Autor: Fla Apocalipse

E-mail: Betrayal

Sinopse: Traição é algum que não podemos suportar. Certo?

Shipper: Draco/Hermione

Classificação: NC17

Gênero: Romance


Betrayal

Olhou para os lados; aquele lugar não lhe era estranho, mas não estava ali para ver o lugar e sim uma pessoa. Não conseguia acreditar que havia aceitado o convite dele, mas não tinha outra escolha, ele tinha informações. E algo lhe dizia que a informação seria de grande valia.
Entrou no café da esquina da rua Fine com Philleus e olhou para todas as mesas. Devido às altas horas, o local estava quase vazio; um casal conversava na mesa mais próxima da porta, um homem tomava café em uma outra mesa e um outro estava na mesa mais afastada, perto da saída dos fundos. "É ele." , ela pensou, dirigindo-se até a mesa mais afastada. Porém, antes mesmo de chegar a ela, viu o homem levantar a cabeça do livro que lia e lhe olhar; Hermione tremeu ao ver aquele sorriso outra vez.
-Achei que não viria. – ele disse, puxando a cadeira vazia para trás e a posicionando perto de si, para que a morena ocupasse. Hermione sentou-se muito a contragosto perto dele.
-Não ia, mas... – as palavras morreram em sua boca.
-Está no seu sangue, Granger. – ele disse, a olhando, e viu quando ela levantou uma sobrancelha em questionamento – A curiosidade. Você sempre foi curiosa.
-Que seja. – disse, tentando parecer casual, colocando a bolsa na mesa e retirando o casaco – E não é mais Granger, você sabe bem.
-Verdade, desculpe-me.
-O que você quer me mostrar? – perguntou, tentando acabar logo com aquilo.
-Onde está seu marido?
-Que lhe interessa onde Harry está, Malfoy? – ela estava começando a perder a paciência. Passou os olhos sobre o rosto do loiro à sua frente: os cabelos estavam grandes e caíam sobre seus olhos toda hora; os olhos cinzas nunca estiveram tão brilhantes; a pele já não era mais tão clara, mas estava longe do normal.
-Você deveria ser mais cuidadosa, sabia? – ele riu baixo e sorveu um pouco do café que estava em sua caneca – Uma mulher deve cuidar bem do marido, mas já vi que esse não é o seu caso.
-Claro que cuido de meu marido, amo Harry mais do que tudo. – disse, ficando nervosa da acusação que o loiro fazia. "Ele não me conhece para dizer essas coisas." , pensou, vendo-o puxar um envelope de papel pardo do bolso interno do casaco.
-Cuida? Então, ele não a ama da mesma forma. – o loiro respondeu, assumindo uma postura mais séria. Se tinha algo que Malfoy não gostava era de homens que não honravam os votos sobre o amor; tivera péssimos exemplos em sua vida, como seu pai, e isso só fazia com que ele nunca traísse sentimento algum, nunca enganasse ninguém; uma mudança em Draco aconteceu ao fim da guerra, quando resolvera passar para o lado da Luz; porém, o amor viera com tudo e quase matara o menino de apenas dezessete anos. Mas a morena, por quem ele se apaixonou, sumira sem deixar vestígios e ele acabara por nunca mais deixar ninguém entrar em seu coração, mas respeitava esse tão puro sentimento e odiava quando via pessoas tratando-o como lixo. "Essa é a razão pela qual estou fazendo isso." , ele justificou-se mentalmente, mesmo sabendo que era mentira.
-O que é isso? – perguntou, pegando o envelope que ele lhe entregava. O rosto dele estava sério.
-Veja você mesma. – Draco sabia que, quando ela visse as fotos, começaria a chorar; por isso, marcara aquele horário, para não ter público quando a tal choradeira tivesse início.
Hermione abriu o envelope e puxou várias fotos de dentro. Antes de olhá-las, virou-se e olhou nos olhos de Malfoy; algo estava diferente naquele olhar. Colocou o envelope na mesa e baixou os olhos para a pilha de fotos à sua frente.
-Antes de ver as fotos, – o loiro colocou a mão em cima da pilha de fotos e a olhou – Saiba que não quero nada, mas achei que deveria saber. – dizendo isso, retirou a mão e deixou a morena ver as fotos.
