Capítulo 01: Noites escuras


As ondas quebravam, violentas, contra a barreira de arrecifes que circundava a ilha. A noite estava escura, mas ainda assim, a fortaleza cinzenta podia ser vista de longe, erguendo-se altiva, dominando quase toda a paisagem. Sombras deslizavam em silêncio pelos muros de pedra, patrulhando os corredores onde definhavam seus prisioneiros.

Azkaban.

Há celas no subterrâneo. Celas onde os mais temidos criminosos do mundo mágico esperam. Pelo que esperam? Ninguém sabe. Ou talvez não queiram saber. É mais fácil fingir esquecer os tempos negros que ainda assombram o presente.

Em uma das celas mais afastadas, um homem observa o céu através da pequena fresta na parede, deitado em sua cama, único objeto no lugar. Os cabelos negros estão desgrenhados e os olhos azuis, que arrancaram suspiros de tantas garotas, perderam grande parte do seu brilho.

Aquele era Sirius Black. O maroto. O traidor.

Sobre o peito dele, uma pequena caixinha esverdeada com detalhes em dourado repousava. Um gravador mágico. A única lembrança que ele se permitira trazer de seu passado para aquele inferno. Sirius fechou os olhos, respirando fundo, sentindo o cheiro de maresia.

Estava preso em Azkaban há quatro meses. Quatro meses de uma prisão perpétua. Sirius duvidava que houvesse algo pior que aquele lugar. Até a morte seria melhor. Infelizmente, a morte não parecia querer se lembrar de Sirius Black.

Tinham feito mais que trancá-lo naquele lugar, julgando-o culpado por um crime que não cometera. Tinham cerceado sua alma. E esse era o pior castigo para alguém que ansiara a vida toda por liberdade. Talvez por isso, ele, que sempre fora um forte, agora se entregava ao poder dos dementadores e, dia após dia, ficava cada vez mais fraco.

Queria desistir de tudo... Ou melhor, já desistira. Ele agora era apenas uma sombra do homem que fora. Vivia apenas de lembranças. E o céu escuro parecia querer engolfá-lo em suas lembranças, afogá-lo nelas... Na verdade, a única coisa que o sustentava agora eram suas memórias.

Quanto tempo ainda levaria para que ele pudesse deixar aquele mundo? Até que pudesse reencontrar Tiago, Lílian... Susan? Ele reabriu os olhos, levantando-se, e se aproximou das grades que fechavam a fresta entre o teto e a parede.

Tinha sido numa noite escura como aquela que tudo começara. Fora numa noite escura, exatamente como aquela, que tivera a primeira visão do lugar que chamaria de lar por sete breves anos...

Hogwarts.


01º de setembro de 1968

Ele chegou sozinho à estação, puxando seu malão com certa dificuldade. Atravessou a barreira sem correr. Embora tivesse vontade de pular de felicidade, ainda não era hora. Já tivera muitas vitórias no dia, como se livrar do elfo doméstico que estava responsável por deixá-lo "são e salvo" na cabine de suas primas. Não podia arriscar tudo chamando uma atenção desnecessária para sua pessoa.

O garoto de onze anos entrou no trem faltando pouco mais de dez minutos para que partissem. As cabines estavam quase todas cheias. Por um momento, pensou em obedecer a mãe e procurar Bellatrix e Narcisa. Mas logo esse pensamento desapareceu. Tudo o que queria era se distanciar das primas e de toda a família. Não podia desistir de seu projeto, acalentando por tantos anos, apenas porque não encontrava uma cabine vazia!

Finalmente achou uma cabine, quase no final do trem, ocupada apenas por três garotas. Respirando fundo, ele abriu a porta e encarou as três. A primeira tinha cabelos curtos, de um castanho quase loiro, e na face redonda repousava um sorriso. A outra tinha grandes olhos negros, e os cabelos, da mesma cor, estavam presos numa trança fina. Os dedos eram cheios de anéis e ela tinha um ar meio maluquinho. A terceira era ruiva e tinha olhos de um verde profundo.

- É... Será que eu posso ficar aqui? Não há cabines vazias e...

- Claro que pode! – a menina de trança levantou-se, estendendo a mão – Selene Trimble, primeiro ano.

Nesse exato momento, o trem começou a andar. Sirius não chegou a apertar a mão de Selene, já que ambos se desequilibraram com a partida. Selene caiu sentada em seu lugar, ao lado de Alice e Sirius foi parar no colo da ruiva.

- AI! – a garota exclamou, fechando os olhos.

- Desculpe. – Sirius balbuciou, levantando-se e sentando ao lado dela – Eu perdi o equilíbrio.

Ela sorriu.

- Tudo bem. – e estendeu a mão, ainda sorrindo – Lílian Evans.

- Sirius Black.

A garota de cabelos curtos arqueou a sobrancelha.

- Você é um Black? – ela perguntou curiosa – Pensei que eles eram mais feios...

