Nome Original: Green Eyes Sublimes

Autor: Spirit

Tradutor: Amanda Saitou

Betagem: Nanda W. Malfoy

Capítulo Seis

Saindo por uma abertura

X-X-X

Harry estava evitando seus amigos e vinha fazendo isso por uma semana inteira.

Como ele tinha explicado tão simplesmente na noite anterior para Severus, não era realmente que ele não quisesse falar com eles, era simplesmente um meio de ganhar tempo para si. Desta maneira, ele poderia colocar seus pensamentos em ordem, e explicar algo tão complexo não iria fazer ele se sentir, ou parecer, centrado.

Severus tinha olhado de cara feia para Harry e perguntado a ele o que tinha acontecido à famosa coragem Grifinória que era seu símbolo. Perante isso Harry tinha rido e contado a Severus a história de como o Chapéu Seletor queria colocá-lo na Sonserina.

Severus agradeceu a sua estrela da sorte por ter sido poupado de ter o Garoto-Que-Sobreviveu na sua casa a atormentá-lo por cinco anos. Harry tinha rido novamente e implicado que talvez ele fosse falar com seus amigos no dia seguinte.

Bem, era hora do almoço e Severus ainda estava para ver a reconciliação tomar lugar.

Falando nisso, Harry caminhou para dentro do Grande Salão e olhou sobre a mesa da Grifinória com determinação nos olhos. Ambos, Rony e Hermione, viraram em seus assentos para olhar para ele através do corredor e com um pequeno sorriso, o qual eles retornaram, ele andou e sentou-se na cadeira entre eles.

No meio da refeição Harry virou e falou com Rony e pouco segundos depois Rony passou-lhe o sal. Hermione pegou o sal de Harry a seguir e adicionou na sua comida. Então os três voltaram a comer, parecendo ter uma pequena conversa, até eles começarem a rir repentinamente. Harry deu uma olhada sobre a mesa dos professores e encontrou os olhos de Severus com um pequeno sorriso, enquanto os outros dois continuavam rindo, e pela primeira vez em um longo tempo Severus teve realmente que lutar com força contra a urgência de sorrir de volta.

Harry não parecia esperar mais de qualquer forma, então ele virou-se para seus amigos, ainda estava com seu pequeno sorriso e imediatamente retornou a conversar.

"Como ele está indo Severus?" uma voz macia perguntou ao seu lado.

Severus virou-se para o diretor sentado a sua direita e forçou-se a ser civilizado ao menos. "Você honestamente ainda se importa Albus?"

Dumbledore suspirou. "Severus, você sabe que eu sempre vou me importar imensamente por Harry".

Quando Severus não respondeu, Albus suspirou novamente e continuou a falar.

"Ele parece estar um pouco melhor. Eu considerei os eventos desta última semana como sendo sérios, e peço desculpas se eu parecer de encontro a você a respeito de seu bem estar, mas esse tempo gasto fazendo confidências a você, parece ajudar aos dois".

Severus retornou sua atenção para o velho homem e olhou-o furioso.

"O que você está tentando fazer Albus? Você não pode me dizer que o ano passado não lhe ensinou nada? Você tentou afastar-se também e veja onde acabou. Não pensou por um minuto, que você pode tê-lo passado pra mim porque se sente culpado por ele." Ele disse numa voz dura. "Você é como um avô para ele e a última coisa que Harry precisa é ter que sentar-se sozinho, querendo saber que grande crime ele cometeu dessa vez para ter o mérito de você dirigir-se tão insensivelmente a ele".

"A última coisa que eu penso fazer é arrastar essa criança para dentro dessa inevitável guerra se eu puder evitar isso", Dumbledore replicou e Severus quase se virou em aversão.