Hermione olhou a primeira e lhe custou alguns segundos para focar o rosto das pessoas; Harry estava parado, encostado em um carro, e uma garota ruiva o abraçava e beijava-lhe os lábios. Hermione reconheceu a ruiva. Ela tremeu ao ver a foto e perceber a situação do casal, mas não conseguia crer, aquilo parecia um truque. Passou para a foto seguinte; o cenário não mudava, o carro estava lá, porém, a ruiva e Harry estavam dentro do carro e se beijavam apaixonadamente. Hermione tremeu outra vez; os olhos queimaram.
Cada foto que passava, via o casal aos beijos e abraços em lugares e situações diferentes; seus olhos queimavam e ardiam, mas não conseguia chorar; aquilo a chocava, mas não se sentia triste, como achava que ficaria em uma situação dessas. Quando achava que já tinha visto tudo, as duas últimas fotos a fizeram respirar com dificuldade; mesmo com a escuridão da foto, pôde ver que, do lado esquerdo, Harry prensava a ruiva contra a parede, as pernas dela se enlaçavam em sua cintura e as calças de Harry estavam em seu pé. Na foto seguinte, viu que ele estava sentado em uma cama e ela sentada em seu colo, a ruiva sem roupa alguma.
Minutos se passaram até que ele a viu se mexer; parecia que ela analisava meticulosamente as duas últimas fotos. Draco passou a mão pelos cabelos, jogando-os para trás e se preparando para a pergunta que todas elas faziam quando colocavam os olhos nas fotos mais comprometedoras.
-Como tirou essas? – Hermione perguntou, separando as últimas duas da pilha e as colocando na mesa; entretanto, não olhava para Malfoy.
-Segui os dois até o motel em que entraram. – ele respondeu, analisando as feições dela, mas achou estranho ela ainda não estar chorando.
-Desde quando? – perguntou, puxando a caneca de café dele e bebendo um gole.
-Desde quando eles se encontram? Não sei bem, mas vi pela primeira vez há dez meses. – viu-a olhar-lhe nos olhos, mas seu olhar era calmo.
-Dez meses? – ela pensou, recolocando a caneca na frente do dono – Era de se esperar.
-Como assim? – perguntou, mas viu uma lágrima cair do olho esquerdo dela; sua mão se guiou sozinha até o rosto da morena e limpou a lágrima antes mesmo que ela chegasse à bochecha. Hermione estreitou os olhos pensando na atitude de Malfoy, algo totalmente inusitado. Tentou ignorar aquele fato, mas estava ansiosa, e Malfoy percebeu isso ao vê-la brincar com uma pulseira de prata em seu pulso; a pulseira parecia uma corrente, adornada por algumas pedras vermelhas que não eram rubis, mas alguma outra pedra.
A mulher parecia que iria estourar a pulseira a qualquer momento; girava-a e puxava do pulso a todo momento. A luz do recinto fazia as pedras brilharem, algo quase hipnótico; ela parecia tão concentrada em mexer na jóia que quase esqueceu de responder a ele.
-Eu não durmo com Harry faz quase um ano. – ela respondeu, virando-se para trás, chamando a garçonete e pedindo um café.
-Posso perguntar por quê?
-Não, mas já perguntou. – ela riu nervosa empurrando gentilmente as fotos para ele, que as recolheu e as colocou outra vez no envelope, deixando somente as duas últimas para fora – Harry e eu estávamos tentando ter um filho, mas descobrimos que ele não pode ser pai. Fiquei triste, mas dei a idéia de adotarmos uma criança; foi aí que nos afastamos.
-Por que se afastaram? – o loiro quis saber, adorava escutar essas histórias.
-Ele ficou bravo quando sugeri isso, dizendo que queria um filho só meu e dele, que adotar uma criança não ia ser a mesma coisa. Desde esse dia não mais dormimos juntos. Acho que ele não conseguiu mais me tocar por não poder me dar um filho. – ela agradeceu a caneca de café que a garçonete trouxe e bebeu um pouco do líquido quente ainda sob o olhar analisador de Draco Malfoy.
-Ele é louco. – Draco a olhava, pensando em como Potter era idiota em não querer tocar aquela bela mulher – Não era motivo para deixar de dormir com você.
