Bom, meninos e meninas, essa história vem um pouquinho diferente de PARECE UM CONTO DE FADAS, igualmente de minha autoria. Como vocês já perceberam, não tem disclaimer, eu acho que não ia combinar com o naipe da história, entendem? Outra modificação é o jeitinho da Sakura, que eu resolvi dar uma mudada, vocês vão perceber logo no início da história. Vou colocar algumas letras de músicas em negrito, mas sempre indicarei aqui qual é pra que vocês possam ouvi-la enquanto lêem, ok? A deste capítulo é Melhor pra mim, do Leoni.

Então, vamos ao mundo novo... Onde CCS continua não me pertencendo... ¬ ¬'

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APARÊNCIAS

Capítulo 1

O carro parou em frente ao bar. Definitivamente precisava de uma bebida. Seria duro assumir a empresa de vez. O afastamento da mãe deixara tudo em suas mãos. Wei abriu-lhe a porta, ele sempre o olhava de modo reconfortante.

- É aqui que deseja ficar, menino Li?

- Sim, Wei, obrigado. – desceu, observando a noite nublada – Vá pra casa, quando eu precisar, chamo você.

- Como queira, menino Li.

Olhando as estrelas

Nada no espaço

Fica parado no lugar

A terra se move

Os carros na estrada

Eu dentro de um deles

Corro mais só pra te encontrar

O carro partiu antes que adentrasse o estabelecimento. Suki era um dos bares mais bem freqüentados de Tokyo, os grandes executivos sempre escolhiam o espaço pequeno e aconchegante do pub para suas happy hours. Nunca fora afeito a bares ou lugares badalados, mas precisava de barulho, gente álcool... Era duro viver sozinho no Japão, mas alguém precisava cuidar daquele braço tão importante da empresa. Chinês, de família tradicional, não pôde conter o riso ao ver o presidente de uma empresa concorrente, Eriol Hiragiizawa, esgoelar-se no palco do karaokê, ao fundo. Ao vê-lo, o "cantor" acenou efusivamente, demonstrando o quanto já havia bebido. Eram amigos de muitos anos, haviam estudado juntos no colégio e na Sorbonne.

Olhou em volta, nenhuma mesa vazia. Só lhe restava o balcão. Sentou-se em um dos pequenos bancos, ainda olhando o mico que o amigo pagava cantando Melody, quando uma voz feminina chamou sua atenção:

- Vai beber o quê, gatinho?

Olhando o relógio

O tempo não passa

Quando eu me afasto de você

Mas se de repente ele fica apressado

E as horas disparam

É só porque encontrei você

Os olhos dela eram de um verde obsceno. Por um momento se perguntou se não estaria perdido em um daqueles sonhos psicodélicos em que as cores giram a seu redor, mas não, aquele efeito de estômago vazio e ausência de chão vinham unicamente daqueles olhos verdes.

- Cowboy duplo, por favor.

Por que as garotas lindas e interessantes sempre estavam naqueles lugares em que ele nunca ia? Não conseguia tirar os olhos dela. A maneira hábil com que movimentava os quadris ao andar, ou o mover dos lábios ao falar com ele... Espere, ela estava falando com ele!

- Aqui, gatinho. Mais alguma coisa?

E aí tudo muda

Olhando pro céu

E aí tudo muda

Penso em você e eu

Ia dizer algo, que nem ele próprio sabia, mas foi interrompido por Eriol, que já se jogava às suas costas:

- Uma Marguerita pra mim, Sakura-chan!

- Agora, Eriol-kun!

- Você a conhece? – Syoran parecia chocado.

- Ei, eu vejo que alguém se interessou pela Dama de Gelo! Nem tente, meu amigo, vá por mim. – Eriol agora punha a mão sobre o ombro de Syoran – A Dama de Gelo brinca com você e depois que você está arriado, bye! – fez um tchauzinho com a mão para o ar – Você já era! Já vi muitos chegarem aqui, receberem lindos sorrisos, saírem daqui com ela e, no dia seguinte, ela sequer lembrar deles.