"Ele não é uma criança Albus e a menos que você tenha esquecido é de Harry Potter que estamos falando. Ele tem estado no meio dessa guerra desde o momento em que o Lord das Trevas o adornou com aquela cicatriz em sua testa. Ele merece saber mais do que tem lhe sido dito sobre isso, do que qualquer um. Ele merece ser tratado melhor do que a criança que supõem que ele seja", Severus disse tentando não levantar sua voz.

Não seria bom que toda a mesa de professores soubesse da mudança no relacionamento entre ele e Harry.

"Severus", Dumbledore começou com irritante paciência. "Eu entendo que você já está começando a se sentir diferente em relação a ele e eu aprovo isso totalmente. Eu iria justamente preferir ajudar ele da melhor forma que eu puder, do único jeito que eu posso. Harry já sofreu demais, me desculpe se eu acreditei que esse novo relacionamento que você tem com ele talvez o ajude no final. Eu sempre estarei aqui se ele desejar falar comigo Severus, mas você está certo, eu o vejo como eu vejo você, outra criança que precisa da minha proteção. Como você mesmo assinalou, ele precisa de um confidente e não outra pessoa tentando sufocá-lo com amor."

"E você acredita que eu sou essa pessoa? Você por acaso se esqueceu que ele tem amigos?" Severus pronunciou a palavra como se fosse suja.

Dumbledore sorriu. "Ah, mas vocês dois têm muito mais em comum".

Severus achou que era melhor sair, antes que ele fizesse algo drástico como perder a calma no Salão Principal, cheio de moleques supostamente denominados estudantes. Com um olhar furioso para o ainda sorridente diretor e um olhar furioso geral aos estudantes no salão, rapidamente saiu do salão.

Ele tinha os alunos do primeiro ano como à primeira aula daquela manhã, e precisaria de todo o controle possível se desejava chegar ao fim do dia sem enfeitiçar ninguém nessa insuportável escola.

x-x-x

"Aquele seboso! Dez pontos só porque eu quase cometi um erro. Quase! O que teria acontecido se eu realmente adicionasse 'cabelo de banshee' na poção?" a voz de Rony estava tão alta que era quase estridente.

Hermione suspirou impaciente, enquanto os três entravam no quarto dos garotos. Harry imediatamente jogou-se em sua cama enquanto observava Hermione olhar furiosa para Rony. Poções era sua última aula do dia e ele tinha planejado estudar um pouco antes do jantar às oito. Parecia que seus amigos tinham outras coisas planejadas.

"Teria explodido Rony! Você deveria se sentir muito feliz que Snape e eu paramos você a tempo, ou a poção se espalharia por toda a sala e quem sabe quais teriam sido os efeitos. Este é o sexto ano de poções Rony, não o primeiro ou segundo. Elas são muito perigosas." Hermione disse, impacientemente.

Rony olhou furioso para ela. "De que lado você está Mione?"

Hermione bufou de raiva e Harry gemeu alto enquanto colocava sua mão sobre o rosto. Ele podia sentir uma dor de cabeça vindo e realmente não tinha certeza se ter seus dois amigos constantemente brigando em seus ouvidos iria ajudar em algo.

"Harry? Oh nos desculpe Harry", Hermione imediatamente disse, enquanto sentava perto dele e o puxava para um abraço apertado.

"Yeah desculpa amigo", a voz de Rony soou tão defensora quanto à de Hermione e Harry gemeu novamente, antes de remover sua mão e sorrir para os dois em retorno.

"Inferno sangrento, vocês não tem que pisar em ovos ao meu redor, vocês sabem", ele provocou. "Eu iria preferir ter algum tipo de alívio da constante gritaria em que vocês dois gostam de se engajar. Melhor ainda, porque vocês simplesmente não se agarram ou algo do tipo, assim todos nós poderíamos ficar felizes?".

Claro, seus dois amigos imediatamente começaram a corar e Harry riu baixinho.

