Fullmetal Alchemist não me pertence, tampouco as personagens aqui citadas. (Queria tanto que fossem meus...)

Sooner or Later


Capítulo 1: O erro

Segunda-feira de manhã. O despertador tocou furiosamente no criado-mudo, anunciando o início de mais uma semana. Ainda sonolento, o homem esticou o braço e tateou à procura do objeto infernal e por fim, desligou-o com sucesso.

Roy Mustang levantou-se devagar da cama e olhou para a janela de seu quarto, com pequenos raios do sol batendo em seu rosto pela fresta da persiana. Piscou os olhos com sonolência e observou o horário.

- Mas... já está na hora de ir para o quartel? – reclamou passando a mão nos cabelos negros bagunçados.

Vagarosamente, o coronel se pôs de pé e caminhou até a cozinha, onde pretendia tomar um café antes de ir para o serviço. Mas naquela manhã tinha alguma coisa diferente. Sentia-se triste como se algo ruim tivesse acontecido no dia anterior... a única coisa que Roy realmente se lembrava é que estava bebendo no bar da cidade, lamentando-se alguma coisa. Mas de que coisa ele estava se lamentando...?

- Bobagem... - pensou enquanto colocava a água para esquentar no fogão - Nada aconteceu ontem e essa semana será como qualquer outra...

Mais que rapidamente, lembrou-se de uma mulher, um grito, o som de um tiro, várias estaladas de dedos, uma grande poça de sangue e de várias lágrimas. Um flash back veio em sua mente...


Flash back

- Coronel! – uma moça corria em sua direção.

- Hm...? – Roy atendeu ao chamado. Aquela voz... a dona dessa doce voz era... – Sim, Hawkeye?

A moça tinha cabelos loiros presos na nuca, dando um ar mais sério à sua figura. Corria segurando um pequeno bloco com relatórios. Roy a observou por alguns instantes... era ela quem havia conquistado seu coração. Mas pela expressão da moça, ela parecia ter assuntos sérios a tratar com o coronel, como sempre.

Riza parou na frente dele e continuou:

- Coronel, nós acabamos de receber informações anônimas sobre o assassino do casal Bearly. Precisamos verificar se realmente são boatos verdadeiros ou não.

- Ótimo, faremos isso imediatamente. Quais são as informações que conseguimos? – Roy perguntou, olhando nos olhos da primeira tenente.

O alquimista fitou aquele belo par de olhos castanhos, mas Riza desviou o olhar e continuara o assunto:

- Acreditamos saber do esconderijo dele.

- Ah... sim... o esconderijo... – Roy disse repetindo cada palavra como se a mensagem não tivesse entrado em sua cabeça.

- Estamos enviando um grupo para ver o local e conferir se realmente é o esconderijo do assassino. É possível que consigamos capturá-lo hoje mesmo, senhor. – Riza folheou um pequeno relatório.

- Primeira tenente, peço para que dispense o grupo que foi enviado, vamos nós mesmos para coletar os dados. – Roy pediu.

Riza acenara para seu superior e correu novamente para o quartel, a fim de avisar sobre a decisão do coronel. Eles estavam entrando em uma nova missão...

Fim do flash back


Roy colocou o rosto entre as mãos. Sentia um peso enorme de culpa no coração. Graças a ele, alguém querido se machucara. E esse alguém era Riza.

Por quê? Por que ele havia tomado uma decisão tão idiota? Se não tivesse optado por ir pessoalmente ao local, tudo estaria normal, ele não estaria chorando e lamentando ali.

A água começou a ferver e Mustang percebeu que havia perdido muito tempo pensando em sua culpa. Respirou fundo e tentou imaginar alguma outra coisa. A primeira coisa que lhe veio à cabeça foi a grande pilha de relatórios que terá para assinar quando chegar ao quartel... No mesmo instante, Roy pensou se Riza iria fazê-lo assinar aquilo tudo.

Sem pensar duas vezes, ele pensou nela novamente...

Terminando de tomar café, Roy colocou sua farda azul. Estava pensando em conversar com seu superior para que pudesse ter a tarde livre. Não estava com cabeça para trabalhar, mas tinha que seguir o costumeiro rumo do quartel general.

A pé, Roy andava devagar fitando o chão. O sentimento de culpa ainda não tinha o abandonado e este se sentia cada vez mais fechado, mais triste, mais distante do destino final.

Quando se deu conta, não estava em frente às escadarias do quartel general, e sim, na frente do hospital.

- Aqui... – murmurou olhando o alto prédio. – é onde a Riza está... se não fosse por aquela minha ordem idiota...