Syoran olhou novamente para Sakura. Aquele ser tão inofensivo, uma devoradora de homens? Inacreditável!

- E quem disse a você que eu estou interessado?

- Ora, Syoran, eu te conheço desde a quarta série! Você não me engana não, ok? – sentara-se a seu lado – Mas se quiser tentar e quebrar a cara, tudo bem... Avisado está.

- Aqui, Eriol-kun. Mais alguma coisa?

- Quero sim, Sakura-chan. – aproximou Syoran de si em um abraço – Quero apresentar meu amigão. Esse cara é um partidão! – exibia o amigo como um mostruário – Presidente de empresa, sério, respeitador, herdeiro de uma grande fortuna na China e, esse detalhe é importante – aproximou-se de Sakura, como para falar em seu ouvido – acho que está caidinho por você...

Ria desabaladamente, para desespero de Syoran.

- Desculpe meu amigo, ele já está bêbado. – Syoran fez questão de frisar a palavra bêbado, para se fazer entender.

- Imagina, gatinho... Desculpar o quê? – sorria maliciosamente para o rapaz. Ele era a presa da noite – Você fica ainda mais fofinho corado, sabia?

A ciência confirma os fatos que o coração descobriu

Nos seus braços sempre me esqueço de tempo, espaço e no fim

Tudo é relativo quando te fazer feliz me faz feliz

Se a história for sempre assim

Melhor pra mim

Paixão à primeira vista, à segunda vista, à terceira vista, a todas as vistas possíveis e contáveis. Eriol o levou para sua mesa, e, depois de uma longa conversa sobre os enormes perigos de sair com a Dama de Gelo, finalmente sossegou.

- Não precisa ter ciúmes da moça, Syoran. – ria a cada palavra – Eu sei das coisas por causa da prima dela.

- Acho que a bebida está fazendo efeito demais, Eriol...

- Eu sou noivo da prima dela, seu retardado!

- Eu nem sabia que você estava noivo, quanto mais de quem era...

À cara nada amigável que Eriol fizera, Syoran sabia que cutucara algo.

- Ela não quer dizer nada agora, quer esperar... – o rapaz se mostrava incomodado com o que dizia – Quer esperar um pouco mais.

- A família dela ou a sua?

- A dela.

Aquilo sempre acontecia a Eriol. Conhecia todo tipo de garotas nas paragens onde andava, e queria casar com todas. Mas, para sucesso dos negócios e infelicidade do próprio, sua família sempre barrava as "noivas". Mas a resposta de Eriol abria uma nova questão: a família dela não queria o casamento?

- É, dizem que eu vou arruinar o futuro dela. Como aconteceu com Sakura.

Olhando as pessoas

Falando de espaço

Mantendo distância sem saber

Que antigas verdades viraram mentiras

E nada protege de uma paixão vir acontecer

Então Sakura fora noiva, hum? Informação interessante... Quis mudar de assunto, falando sobre as empresas, mas Eriol estava alto demais para fazer qualquer comentário apreciável. Olhava em volta, tentando vê-la, mas o lugar de onde estava impedia completamente. Teve de agüentar Eriol cantar mais 3 ou 4 músicas, ninguém podia fazer ele parar? Não parava de pensar nela: Sakura. De repente se sentiu novamente com 13 anos de idade, esperando a namoradinha atrás das árvores... Oras, Li Syoran, você já tem 28, nada de reminiscências...

Tudo bem, era demais, voltaria ao bar e a convidaria para sair. O máximo que podia acontecer era levar um fora, não? Orquestrou o que faria e se pôs em ação. Quando se recostou novamente no balcão, ela refazia o penteado, o cabelo curto sendo levemente adornado com pequenas presilhas coloridas. Ao vê-lo, abriu um sorriso e se aproximou:

- Como você adivinhou que eu estava saindo? – os olhos dele brilharam – Que tal uma voltinha?

