Domo pessoal

Cá estou, com mais um presente, pra uma miga super fofa que ta fazendo niver esse mês. Como ano passado eu dei a ela a possibilidade de ver o Shu com lacinho vermelho, embrulhado pra presente fazendo stripper, agora decidi mudar um pouco as coisas.

Afinal, mesmo no mundo ainda deve existir um ou outro cara, com perfil pra príncipe encantado (detalhe, que não use rede nos cabelos nem brilho labial), pra nos inspirar de vez em quando. Se bem que eu ainda sou fã de vilões... XD

Há muito tempo tenho vontade de escrever essa história, mas nunca surgiu o momento, vocês sabem, aquela inspiração arrebatadora, que só sossega depois que as palavras começam a surgir na tela do pc.

Então lhes apresento "Le Musketeers" a terceira parte de uma trilogia iniciada em 'A Virgem de Gelo", com as peripécias de Harmonia para conseguir uma boa história.

Como disse em "Virgem de Gelo" existem muitas histórias que eu gostaria de escrever usando os personagens de Saint Seya, mas devido a saga estar ainda na metade, não me aventuro a UA´s, porque se não, não daria conta de tudo, então, criando um ambiente propício para se contar histórias. Os contadores (no caso os cavaleiros) se usam para ilustrar as tramas. Assim, as histórias não perdem o ritmo, nem vocês são prejudicados, por nunca verem o fim dessa saga.

No mais, espero que gostem. E Saory-san, feliz aniversário novamente.

Boa Leitura!

Le Musketeers

By Dama 9

Capitulo 1: A Praia.

.I.

Correu desesperada atrás da garotinha que não lhe dava um segundo para respirar. Ôh hora que resolvera bancar a 'tia boazinha' e dar um descanso para Ártemis e Thouma cuidando dos gêmeos naquele final de semana.

-Heitor! Harmonia; Aishi chamou, tentando alcançá-los e no processo quase caindo na areia.

Devia ter imaginado que aquelas crianças mais praia não iriam dar certo, mas aqueles olhinhos pidões de Heitor para que fossem nadar na praia do Cabo naquele domingo, foi irresistível e não conseguiu dizer não ao garotinho.

-Tia, olha o que eu achei; Harmonia falou parando a corrida para alivio de Aishi. –Uma concha; ela falou, exibindo o pequeno bibelô rosado.

-Ela é linda querida, mas vamos voltar para o guarda-sol que vocês ainda não passaram protetor; Aishi falou, pegando os dois pela mão e puxando-os consigo.

-Mas tia; Heitor começou fazendo beicinho.

-Não adianta, não vou chegar no santuário com dois camarõezinhos, Ártemis me mata se isso acontecer; ela brincou, fazendo-os se sentaram em cima da toalha que estendera.

-Tia, olha...; Harmonia falou agitada.

-O que foi? –Aishi perguntou distraída, enquanto passava o creme sobre as costas do garotinho, tentando ser o mais rápida, para poder fazer Harmonia sossegar.

-Tio Kamus e aquele cara esquisito; ela falou.

Engoliu em seco, detendo os movimentos. Cautelosa, voltou-se na direção que ela apontava e para sua surpresa lá estava ele, o esquife de gelo ambulante e o pervertido. Agora só faltava chover canivetes; ela pensou, erguendo os orbes para o céu, como se esperasse mesmo por isso.

Kamus detestava praia, o que era obvio já que a temperatura de seu templo normalmente ficava quase a baixo de zero, mas vê-lo na praia, era um milagre, ou algum lapso de insanidade temporária que lhe fazia ter visões? –ela se indagou.

-Eles tão vindo pra cá; Heitor comentou, levantando-se e dando seu lugar a Harmonia, antes de ir sentar-se em cima de uma bóia de patinho amarelo que Ártemis os fizera usar por garantia antes de saírem.

-É; Aishi murmurou, ainda confusa com aquilo.

-o-o-o-o-o-

Terminou de tomar seu chá e colocou a xícara sobre a pia, aquele domingo seria um dia cansativo para sair de casa, estava um calor infernal lá fora e o melhor que tinha pra fazer era ficar a toa em seu próprio templo, pelo menos ali, podia garantir que a temperatura fosse permanecer um grau... Abaixo de zero no mínimo.