Sirius riu, embora tivesse sentido o estômago se revolver ao ser associado à sua família.

- Eles são. Eu sou a ovelha branca da família.

Ela estendeu a mão também.

- Alice MacFusty.

- MacFusty? Do clã que cuida de dragões? – Sirius perguntou, apertando a mão da colega – Você tem sorte.

- Eu não diria isso. – Selene se pronunciou – Alice não gosta muito de dragões.

Alice assentiu com a cabeça.

- Ver meu pai sempre coberto de queimaduras não ajuda muito a se empolgar com a profissão... Antes que eu me esqueça, Selene é minha prima.

Sirius assentiu, sorrindo.

- E você, Evans?

- Ela é trouxa. – Selene respondeu antes da ruiva, recebendo um olhar de censura da prima.

Sirius ficou em silêncio, lembrando-se de sua mãe. O que a grande senhora Black diria se soubesse que seu filho viajara no expresso para Hogwarts com uma "sangue-ruim" na cabine? Certamente ficaria bastante irritada. Ele abriu ainda mais o sorriso com esse pensamento.

- Interessante. Você tem algum parente bruxo?

Lílian meneou a cabeça.

- Não. Na verdade, foi uma surpresa para toda a família. – nesse instante, uma sombra de tristeza passou pelos olhos dela, mas logo desapareceu – o guarda-caça da escola me levou para fazer compras no Beco Diagonal. Rúbeo Hagrid... Ele parece um gigante. Mas é muito legal.

- Não duvido que ele seja pelo menos um meio gigante. – Alice observou – Minha mãe me falou dele. Disse que era uma boa pessoa. Só não era saudável experimentar da culinária dele.

Eles começaram a discutir sobre suas preferências culinárias e foram gradativamente ficando com fome. Como se adivinhando isso, a bruxa do carro de doces bateu à cabine deles. Alice e Selene compraram alguns sapos de chocolate; Lílian pegou um doce de cada e Sirius ficou com um pacote de feijões de todos os sabores.

- Você é corajoso. – Selene observou – Fiquei traumatizada quando peguei um desses com gosto de bicho papão.

- Qual é o gosto de um bicho papão? – Lílian perguntou, chupando uma caneta de alcaçuz.

- É uma excelente pergunta. – Sirius observou – Mas eu gosto deles justamente por causa da aventura. Com feijãozinhos de todos os sabores, você sempre tem uma surpresa... Pelo menos é o que diz a propaganda.

O céu começou a escurecer. E o trem, a diminuir de velocidade. Sirius saiu da cabine para se trocar no banheiro; quando voltou, as meninas também já estavam com o uniforme. Finalmente desembarcaram; a noite estava escura como breu.

Sirius logo descobriu quem era Rúbeo Hagrid. O homem se destacava com seu ar meio selvagem, a barba desgrenhada e os olhos estranhamente gentis. Ele acenou para Lílian antes de gritar para que os alunos do primeiro ano entrassem nos botes.

Os quatro seguiram no mesmo bote, em silêncio, tomados pelo respeito à magia do lugar. Quando tiveram a primeira visão do castelo, quase seguraram a respiração. Para Sirius, aquela seria uma imagem inesquecível por toda a sua vida. Selene tirou uma câmera da bolsa.

- Hei, Trimble... Depois eu vou querer uma cópia dessa fotografia. – Sirius pediu, sem tirar os olhos do castelo.

- Não se preocupe com isso.

Quinze minutos depois, eles estavam no corredor que antecedia o salão principal, esperando pela cerimônia de seleção. Uma professora relativamente jovem surgiu tão logo Hagrid deixou passar o último aluno primeiranista.

- Está tudo bem, Rúbeo; eu assumo daqui.

- Sem problemas, professora McGonagall. Até logo, meninos.

Lílian sorriu ao ver o homem piscar o olho na direção deles. A professora voltou a desaparecer pelo portão e Sirius ia falar alguma coisa quando percebeu um garoto que vinha correndo na direção deles.

- Cuidado!

O moreno entrou no meio das três garotas, levando o impacto da corrida do outro garoto. Ambos caíram no chão e Sirius sentiu alguma coisa quebrar sobre ele.

- Meus óculos! Seu idiota, o que pensa que está fazendo?

- Hei, foi você que veio pra cima da gente!

Outro garoto se aproximou e tocou os cacos dos óculos, murmurando alguma coisa. Imediatamente as lentes ficaram inteiras, quase como novas.

- Vem, Tiago. Você não vai conseguir pegar aquele idiota agora.

- Remo, ele está nos provocando desde que entramos no trem!

O menino chamado Remo finalmente conseguiu arrastar Tiago de perto do grupinho. Lílian cruzou os braços, enquanto Alice e Selene riam.

- Que imbecil. – a ruiva observou.

- Com toda a certeza. – Sirius respondeu, virando-se para a porta do salão.