"Mas eu pensei que você também gostava dela." Se possível Rony ficou ainda mais vermelho. "Digo, se você gosta, eu... Eu caio fora... E deixarei vocês dois… Você sabe… ficarem juntos. Quer dizer, eu me sentirei muito estranho e posso precisar de um tempo para me acostumar a isso... Mas... Eu ficarei por perto... Eu acho."

Harry sorriu e virou-se para Hermione. "Bem Mione, parece que você não vai precisar fazer o negócio da cama. O homem saiu e disse que gosta de você duas vezes até agora. Não é justo você não responder a ele."

Com lágrimas brilhando em seus olhos, Hermione lançou-se nos braços de Rony e o abraçou tão apertado que Harry tinha certeza que Rony desmaiaria em breve. Em vez disso, Rony retornou o abraço fortemente, pressionando um beijo na sua têmpora.

"Mas, e quanto a você Harry?" Rony perguntou outra vez suavemente, já que ele e Hermione tinham finalmente se resolvido.

"Você não é meu tipo" Harry riu e Rony o olhou de cara feia.

"Você sabe que eu quis dizer sobre você gostar da Hermione também".

Harry ainda estava sorrindo quando disse gentilmente, "Hermione está mais longe do meu tipo que você. Então não, eu não gosto dela desse jeito".

Rony estreitou os olhos. "Bem okay, é um alívio saber disso amigo, mas hey o que há de errado com a Mione?".

Harry gemeu, começou a corar e enterrou seu rosto em suas mãos antes de reunir a coragem para responder, e quando conseguiu, Rony disse que ele falou 'abafado', então teve que repetir.

"Gênero errado Rony", Harry finalmente disse novamente, forçando seu olhar a ficar firme.

A única reação de Hermione foi um "Oh" e um dar de ombros, mas Rony abriu a boca quando 'a ficha caiu'. Harry gemeu ainda corado, mas decidiu que começar no meio do que ele precisava contar a eles não era necessariamente ao melhor coisa.

'Bem, ao menos é um lugar para começar'.

Ele tirou sua capa e camiseta e apontou para a cicatriz no seu peito novamente, então explicou para seus silenciosos amigos porque ele tinha aquela cicatriz... E porque ele precisava de outros para manter sua sanidade.

Com o tempo, ele estava terminando de descarregar sua aflição em cima deles, Hermione estava chorando novamente e Rony se ofereceu para levá-la a sala comunal. Hermione tinha Estudo Trouxa em meia hora, as cinco, e Rony, tinha História da Magia as seis. Eles tinham deixado suas mochilas na sala comunal e porque Harry tinha sido muito preguiçoso, também tinha deixado a sua lá. Harry os deixou ir porque achou que precisavam de mais tempo longe de sua companhia para pensar.

Assim que eles foram embora, Harry agarrou sua varinha e entrou no banheiro do dormitório imaginando se Severus estaria em seu quarto a essa hora do dia.

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Severus levantou os olhos da sua mesa às três batidas na sua porta e nem tentou esconder a surpresa quando Harry entrou na sala. Uma rápida consulta com sua varinha assegurou-o, em uma névoa verde, que ele realmente não estava imaginando a presença do jovem bruxo em seu quarto as 5:00pm.

"Você está ocupado?" Harry perguntou, finalmente fechando a porta e jogando sua mochila no chão, aos seus pés.

"Você tem uma detenção a cumprir?" Severus reagiu e Harry sorriu forçadamente.

"Não", ele replicou enquanto caminhava para a 'sua' poltrona, sentando-se pesadamente. "Eu só precisava de algum lugar para respirar livremente por um tempo. Desde que você se esforça tanto para me fazer relaxar aqui, foi o primeiro lugar em que eu pensei. É claro... Eu posso ir embora... Você sabe... Se... Bem... Você quiser que eu vá".

Severus retornou aos pergaminhos em que estava trabalhando e Harry presumiu que Severus realmente não se importava de qualquer jeito se ele decidisse ficar ou não.

