Autor: Fla Apocalipse

E-mail: Fire

Sinopse: Ela sempre correu do fogo...

Shipper: Bill/Hermione

Classificação: NC17

Gênero: Romance


Fire

Olhou para o lado, ele ainda estava lá; o que ele estava fazendo ali? Fazia duas horas que ele havia entrado na biblioteca do castelo e estava sentado em uma das cadeiras olhando a capa de um livro, como se isso fosse a parte mais importante do livro. Hermione olhou para seu livro e continuou a fazer anotações em seu pergaminho, tentando esquecer que o irmão mais velho de Ron estava ali, encarando a capa de um livro.

Não se lembrava de Ron ter falado que ele vinha até Hogwarts, mas isso não importava, estava ali fazendo uma pesquisa sobre uma poção que poderiam usar durante algumas batalhas; o castelo silencioso como nunca. Poucos alunos voltaram depois da morte de Dumbledore, e nos anos seguintes também. E ela tinha quase certeza que depois desse feriado de Natal, menos ainda voltariam.

A diretora Minerva havia avisado que ela poderia ficar no castelo se não ficasse a pensar na guerra a todo momento; claro que jurara que sim. Não queria confusão com a diretora, mas não era assim tão fácil; tinha que pesquisar, tinha que ajudar Harry em tudo que podia. Olhou para o lado outra vez, ele ainda estava ali, olhando a capa do livro, começou a se preocupar; será que ele estava bem? Descansou a pena no pergaminho e ajeitou a saia do uniforme, levantou-se e caminhou devagar até ele; o homem pareceu não perceber sua aproximação.

-Willian? – ela chamou bem baixo, mesmo que estivessem sozinhos na biblioteca. Ele levantou a cabeça parecendo surpreso por ela estar ali. Hermione esboçou um pequeno sorriso e olhou rapidamente para o livro que ele estava encarando segundos atrás: "Guerras Mágicas" – Está tudo bem?

-Está sim. E já lhe disse para me chamar de Bill. – ele deu um breve sorriso e pegou o livro, levantando-se e seguindo por um corredor. – Você, por acaso, não sabe onde eu encontro um livro das batalhas mais recentes, sabe?

A voz dele ecoou por toda a biblioteca e Hermione olhou para o balcão onde normalmente ficaria a bibliotecária, mas eles estavam sozinhos. A morena fechou os olhos e começou a passar mentalmente pelos corredores, tentando lembrar onde já tinha visto livros sobre aquele assunto.

-Tente na terceira prateleira do segundo corredor depois do corredor de Estudos Trouxas. – respondeu sorrindo da própria eficiência e ia voltando para sua cadeira quando ouviu uma janela sendo aberta e um vento frio passar ligeiro por seu corpo.

Estranhou, afinal as portas da biblioteca estavam fechadas, e não se lembrava de ter visto uma janela aberta. Caminhou pelos corredores, olhando cada janela do recinto, uma delas poderia ter se aberto sem querer. Chegou até o corredor que havia indicado para o Weasley mais velho e o viu, parado ao fim do corredor, a janela atrás dele aberta, um fino cigarro em seus lábios.

-O frio te incomodou? – ele perguntou, a garota nada disse. De onde Mione estava podia ver perfeitamente Bill de costas para a janela, os braços jogados para trás, apoiados na mureta de pedra da janela, as pernas cruzadas. Ele estava vestindo uma calça que parecia de couro marrom, botas de couro de dragão, camisa creme com vários botões abertos. Um pedaço de couro prendia os longos cabelos vermelhos dele, que deixava algumas mexas caíram sobre seu rosto. – Hermione?

-Desculpe. É que não sabia que você fumava. – o ruivo deu uma pequena risada e tragou lentamente, tirando o cigarro da boca.

-Pois acredite, não é a primeira a falar isso. – ela ia se virando para voltar a sua pesquisa, tentando a todo custo não pensar mais em Bill. – Hermione?

-Sim? – a morena deu dois passos para trás, ficando visível outra vez para ele, que agora soltava o cabelo e tragava o cigarro outra vez.

-Poderia vira até aqui, por favor? – ela aquiesceu e andou até ele, que nesse momento expelia uma leve nuvem de fumaça. A morena odiava cigarros, mas o dele tinha um cheiro característico, quase doce. Encostou-se na prateleira a esquerda dele, cruzando os braços e esperando que ele falasse.

Bill olhou a garota parada perto de si, os cabelos presos em um coque displicente, o uniforme impecável, totalmente no lugar; mesmo que parecesse que ela estava usando um número menor. Não tinha certeza da idade dela, mas deveria ser a mesma que a do irmão: dezoito anos. Arqueou as sobrancelhas ao pensar na idade dela, para uma garota tão nova, ela tinha um corpo de mulher feita.

-Willian? – ela o chamou, o ruivo olhou nos olhos castanhos dela, levando o cigarro a boca e tragando lentamente. – Precisa de alguma coisa?