Não havia nada lá... E em um instante, um menino apareceu, a capa escorregando pelos ombros, revelando, reluzente em seu peito, o brasão dos sonserinos. No segundo seguinte, ele não estava mais lá. Sirius fechou a cara. Sonserina... Todos os Black historicamente tinham ido parar na casa das cobras. Até mesmo Andrômeda, que casara com um trouxa e tinha sido retirada da árvore genealógica da família.

- Muito bem, façam uma fila. – a professora voltou – Quando eu chamar seus nomes, vocês devem se sentar no banquinho e colocarem o chapéu.

Todos assentiram e Sirius se viu entrando em um magnífico salão. Não pelas velas que flutuavam soltas no ar, ou pelas centenas de alunos que olhavam para eles, nem mesmo pelo porte daqueles que seriam seus futuros alunos; mas pelo modo como o céu parecia estar logo acima de suas cabeças, tão negro quanto estava lá fora.

Sobre um banquinho no centro do salão, um chapéu velho abriu um rasgo junto à aba e começou a cantar. Mesmo ele, que estava acostumado com magia, espantou-se com o início da canção.

Há muitas e muitas gerações
Às voltas com o complicado problema
De selecionar seus estudantes,
O nobre Salazar, o valente Godric,
A perspicaz Rowena e a doce Helga
Dotaram-me de razão.
Da cabeça de Gryffindor fui então retirado
E desde essa época lhes digo qual a casa do seu coração
Separo de acordo com suas predileções
Assim, aproximem-se sem medo!
Pois muito embora tenha eu uma boca,
Fui privado de dentes.
Não hei de machucá-los
Apenas comecemos a seleção.

Palmas acompanharam o fim da canção e a professora abriu um longo pergaminho, começando a ler.

- Black, Bellatrix.

Sirius viu a prima aproximar-se do banquinho a passo de rainha.

- Sonserina! – o chapéu anunciou antes mesmo que ele pudesse revirar os olhos.

Uma salva de palmas veio da mesa das cobras. Sirius respirou fundo.

- Black, Sirius.

Ele caminhou até o chapéu aparentando uma calma que estava longe de possuir.

- Mais um Black? Bem, acho que pela lógica eu devo colocá-lo na...

- Sonserina não, por Merlin! – Sirius gritou em pensamento.

O chapéu riu.

- Não se preocupe. Já está na hora de quebrarmos algumas tradições. – o rasgo se abriu para anunciar em alto e bom som – Grifinória!

Sirius sentiu um enorme alívio, retirando o chapéu da cabeça sem parecer notar o brutal silêncio no salão. Na fila, esperando para serem selecionadas, Lílian, Alice e Selene começaram a bater palmas. Ao final das contas, Sirius se sentou sob a ovação de quase todos os alunos de Hogwarts.

- Um Black na Grifinória. Isso é realmente uma surpresa. – um ruivo falou, sentando ao lado de Sirius – Artur Weasley, muito prazer. Sou monitor da nossa casa.

Sirius assentiu com a cabeça, sorrindo.

- Sirius Black.

Ele voltou novamente a atenção para o chapéu, que acabara de selecionar Dédalo Diggle para a Lufa-lufa.

- Evans, Lílian.

Lílian torceu as mãos antes de caminhar até o banquinho. O chapéu pareceu meio indeciso antes de anunciar.

- Grifinória!

Ela correu para a mesa de sua nova casa, sentando-se ao lado de outra ruiva, que estava em frente a Artur e Sirius.

- Ficamos na mesma casa. Espero que Alice e Selene também venham para cá.

- Elas virão. – a ruiva disse, simpaticamente – Grifinórios têm o condão de sempre se reunirem antes mesmo de serem selecionados. E eu vi vocês juntos no trem. A propósito, eu sou Molly Prewett.

- Lílian Evans.

- Lupin, Remo. – Minerva continuava a chamar os alunos.

Sirius levantou os olhos, encontrando o garoto de cabelos claros que consertara os óculos do outro menino antes de entrarem no salão.

- Grifinória!

- MacFusty, Alice.

- Grifinória.

Lílian sorriu. Mais duas ou três pessoas foram selecionadas antes que a professora chamasse o nome do garoto de óculos que atropelara Sirius.

- Potter, Tiago.

- Grifinória!

Tiago sentou-se de frente para Sirius, ao lado de Lílian. Ele não percebeu o olhar hostil da ruiva, já que estava muito ocupado observando o moreno.

- Então temos um Black na Grifinória... Acho que aquele chapéu está precisando se aposentar. – Tiago observou.

- É melhor você calar a boca, Potter. – Sirius sussurrou de volta, em tom perigoso.

- E porque eu deveria? Já ouvi muito falar da sua família. Praticantes das Artes das Trevas...

Os olhos de Tiago faiscaram por trás das lentes dos óculos. Sirius fechou os punhos.

- Eu posso ter o mesmo sangue deles, mas isso não significa que eu seja igual.