"Você nunca faz nada além de sentar-se a mesa Severus?" Ele interrompeu seu professor.

"Sim. Eu faço. É só a sua falta de sorte que isso seja tudo que eu pareça fazer enquanto você está aqui", Severus replicou, sem olhar para cima.

Harry saltou do seu lugar na poltrona. "Bem, essa é sua chance de me provar o contrário".

Ele esperou por um tempo até Severus finalmente replicar, "Desculpe Potter isso terá que ser feito outra hora. Eu estou ocupado".

"Está certo então, vou simplesmente encontrar outra coisa para fazer", Harry declarou com um rolar de olhos.

Ele caminhou até a primeira prateleira de poções e começou a examinar os nomes lentamente. A maioria delas ele nunca tinha ouvido falar em todos os seus seis anos em Hogwarts e ele estava quase tentado a acreditar que algumas delas provavelmente não eram legais de qualquer jeito. Afinal, o quão legal uma Poção Sangue de Sanguessuga podia ser? A que ele estava procurando não estava no primeiro grupo da prateleira, então ele seguiu para o próximo grupo.

Também não estava lá e ele estava quase se movendo para o próximo grupo quando ele ouviu a voz de Severus.

"Você está procurando por isso Potter ou existe outra poção que você deseja?"

Ele estava segurando um frasco de creme azul claro. Harry ao menos teve a decência de corar e por alguns segundos ele não pôde forçar-se a olhar o outro homem nos olhos. Sim, ele tinha estado procurando por isso, mas, ele também queria verificar o suprimento de poções de Severus. Não que o outro fosse acreditar nisso agora.

Harry acenou. "Não tem um nome?"

"Não, ainda não tem", Severus disse, brincando um pouco com o frasco entre seus dedos. "Talvez, desde que você tornou-se tão dependente disso, você possa querer dar-lhe um nome."

Harry não queria comentar aquilo, na realidade novamente não conseguia encontrar os olhos de Severus, ele começou a encarar fixamente o tapete em baixo dos seus pés.

"Harry", Harry lentamente olhou para cima, à suave palavra, para vagarosamente encontrar olhos de ônix sobre ele "Venha aqui".

Como se fosse puxado por uma corda de interesse nas palavras, Harry caminhou parando ao lado da cadeira de Severus. Sem uma palavra ele tirou suas vestes e sua camiseta. No seu lado esquerdo, entre sua clavícula e braço, corria um corte recente ainda vermelho, mesmo que magicamente fechado para conter a corrente de sangue. Harry nem tentou escondê-lo com um feitiço, então ficava bastante evidente contra o jogo de luz no seu ombro.

Severus levantou da sua cadeira, pouco espaço entre eles, enquanto desarrolhava o frasco. Harry fechou seus olhos esperando pelos dedos hábeis de Severus para aplicar-lhe o creme em seu ferimento e quando os dedos desapareceram, ele abriu seus olhos à sensação de quente abandono formigando, sentindo sua pele curando-se... E ainda não.

"Este é o ponto em que você confisca minha varinha e a enfeitiça para que nunca permita que eu a use para conjurar a lâmina novamente?"

"É isso que você quer?"

"Sim. Não. Talvez" Harry disse, recusando-se dessa vez a se afastar do homem ainda parado perto dele. "Talvez, eu só queira que você faça algo. Me force a parar. Grite comigo. Me ameaçe. Eu não sei. Talvez… Somente alguma coisa."

Severus sentou-se. "Porque Sr. Potter? Para que você tenha algo em que se segurar? E o que acontece nos momentos em que eu não estiver lá para pará-lo... Ameaçá-lo... Fazer alguma coisa? Você usaria isso como uma desculpa para continuar e me culpar?"

"Não!" Harry disse, mas virou um matizado brilhante de vermelho.

Severus igualou-lhe com um intenso olhar. "Bem Sr. Potter, você terá que lutar com esse demônio sozinho. Só você pode parar. Tudo que eu posso fazer é me certificar de que você não morra despropositalmente. Quando você quiser parar, você vai parar."