-Não entendo como vocês, homens, pensam. – ela riu do próprio comentário.
-Não dá o direito a ele de traí-la.
-Essa situação não, mas outra mais sórdida talvez sim. – ela disse, sorrindo maliciosamente por detrás da caneca; porém, o loiro viu.
-Qual outro motivo? – perguntou, curioso, e bebeu o último gole de seu café.
-Eu e Harry estamos casados faz dez anos. – viu Malfoy inclinar a cabeça para olhar seu corpo e corou ao vê-lo com um olhar de aprovação – Quando tínhamos dois anos de casados, eu o traí.
Draco olhava para a morena como se não estivesse escutando direito o que ela estava dizendo; desde quando ela fazia algo de errado? Ficou mirando a mulher por alguns segundos; não tinha como negar, Hermione se tornara uma bela mulher. Rosto delicado, olhos castanhos reluzentes, cabelos cacheados presos por uma fita de cetim rosa, boca vermelha, pele clara. O corpo era tão belo quanto o rosto, seios fartos, cintura fina, magra, coxas grossas, e a calça jeans que usava revelava isso e um pouco mais.
-Você o traiu? Por quê?
-Não foi bem uma traição, foi mais uma omissão. – e sorriu maliciosa outra vez – Um Natal n'A Toca, Ron bebeu muito e me beijou, quando tentei afastá-lo, caímos no sofá e Harry nos pegou quando eu consegui tirá-lo de mim, mas meu batom estava borrado e os lábios de Ron também. Falei para Harry que não era para ele brigar com o amigo porque ele estava bêbado, mas a verdade é que demorei mais de dez minutos para afastar Ron de mim quando caímos no sofá.
-Você beijou um outro homem, ele está comendo essa ruiva. – Malfoy disse sem pensar bem nas palavras, apesar de ainda estar espantado com a confissão da morena.
-Eu vi. – os olhos recaíram sobre as fotos na mesa e um sorriso quase insano se postou nos lábios da morena – Sabe quem é ela, não?
-Sim. – Malfoy respondeu sorrindo pelo canto da boca; Mione sentiu um frio na espinha ao olhar para aqueles lábios.
-Não pensaria em outra pessoa para ele me trair. – o jeito frio com que ela falava sobre esse assunto estava deixando-o pasmo; afinal, estava acostumado com choro e ameaças de morte sobre o traidor.
-Deveria se separar dele. – aconselhou Draco, pegando as duas últimas fotos e guardando-as com as outras no envelope – Mas como a vida é sua, faça o que bem entender.
-Obrigada pele informação. – Mione disse, levantando-se, recolocando o casaco e pegando a bolsa – Até.
A morena saiu do estabelecimento e, assim que pisou na calçada, grossas lágrimas caíram de seus olhos; começou a andar, indo em direção a sua casa, mas sabia que, ao chegar, encontraria Harry. Não sabia ao certo o que fazer em relação a isso, mas teria que enfrentá-lo, cedo ou tarde. Apoiou-se em um muro pouco depois do café e abaixou a cabeça, milhões de sentimentos passando por sua mente e seu coração. Tremeu levemente; o frio assolava a cidade com força e os flocos de neve já começavam a cair lentamente.
Olhou para o chão, os flocos de neve cobriam boa parte da calçada e da rua; viu alguns colados em seu corpo, molhando levemente sua roupa, mas nada daquilo parecia ter grande importância; nada.
-Venha, te levo pra casa. – falou Malfoy, passando o braço pelos ombros da mulher, e começou a andar, a amparando-a.
Hermione nada respondeu, somente deixou-o ampará-la e afundou a cabeça em seu peito, chorando. As ruas se passaram sem que ela visse e, quando estavam na esquina da casa dela, ele parou de andar.
-Melhor eu te deixar aqui. – disse o loiro, olhando para os olhos dela, que estavam vermelhos, mas ela já não chorava mais.
-Por quê? – perguntou quase sem voz, ainda com o braço dele lhe segurando pelos ombros.
-Por que o quê, Granger? – segurou-a mais junto de si, sem saber bem o porquê.