Antes que Tiago pudesse responder, Alvo Dumbledore levantou-se na mesa dos professores, chamando a atenção de todos para seus recados. Embora se conservassem em silêncio, os dois garotos continuaram a se encarar. Quando o jantar acabou, Artur Weasley e Molly Prewett, os monitores da grifinória, levaram os primeiranistas para sua torre.

Sirius observou seu novo quarto com admiração. Só uma coisa lhe causou enorme desgosto: sua cama era ao lado da cama de Tiago Potter.

- Bem, não se pode ter tudo na vida... – ele resmungou enquanto se preparava para deitar.

Além de Tiago Potter e Remo Lupin, Sirius tinha mais dois colegas: Frank Longbottom e Pedro Pettigrew. Mas estava muito cansado para tirar alguma primeira impressão deles. Exceto talvez, pelo Potter, que lhe parecera idiota à primeira vista.

Os dois primeiros dias de aula foram relativamente calmos. Havia a hostilidade de Tiago, mas Sirius convivera tempo suficiente com sua própria família para não levar o colega em consideração.

E aquilo parecia ser o que mais irritava Tiago. Ser ignorado.

O primeiro final de semana em Hogwarts chegou e Sirius viu seu dia escoar lentamente enquanto mofava ao lado de Alice, Selene e Lílian na biblioteca.

- Mas você precisa estudar! – Lílian tentou argumentar quando ele decidiu sair daquele lugar cheio de livros.

- Eu sou um gênio. E gênios não precisam estudar. Já está tudo aqui. – Sirius respondeu, apontando para a própria cabeça – Divirtam-se, meninas. E cuidado com a poeira. Ouvi relatos de tentativas de homicídio por aqui por causa da poeira.

- O que a poeira tem a ver... Ah, deixa pra lá... – Alice resmungou ao perceber que o menino praticamente desaparecera da biblioteca.

Sirius caminhou calmamente na direção da sua torre. E estava quase no quadro da Mulher Gorda quando ouviu alguém chamar seu nome.

- BLACK!

Ele se virou, reconhecendo a voz de Tiago Potter. Antes não tivesse se virado. Vinda do nada, uma bomba de bosta acertou sua cabeça.

- Merda!

- Você não podia ter dito coisa melhor.

- Onde você está, Potter?

- Nibelungo. – a voz do outro garoto veio de perto da passagem.

O quadro da Mulher Gorda se abriu mediante a senha e Sirius, erguendo as mãos diante do corpo, entrou também. O salão estava vazio.

- Potter, deixa de ser covarde, mostre-se, seu idiota!

- E porque eu deveria?

- Além de ser idiota é ladrão. Está com a capa de invisibilidade do garoto que te provocou no dia da seleção.

A cabeça de Tiago apareceu perto da lareira, parecendo muito brava.

- Foi ele quem roubou de mim no trem. Meu pai me deu essa capa.

- Mentiroso.

Tiago perdeu completamente a paciência e, deixando a capa escorregar para o chão, avançou para cima de Sirius. Os dois se embolaram no chão entre socos e pontapés.

- EI! O que vocês pensam que estão fazendo?

Remo e Frank separaram os dois garotos. Sirius tinha o supercílio cortado e cheirava mal. Tiago cheirava mal e sangrava abundantemente pelo nariz.

- Tiago, é melhor você ir para a enfermaria. – Remo observou, soltando o amigo.

Sirius soltou-se de Frank, bufando, e subiu para o dormitório, disposto a tomar um banho. Se ao menos Potter direcionasse suas brincadeiras para o lugar certo... Como os sonserinos, por exemplo!

- Maldito sobrenome. – Sirius bufou – Mas não tem problema. Eu vou dar um jeito nisso. Ah, se vou!

O primeiro passo foi se aproximar dos outros colegas. Afinal, não era só Tiago que o via com reservas por ele ser um Black. Dessa maneira descobriu que Pettigrew era o cúmulo da timidez; Frank queria ser auror (uma das pouquíssimas pessoas que desde sempre sabem o que querem da vida) e Remo fora vizinho de Tiago quando era menor, por isso já conhecia o moreno.

Com esse último, Sirius acabou logo fazendo amizade. Talvez fosse a tristeza quase sobrenatural que emanava de Remo Lupin, mas Sirius simpatizou com o colega desde o começo. Ou talvez fosse um certo faro para saber que, sempre que se metesse em confusão, Remo acharia uma maneira de sair dela.

Em todo caso, essa amizade foi o suficiente para que Tiago diminuísse as hostilidades. Aparentemente, ele respeitava muito as opiniões do amigo. O único porém nos planos de Sirius é que se aproximar dos meninos o afastou das três colegas que conhecera no trem.

Mas os frutos de seu esforço foram válidos. E ele percebeu isso no dia em que tiveram sua primeira aula de vôo. Para a infelicidade dos alunos de ambas as casas, as aulas eram em conjunto para a Grifinória e a Sonserina.

