Capítulo Catorze

Decidiram celebrar o casamento três dias depois, no jardim de Demelza. Dois vizinhos da loura tinham passado quase toda a manhã de sábado a arranjar o jardim, e Gil colocou as cadeiras. A juíza que ia celebrar o casamento era uma encantadora mulher, avó de seis netos e que vivia do outro lado da rua, em frente a casa de Demelza. O bolo foi feito pela mãe de Demelza, as bebidas foram oferta de Bill, o jantar foi preparado por Molly Weasley.

O vestido de noiva de Ginny tinha sido comprado numa pequena loja da cidade. Era pérola, e tinha algumas rosas douradas na saia. Quando experimentara o vestido, sentira-se uma princesa.

Já na casa da piscina, no seu quarto emprestado, Ginny deu uma volta, fazendo voar o vestido.

-Como me fica? - perguntou para Hermione.

-Maravilhoso! Pareces realmente uma princesa, digna do Sr. Draco Malfoy. Pareces a noiva mais feliz que já vi na vida.

-Isso porque sou a noiva mais feliz. Oh, Hermione, amo-o tanto! Queria que tudo fosse perfeito hoje! Era tão bom que o Ron não implicasse.

-Bom, ele disse que vinha. Isso já é um passo no bom caminho. E, na realidade, acho que ele no fundo só quer que sejas feliz. Casar com Harry teria sido um erro!

-Sem dúvida. Teria sido um enorme erro. Sinto-me muito mal por ele. É um homem tão bom e eu já o amei muito, mas já passou tanto tempo, aconteceu tanta coisa, é uma história acabada. Não dava para começar onde deixamos... Ele já não é homem para mim.

Hermione corou um pouco e desviou o olhar.

-E o que achas para mim?

Ginny franziu a testa.

-O que queres dizer?

-Ficarias aborrecida se saísse com o Harry?

-Não! Claro que não!

Hermione sorriu.

-Óptimo, porque...Bem... Eu e ele aproximamo-nos...Mais do que amigos e temos saído com alguma frequência.

Ginny correu para a amiga e abraçou-a. Estava tão feliz por eles.

-Que surpresa fantástica! Acho que são perfeitos um para o outro – afirmou Ginny.

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-Tenho a gravata direita? - perguntou Draco a Chris.

Tinham-se vestido num quarto de hóspedes na casa grande, e estavam quase a descer para ocupar os seus lugares no jardim.

-Tão direita como estava quando me fizeste a mesma pergunta há dois minutos. Nervoso, companheiro?

-Não se nota?

Chris soltou uma gargalhada.

-Por que estás tão nervoso? Tens tudo o que queres. Uma mulher bonita que te ama e dois filhos maravilhosos.

-Tenho medo que chegue algum estúpido inoportuno e me estrague o casamento. Uma força maior pode querer me fazer pagar pelos meus pecados.

-Não sejas palerma.

Draco olhou-se ao espelho, examinando a sua gravata mais uma vez. A maldita continuava parecendo-lhe torta.

-Chris, agradeço-te muito por vires e teres aceite ser o meu padrinho. Sei que deve ser difícil fazeres um buraco na tua agenda.

-Não é para tanto. Aquelas velhas malucas e aqueles velhos excêntricos podem esperar um dia. Não perdia este casamento por nada no mundo! Além disso, nunca perco a oportunidade de voltar para a cidade. Tenho saudades disto, sabes?

-Da cidade?

Chris assentiu.

-Nunca cheguei a me adaptar ao campo. Aquela gente, às vezes, é maluca!

Draco riu.

-Pior que eu e tu?

-Nem imaginas os "acidentes" que me aparecem na clínica. São coisas que não se passa pela cabeça de ninguém!- Chris olhou para o relógio.- Está na hora de descer.

-Tenho a gravata direita?

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A nora dos vizinhos de Demelza tinha-se oferecido para tocar harpa. Quando flutuou no ar uma doce melodia, ressoando por baixo dos ramos dos carvalhos e acácias, o jardim transformou-se num lugar encantado. As notas dançavam no ar com fadas cobrindo a erva com pó dourado.

Draco e Chris aguardavam de pé em frente a um banco de pedra, com a pastora. Ginny, com um ramo de rosas na mão, permanecia ao lado do seu pai. Arthur Weasley sorriu.

