.

Máscara hesitou um pouco, indeciso sobre continuar ou não. Mas ao sentir os lábios macios se abrirem sob os seus, num convite mudo, não resistiu. Por várias vezes, nos últimos dias, tinha tido vontade de fazer aquilo. Por que não? Invadiu a boca de Afrodite com a língua, vasculhando cada canto com vontade.

Afrodite, por sua vez, vibrou ao contato, sentindo finalmente aquela língua quente e áspera tocar a sua, demonstrando uma paixão que ele nunca imaginara. Retribuiu o beijo com sofreguidão, rezando para que aquilo não fosse um sonho e ele acordasse sozinho, novamente!

Movimentando-se em sua direção, o italiano colou seu corpo ao do outro cavaleiro, sem interromper o beijo. O perfume que exalava de Afrodite era incrível. Ele não sabia dizer de onde vinha, se de seu cabelo, de suas roupas ou de sua pele, mas o aroma de rosas era inebriante, e tão poderoso que chagava a deixá-lo meio tonto. Por um momento, preocupou-se com a possibilidade de aquele cheiro conter algum tipo de veneno, como as próprias rosas que Peixes cultivava, mas concluiu que não. Era característico dele, com certeza. Suas mãos grandes contornaram a cintura delicada de Afrodite, e sentiu-o tremer levemente ao contato. Quebrou o beijo, mesmo porque já podia sentir sua respiração ficar mais rápida, e satisfez outra vontade sua: beijou delicadamente a pinta sob o olho esquerdo do amigo.

Afrodite pestanejou, suspirando de prazer. Era muito bom para ser verdade. Queria perguntar ao cavaleiro de Câncer o que significava aquilo, e tudo o mais, mas estava com medo de quebrar o encanto. Sentiu que Máscara passou a beijar seu pescoço, próximo a sua orelha, descendo cada vez mais, até tocar a junção com o seu ombro, exposta pela gola da camisa branca que usava.

Sem aviso, o idílio amoroso dos dois foi interrompido.

- EH! ESSA É BOA!!! – Miro gritou, feliz da vida por poder atazanar Afrodite, como ele havia feito com ele, pela manhã. – Olha só, Kamus!!! Depois a gente é que é pervertido!!! – Escorpião começou a rir estrondosamente.

- CALA.A.BOCA.MIRO! – Kamus falou, entredentes, também achando a situação estranha, mas tentando não pagar mico junto do amante. – Ou você vai ver!

Miro parou de rir imediatamente, animado. – Mesmo?! Você sabe que só tem um jeito de calar a minha boca, não?

Kamus agarrou o Escorpião pelo braço, arrastando-o dali, em direção ao seu quarto, sorrindo maliciosamente. – Tem mais de um jeito de manter essa sua boca ocupada!

Peixes e Câncer observaram divertidos os dois se afastarem.

-Eles têm razão... – Máscara comentou. – Vamos entrar?

- Hum? – Afrodite piscou várias vezes. – Claro! – Entrou no quarto, sendo seguido pelo outro cavaleiro.

Afrodite viu, maravilhado, Câncer fechar a porta atrás de si, e avançar para ele, com uma certa urgência. Máscara o alcançou, retomando os beijos em seu pescoço, aproveitando que agora estavam a sós para desabotoar alguns botões da sua camisa, descobrindo mais um pouco da pele alva e beijando-a de modo sensual. Peixes gemeu, ao sentir que as mãos atrevidas do italiano continuavam a abrir sua camisa, chegando a desamarrar o nó que ele havia feito nas pontas e deixando seu peito alvo à mostra. Abaixando-se ligeiramente, Máscara desceu sua boca até alcançar um dos mamilos rosados de Afrodite, contornando-o com a língua e provocando gemidos ainda mais altos. Afrodite arqueou levemente as costas ao contato íntimo da boca do outro cavaleiro em sua pele, sendo amparado por braços fortes.

– Eu... esperei tanto por isso! - Afrodite não pôde evitar o desabafo.

- Mesmo? – Máscara levantou o rosto, observando-o. – Comigo?

Afrodite assentiu com a cabeça, corando ligeiramente.

- E porque você não me falou? – Câncer estranhou.

- Ora! Ora... Por que.... – Afrodite olhou para o nada, perplexo. – Por que eu não falei?!

É verdade. Teria sido muito mais fácil conquistar o cavaleiro da forma normal, paquerando-o e se insinuando, como fizera nos últimos dias, do que perder tempo planejando fazê-lo beber daquela maldita poção! Deveria ter feito isso desde o começo do cruzeiro, e confiado no seu charme. Que tolo havia sido!

"Mas um tolo apaixonado, fazer o quê?!" Pensou, feliz. – Sei lá por que não te contei! Fiquei com medo de que você não me quisesse! – Peixes concluiu a conversa, enlaçando o pescoço do seu amado italiano e roçando seu corpo no dele, coquete.