-Não. – respondeu soltando a fumaça lentamente, fazendo a morena olhá-la.

Hermione sentia-se diferente perto dele. Depois do velório de Dumbledore todos juntaram-se no antigo escritório dele, estavam em silêncio, ela olhava todos tristes e sem algum fio de esperança para se segurarem. A família Weasley estava reunida em um canto, todos de cabeça baixa, alguns chorando; menos ele. Bill estava encostado na mesa de Dumbledore, cabeça baixa e olhava atentamente para ela.

Ficaram-se se olhando vários minutos, sem perceber que as pessoas ao redor falavam sobre a guerra ou sobre o enterro, ela não conseguia desviar os olhos dos olhos verdes. Bill só conseguiu prestar atenção em outra coisa, quando seu irmão Charles entrou em seu campo de visão.

Ela nunca havia sentido isso, uma atração por alguém mais velho, e ainda mais o irmão mais velho de Ron. Porém estava sentindo aquilo naquele momento, com ele olhando-a novamente, como se esperasse uma explicação para aquilo tudo. Viu ele tragar lentamente mais uma vez e apagar o cigarro na mureta de pedra; a fumaça parecia sempre ficar em torno do corpo dele. Parecia que ela não ia embora, nem com o vento que entrava pela janela aberta.

-Ainda está com Ronald? – a voz rouca dele causou um arrepio involuntário nela, que engoliu em seco antes de responder.

-Nunca estive com ele. – Hermione viu o ruivo sorriu pelo canto da boca, balançando a cabeça brevemente. Decidiu voltar para a pesquisa, era melhor do que ficar a pensar que ele poderia olhá-la de outro jeito. – Vou voltar para a pesquisa. Qualquer coisa é só chamar.

Bill viu a morena se virar e começar a sair do corredor, mas não deixou que ela desse dois passos e a puxou pela mão, trazendo o corpo esguio dela para junto do seu, colando-os. A morena assustou-se com o puxão e não conseguia entender o que ele estava fazendo segurando-a pela cintura, os dois braços prendendo-a a ele, seus rostos extremamente próximos.

-Bill, o que está fazendo? – ela perguntou com a voz falha, tentando se manter sã e afastada. Aquilo não poderia estar acontecendo naquele local, alguém facilmente os acharia; porém não conseguia fazer com que ele a soltasse.

-Nada... – a voz rouca dele chegou baixa no ouvido dela, os olhos dele analisando cada milímetro da boca dela. - ...ainda.

Hermione tremeu ao ouvi-lo dizer aquilo, mas tentou afastá-lo, e conseguiu. Ela respirou fundo algumas vezes, arrumando a roupa e ia se virando para sair dali quando ele voltou a falar.

-Corra, como sempre faz. – Bill viu ela parar de andar e continuar de costas para ele. Sabia que se tinha uma coisa que enervava os Gryffindor's, era chamá-los de covardes; e sabia bem que ela não aceitaria isso nunca.

Hermione ouviu as palavras dele e parou, respirando fundo e tentando não entrar no jogo dele; conhecia Bill. Não ia cair na conversa dele. Havia escutado as histórias que Fleur contará depois do divórcio, sabia que ele não era nenhum santo. A loira havia confidenciado para ela e Ginny que o irmão era um conquistador nato, jogava com cartas que ninguém mais tinha; e sempre vencia. Que ele deixava dúvidas na mente das mulheres, e sempre que elas voltavam – e elas sempre voltavam – ele já estava pronto para o ataque.

Ela sabia que ele estava jogando, mexendo com uma parte dela que ela sempre levava a sério; odiava ser chamada de covarde. Mas odiava ainda mais que ele estivesse achando que ela cairia em seu jogo, estava chamando-a de burra; e isso Hermione não ia permitir.

Virou-se devagar, encarando os olhos verdes dele, cruzou os braços e sorriu como se debochasse dele; entretanto estava apavorada. Nunca havia enfrentado alguém nesse tipo de jogo, não sabia bem como agir, nem o que falar, mas não deixaria ele ganhar. Bill viu a garota se virar e sorrir, mas percebeu que ela estava nervosa, sem saber o que fazer. Era a deixa dele.

-Não vai mais correr? – perguntou desencostando-se da janela, dando passos lentos na direção dela, com as mãos no bolso, o cabelo caindo no rosto.

-Eu nunca corro. – a voz da morena entregou o nervosismo que ela estava, mas não saiu de onde estava; nem mesmo quando ele estava a poucos milímetros de colar o corpo ao dela.

-Não? Isso é novidade. – o ruivo impulsionou o corpo para frente, ela recuou; puro instinto. Ele riu quando ela fugiu, e decidiu avançar ainda mais. – Você sempre corre, Hermione.