-Por que me trouxe até aqui se nem ao menos gosta de mim? – devagar, passou a mão pela cintura dele e aconchegou-se junto do corpo do loiro, que deixou um discreto sorriso passar por seus lábios ao senti-la se aninhando nele.
-Porque você não estava em condições de vir para casa sozinha. – respondeu, sentindo o calor do corpo dela; aquilo estava ultrapassando os limites, mas não sairia dali.
-Bom, ele está lá dentro. – ela olhou para a casa com a pintura verde clara; a luz da sala estava acessa. Olhou para a casa que antes tanto amava, e agora não conseguia chegar perto; viu o jardim que todos os dias cuidava, as rosas que Harry dera para que plantasse, as margaridas que tanto gostava de olhar e os lírios que a faziam suspirar com o cheiro. Viu os vaga-lumes que piscavam brevemente nos jardins e lembrou-se de que gostava de ficar a observá-los quando esperava Harry voltar das missões; agora, a dúvida acorrentava-a; será que ele realmente estava em missões todas as vezes ou ia ao encontro da ruiva? – Mas não sei se quero vê-lo.
-Tem outro lugar para ficar?
-Não. O único lugar que tinha é onde aquela ruiva mora. – respondeu, quase chorando outra vez, mas fechou os olhos e impediu que as lágrimas caíssem.
-Melhor ir para um hotel. – sugeriu o loiro, tentando não olhar para baixo, pois o movimento que a morena fizera para se aninhar nele, deixara o decote da blusa que usava ainda mais perceptível e os seios, tentadores à sua visão.
-Posso ficar com você. – ela disse, e viu-o lhe olhar sem saber o que dizer.
-Não sei se é certo. – o loiro soltou-se do corpo dela e a olhou um pouco preocupado.
-Medo? – ela debochou, depois de alguns segundos de silêncio. Draco a olhou com surpresa.
"Ela perguntou se tenho medo que ela vá dormir em minha casa?" ele pensou com um sorriso malicioso passando por seus lábios. "Hermione Potter, não sabe onde se meteu".
O loiro avançou em passos lentos na direção da morena e ela se afastou, até encostar-se na parede de uma loja de doces; Malfoy a olhava nos olhos e seus corpos estavam próximos. Apoiou a mão direita na parede ao lado dela e inclinou seu corpo em direção ao dela, falando baixo no orelha da morena, fazendo-a suspirar.
-Medo de quem, Granger? – sorriu ao senti-la suspirar mais uma vez – Medo de você me tentar ou de Potter descobrir que você transou comigo?
-E quando transei com você? – ela perguntou, ainda olhando para o outro lado da rua por cima do ombro dele e sentindo a respiração dele em sua orelha.
-Ainda não. – ele respondeu rindo baixo e entrelaçou a mão na dela, puxando-a para um beco ao lado da loja de doces. Malfoy a empurrou contra a parede e buscou os lábios dela, capturando-os em um beijo intenso; suas mãos seguravam o rosto dela, as dela puxavam-no pelo colarinho da camisa.
Hermione sentia todo o corpo dele prensando o seu contra a parede; o beijo era intenso e carinhoso. As mãos de Malfoy eram ágeis e logo desceram pelos ombros da morena, retirando o casaco e a bolsa que ela usava.
-Se segura. – ele falou com os lábios ainda colados aos dela, aparatando com ela logo em seguida. Mione sentiu a vertigem de aparatar com outra pessoa e, assim que sentiu chão firme sob seus pés, separou-se do loiro e olhou ao redor. Estavam em um quarto; atrás de si, uma cama grande com dossel; à sua frente, um sofá, uma poltrona e uma mesa com várias máquinas fotográficas trouxas em cima; uma porta na extrema esquerda revelava o banheiro e outra, fechada, na parede à direita, deveria ser a saída.
-O que é aqui? – perguntou, olhando Draco; este rira de lado e tirava o casaco, jogando-o na poltrona.
-Onde pediu para dormir? – viu a morena arregalar os olhos em surpresa – Pois bem, aqui está.
-Cadê minha bolsa? – ela perguntou, passando a mão pelos ombros.
-Aqui. – ele segurava a bolsa dela e a olhava como se esperasse que ela se aproximasse para poder dar o bote.