Máscara deixou escapar uma risada rouca, suas mãos acariciando as costas de Afrodite sob a camisa, sentindo a pele quente sob seus dedos. – Eu, não te querer? Essa é boa, como eu ia conseguir te ignorar, com toda a atenção que você me deu?

- Ainda bem que você reparou... – Afrodite deu um risinho malicioso, seus dedos acariciando os cabelos azuis do italiano.

- Chega de papo, então! – Máscara ergueu Afrodite do chão, carregando-o no seu colo até a cama. Depositou-o com cuidado sobre os lençóis, e apressou- se a tirar sua camiseta, deixando seu peito bronzeado e musculoso exposto ao olhar ávido do amigo. Sem desviar o olhar do cavaleiro delicado, Câncer tirou os tênis que usava, lançando-os pelo quarto. Peixes, eufórico, terminou de tirar a camisa, e chutou longe seus chinelos.

- Ai, já vi que isso vai ser ótimo! – Afrodite esfregou as mãos, mais feliz do que nunca, enquanto o italiano pulava sobre ele com estardalhaço, fazendo a cama ranger.

-x-

Ao desembarcarem, na manhã seguinte, todos se sentiram um tanto quanto melancólicos com o final da viagem. Mas todos concordavam que o passeio havia sido ótimo.

Bem, nem todos...

- Socorro, me tirem daquiiiiiiii!!! – Shiryu foi o primeiro a desembarcar, desesperado para pisar em terra firme, e esquecer todos os beijos apaixonados que tinha visto a bordo. – Pra mim, chega!!!

Dragão arrastou as malas pela escada, inconformado. – Caramba! Eu, que era o único que tinha namorada antes desse cruzeiro idiota começar, fui obrigado a servir de vela durante todo esse tempo! É o cúmulo do abs...

- Oi, Shiryu! – Uma vozinha delicada o cumprimentou, em terra firme.

O chinês olhou, assustado. – Shunrey! Graças a Deus!!! – O Dragão largou as malas, e correu para abraçar sua amada, enchendo-a de beijos apaixonados.

- Eh, eu não sabia que você tinha mandado busca-la... – Seiya comentou, dirigindo-se a Saori. Olhando a felicidade do amigo, não pôde deixar de rir. – Coitado, não deve ter sido fácil!

- Não mesmo! – Saori também riu, ao ver as mãos de Shiryu tentarem alcançar lugares onde a garota, definitivamente, não estava acostumada.

- Ai, ai... Acabou a folga! – Aldebaran comentou, despreocupado. Olhando para os pés, desanimou-se um pouco. – Ah, que pena, vou ter que encostar minhas Havaianas, novamente...

Pouco a pouco, os casais foram deixando o navio e entrando no ônibus que os levaria de volta ao Santuário, todos muito felizes. Em nada lembravam as pessoas que haviam partido, no primeiro dia.

Afrodite vinha, exultante, de braço dado com seu amado cavaleiro de Câncer. Não tinha sido da forma como ele imaginara, mas a paixão verdadeira do italiano era melhor do que qualquer poção mágica!

Ao passar por Saga e Kanon, que discutiam acaloradamente, Afrodite parou, fazendo com que Máscara também parasse, olhando-o interrogativamente.

- Só um minuto, amor... Preciso fazer uma coisa!

- Claro... – Câncer concordou.

Peixes aproximou-se dos dois irmãos, remexendo dentro de sua bolsa. – Ei, meninos!

- Oi, Afrodite! – Os gêmeos responderam, em uníssono, parando imediatamente de conversar.

- Olha, eu tenho uma coisinha pra vocês... – Afrodite finalmente achou o que estava procurando. – Um presentinho, espero que façam bom proveito! – Peixes estendeu um pedaço de papel para Saga.

Saga pegou o papel, olhando-o espantado. – O quê é isso?

- Não lhe parece óbvio? – Peixes piscou para eles.

Kanon espiou o papel, sobre o ombro de Saga. – Então foi isso! Só você mesmo para causar essa bagunça, Afrodite!

- E não é?! Bem, vocês já viram que funciona, então... Espero que fiquem ricos!

- Ricos nada, nós vamos dominar o mundo!!! – Os olhos de Saga começaram a ficar vermelhos...

- De novo!? – Kanon deu um sopapo na cabeça do irmão. – Será que isso não vai passar nunca? Bem, quanto te devemos por essa preciosa informação?

- Dever?! Lindinhos, vocês acham que eu quero dinheiro?! Finalmente eu tenho o que eu mais queria no mundo! – Afrodite olhou para Máscara, que o esperava ali perto, olhando desconfiado. – E também não preciso mais disso... Como eu disse, façam bom uso dela! Tchauzinho! – Peixes já ia saindo, quando lembrou-se de um detalhe importante. – Ah! Quando vocês forem fazê-la... Só tomem cuidado quando colocarem o último ingrediente, sim?