Não podia afirmar com certeza que estava de mau humor, mas não dormira lá muito bem, principalmente porque passara boa parte da noite acordado contanto uma história a Harmonia e a outra que deveria estar dormindo, passou olhando para as paredes de seu quarto, com a mente presa no outro cômodo ao lado.

Aishi saira bem cedo, mal havia amanhecido quando ela acordara e despedindo-se rapidamente voltou ao último templo. A neve que estava sobre a sacada sumira com os primeiros raios do sol, apagando literalmente a 'prova do crime'.

Ainda queria entender o que acontecia entre eles, às vezes brigavam até quase caírem no chão tentando se matar, outras, beijavam-se como se o mundo fosse acabar num segundo, mas a questão era, porque toda vez que isso acontecia, nevava? –ele se indagou.

-Kamusssssssssssssssssssssssss;

Quase deu um pulo quando o Escorpião literalmente invadiu seu templo, lhe chamando. Mais um dia comum no santuário; Kamus pensou, rolando os olhos.

-Achei você; Milo falou ofegante.

-O que quer Milo?

-É urgente e você precisa vir comigo; o cavaleiro falou com ar assustado, mas sua mente logo se desviou para a cestinha de croasants em cima da mesa. –Posso?

-Vai; Kamus falou, balançando a cabeça levemente para os lados, enquanto ele puxava uma cadeira e começava a se servir. –Imagino que o urgente pode esperar, não?

-Não, por isso, vai trocando de roupa enquanto eu termino aqui; Milo falou, enquanto abria a garrafa térmica, despejando um pouco de chá em uma xícara.

Parou por alguns segundos, observando a cena. A mesa posta para o café, mas Kamus parecia já ter terminado, ele não era de ficar arrumando banquetes só para si mesmo. Pelo que vira, tinha uma xícara dentro da pia e outra limpa sobre a mesa. Ao todo, somavam duas. Então, quem mais estivera ali? –ele se indagou.

-Como? –o aquariano perguntou, chamando-lhe a atenção, pelo breve arquear de sobrancelha.

Depois descobriria, por hora, tinha algo mais importante pra resolver; o cavaleiro pensou.

-Isso mesmo, precisamos sair e tem de ser rápido, antes que alguém passe a gente; Milo falou, enquanto largava tudo do jeito que estava e começava a abrir algumas portas dos armários. –Você não tem cesta aqui?

-Não, porque eu teria uma? –Kamus perguntou confuso.

-Então eu pego a que tem em casa no caminho, mas anda logo... Vai. Vai. Vai; ele falou impaciente empurrando Kamus rumo ao corredor.

-Milo, você bateu com a cabeça ou é impressão a minha? –o cavaleiro perguntou.

-Olha, Aishi foi pra praia com os pirralhos e alguém que você não quer que esteja lá, provavelmente já sabe disso, então, se ficar demorando, alguém vai te passar a perna; Milo falou gesticulando, como se falasse com uma criança.

-O que? –Kamus perguntou com os orbes estreitos, enquanto o Escorpião se afastava, com cautela diante daquela reação.

-Viu, anda logo... E nada de usar roupa escura, se não vão me chamar de louco por andar com você; ele avisou, quando o cavaleiro sumiu no corredor.

Olhou em volta, assim que viu-se sozinho, entrou na dispensa e mexendo em uma coisa e outra, encontrou uma sacola onde poderiam levar alguns lanches.

Fazendo um rápido assalto a 'mão desarmada' na dispensa do aquariano, foi encontrá-lo na sala, vestindo uma camisa regata e uma bermuda branca, arqueou a sobrancelha incrédulo. Nunca imaginou que ele tivesse alguma peça no armário que não fosse azul, preto ou verde.

-Vamos?

-...; Kamus assentiu.

-o-o-o-o-o-

-Ah que dia lindo; o Escorpião falou, com um sorriso maior que o gato da Alice, enquanto caminhavam pela areia em direção ao trio, que abrigava-se em baixo do guarda-sol.

-Tia, eu não disse que ele é estranho; Harmonia falou, voltando-se para a jovem, enquanto a mesma lhe passava protetor.

-Não se preocupe querida, enquanto não estiver mordendo nem espumando pela boca, ele é normal; a amazona brincou, em tom trocista, enquanto os dois se aproximavam, mal sabendo do que elas estavam falando.

-Como vai Aishi? –o Escorpião perguntou cordialmente.