-Nervosa?

-Não. Desta vez vou casar com o homem certo e nada vai dar errado.

-Ainda bem. Eu quero que sejas muito feliz.

Phoebe e Brian encabeçavam a comitiva. O rapaz levava as alianças e a menina levava uma cesta com pétalas de rosa. Desta vez não se preocupava em buscar mais. Draco tinha comprado todas as rosas que havia em duas floristas.

Assim que chegou ao pé de Draco, Arthur deu um beijo na filha e foi se sentar ao lado de Molly. Na segunda fila, Bill olhava para os dois com um grande sorriso.

A cerimónia começou. Draco e Ginny sorriam um para o outro.

-E se há alguém que seja contra este casamento, fale agora ou se cale para sempre.-a juíza disse.

Ouviu-se o som de alguém se materializando.

-Esperem!- alguém disse. Ginny lançou um gemido, Draco resmungou, quase arrancado os dedos de Ginny com o apertão que deu. Os dois voltaram a cabeça lentamente.

Ron estava entre as cadeiras, com uma expressão indignada.

-O que foi, Ron?- Ginny perguntou desesperada.

-Tu não podes casar com ele! Não podes! Depois de tudo o que fiz para te afastar dele...

-O que fizeste?- Draco rosnou.

-Não podes casar com esse delinquente, Gin!- Ron continuou ignorando Draco.

-Eu vou casar com ele porque o amo, e que história é essa? Depois do que fizeste?

-Ele abandonou-te no altar, Gin sem dizer nada. Ele esteve cinco anos sem dar notícias. Como podes tê-lo perdoado?

-Ele... Espera aí. Diz-me que não foste tu, Ron! Diz-me que não escondeste as cartas dele estes anos todos!

Draco ficou tenso ao lado de Ginny. Aquele sacana tinha quase lhe custado o amor da vida de Draco.

-Gin, tenta perceber. Eu não podia te deixar casar com ele. Ele é o responsável pela morte de Dumbledore, o pai dele quase te matou. Ele é Draco Malfoy!

-E eu amo-o. Eu não acredito, Ron. Tu viste-me sofrer este tempo todo e mesmo assim escondeste as cartas que ele mandava para mim.

-Gin, ele vai te fazer infeliz.

-Não. O que me faz infeliz é saber que o meu próprio irmão foi capaz de uma monstruosidade dessas. O Draco mudou, cresceu. Mas tu, não. Continuas a mesma criança que sempre foste que põe o orgulho á frente de tudo! Saí do meu casamento, Ron, saí! Talvez um dia te perdoe, mas agora não te quero ver. Saí! Deixa-me casar em paz.

Ginny estava furiosa com Ron, mas sabia que o seu irmão detestava Draco. Isso não justificava nada, mas para Ron era como se justificasse. Ginny ia perdoá-lo, eventualmente. Mas naquele momento não queria pensar nisso.

A cerimónia continuou.

-Pode beijar a noiva!- disse, por fim, a juíza.

Draco rodeou Ginny com os seus braços docemente e beijou-a com ternura. Os convidados aplaudiram e todos riram.

-Na boca- sussurrou Brian para sua irmã. -Bah!

-Pois eu acho muito bonito – replicou Phoebe. -Depois de todos os beijos eles vão em Lua-De-Mel. Sabes o que isso significa?

Na carinha do menino desenhou-se um sorriso.

-Sim. Que vou ter um cão.

-E eu um gatinho. Branco. Vou chamar-lhe Floco de Neve.

-O meu cão será um rottweiler e vou chamá-lo Caçador.

Mal sabiam eles que um gatinho persa branco e um cachorrinho rottweiler já estavam na Mansão Malfoy à espera da chegada dos seus pequenos donos.

Fim

N/A: Quero agradecer a Mari por betar esta história e também Um Beijo Só e também deixar um especial agradecimento a estas pessoas por terem deixado review:

Thaty

miaka

LolitaMalfoy

Pry

Ginny Danae Malfoy

Gla Evans-Dumbledore

Ara Potter

Isabela Ogata

Lala Malfoy

Katrina Lians

EuDy

Hi Chang

Mani Felton

Bellatrix Amarante

Ella Evans

Remaria

Malenkaya

Bibica

Mrs. Butler

Franinha Malfoy

Um beijo para todos!