- O que será que ele quis dizer com isso? – Saga perguntou, curioso.

- Não sei não, mano... Só sei que vamos lucrar muito... – Kanon beijou o pescoço de Saga, que estremeceu ligeiramente.

- Pode apostar nisso! – Saga sorriu, e os dois irmãos leram atentamente a receita contida no papel...

"POÇÃO DO AMOR

COMPOSIÇÃO E APRESENTAÇÃO

Mandrágora absinto (c/ fada verde e tudo, francês – 70% de álcool) lótus negra avelãs e amêndoas pétalas de rosa cândidas (lógico) gelo seco para efeitos especiais e uma refrigerada açafrão (espanhol-vermelho- alaranjado) baunilha gengibre mel

O líquido final deve ser transparente.

INFORMAÇ'ES AO USUÁRIO:

ARMAZENAGEM: conservar o frasco embrulhado em papel alumínio para abrigar da luz e do calor, caso contrário a poção se oxida e escurece, diminuindo o tempo de validade, que geralmente é de 15 dias.

INFORMAÇ'ES TÉCNICAS: não disponíveis.

CONTRA INDICAÇ'ES: em caso de incompatibilidade emocional.

PRECAUÇ'ES E ADVERTÊNCIAS: quando há suspeita de afinidade psíquica e possibilidade de danos genéticos, a glândula pienal e pituitária, a poção não deve ser usada.

INTERAÇ'ES MEDICAMENTOSAS: a ação da poção pode ser alterada em caso de mistura com derivados opiáceos como o láudano.

REAÇ'ES ADVERSAS/EFEITOS COLATERAIS: alucinações, autocombustão, desconforto ventral, contrações pélvicas, impotência e infertilidade se não for liberada a quantidade de hormônios segregada.

POSOLOGIA: 5, 7, 9 ou 13 gotas (sempre ímpar), conforme grau de insatisfação e apetite sexual.

SUPERDOSAGEM: Ninguém sobreviveu ao teste. (só o Miro e o Kamus...)

P.S.: Modo de preparo das matérias primas, cânticos necessários e ordem da adição dos componentes, somente com a orientação de uma sacerdotisa de Hecate, autorizada e da região da Tessalia."

Fim!

Comentários da autora:

Antes de tudo, tenho que dar os devidos créditos da receita da poção do amor, para a minha querida amiga Hecate, que me enviou já há algum tempo, a título de curiosidade, mas eu gostei tanto que pedi autorização a ela para colocá-la no final da fic. Posologia, efeitos colaterais e outros também são de autoria dela. Hecate, adorei! Muito obrigada, mesmo!

- Ai, menina, avisa que é pra ninguém tentar isso em casa, viu?! (Afrodite, preocupado)

- Claro, claro! (Bélier concorda prontamente) Não tentem isso em casa, leitoras! É sério!

- Mas o Saga e o Kanon pediram pra avisar que eles já tem pronta entrega do produto! (Afrodite bate palmas, animado)

- Ãh... Será que eles fizeram certo? (Bélier olha desconfiada para Afrodite)

(Afrodite dá de ombros) – Isso eu não sei!

- Conhecendo aqueles dois, melhor não arriscar... (Bélier conclui)

- Bem, eles estão até pensando em abandonar o Santuário e abrir uma loja de "Gemialidades", sabe? (Afrodite dá de ombros)

(Bélier olha Afrodite, perplexa, tentando se lembrar onde já ouvira aquela história...)

Bem, meninas, deixando as brincadeiras de lado, espero que tenham gostado da história, não só do final, mas como um todo. Quando penso na forma como ela começou, acho que consegui atingir o objetivo que eu ansiava. Espero não ter decepcionado ninguém, pras fãs que reclamaram que teve pouco Miro e Kamus, mais um pouquinho nesse capítulo (risos), e pras que queriam Kanon e Saga, também teve uma insinuação, pouca, eu admito, mas fica para uma próxima oportunidade. O Deba, coitado, ficou só, mesmo, mas ele tem as mocinhas da aldeia... Quis fazer uma cena mais romântica do que cômica, para o Afrodite, porque achei que ele merecia! (E como!)

Enfim, é isso! Não esqueçam de revisar esse capítulo, por favor, o último é sempre o mais importante, mas muita gente esquece!

Beijos mil!

Bélier

P.S. IMPORTANTE: Ah! Eu tenho um blog, agora! É belier.aries.blog.uol.com.br . Nele vou comentar algumas coisas sobre as fics, que não deu pra comentar aqui. Responder a alguma pergunta, que eu sempre esqueço, nas reviews... E outros assuntos quaisquer. Espero que prestigiem!