Um garoto de cabelos oleosos e nariz anormalmente grande; pelo menos para os padrões de Sirius, arrastou o tímido Pedro para um canto mais afastado da turma.

- Frank... Qual o nome daquele sonserino? – ele perguntou para o colega, apontando a péssima companhia de Pedro.

- Severo Snape.

Sirius assentiu e apartou-se da classe, seguindo Pedro e o sonserino. Aproximou-se o suficiente apenas para poder ouvi-los. Snape cruzou os braços e Pedro se encolheu no chão.

- O que foi, ratinho? Está com medo de mim? Você é um inútil mesmo. A Grifinória não devia ser conhecida como a casa dos leões. Ou então, o conceito de coragem mudou de significado.

Sirius estreitou os olhos. Ele estava provocando Pedro. E, como o colega era muito tímido, certamente não revidaria. Assim, antes que o sonserino pudesse dizer mais alguma coisa, ele foi violentamente jogado para trás por um soco de Sirius. Pedro levantou minimamente a cabeça, encontrando o moreno em pé diante dele.

- E você realmente foi para o lugar certo, não, Seboso Snape? O ninho das cobras deve ser muito agradável para você já ter se distanciado deles e vim brincar aqui.

- Sirius Black. Sua prima me alertou para o quão... gentil você poderia ser. - Snape se levantou, cuspindo um pouco de sangue e tirando a varinha das vestes.

Antes, no entanto, que ele pudesse tentar azarar Sirius, sentiu a ponta de outra varinha encostar-se a suas costas.

- Você já brincou o suficiente por aqui hoje, Snape. - Tiago Potter observou - Se não quiser arranjar problemas de verdade, vai pedir desculpas aos nossos amigos, em especial ao Pettigrew.

- E quem vai me obrigar a isso, Potter? Sua mãe?

- Tarantallegra!

As pernas do sonserino começaram a se mover, embora, pela face dele, Snape claramente estivesse tentando lutar contra a azaração.

- Sabe, Potter... Acho que, depois dessa, eu vou perdoar a bomba de bosta. Mas você se esqueceu de uma coisa. - Sirius tirou a própria varinha do bolso - Riddikulus!

O uniforme de Snape transformou-se em um vestido cor de rosa que ia até as coxas muito brancas do garoto. Tiago caiu na gargalhada.

- Pois é, Black. Depois dessa, sou eu que vou perdoar o fato de você ser... um Black!

Os dois começaram a rir juntos.

- Vocês dois... vão... - Snape tentava a todo custo se conter o suficiente para alcançar sua varinha, que tinha caído no chão - Vocês vão se ver... comigo!

Eles assistiram o sonserino se distanciar e Tiago caminhou até Pedro, ajudando o menino a se levantar.

- Você está bem, Pettigrew?

- Pode me chamar de Pedro. Muito obrigado.

- O que aquele idiota queria com você? - Sirius perguntou - Porque ele te arrastou da aula para cá?

- Ele queria me obrigar a subir na vassoura e voltar para o campo. Mas eu não sei voar... - Pedro concluiu em um tom medroso.

- Ele se recusou a subir na vassoura durante a aula. - Tiago observou, pensativo - Black, você aceitaria aprontar com aquele idiota o mesmo que ele queria aprontar com nosso amigo aqui?

Sirius estendeu a mão, sorrindo.

- Com toda a certeza...

Os três voltaram ao campo, Pedro ainda meio encolhido entre os dois. Lílian estreitou os olhos quando Sirius parou ao seu lado e sorriu para Tiago, fazendo um ok com a mão.

- Garotos... – ela murmurou entre dentes.

A aula foi se passando lentamente. Tiago e Sirius observavam cada movimento de Severo Snape com atenção. E, sem perceber, eram igualmente observados por Remo Lupin e Lílian Evans.

Finalmente a professora afastou-se para pegar alguma coisa que esquecera no castelo. Era a chance que Sirius pedira a Merlin. Ele retirou a varinha do bolso e apontou para o sonserino, que estava a um canto, parecendo se perguntar se devia ou não se aproximar da vassoura que a professora lhe dera.

- Vingardium Leviosa.

Tiago sorriu enquanto Sirius movimentava a varinha, fazendo Severo Snape flutuar até o alto de uma árvore, enganchando-o em um dos galhos mais altos. O sonserino ficou vivamente assustado.

- Parece que descobrimos o ponto fraco do nosso amigo... – Sirius observou – Ele tem medo de altura.

- Detesto concordar com você, Black. – Tiago ainda sorria, parecendo encantado com toda a atenção que eles tinham conseguido chamar – E então, Seboso... Quer sua vassoura para sair daí?

Todos observavam a cena, achando graça no medo de Snape. Ou melhor, nem todos achavam graça. Lílian, que sempre sentia a necessidade tentar ajudar todo mundo, colocou as mãos na cintura; e estava pronta para interpelar os colegas quando uma voz severa soou atrás dela.

