Naruto não me pertence e eu não me incomodo. O que eu realmente gostaria era de um Sasuke.


E SE FOSSE DIFERENTE...

Capítulo 1 - O despertar

Um barulho o acorda, mas seus instintos o alertam a não abrir os olhos. Imediatamente seus outros sentidos se aguçam, captando qualquer informação que julgasse interessante.

Seu corpo está pesado e sua cabeça dói, mas facilmente consegue concluir que está deitado em uma cama. Há uma leve pressão em seu braço esquerdo. Algo quente o estava segurando.

O lugar está silencioso e levemente iluminado. Devia ser de dia. Um cheiro doce e conhecido é levado até ele por uma brisa. Resolve entreabrir os olhos e investigar a fonte.

Uma jovem de cabelos longos, de tom róseo, dormia tranqüilamente com a cabeça apoiada em seu braço. Agora ele entendia o aroma suave e a leve pressão.

Apesar do sono profundo, há um sorriso puro em seus lábios, conferindo-lhe um aspecto angelical. Sem se conter, ele leva sua mão ao rosto da garota e faz uma leve carícia.

Como ela era bela. Mas... o que ela estava fazendo ali? Ou melhor, o que ele fazia ali? E onde seria aquele local?

Ele tenta se lembrar, mas sua cabeça dói muito. Ele observa o local e conclui que se trata do quarto de um hospital.

Apesar de todo o cuidado do rapaz em não acordá-la, nesse instante, a garota se remexe e desperta. Sem o olhar, ela se espreguiça. Ao fazer o movimento, o tecido de sua blusa é repuxado para trás, revelando as curvas perfeitas de seu busto e um pequeno pedaço de seu ventre.

Seus olhos percorrem o corpo curvilíneo a sua frente, enquanto um forte desejo toma conta de seu ser. Há tanto tempo que ele não a via. Muitos anos tinham se passado desde que a abandonara naquele banco. Ela era apenas uma menina e agora, em frente a ele, uma mulher se revelava.

Um sentimento de culpa e de pesar começa a brotar em sua mente. Por uma vingança estúpida ele abandonou a possibilidade de amor e a felicidade que poderia compartilhar ao seu lado. Como seria bom ter aproveitado tudo isso com ela.

Ela termina de se esticar e olha despreocupadamente para a cama. Seus olhos se encontram, fazendo com que ele mergulhasse naquele mar de tom verde esmeralda. Ele prende a respiração prevendo a reação da garota. Será que ela iria repreendê-lo por ter sumido tanto tempo? Será que ela iria chorar? Ou iria simplesmente ignorá-lo?

Mas, para sua surpresa, ela apenas dá um belo sorriso de felicidade e com um gritinho se dependura em seu pescoço, passando a dar pequenos beijinhos no rosto. Definitivamente, ele não previra aquela reação.

Sua mente busca fervorosamente a palavra que melhor descrevesse a situação. Apenas um termo lhe ocorre – familiaridade. Ela o beijava como se tivessem se encontrado semana passada. Como se nada houvesse acontecido.

Muito confuso, ele acaba por afastá-la. Ela, sem notar, começa a falar alegremente.

- Olá amorzinho, estávamos preocupados com você. Há dois dias que você estava dormindo. Fizemos todos os tipos de exame, mas não encontramos qualquer anormalidade.

Ele muito espantado não emite qualquer som. Amorzinho? Por que ela o estava chamando assim? Enquanto isso, ela continua seu monólogo.

- Sua mãe estava muito preocupada. Não deixou seu quarto até uma hora atrás, quando seu pai voltou da viagem. Ele, ao saber de tudo, veio aqui e disse que precisava falar com Tsunade. Sua mãe o acompanhou.

Ela não nota a expressão aturdida da face do rapaz. Como assim, sua mãe? Seu pai? Eles haviam morrido. Como ela poderia brincar assim com ele. Era muita crueldade.

- Mas não se preocupe que ele me pediu para avisá-lo assim que acordasse – acompanhando às palavras, ela começou a se levantar e ir em direção a porta.

- Eu já volto. Não vá fugir – e ela riu de sua brincadeira.