-Você trabalha de quê? – ela perguntou, pegando a bolsa sem se aproximar muito dele.
-Detetive Particular. – respondeu, decepcionado por não conseguir puxá-la para si – E você?
-Auror. – respondeu com orgulho, apesar da careta que ele fez.
-Era de se esperar. – disse, andando em passos lentos na direção dela – Você sempre foi muito esperta, corajosa, teimosa. – e riu da cara de desacordo dela.
-Não sou teimosa, apenas... – mas não pôde terminar de falar; Malfoy a beijou novamente, fazendo-a se sentar na cama; Mione levantou-se, segurando-o pelo colarinho da camisa outra vez, sem separar seus lábios, e começou a empurrá-lo em direção a parede mais próxima. Draco percebeu o que ela queria fazer e inverteu a situação, prensando-a na parede e segurando a cintura dela, tentando achar uma fenda na camisa por onde passar sua mão para dentro.
Separaram-se quase sem ar, as bocas vermelhas e inchadas; Mione olhava-o com certo receio e Draco não conseguia conter os pensamentos maliciosos sobre ela. Talvez ela estivesse em sua mente, vendo aqueles pensamentos, e por isso o receio estampado em seu rosto.
-Não se preocupe, não vou te atacar durante a noite, Granger. – ele falou, rindo, e avançou sobre ela, continuando a falar em uma voz rouca no ouvido dela – Só se você pedir.
-Onde vou dormir? – ela perguntou, mudando de assunto, mesmo que não fosse aquilo que desejasse no momento. Draco se afastou dela e a olhou; era melhor parar por ali mesmo, a morena era casada. Era casada com um babaca que não lhe dava o valor merecido, mas, ainda assim, era casada.
-Pode dormir na cama, vou dormir no sofá. – ele disse, se dirigindo ao sofá; a morena andou na direção da cama, tirou a sandália, desamarrou o cabelo, deitou e se cobriu; Malfoy sentou-se no sofá e retirou a camiseta que vestia, jogando-a junto de seu casaco; tirou o tênis e deitou-se, olhando o teto do quarto.
-Posso apagar as luzes? – ela perguntou, sentada, olhando para ele, e viu-o assentir. Luzes do quarto apagadas, ambos ainda de olhos abertos e encarando o teto, uma fraca música começou a tocar; a morena a reconheceu no mesmo momento.
Draco virou a cabeça para o lado da cama, a luz da lua iluminava fracamente o cômodo e deixava tudo em uma tonalidade azulada. Viu-a se levantar e correr até a bolsa, puxando um celular de dentro; o loiro só agora reparara que ela estava vestindo somente a camisa branca de botões, deixando suas pernas à vista.
Ficou fitando-a por algum tempo; de onde estava, conseguia vê-la como se fosse um quadro. A janela fazia moldura ao corpo dela, as sombras dos pequenos flocos neve que caiam lá fora, a lua imponente finalizando aquela cena magnífica.
-Alô? – ela disse, já sabendo bem quem era do outro lado.
-Onde você está? Está tudo bem? – perguntou Harry, preocupado.
-Sim. Estou bem, sim. – respondeu, virando-se e olhando para o sofá onde Malfoy estava deitando; percebendo que o loiro estava lhe olhando, virou-se outra vez.
-Onde está? Já viu as horas? – ela olhou para o relógio no pulso; faltavam dois minutos para a meia-noite.
-Sim, mas não vou pra casa.
-Como assim? – ele pareceu indignado.
-Vamos dizer que a vontade de ficar ao seu lado esta noite passou. – respondeu, tentando não parecer tão vingativa como estava querendo ser.
-O que quer dizer com isso, querida? – perguntou Harry, fazendo Mione bufar com a ousadia dele em chamá-la de querida.
-Que eu não quero ficar perto de você hoje, Harry. – ela assustou-se quando sentiu duas mãos deslizarem em sua cintura e enlaçarem-a ao dono atrás de si.
-O que aconteceu, Mi?
-Deveria se perguntar quem aconteceu, Harry. – ela respondeu, sentindo as pernas fraquejarem ao sentir os lábios de Malfoy encostarem de leve na curva de seu pescoço.
-Pode me explicar o que está acontecendo e onde está? – ele perguntou, perdendo a paciência com as charadas da mulher.