- O que significa isso?

Remo fechou os olhos ao enxergar a face nervosa da professora de transfiguração. Tiago imediatamente perdeu a pose. Apenas Sirius não se deixou abalar.

- Estávamos ajudando nosso colega, professora. Ele teve um pequeno acidente com a vassoura dele.

Snape parecia tão nervoso com a falta de chão sob seus pés que sequer conseguiu protestar. Mesmo os sonserinos pareciam estar se deliciando com as agruras do colega. Lílian mordeu os lábios para não contar a verdade. Não achava aquilo certo, mas também não queria incriminar Sirius e Tiago. Afinal, eles eram da mesma casa.

Minerva fez o sonserino voltar ao chão e aproximou-se dele. Antes, porém, que pudesse perguntar alguma coisa a Severo, Remo meteu-se entre ela e o aluno.

- Eu vou levá-lo para a enfermaria, professora. Ele provavelmente está com um colapso nervoso.

Isso foi suficiente para suavizar a face de McGonagall e ela acreditar no que Sirius contara.

- Muito bem. Pode levá-lo, senhor Lupin. E acredito que Snape possa agradecer sua colaboração mais tarde, senhor Black.

- Será um prazer. – Sirius respondeu.

Pouco depois, Madame Hooch voltou e a aula transcorreu sem mais incidentes. Quando ela os liberou, Sirius apartou-se de Tiago e Pedro, que ficara o tempo todo perto deles, como que pedindo proteção, e foi encontrar as garotas. Achou Alice com Selene. Elas o encararam sem sorrir e, pouco depois, Lílian se juntou a eles, trazendo outra garota pela mão.

Sirius sorriu para a ruiva e para a moreninha recém-chegada, que ele sabia ser de sua casa, mas não lembrava o nome.

- Vocês viram aquilo? Aquele idiota teve o que merecia... Acredita que ele tentou fazer o Pedro...

- Não importa o que ele tenha feito, Black. – Lílian o interrompeu – Vocês o humilharam diante de toda turma... Ninguém merece isso.

- Eu discordo. – a morena falou com um sotaque diferente – Ele é um sonserino, Lílian. Como aquele idiota que te chamou de...

- Susan, isso não vem ao caso. Se eles erraram, a gente não tem que seguir pelo mesmo caminho. – a ruiva suspirou e deu um tímido sorriso – Talvez seja melhor assim. Faça amizade com os garotos. E boa sorte. Você vai precisar andando com o Potter.

Sirius não respondeu e as garotas foram embora. Ele cruzou os braços.

- Garotas... Quem precisa delas? Só sabem falar de regras.

E com isso foi para seu dormitório, jogando-se na cama assim que chegou. Pouco depois, a porta se abriu novamente e Tiago passou por ela, sentando-se na própria cama, de frente para Sirius. Os dois se encararam por alguns instantes.

- O que foi? Eu sei que sou o máximo, mas não gosto que fiquem me olhando desse jeito. – Sirius sentou-se também.

- Escuta, Black... Eu acho que devo pedir desculpas. Eu julguei você pelo nome, sem te conhecer.

- Remo mandou você falar isso? – Sirius perguntou, cruzando os braços.

- Não, estou falando por conta própria. – Tiago respondeu – Você é diferente do que meus pais falavam que seria um Black.

Sirius suspirou.

- Meus parentes também acham isso. Pena que eles acreditem que possam me consertar. Minha mãe até mandou um berrador porque eu caí na Grifinória! Disse que eu era a vergonha da família. Nada do que ele falou até hoje me deixou mais orgulhoso.

O outro garoto meneou a cabeça, sorrindo.

- Seja como for, acho que temos que começar isso de novo. E direito dessa vez.

- Do que está falando?

Tiago levantou-se, estendendo a mão.

- Tiago Potter. Muito prazer.

Sirius olhou para a mão estendida do colega por alguns instantes, antes de apertá-la com força.

- Sirius Black.

A porta se abriu pela terceira vez, deixando Remo e Pedro passarem por ela.

- Acredito que esse seja o começo de uma longa história... – Remo observou – E dolorosa também. Especialmente para alguns sonserinos.

Os outros colegas riram. Remo não tinha idéia de como estava certo...


Sirius ouviu o alarido sem se mexer. Seus olhos apenas observavam o céu, por demais escuro. Bellatrix, os dois Lestrange e um rapazinho que ele não conhecia estavam sendo levados a suas celas naquele instante.

Quase podia sentir pena da prima. Não sabia como ela fora capturada, nem lhe interessava saber. Sua mente estava muito longe dali, muito longe dos gritos que se juravam inocentes, muito longe dos espectrais dementadores que deslizavam pelo chão de terra batida, muito longe da escuridão que parecia se adensar a cada instante.