"Não é tão fácil, você sabe!" Harry disse, enquanto colocava sua camisa e voltava a sentar na poltrona. "Tente ser eu por um dia. Tente viver com o constante conhecimento de existir como Harry Potter para saber como é difícil."

"Eu nunca disse que era fácil para você Sr. Potter. Eu nunca disse que parar seria fácil também" Severus respondeu, retornando a rabiscar no pergaminho a sua frente. "Eu estava simplesmente expressando um importante ponto. Acredite-me, eu não precisaria ser você para entender o que faz e por que. Só porque sua vida não deixa que você flutue sobre o feitiço obliviante,não quer dizertodos os outros deixem."

Harry estava silencioso por alguns segundos antes que seus olhos se estreitassem e ele saltasse da poltrona novamente.

Severus parou de escrever quando Harry parou expectante, ao seu lado. Harry levantou a mão de Severus, que não estava segurando a pena, e empurrou a manga da veste o quanto pode e examinou o braço que segurava. Não havia nada lá. Nenhuma das cicatrizes que ele estava certo que veria, estava presente no braço do professor e Harry corou profundamente.

Ele teve tanta certeza de que as cicatrizes estariam lá. Afinal, o homem não teve a melhor infância também.

Severus levantou uma sobrancelha, mas sem uma palavra ele retirou seu braço. Harry retornou para a poltrona de veludo negro ainda corado e sentou em profundos pensamentos por minutos.

"Eu tenho que ir" ele disse muito suavemente, mas não pareceu querer se mover.

"Eu entendo" Severus disse e Harry levantou os olhos para olhá-lo com olhos profundamente tristes.

Finalmente quebrando o contato visual, Harry levantou, pegando sua veste escolar de onde ele a tinha deixado no chão, então caminhou até sua mochila e jogou-a sobre um ombro enquanto alcançava a maçaneta da porta.

"Harry" a voz de Severus o parou. "Porque é tão importante que eu não...?"

"Não é" Harry balançou sua cabeça, então parou e suspirou. "É. É... Porque eu... É muito mais fácil de entender algo se você passou por isso, e eu acho que secretamente eu pensei que você pessoalmente... Entendia."

"Eu entendo" Severus disse novamente.

Harry virou um pouco para olhá-lo e deu um pequeno sorriso. Então, com um profundo suspiro enquanto virava-se, Harry deslizou pela porta fechando-a com um click.

Severus encarou o lugar onde o garoto estivera parado e pensou em todas as cicatrizes que vira no peito de Harry uma semana antes. Então com um leve suspiro retornou aos pergaminhos na mesa a sua frente e prosseguiu a afundar seus pensamentos nas palavras à frente de seus olhos.

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Meias cobriam pés apressados pelos corredores, enquanto ele segurava seus sapatos nas mãos, escondido debaixo da sua capa da invisibilidade que ele esperava estivesse escondendo cada movimento seu. Ele percebeu que quando um grifinório entrava nas masmorras da Sonserina nas primeiras horas da manhã sem permissão, quanto mais precauções tomasse, melhor. Por isso, a falta de sapatos e dos passos apressados. Duas voltas para a esquerda, uma para a direita, reto por um tempo, então virar à direita novamente...

'Ou seria a esquerda novamente na armadura?'

Harry xingou mentalmente. Depois de todos os passeios que fez para ver Severus à noite, parecia muito mais complicado quando ele não tinha nenhum verdadeiro propósito em mente. Era como se tudo nas masmorras reagisse à suas intenções e eles sabiam que o que ele realmente pretendia fazer não era do agrado de Severus.

Bem, Harry vinha fazendo isso pela semana inteira agora e difícil ou não, ele não tinha intenção de parar tão cedo.

'Eu preciso fazer isso, droga! De outra forma eu nunca conseguirei dormir!'