-Do que você está falando? – a cada passo que ele dava, ela se afastava um. Mas nunca deixando de olhar nos olhos dele.

-Eu já vi, Hermione. – riu dos passos vacilantes que ela dava de costas. – Eu vi quando você correu do Ron no Natal passado.

-Eu não corri do Ron. – a morena percebeu que estava entrando em outro corredor, e o ambiente passou a ficar escuro rapidamente. Ouviu o barulho de cortinas se fechando, e percebeu que toda a biblioteca estava ficando na penumbra. Olhou novamente para Bill, ele sorria pelo canto da boca, as mãos nos bolsos e passos lentos na direção dela.

-Correu de Ron, sim. E também correu de Harry no Ano Novo. – ele acusou vendo que o corredor acabava, a parede a menos de três passos dela.

-Não corri. – afirmou, mesmo sabendo que era mentira. Sua respiração acelerou quando sentiu a parede fria nas costas; fim da linha. Não tinha como sair dali sem deixar ele saber que estava fugindo, ou enfrentava a fera, ou deixava que ele falasse que estava correndo.

-E agora, corre de mim. – colou o corpo ao dela, sem tocá-la com as mãos. Encarou os olhos castanhos dela, um brilho de medo e excitação se misturavam. Ficou pressionando levemente o corpo contra o dela, esperando qualquer reação, porém ela nada fez; apenas respirava rapidamente. O ruivo olhou para baixo, a camisa branca do uniforme permitia ver a cor do sutiã que ela usava: bege.

Sorriu quando a viu olhar para baixo, percebendo para o que ele olhava, e ainda tentou se afastar, colando mais na parede. Mas Bill a prensou, dessa vez segurando as mãos dela contra as pedras frias, colando todo seu corpo ao dela.

-Ficava pensando o que você fica fazendo nesse local. – a voz baixa e rouca dele fazia com que os pelos da nuca dela se arrepiassem. O recinto parcialmente escuro, somente iluminado por uma brecha na cortina da janela em que ele estava fumando alguns minutos atrás. – E então a resposta me veio na mente. – ele inverteu a situação, ficou com as costas na parede, trazendo o corpo dela para junto do seu. Hermione sentia suas costas pressionada contra o peito dele, e tentava a todo custo ignorar o quanto ele estava excitado. – Você vem até aqui pra fugir. Se esconder.

-Já disse que não corro, nem fujo. – respondeu com a voz fraca, sentindo ele puxar suas mãos na direção das prateleiras.

-Hermione, você engana aqueles moleques bobos que não te conhecem. – a voz dele no ouvido dela fez com que a morena suspirasse involuntariamente. – Eu conheço você. Toda certinha, gosta de mandar e, se sente auto-suficiente.

Bill fez com que os dedos delas percorressem algumas capas de livros, e parou em um; o abriu e passou a mão dela pela página. Sentia o calor do corpo da garota contra o seu, e sabia bem que se ele realmente não quisesse já teria pedido para parar. Mas ela queria tanto quanto ele, ele tinha certeza.

-Mas eu tenho plena certeza que perde o controle fácil, não? – soltou a mão esquerda dela, puxando-a pela cintura, pressionando-a contra si, ouvindo um leve gemido de surpresa escapar da boca dela. – E que já esteve com algum garoto. Mas nunca com um homem.

-Ai. – reclamou da dor. Ele havia passado a ponta do dedo indicador dela na página, cortando-o. Sentiu o outro braço dele a puxar ainda mais pela cintura, afastando um pouco as pernas com as dele.

Ela não sabia o que sentir. Era certo que queria estar com ele, queria senti-lo, e nunca revelaria que nunca havia estado com um homem como ele.

-Hermione. – alguém chamou abrindo a porta da biblioteca e entrando.

-Não responda! – disse Bill, colando o quadril dela no dele. As mãos dele estavam acariciando a pele clara da barriga dela, abrindo o primeiro botão. – Veja, é meu irmão e o Harry.

Hermione tremeu ao ver através das prateleiras as cabeças de Harry e Ron olhando para os lados, procurando por ela; temeu pelo pior.

-Meu irmão não vai gostar de ver você comigo. Principalmente, porque você está querendo estar aqui. – abriu o segundo botão. – Suspirando e gemendo por mim. – abriu o terceiro.

Hermione sentia todo o corpo quente, a excitação vinha de poder ser pega pelos amigos e de estar nos braços de um homem de verdade; o que também era seu medo. Sentiu que ele abria o quarto botão e a outra mão deslizava para dentro da blusa, acariciando o seio por cima do tecido do sutiã.

-Eles ficariam horrorizados ao te ver assim, Mione. Blusa aberta, minha mão acariciando seus seios. – a voz rouca de Bill a estava deixando sem reação. – Não seria bom que eles se fossem e me deixassem te ter nesse canto escuro?

-Sim. – ela gemeu baixo, com medo de Ron e Harry ouvirem.

continua...