-Bem, e vocês? –ela respondeu, erguendo parcialmente os óculos de lentes esverdeadas que usava para fitá-los. Ainda pensando ser um lapso de insanidade temporária.

-Bem; Kamus limitou-se a responder, enquanto fuzilava o Escorpião com o olhar.

-Acredita, depois de séculos consegui arrancar o Kamus daquele freezer, se importam se ficarmos por aqui? –Milo indagou, já jogando a cesta num canto e abrindo o nada discreto guarda-sol de 'Tigrão' perto do que a jovem colocara.

-Tio, quantos anos você tem? –Heitor perguntou, enquanto distraidamente, cavocava a areia com o pé.

-Vinte e cinco, por quê? –Milo perguntou, enquanto de soslaio viu o aquariano sentar-se ao lado de Aishi e falar alguma coisa com Harmonia.

Será que era Aishi quem estivera com Kamus antes de ter chegado, mas encontrara com ela na descida dos templos, quando ela veio para a praia com as crianças. Mas e a segunda xícara, se era para ela, porque Kamus estava mau humorado quando chegou? –ele pensou, confuso.

-Nada não; Heitor falou, antes de voltar-se para a irmã. –Eu não disse que era só tamanho; ele completou com ar tão serio quanto o de um adulto.

-Hei! – Milo falou indignado.

-Você pediu por isso; Aishi e Kamus falaram ao mesmo tempo sem conseguir evitar o riso, diante do que a criança dissera.

Voltaram-se um para o outro, trocando um olhar hesitante. O que foi suficiente para fazer o Escorpião concluir o que estava acontecendo realmente e começar a maquinar seus planos, pelo menos até que as Deusas do Destino interviessem contra o pobre mortal.

-Nossa, parece que todos resolveram aproveitar o dia aqui; a voz bem humorada de Saga chegou até eles, junto com uma fria brisa do mar, que pareceu mais um prenuncio de tempestade.

-"Agora só faltam às nuvens negras"; Aishi pensou, engolindo em seco.

-Tio; Harmonia falou levantando-se e correndo até ele.

Arqueou a sobrancelha, ao ouvir um leve rosnado a seu lado, voltou-se para Kamus, vendo-o olhar o mar, evitando lhe encarar, mas tinha certeza do que ouvira; ela pensou, franzindo o cenho.

-Tudo bem, Kamus? –ela perguntou casualmente.

-...; ele limitou-se a assentir.

-Tio, conta uma história; Harmonia pediu, pulando no colo de Saga.

-Ahn! Desculpe, mas não sou lá muito bom nesse tipo de coisa; ele falou, colocando-a no chão em seguida. Mesmo porque, era evidente que preferia ouvir outra pessoa contar a história, do que ter de se virar para lembrar de alguma, assim tão de repente.

Aldebaran e Mú que vinham logo atrás do cavaleiro arquearam a sobrancelha, suspirando de maneira exasperada, para não definir como 'aborrecida'. Todo aquele alarde por nada.

Estavam conversando calmamente na frente de Touro, quando Saga passara feito um furacão em direção à Áries, querendo que o ariano lhe mandasse para a praia, mas como os encontrara ali mesmo, acabou não precisando descer mais escadarias.

-Que pena; a garotinha de cabelos flamejantes murmurou desapontada.

-Tio Kamus sabe contar histórias, não é? -Heitor indagou voltando-se para o aquariano. –Ontem você contou só para Harmonia; ele falou em tom acusador.

-Como? –Saga e Milo perguntaram ao mesmo tempo, voltando-se para o aquariano.

-Ahn! Bem...; Kamus balbuciou, voltando-se para Aishi com um olhar de suplica, que ela jamais pensou que pudesse ver. Assentiu silenciosamente, não era bom ficar dando explicações sobre algo que também não sabiam com certeza, mas precisavam de uma ajuda divina agora se quisessem desviar as atenções daqueles curiosos.

-Oi pessoal;

-Aioros? –todos falaram surpresos ao ver o sagitariano se aproximando com Aiolia, Marin e Saori.

-Bom dia; Saori falou com um sorriso gentil, antes de voltar-se para a amazona. Como se soubesse exatamente o que estava acontecendo.

-Obrigada; Aishi sussurrou, para que só ela percebesse. Não fazia idéia de como ela surgira ali, mas por pouco não deu pulos de alegria.