Então, lá estava a porta com a engraçada maçaneta. Sempre aparecia cedo ou tarde, Harry sabia. Ele só precisava ser paciente, jurar e discutir um pouco mentalmente e a masmorra teria pena dele e colocaria tudo de volta na sua ordem correta.

Três batidas muito suaves na porta e como sempre uma silenciosa prece para que Severus já tivesse ido para a cama e Harry pudesse entrar na sala que ele conhecia tão bem agora. Fechou a porta lentamente, então, virou-se para olhar a mesa no outro lado da sala e antes dela estava à poltrona de veludo negro com a crista de 'Snape' na frente do apoio para as costas.

Harry estava realmente começando a amar tudo sobre a 'sua' poltrona.

Colocando seus sapatos aos pés da cadeira ele deslizou para fora da capa da invisibilidade dobrando e a deitando ao lado dos sapatos, então subindo na poltrona ele chegou a sua confortável posição, de a cabeça descansando sobre um braço e os pés enroscando-se perto do outro braço. Então com um leve suspiro de contentamento, lentamente caiu no sono.

Como sempre, Severus quietamente caminhou à esquerda de sua sala quando teve certeza que o garoto estava dormindo para ficar de pé observando a forma descansada, teimosamente quebrando três regras da escola para fazer o que lhe agradava e Severus olhou desgostoso.

Se ele insistia em usar a capa da invisibilidade para esquivar-se, então Merlin, porque ele não era esperto o suficiente para usar a coisa como um cobertor a cada noite.

Suavemente lançou um feitiço temporário de aquecimento, que acabaria uma vez que Harry acordasse como ele parecia vir fazendo toda noite agora e cuidadosamente caminhou para seu quarto. Praguejando mentalmente sobre bruxos intrometidos que tem tolas idéias sobre ele fazendo confissões a um teimoso herói grifinório.

x-x-x

Harry gritou e Severus estava grato por ter lançado um escudo silenciador na sua sala desde a primeira noite que Harry fugiu, uma semana antes.

"Harry acorde!"

Ele sacudiu o garoto, mas em vez de abrir os olhos, Harry manteve-se continuamente gritando. Então, repentinamente parou e os olhos rolaram, sua boca se abriu, mas nenhum som subseqüente saiu. Seu corpo começou a tremer violentamente, silenciosas lágrimas corriam pela sua face e tudo que Severus podia fazer era assistir em horror.

'A Maldição Cruciatus? Mas como?'

Arrastando Harry para uma posição sentada, Severus passou seus fortes braços ao redor do corpo trêmulo, sabendo que se isso não acabasse logo Harry acabaria indo parar na mesma ala do St. Mungus que os Longbottoms.

Harry começou a lamuriar, então gemer e logo o tremor diminuiu também e Harry aconchegou-se ao corpo quente contra o seu ainda trêmulo, mas agora, ao menos semi consciente e ciente de que não estava em nenhum lugar perto de Voldemort e que não morreria da dor que sobrecarregava os neurônios em seu corpo.

Ele enterrou seu rosto contra o manto preto do peito de Severus ainda choramingando, tremendo e arfando em busca de ar.

"Inspire e expire lentamente e logo irá passar."

Harry ouviu as palavras que vibravam contra sua face e obedeceu. Inspirava e expirava, ele respirou lentamente enquanto ouvia a batida rítmica do coração de Severus e logo seu coração começou a retardar, batendo no seu próprio ritmo, derretendo para dar forma a uma variação com o ritmo de Severus.

"Harry" Severus afastou gentil e relutantemente Harry do abraço. "O que aconteceu?"

"Não era eu" Harry sacudiu sua cabeça antes de agarrar sua cicatriz, que tinha começado a queimar horrivelmente. "Não foi direcionado a mim eu quis dizer. Era outra família trouxa. Toda uma família. Três crianças e seus pais. Voldemort parecia tão furioso. O bebê estava chorando. Ele colocou o bebê sob o feitiço também e... Era... Todos estavam gritando tão alto e de repente era eu. Eu era todos eles, sentindo sua raiva e sua maldição".