-Uma ruiva aconteceu pra você. – "E um loiro pra mim." , ela pensou, mas continuou a falar – E estou muito bem. Bem longe de você.
-C-como soube? – Harry se enrolou ao perguntar e Mione riu.
-Coisas erradas sempre aparecem, amor. – ela disse, achando graça na preocupação dele – Agora, se você não se importar, estou querendo dormir. Boa noite.
Desligou o celular para não haver mais interrupções e sentiu o loiro lhe puxar ainda mais pela cintura, colando as costas no peito nu dele; Draco beijava a curva do pescoço dela, e suas mãos brincavam com a barriga dela, apesar de desejar ardentemente descê-las um pouco mais.
-O que ele queria? – perguntou, entre um beijo e outro.
-Saber onde estava. – ela respondeu, inclinando a cabeça para trás, a recostando no ombro dele, e passando as mãos pelas mãos dele, fazendo-as descerem até onde Draco queria chegar.
-E por que não contou que estava aqui? – ele perguntou, agora, com uma mão abrindo a camisa dela devagar, botão por botão, e a outra mão brincando com a intimidade da morena.
-Ele nunca me disse onde ia quando transava com ela; por que devo dizer onde estou quando vou transar com outra pessoa? – disse, sentindo-o rir contra a pele de seu pescoço.
-Você deveria dizer pra ele que estava prestes a transar com outra pessoa. – ele a virou para si sem tirar a mão de dentro da calcinha dela.
-E quem disse que vou transar com outra pessoa? – ela perguntou, passando a mão pelos braços dele e subiu devagar, passando pelos ombros, pescoço e chegou aos cabelos; um puxão nos cabelos loiros de Draco o trouxe para junto dela, e se beijaram.
-Ah, Hermione, você vai sim. – Draco disse, empurrando-a contra a parede mais próxima e a prensando com seu corpo; as mãos dela agora arranhavam de leve o tórax dele e as mãos dele puxavam a camisa dela para os lados, fazendo os botões voarem por todo o quarto.
A garota se encontrava somente de calcinha na frente dele, que agora a olhava com desejo que há muito tempo não sentia; Mione corou ao vê-lo olhando-a daquele jeito e quase desistiu do que estava prestes a fazer, mas uma rápida olhada para a calça de Malfoy e a excitação que ele sentia fizeram-na puxá-lo para si outra vez.
Draco sentiu as mãos dela descerem de sua barriga para a calça, que logo estava sendo jogada longe; passou a mão pelas coxas dela e a ergueu, fazendo com que enlaçasse as pernas em sua cintura; os seios dela balançaram com o movimento, deixando Malfoy ainda mais excitado. Levou-a em direção a cama e a deitou, deitando por cima dela.
Ele parecia não conseguir se conter, mas queria mostrar para ela o que ele poderia fazer e que Potter não poderia ou não queria. Ajoelhou-se na frente dela, pegando uma das pernas dela e colocando o pé apoiado em seu peito; começou pela lateral do pé, fazendo uma trilha de beijos, passando pela panturrilha; chegou na coxa da morena e passou a mordiscá-la, indo para a parte interior e aproximando-se muito do sexo dela. Resolveu que ainda não era hora de começar e pulou da coxa para a barriga dela, mordendo-a de leve, e subiu até chegar aos seios.
Não sabia por qual deles começar; enquanto brincava com a boca em um, sua mão acariciava o outro. Hermione estava de olhos fechados, somente aproveitando as sensações de ter Draco beijando seu corpo, fazendo-a gemer. Por muito tempo, sentiu-se indesejada, sentiu que já não era mais atraente; porém, aquele homem estava mostrando o contrário. Passou a mão pelos cabelos dele quando ele começou a beijar e mordiscar seus seios; suas mãos bagunçavam os cabelos dele, como se o incentivasse.
-Draco... – ela gemeu assim que ele ficou novamente por cima de seu corpo e pôde senti-lo por inteiro. Não conseguia mais se segurar, queria-o sem dúvidas, mas parecia que ele iria provocá-la um pouco mais.