Suspirou aliviada, pelo menos assim conseguiria manter-se controlada quanto aos efeitos da troca, mesmo que ainda fosse difícil fazer isso com Kamus ali do seu lado, lhe deixando bem ciente dos conflitos internos pelos quais estava passando.

-Hei! Eu conto uma história; Milo falou, vendo que não conseguiriam descobrir em que momento da noite anterior Kamus contara uma história a Harmonia, sendo que cada um foi para seu próprio templo depois daquele pequeno problema com a foto dele e Saga dormindo juntos, o pior de tudo é que acabara tendo de agüentar as piadinhas de algumas servas logo ela manhã.

-Você, contando histórias infantis, faz-me rir, Escorpião? –Mascara da Morte falou, surgindo sabe-se lá de onde e eles puderam notar que praticamente todos os guardiões estavam ali.

-Oras, pelo menos eu sei algumas, ao contrario da arara azul ai, que não presta nem pra entreter uma criança; ele falou em tom jocoso apontando para Saga.

-Como? –o geminiano praticamente rosnou.

-Parem com isso; Harmonia falou colocando-se de pé e fitando os cavaleiros como se fosse adulta. –Não sejam infantis;

-Olha só, a tampinha acha que é gente; o canceriano provocou, porém o olhar envenenado de Heitor fez com que todos se calassem e fitassem a criança.

-Ahn! Mascara da Morte, é melhor não se esquecer da sua última experiência de provocar um geminiano; Aioros falou casualmente, enquanto abria um guarda-sol que tinha em mãos e começava a arrumar as coisas para acomodar aqueles que lhe acompanhavam.

-Bem, já que o Milo é o único que se arrisca, vamos sentar e ouvi-lo; Marin falou calmamente.

-Não sei não, acho isso meio perigoso; Aiolia falou, lançando um olhar enviesado ao cavaleiro. –Milo, qual a censura da história?

-Tio Kamus, já que não querem deixar o tio esquisito contar, porque não conta de novo a história que contou para Harmonia e não contou pra mim; Heitor falou fazendo beicinho.

-Quando foi isso? –Shura perguntou, juntando-se a eles, em baixo do guarda-sol.

-Vão me deixar contar ou não? –Milo perguntou aborrecido.

Se não fosse ele a descobrir pela boca do próprio Kamus o que acontecera, não permitiria que outro fizesse isso. Kamus era seu melhor amigo e agora, era uma questão de honra saber a verdade; ele pensou interferindo antes que mais alguém começasse a fazer perguntas indiscretas.

-Comece então Milo; Kamus falou manifestando-se pela primeira vez.

-Isso mesmo Milo, certamente você tem uma boa história pra contar; Aishi completou em tom de apoio.

-Sério mesmo? –ele perguntou, com um olhar quase infantil.

-Acho que alguém vai precisar de terapeuta; Aldebaran murmurou para o ariano, que apenas assentiu.

-Então, senta que lá vem história; Milo falou empolgado.

-Eu já avisei vocês para não darem café com coca-cola pra ele, olha no que da; Kanon brincou, fazendo os demais rirem.

Acomodou-se melhor sobre a tolha, enquanto Harmonia fazia questão em sentar-se entre ela e Kamus, agarrando o braço dos dois como apoio, mas fazendo com que os mesmos se roçassem de maneira suave.

Com um olhar esquivo mantiveram-se em silêncio, esperando o Escorpião começar a falar. E que os deuses lhes ajudassem a não fazer nevar, se não, teriam sérios problemas para explicar algo que nem mesmo sabiam como exatamente começava.

.:: ATO I ::.

Era uma vez, em um reino muito muito distante, quando os homens eram nobres, as mulheres ainda eram virgens e sexo começava a se tornar moda.

Ali vivia uma bela dama que pretendia se casar por amor, mas seu pai queria que ela se casasse com um homem rico que vivia no reino.

Só os poderosos mosqueteiros poderiam salvá-la. O plano era simples, tirá-la das mãos do Duque Vincent antes de chegar ao altar.

Entretanto, parecia não haver mais esperança, quando o destino deu uma guinada inesperada...

Continua...

Domo pessoal

Antes de ir, gostaria de comentar que essa história foi inspirada na musica "Bop Bop Baby" do Westlife.

Até a próxima...

Dama 9