Flash back

Vasculhavam atentamente o beco. Pistolas, espadas, lanças... Muitas armas foram apreendidas no local. Riza estava agachada observando as munições diferentes que tinha num canto.

- Coronel, eu acho que encontrei a munição da arma que foi utilizada no assassinato do casal... – Riza ergueu uma pequena bala para seu superior observar melhor.

Roy se agachou para observar a bala nas mãos da primeira tenente.

- Por favor, recolha toda essa munição para que o grupo responsável pela análise possa identificar se é ou não parte da munição que foi utilizada nesse caso...

- Sim, coronel... Segundo tenente, Havoc! – Riza chamou e passou as instruções para este, que saiu logo para cumprir as ordens.

Roy e Riza estavam sozinhos naquele local agora. O coronel sentiu o coração ir à boca, era uma oportunidade única e rara. Riza estava mexendo em alguma caixa de madeira velha, quando cortou o dedo em alguma coisa.

- Ai! – exclamou.

Mustang imediatamente pediu para ver o machucado, e Riza mostrou o dedo ferido.

- Oh, puxa! Se não tratarmos isso, ficará inflamado... – murmurou segurando a mão dela.

- N-não, tudo bem, coronel! Eu cuido disso... – ela respondeu, olhando fixamente para o chão.

Com um movimento delicado, Roy puxara a mão dela, que estava começando a pingar sangue, e deu um pequeno beijo na região machucada, deixando Riza vermelha...

- Não precisava fazer isso, coronel... – a primeira tenente puxara a mão com certa rapidez.

- Desculpe... foi reflexo... – Mustang abriu um largo sorriso.

Um sorriso que era suave e verdadeiro, do qual fez Hawkeye olhá-lo nos olhos. Ele era adorável e a cor daqueles olhos parecia estar consumindo-a.

Roy estava aproveitando o momento. Aproximou-se devagar do rosto dela... iria finalmente dizer o que realmente sentia ...

Fim do flash back


- Ah... – o coronel suspirou perante o hospital – aquele beijo...

Roy não se conteve e avançou degrau por degrau. Estava pensando no estado de sua querida. Ele não queria vê-la deitada na cama do hospital, sofrendo. Queria tê-la ao seu lado no Quartel General, colocando-o na linha e mandando-o assinar a grande pilha de relatórios, mesmo contra sua vontade.

Mas o que mais gostaria era de ter Riza em seus próprios braços.

Todo esse momento de lamentações o fez parar na entrada do hospital. Aquilo era forte para ele.

- Bom dia...? – a porta foi aberta por uma enfermeira, que estava estranhando a reação do homem.

Roy olhou para ver quem lhe cumprimentou e foi instintivo achar que aquela moça era Riza Hawkeye, pelos cabelos loiros e estatura parecida. Ele teve que se conter para não abraçar a enfermeira... tinha dado alguns passos com os braços estendidos. Porém, como a ação foi inesperada, ele abaixou um pouco a cabeça com vergonha.

- Algum problema, senhor? – ela se aproximou um pouco para que pudesse olhá-lo nos olhos cabisbaixos.

- Ehh? – imediatamente o coronel levantou o olhar. – ahh sim, desculpe-me... vim fazer uma visita...

- A quem senhor? Dependendo, posso te levar no quarto do paciente. – a enfermeira foi até o balcão para pegar um relatório dos quartos ocupados e o coronel a seguiu.

Uma onda de medo invadiu Roy. E se Riza estivesse num estado grave? E se... ela nunca mais acordasse


Flash back

Os cabelos dos dois se misturavam com a aproximação. Era o momento que Roy Mustang tanto sonhara. O momento que tanto queria experimentar. Iria finalmente dizer à primeira tenente que a amava. Ele colocou a mão no chão a fim de apoiar-se melhor para beijá-la. Aquilo parecia estar demorando um século para acontecer...

Os lábios roçaram. Ah! O calor da boca de sua querida primeira tenente estava ali. Isso era verdade! Mas...

Um movimento rápido foi feito na hora. Riza empurrara seu superior no peito, interrompendo o contato. Roy não havia entendido o que houve.

- Hawk... não... Riza? – ele perguntou.

Riza não estava em condições de responder. Estava tão envergonhada com a situação que não reagiu quando o coronel a chamou pelo primeiro nome.

- Riza? O que foi...? – Roy sentiu seu estômago cair.

- Não é o momento certo – ela respondeu com as mãos ainda apoiadas no peito dele.

- Você... tem razão – ele suspirou – Não é a hora adequada para tratarmos desse assunto...