Malfoy deslizou o corpo pelo corpo dela outra vez e afastou as pernas dela de leve; sem aviso, passou a beijá-la primeiro no interior das coxas, alternando entre beijos, mordidas leves e algumas mais fortes, arrancando suspiros e gemidos dela; segurou com força o quadril da morena quando passou a beijar a intimidade dela e a sentiu arquear, mas a manteve no lugar, segurando-a ainda mais firme pela cintura.
Hermione estava enlouquecendo; a língua de Malfoy entrava e saía de seu corpo, a fazendo estremecer, e já não sabia quanto tempo conseguiria ficar sã. Draco sentiu que a morena estremecia violentamente e aproveitou para intensificar suas carícias, ouvindo-a aproveitar seu êxtase com gemidos desconexos.
Levantou o rosto e a olhou; não poderia ter uma visão mais bela. Hermione estava estirada na cama, a luz da lua fazendo o suor brilhar no corpo da morena, os olhos fechados, o peito subindo e descendo rapidamente e ela sorrindo. Um sorriso que parecia que não passava por seus lábios há muito tempo. O loiro não pode evitar um sorriso, aquilo era o que mais queria desde que a viu chorando por causa de Potter. Queria deixá-la feliz, em êxtase, como se o resto do mundo não importasse mais.
Sentiu o corpo dele deslizar por sobre o seu e abriu os olhos, e tremeu com a visão que teve; Draco estava olhando-a nos olhos, seus braços sustentavam-no longe do corpo dela, a respiração dele acelerada, mas nem comparada à dela. Não conseguiu evitar sorrir, tudo parecia estar no lugar certo, não conseguia sentir-se melhor do que naquele momento.
-Pronta para a próxima rodada? – ele perguntou, sorrindo malicioso, beijando-a no pescoço, descendo lentamente o corpo sobre o dela. A resposta dela foi somente um gemido. O que Draco não previa é que ela fosse reverter a situação, aproveitando que ele deitara completamente sobre seu corpo e rodando na cama com ele, ficando por cima; sentou-se nas coxas dele, vendo o olhar surpreso que ele lhe dispensava.
-Draco, me deixe esclarecer as coisas. – a morena deslizou o corpo pelo corpo dele, aproveitando o máximo a sensação que causava nele ao deslizar seus seios pelo peito dele; aproximou-se de seu ouvido, sua voz baixa e aveludada. – A primeira rodada ainda nem começou.
Com um movimento das mãos dela, correntes com algemas apareceram na cabeceira da cama; o barulho das correntes fez com que Draco olhasse para cima e, quando entendeu a idéia da morena, voltou a olhá-la com um sorriso maroto. Mione pegou delicadamente cada mão dele e começou a levá-las na direção das algemas, mas ele resolveu trocar a situação; com um rápido giro, Draco ficou por cima dela e prendeu as mãos dela nas algemas. Malfoy afastou-se e sentou-se na cama, vendo a morena algemada em sua cama, uma visão que ele queria memorizar.
-O que está pensando? – ela perguntou depois de alguns segundos; vendo que ele a observava, sentiu seu rosto queimando e, com toda certeza, aquilo deveria fazê-la sentir-se culpada; estava na cama com alguém que não era seu marido. Lembrou-se da ruiva e de todas as fotos que viu de seu marido e ela juntos; não era errado o que estava fazendo. Se era desejada por Malfoy e não por Harry, aquilo estava mais do que certo. Ele que desejasse Ginevra.
-Estou pensando... – ele deitou ao lado dela outra vez, deixando que ela sentisse o tanto que ele ainda a desejava; passou a acariciar com a ponta dos dedos o baixo ventre dela, sentindo-a tremer levemente. – ...em como Potter é burro por trocar uma mulher extremamente bela como você por aquela ruiva. Merlin, ele é estúpido demais.
Mione não sabia se ficava feliz pelo elogio ou se ficava brava por ele ter falado que seu marido havia trocado-a por outra mulher. Suas dúvidas foram apagadas quando ele desceu ainda mais os dedos e começou a acariciá-la.
-Não tem como não te querer, não tem como me manter longe de você. – Os dedos de Malfoy desceram ainda mais, entrando devagar na morena; ouviu-a gemer e contorcer-se. A tortura era grande, mas ainda queria vê-la gemer mais.