Severus acenou silenciosamente, então levantou para encontrar uma poção em sua prateleira.

"Beba isso, impedirá seu corpo de entrar em choque" ele disse, entregando a Harry a poção que ele bebeu sem perguntas.

"Onde está a sua penseira?" Severus perguntou quando Harry tinha se acalmado e sua mão não estava mais pressionada contra sua testa.

Harry lhe deu um olhar de desculpa antes de responder suavemente, "Deixei no meu quarto. Muito problema trazer até aqui".

Severus andou em torno de sua mesa para sentar-se lá e pareceu perdido em pensamentos por um tempo.

"Você está muito furioso?" Harry perguntou baixinho. "Desculpe ter me enfiado aqui. Eu durmo melhor. Quer dizer, essa noite não conta".

Severus entregou-lhe uma pena e um pedaço de pergaminho. "Eu não estou furioso, mas nós não podemos discutir isso agora. Eu quero que você escreva sua visão antes que se esqueça, para que eu possa entregar para Albus. Tente fazer isso até o café da manhã de hoje. Aquela poção não deve ser tomada de estômago vazio."

Levantou-se e andou até a porta de seu quarto antes da voz de Harry pará-lo.

"Severus me desculpe. Por favor, não fique bravo. Eu só... gosto... daqui. Eu disse a você, eu durmo melhor."

Severus suspirou suavemente ainda de costas para Harry. "Eu sei disso. Você tem tido cuidado para não ser pego por qualquer um. Tente não ser no futuro também. Esquivar-se para o quarto de um professor no meio da noite sem permissão, especialmente usando uma capa da invisibilidade, é muito perigoso. Alguém pode enfeitiçá-lo antes e perguntar depois."

"Então eu posso continuar?" Havia um distinto sorriso por trás das palavras.

"Você pode fazer o que quiser Sr. Potter. Você parece ter carta branca quando se trata do diretor e a maioria dos outros professores nessa escola. Mas como eu disse, tenha cuidado. Agora escreva a carta e vá tomar o café da manhã. Eu vejo você em Poções." Severus virou para Harry, de repente olhando feio, mas Harry sorriu maliciosamente, sabendo o que viria em seguida. "Para o seu próprio bem eu espero que você tenha terminado a tarefa. Nós dois sabemos que você não tem esse tipo de liberdade quando se trata de poções e eu, Sr. Potter. Eu não terei escrúpulos em deduzir pontos da Grifinória e dar a você uma longa semana de detenção se precisar."

Harry riu e Severus foi deixado com o preocupante sentimento de não ter sido levado a sério pela primeira vez na vida.

"Essa detenção seria com você professor Snape?" Harry perguntou, fazendo seu caminho até a porta da frente ainda sorrindo. "E eu deveria me preparar para estar no meio da Floresta Proibida sem minha varinha para me ajudar a afastar as perigosas criaturas, porque você sabe que têm que ser ilegal em alguma parte do Mundo bruxo."

Severus o olhou perigosamente e Harry sorriu, então riu novamente.

Cada um deslizou por suas portas. Um lutando contra o desejo de se divertir e o outro já fazendo planos de retornar na próxima noite para dormir na poltrona de veludo novamente.

Ambos na expectativa das aulas de Poções à sua própria maneira.

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Nossos agradecimentos à: Sora Black, Srta Potter Malfoy, ArrozinhoChibi, Nanda Lilo, Dark Wolf 03, Amanda Poirot, Srta.Kinomoto, Ia-Chan.

E para as pessoas que não sabem o que escrever na reviews, a dica: ótima tradução, continuo a ler! XD!

Não deixem de ler nossas outras fics.

Os Tradutores