Riza levantou-se e retirou as mãos do peito dele. Caminhou solitariamente pelo beco longo e frio, refletindo sobre a atitude dele. Quando olhou para trás, viu seu superior, agachado ainda, sozinho com sua sombra projetada na parede descascada.

- A sombra de um homem solitário... (1) - Riza observou com tristeza a imagem de seu chefe. Uma onda de solidão e de afeto a invadiu. Queria abraçá-lo, queria pedir desculpas por ter interrompido aquele precioso momento entre eles com aquele empurrão. Queria dizer o que sentia por ele, sem nenhum remorso. Ah Roy...!

- Roy... - Riza começou voltar em direção ao coronel, que levantou a cabeça ao escutar seu nome.

Porém não era só ela que ele avistara. Havia outra pessoa atrás de Riza. Seus olhos se arregalaram ao deparar-se com a medonha figura. Um homem segurava uma arma, apontando diretamente para a primeira tenente. Sem mais, nem menos. E ela estava perto de Roy, alguns poucos metros...

- RIZA...! – Roy berrou para alertar a tenente e tentar impedir o homem de cometer tal ato. – ATRÁS DE VOCÊ! – imediatamente, ele procurou pelas luvas inflamáveis no bolso e tentou vesti-las a tempo.

Ela parou bruscamente e buscou sua arma, mas não a encontrou. Tinha esquecido que poderia ser atacada por alguém. Estava indefesa. Estava sem sua proteção. Estava à mercê de algum ataque. Quando ela virou o corpo para ver quem e o quê estava atrás de si...

BAM!

Sangue respingou no rosto de Roy. Ela tinha sido alvejada... sua amada Riza... estava caindo! O momento parecia estar em câmera lenta. Roy pôde ver claramente lágrimas escorrendo pelo rosto dela... seus lábios pareciam murmurar algo...

-Roy...! – e finalmente Riza caiu num banque surdo.

Lágrimas já estavam presentes no rosto do coronel há muito tempo. A situação o impediu de reagir. Ela estava caída a sua frente, com a mão estendida para ele, enquanto seu sangue parecia caminhar até os joelhos dele. Mas, quando chegou a este, o desespero ficou ainda maior.

Ele não se conteve. Não parou para pensar. Agora já estava com as luvas, mas era tarde demais. Olhou para o homem com a arma. Aquele homem estava gritando algo com "deixe minha casa!", mas Roy não prestou atenção. Tomado pela ira, estalou diversas vezes os dedos. Isso fez com que o homem que atirara ardesse em chamas.

Roy havia matado alguém mais uma vez.

Fim do flash back


Roy caiu de joelhos no hospital. A culpa era dele. Não estava chovendo no beco e ele não estava vestindo seu precioso par de luvas... O tiro foi disparado e acabou acertando Riza, que agora estava no hospital.

- Riza... – ele começou a murmurar.

- O senhor está bem? – a enfermeira se ajoelhou ao lado dele.

- A-ah... estou...

- Senhor, eu não acho que esteja bem... – ela colocou a mão na testa do coronel – Você está pálido... e você parece estar com febre também...

- Febre? – o coração do Roy deu uma pequena acelerada.

- É. Febre – a enfermeira ajudou o coronel a se levantar – Acho que o senhor deveria vir comigo.

- Então terei o dia livre... – pensou Roy feliz com a notícia de sua enfermidade, que agora teria o dia livre para fazer uma visita para Riza.

- Acompanhe-me... – disse ela enquanto o puxava pelo braço.

Roy deixou-se conduzir pela moça. Quem sabe encontraria Riza. Mas pensar em Riza o fez sentir-se fraco, inútil e imprestável.

Continua...


Olá! Sou Amanda Geddoe Mustang! - Muito prazer em conhecer você, querido(a) leitor(a)!Estou aqui para dizer que esta é a minha primeira fic no e minha 1ª Royai /o/
Por favor, mandem reviews com comentários do que acharam do capítulo e o que esperam da história!

Notas:

(1) – Sombra de um homem solitário: acabei me referindo à música de The Alan Parsons Project "Shadow of a lonely man", que é uma das minhas preferidas.

Sobre o título: estive sem idéias de que nome dar a esta fic, mas ccomo eu estava ouvindo a música "Sooner or Later" de The Alan Parsons Project e essa frase parece(ou parecia?) ter alguma ligação com a história, coloquei como título da fic...

Muito obrigada por ler!

Provavelmente atualizarei semanalmente ou de duas em duas semanas...

See ya! o/

Ged