-Solte minhas mãos. – ela pediu, sussurrando e gemendo entre as palavras; o loiro riu e aproximando-se do ouvido dela, mordiscou-o e respondeu ao pedido dela com palavras lentas.
-Você teria me soltado? Acho que não. – ele pulou sobre o corpo dela e afastou levemente as pernas dela, olhando dentro de seus olhos castanhos; sentia-se tonto ao vê-la derreter-se de prazer. Devagar, guiou-se para dentro dela, e deixou um gemido rouco escapar de sua garganta ao começar a penetrá-la.
O ritmo de seus corpos era lento, e os gemidos eram cada vez mais profundos, deixando ambos tremendo de prazer; ela fechou os olhos, sentindo o corpo quente dele investir contra o seu, afundando-se cada vez mais dentro dela. Mione nunca se sentira tão completa, e escutar Malfoy deixar gemidos roucos escaparem de sua garganta só aumentava ainda mais seu prazer. Levantou as pernas, enlaçando-as na cintura do loiro, deixando que ele comandasse o ritmo de seus corpos, e buscou os lábios dele para um beijo; suas mãos presas fechavam e abriam, como se estivessem lutando para soltar-se.
Draco acelerou o ritmo das investidas, perdido entre beijos e gemidos. Ele sabia que agora já não havia volta; estava dentro dela e, se algum arrependimento surgisse, que viesse na manhã seguinte, pois aquele momento era deles. Malfoy viu-a tendo espasmos do segundo orgasmo da noite; ela estava com os olhos fechados e mordia o lábio inferior. Continuou a se mexer dentro dela.
-Cansou? – perguntou baixo, beijando o pescoço dela sem parar um segundo de investir contra ela.
-Não. – respondeu com a voz falha e respirando com dificuldade.
-Então continue, Mione. – ao terminar a frase, se postou dentro dela com força, ouvindo-a gemer alto, e sorriu.
Malfoy sentiu-a enlaçar as pernas outra vez em sua cintura e o puxar mais para junto dela com os músculos das coxas tremendo de leve, ainda com pequenos espasmos espalhando-se pelo corpo dela.
-Vamos, Draco, não era isso que queria desde o começo da noite? – perguntou em uma voz cortada por seus próprios gemidos – Não era esse seu plano quando aceitou que eu viesse pra cá? Vamos, transe comigo essa noite inteira como desejou.
Escutou as palavras baixas de Hermione e sentiu-se mais quente. Estremecendo, despejou-se dentro dela com um urro baixo escapando por sua garganta. Malfoy rolou para o lado e sentiu as mãos dela o abraçarem, o que o fez abriu os olhos, espantado.
-Suas mãos não estavam presas? – ele respirava com muita dificuldade e olhava para as correntes pendendo na cabeceira.
-Estavam, mas como fui eu que conjurei as correntes e as algemas, poderia ter me soltado a qualquer momento. – ela riu da cara de surpresa dele e depositou um breve beijo em seus lábios.
Deitaram-se lado a lado, se olhando nos olhos. Ele fazia carinho no rosto dela e ela fazia carinho no peito dele; ficaram em silêncio, talvez com medo de dizer a coisa errada e estragar um momento tão bom.
Dormiram poucos minutos depois, abraçados um ao corpo do outro, como um casal de verdade, o lençol os cobrindo, a lua banhando seus corpos; porém, a manhã seguinte caiu como água fria sobre Draco. Abriu os olhos e virou-se na direção em que Hermione estaria, mas ela já não estava mais lá. Sentou-se e olhou pelo quarto; tudo o que pertencia a ela já não estava mais lá. Malfoy olhou para o lado da cama onde ela estava na noite passada e viu um pergaminho dobrado ao meio. Pegou-o e abriu, com receio do que estava escrito.

"Malfoy
Obrigada pelas informações.
O café é ótimo e nosso segredo está seguro.
Até de noite.
Hermione."

O loiro não pôde deixar de sorrir ao ler as letras dela, marcando outro encontro com ele naquela mesma noite. Riu ao pensar que sempre achara traição um assunto sério e algo extremamente errado, e que agora se tornava uma diversão, algo certo entre ele e Hermione. O que não conseguia compreender era como algo que não suportava começava a ser tolerável.

FIM