Finalmente ele saiu de sua imobilidade, tirando do bolso quase esfarrapado um pequeno objeto, que, à primeira vista, poderia ser confundido com uma caixinha de música. Ele passou os dedos longos sobre a gema verde da tampa e ela se abriu. Uma voz suave começou a cantar. Sirius sorriu, enquanto descansava a cabeça contra as barras de metal da cela.

Engraçado... Pensando agora, se não tivesse aprontado com Snape naquele dia, na aula de vôo, com a ajuda de Tiago; Lílian e as outras garotas não teriam se distanciado. Em compensação, se tivesse sido um bom garoto e não feio amizade com o rapaz de óculos, não teria sido padrinho do casamento deles e talvez nem tivesse notado Susan...

A vida era engraçada. Ele suspirou com esse pensamento. A vida fora engraçada. Agora ela tinha perdido toda a razão de ser.


31 de outubro de 1968

- Muito bem, todos preparados para a operação Abóbora Rosa? - Tiago perguntou com um sorriso.

- SIM! - exclamaram Sirius e Pedro.

Remo apenas sorriu. Estavam à beira do lago, observando a tímida despedida do outono. Um vento frio já começava a soprar, mas nenhum dos quatro primeiranistas parecia perceber. Um pouco mais afastadas deles, um grupo de garotas conversava alegremente.

Tiago e Sirius alongaram o olhar para elas, sorrisos idênticos aparecendo em seus rostos. Pedro abaixou a cabeça, tentando pensar em algo criativo. Afinal, estavam no dia 31 de outubro... Dia das bruxas.

- Vocês não pretendem utilizar nossas colegas como cobaias para essas peças de Halloween, não é? - Remo perguntou, fechando os olhos como se temesse a resposta.

- O que você acha? - Tiago perguntou, sorrindo maliciosamente - A operação se chama "abóbora rosa" porque nossos alvos são as garotas!

Remo suspirou.

- Vocês são um bando de marotos.

Sirius pulou, pondo-se em pé.

- Marotos! É isso! Nós somos os MAROTOS!

Tiago, Pedro e Remo observaram o amigo com descrédito.

- Sirius, isso é ridículo! Marotos?! Onde já se viu? Eu me recuso a ser chamado de "maroto". - Tiago cruzou os braços, emburrado.

Sirius apenas deu de ombro.

- Problema seu. Nós agora somos os marotos e acabou-se a discussão. Tem tudo a ver, Tiago. Você vai entender com o tempo, quando começarem a nos chamar de marotos e a nos olharem com respeito, e...

- Podiam me olhar com respeito me chamando de Tiago.

- Ah, Tiago, deixa de ser chato. Daqui a pouco vai começar a dizer que não pode fazer isso ou aquilo para não levar detenção!

Os outros garotos suspiraram, sabendo que não adiantava discutir com o cabeça-dura do Black. Foi a vez de Tiago se levantar.

- Bem, se não se importam, eu vou ir preparar a minha peça. Não se esqueçam que ganha aquele que assustar mais garotas até a hora do banquete.

Os outros assentiram e se dispersaram. Começava a temporada de caça. Sirius voltou para o castelo por uma das passagens secretas que descobrira naqueles dois primeiros meses em Hogwarts. Um corredor que ia sair perto da torre da Corvinal.

Só havia um problema. Como ainda não se acostumara com a escuridão da passagem, acabou se perdendo.

- Droga! Bem que eu podia ter um mapa! Porque só nessas horas a gente se lembra desse detalhe?

Foi quase uma hora de caminhada através das trevas até que ouvisse uma voz conhecida. A voz de Tiago. Aparentemente ele encontrara uma passagem que dava direto para a Grifinória. Excelente.

- Por favor, vamos com calma, eu sinto muito...

Curioso, Sirius quedou-se imóvel atrás da tapeçaria, vendo uma garota de costas para ele apontar a varinha para seu amigo.

- EXPELLIARMUS!

Tiago voou para trás, perdendo a varinha e batendo contra a parede. Ela aproximou-se dele, os olhos verdes estranhamente faiscantes. Sirius sorriu. Tiago não devia ter mexido com Lílian Evans...

- Você estava tentando me matar, Potter? Também tem alguma coisa contra bruxos nascidos trouxas como os idiotas da sonserina?

Sirius arregalou os olhos, assim como Tiago. O que o outro garoto tinha feito?

- Nunca me compare àquelas cobras. Eu nem sabia que você era trouxa. - Tiago se levantou com esforço. Provavelmente tinha quebrado alguma coisa - Você é muito exagerada, a serpente era só uma ilusão, ela não ia fazer nada.

- E quem lhe disse que eu estou falando dela? Uma serpente marinha verde-limão com pintinhas vermelhas dificilmente assustaria alguém, Potter. Agora, estar trancada em um cubo cheio d'água vendo ela subir até quase te afogar... Isso não é apenas assustador, Potter. É perverso. - ela guardou a varinha, tirando do bolso o protótipo dele - Trate de guardar seus brinquedinhos, Potter, porque da próxima vez que tentar alguma coisa contra qualquer um, pode ter certeza que eu vou revidar.