Ela não teria de repetir o convite. Aos olhares curiosos dos freqüentadores do pub, Syoran saiu com Sakura ao lado. A noite estava bem fria, levando-o a ceder-lhe seu casaco assim que saíram.

- Um cavalheiro. Coisa rara nesse bar... – ela sorria – E então, cavalheiro, seu amigo disse o que você é, mas não me disse quem você é. Eu sou Kinomoto Sakura, e você? – estendeu-lhe a mão, amigavelmente.

- Li Syoran. – ele apertou-lhe a mão

- Bom, senhor Li, creio que Eriol-kun já lhe contou sobre os boatos, não?

- Boatos?

- Dama de Gelo. – ela o olhou, um misto de vergonha e frio – É assim que me chamam.

- Pelo visto, a Dama de Gelo não gosta tanto de gelo assim... – Passou o braço sobre o ombro dela – Ficará mais confortável assim...

Sakura parara. Puxou Syoran contra si, forçando um beijo.

E aí tudo muda

Olhando pro céu

E aí tudo muda

Penso em você e eu

Os braços dele, porém, barraram o movimento. Os olhos dele eram de um chocolate profundo, escuros de desejo. E mesmo assim ele a retivera.

- Não é isso que quer?

- Se quisesse um beijo qualquer na neblina, poderia tê-lo conseguido com qualquer garota, não acha?

- Mas o que...

- Acho que o nosso passeio terminou, senhorita Kinomoto. Tenha uma boa noite.

Atônita, ela o viu puxar sua mão e dar-lhe um respeitoso beijo. Quem era aquele maluco? Nenhum homem a recusava, ao contrário, eles faziam filas em seu encalço... Viu Syoran se afastar calmamente, falando ao celular. Súbito, deu-se conta de que ainda usava o casaco dele. Pensou em avisá-lo, mas a noite estava realmente fria e não queria congelar antes de chegar em casa.

Por todo o caminho, pensou no que ocorrera. Como ele se atrevia a recusá-la? Prometera a si mesma, desde a decepção com Yukito, que nenhum outro homem a deixaria, pelo contrário, ela deixaria os homens e eles é que se arrastariam atrás dela... E agora, um homenzinho vindo de sabe-se lá onde a desprezava como uma qualquer? Ah, não. Não mesmo!

Bateu a porta com força. Tomoyo, que dormia, não teve como não acordar.

- Ah, é você Sakura? Mas ainda é cedo... Eriol estava lá?

- Estava. – parou, hesitando se contava ou não à prima o acontecido – você não vai acreditar no que acaba de me acontecer.

- Conte, – Tomoyo sentara-se à sala – sou toda ouvidos.

Contou detalhadamente, desde o flerte no bar até a saída enigmática. Retirou o casaco e remexeu os bolsos.

- Vamos ver o que o mauricinho levava...

Encontrou um único papel no casaco, provavelmente um pedaço de guardanapo, a julgar o tamanho e modo como fora cortado. Sua gargalhada sonora ressoou pelo pequeno apartamento.

- O maldito tem estilo, tenho de admitir. Acho que temos um jogador a minha altura, Tomoyo... Vou gostar de brincar um pouquinho...

Sem compreender, Tomoyo pegou o papel das mãos da prima, que seguia apartamento adentro, ainda rindo. Eram poucas palavras:

ESTEJA PRONTA PARA UM LANCHE NO PARQUE, AMANHÃ, 3 DA TARDE. NÃO ACHOU MESMO QUE EU IA DESPERDIÇAR UMA CHANCE COM A DAMA DE GELO, ACHOU?

A ciência confirma os fatos que o coração descobriu

Nos seus braços sempre me esqueço de tempo, espaço e

no fim

Tudo é relativo quando te fazer feliz me faz feliz

Se a história for sempre assim

Melhor pra mim

O carro continuava parado no fim da rua, mesmo depois que ela entrara.

- Podemos ir, Wei. Acho que ela já leu o recado...

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Bom, paramos por aqui. Para mais informações, leiam os próximos capítulos, ok?