Ela se virou, indo para o retrato da Mulher Gorda, que observava a conversa com curiosidade. Sirius reprimiu o riso. Serpente verde-limão com pintinhas vermelhas? Só sendo o Tiago mesmo...

- Hei! - Tiago chamou antes que ela entrasse, ao mesmo tempo em que recuperava sua varinha - Qual é o seu nome?

Ela olhou-o com um misto de surpresa e desconfiança.

- Evans. Meu nome é Lílian Evans.

Sirius esperou a ruiva entrar no salão para ir até o amigo.

- "Qual é o seu nome?" Apaixonado, Potter?

- Sirius, não começa. – Tiago respondeu mal humorado, levantando-se.

- Mas realmente, uma serpente marinha verde-limão com...

- Sirius!

O outro garoto levantou as mãos em rendição.

- Certo, certo, sem problemas, não está mais aqui quem falou.

Tiago tirou seus protótipos do bolso.

- Vem, vamos para o dormitório. Eu vou dar uma checada nesses negócios para ver se ela tinha razão para tanto escândalo. E depois... Depois é hora de continuarmos com a operação.

Sirius riu, assentindo, e os dois entraram na torre.


- Hei, priminho...

Sirius não se deu ao trabalho de se virar. Bellatrix sorriu.

- Ô, tão sozinho, meu pobre priminho... Diga, como é se sentir traído?

O homem fechou os punhos mas não se moveu. Bellatrix sorriu ainda mais, os olhos brilhando alucinados.

- Você teve sorte, sabe... Não vai mais ficar sozinho. Me trouxeram pra cá também. Sabe, todo mundo lá fora acha que você é um traidor. "Ele não negou o sobrenome", é o que repetem. Se titia fosse viva, talvez ela pudesse afinal ter se orgulhado de você.

- Eu não sou como vocês. – ele sussurrou com a voz rouca.

- Claro que não. Você é pior, Sirius. Você entregou seus amigos nas mãos de um traidor. Você foi cego... Ou talvez covarde. Nossa, se eu for pensar desse ponto de vista, significa que você achava que Pedro Pettigrew era mais corajoso que você!

- Cala a boca.

- Ou talvez você realmente seja um traidor. – Bellatrix sentou-se no chão, encostando o rosto à cela – Você desconfiou de um de seus amigos. Você o traiu. Você se acovardou diante da possibilidade de ser caçado pelo Lorde para revelar o lugar onde os Potter se escondiam. Você os traiu.

- Bellatrix, eu estou avisando...

- Você é pior que qualquer um de nós, Sirius Black. Você é um assassino. Você matou Lílian e Tiago Potter. Você...

- EU SOU INOCENTE! CALE A BOCA AGORA! – Sirius levantou-se, jogando uma caneca com água contra a cela da prima.

Bellatrix voltou para a escuridão e Sirius se deixou escorregar contra a parede.

- Eu sou inocente... Eu não os traí. – um soluço escapou de sua garganta – Eu não traí. Eu juro que não...

Ele fechou os olhos e quando os reabriu, havia algo de diferente em seu olhar mortiço. Havia um brilho novo, meio alucinado.

- Eu vou sair daqui. – ele sussurrou pra si mesmo – Eu vou sair. E vou provar que não sou um traidor. O filho de Tiago e Lílian... Ele tem que saber que eu nunca traí seu pai. O mundo tem que saber. E Pedro Pettigrew, Rabicho... Ele vai pagar por cada dia que eu perder nesse inferno.

Ele iria sobreviver. Agora tinha uma razão para continuar vivo. E, por mais absurdo que isso lhe pudesse soar, tinha que agradecer Bellatrix Black por isso...


E cá está para vocês o primeiro capítulo de Doze Anos. Espero sinceramente que tenham gostado, ele me consumiu muito mais do que alguns dias no computador, mas também uma bela insônia e uma terrível tendinite.

Sei que tinha prometido postar dia 15... Mas o ff. saiu do ar hoje de manhã e eu preferi não me arriscar a não cumprir minha palavra.

Há muitas pessoas a quem eu gostaria de dedicar essa fic. Mas a lista é grande e eu me prolongaria demais. Então, para ser justa com todos, eu simplesmente a dedico a todos que acompanharam a saga de Hades, a todos que me procuraram através de e-mails e pelo msn, a todos que me fazem extremamente feliz quando me mandam algum comentário, a todos que lêem e guardam para si o sentimento que lhes passei... Porque escrever, antes de tudo, é um ato de amor. E, creiam-me, é imenso o carinho que nutro por todos vocês.

Acho que já falei demais, não? É melhor eu me despedir por aqui antes que comece a chorar. Estou muito emotiva hoje...

Um grande beijo para todos!

Silverghost.

P.S.: as atualizações de Doze Anos serão quinzenais. Ou seja, dia 30, o segundo capítulo da fic chega.