Declaração: AAAHHH! Não me pertence! GW não me pertence, OK? AAAHHH!

N/A: Este fic se passa quase 20 anos à frente, portanto mta coisa vai ter mudado. Aos poucos eu posso dar informação de "background" sobre coisas que eu tinha imaginado na minha cabeça mas que talvez tenham faltado. Qualquer coisa me falem que eu explico. Espero que vcs se divirtam. O começo é sossegadão, mas depois a coisa pira de vez e teremos mtos tiroteios e explosões a lá Stéph's. Hehehehehe! Quem leu outros fics meus sabe do que estou falando...

Capítulo 1

01 de dezembro de 214 d.c.

Colônia L3 – Delegacia

O relógio de parede da delegacia da colônia L3 indicava que eram oito horas da manhã. A hora da troca de turno dos policiais. Mas para algumas pessoas que trabalhavam ali, os horários de troca de turno não tinham mais significado nenhum.

- Acorda, homem. – falou a oficial Kerry, batendo o jornal que trazia na mão na cabeça de um homem que adormecera sobre sua mesa de trabalho.

Este acordou, parecendo ainda sonolento. Perguntou das horas e respondeu com apenas um resmungo ao saber que já eram oito.

- Por que você não vai pra casa? – Kerry perguntou.

- Tenho muita coisa pra fazer ainda.

- Leve pra sua casa essa papelada. A maioria das pessoas aqui leva os relatórios dos casos pra ler em casa.

- Eu prefiro não levar trabalho pra casa.

- Mas aí você nem vai pra casa. – Kerry falou, como se não o julgasse muito esperto.

- Quando estou em casa não quero pensar em trabalho. Se for pra trabalhar melhor fazer isso aqui.

- Tudo bem, Trowa. Como achar melhor. A propósito, sua mulher ligou.

- O que ela disse?

- Pra você ligar de volta. Eu falei que você estava dormido em cima de um caso e não podia atender.

Trowa pegou o telefone e discou o número de sua casa. Não demorou e uma vozinha de criança atendeu.

- Alô?

- Henry? Como está?

- Papai! Por que você não veio pra casa ontem? – perguntou o garotinho, com tom de voz triste.

Trowa suspirou, pensando em como era difícil explicar a uma criança de quatro anos porque passava tanto tempo trabalhando ultimamente.

- Preciso trabalhar. Daqui a pouco eu vou pra casa. Posso falar com sua mãe?

- Mas quando você chegar eu vou tá na escola...

- Tudo bem, então você não vai pra escola hoje, certo?

- Verdade?

- Verdade. Pode ficar em casa.

O homem escutou o garotinho largar o telefone e sair correndo e gritando que não precisava ir para a aula. Outra pessoa pegou o telefone.

- Alô.

- Oi, Middie.

- Tudo bem com você?

- Tudo.

- Muito trabalho ainda?

- Não, acho que vou pra casa. Não estou mais conseguindo pensar.

- Venha. Mas só uma pergunta, você disse que o Henry não precisa ir à escola hoje?

- Disse.

- Bom, então a Kathleen também não vai, pois ela está aqui do meu lado, revoltada que também não quer ir.

- Um dia não tem problema. Eu estou indo então.

- Estamos esperando. Beijo.

- Beijo. Até daqui a pouco.

O ex-piloto desligou e juntou a papelada da mesa, trancando-a na gaveta. Pegou suas coisas e foi para seu carro. Dirigiu até sua casa com cuidado redobrado, para compensar o sono que sentia e podia deixá-lo desatento. Mal tocou a campainha, ouviu passos apressados e Henry abriu a porta. Ele e Kathleen vieram recebê-lo com abraços, felizes. Henry era o mais novo, tinha 5 anos e os cabelos curtos lisos, jogados para o lado e os olhos verdes. Parecia uma versão infantil de Trowa, só que de cabelos ligeiramente mais claros. Kathleen era pouca coisa mais velha, tinha 7 anos e cabelos ondulados como os da mãe, só que castanho-claros.

Middie veio da cozinha, ainda com um pacote de café na mão. Deu um beijo de boas vindas no marido e tornou a perguntar como ele estava. Trowa respondeu que precisava descansar um pouco e já se sentiria melhor, e antes que pudesse se sentar para tomar o café da manhã já era arrastado por Kathleen, para ver os desenhos que ela fizera no caderno.

- Viu, a professora me deu até um carimbo de estrela. Ela disse que tá muito bonito. – a menina falou, contente.

- Eu tenho um desenho pra você ver também, olha! – exclamou Henry, segurando uma folha de papel meio amassada onde desenhara com giz de cera toda a família.

- Crianças, deixem seu pai descansar um pouco! – Middie reclamou, vendo que os dois não paravam de falar.

- Tudo bem. – Trowa falou, conformado.

Por fim os dois terminaram de mostrar os trabalhos e desenhos que tinham e foram se sentar à mesa junto com o pai, que não estava nem ao menos prestando atenção ao que comia.

- Você virou a noite inteira de novo, Trowa? – perguntou Middie.

- Virei. Na verdade acho que dormi um pouco na mesa. Não lembro quanto tempo.

- É, a Kerry falou que você estava dormindo em cima do caso... Às vezes parece que você trabalha em dois turnos.

Middie voltou-se para os dois filhos e perguntou se já não estava na hora de algum programa de televisão que os dois gostavam. Kathleen e Henry pularam automaticamente de suas cadeiras e correram para o quarto assistir.

- Trowa, que caso é esse em que você tanto trabalha?

Apesar de não estar acostumado a discutir assuntos de trabalho em casa, o detetive tentou explicar como podia, omitindo detalhes menos agradáveis.

- Uma série de seqüestros. Terminam sempre em assassinato.

- Mas por que seqüestram essas pessoas? Dinheiro?

- Não. Não pedem resgate. A pessoa some e dias depois seu corpo é encontrado queimado, para destruir provas, provavelmente.

- Matam as pessoas carbonizadas? – Middie perguntou, aterrorizada.

- Não. O corpo que é queimado. Mas não conseguimos achar nada de comum entre as vítimas até agora. Por isso estou trabalhando tanto. Estou repassando os relatórios com todos os detalhes possíveis das vidas de 8 pessoas completamente diferentes que moram aqui nesta colônia. Outros casos parecidos ocorreram em mais duas colônias. Ao todo já são 17 vítimas.

- Por isso ficou na delegacia esta noite. Ah, às vezes me sinto culpada por você estar neste serviço.

- Por quê? – Trowa perguntou.

- Você fez a prova da polícia porque precisávamos de dinheiro e eu estava fazendo faculdade.

- Isso não tem importância. Se você tivesse largado a faculdade não teria um emprego bom como tem agora.

O ex-piloto terminou de tomar seu café e subiu para o quarto querendo dormir um pouco. Kathleen o viu passar pelo corredor e perguntou se ele não queria ver desenho com eles. Querer de fato, não queria. Mas o sentimento de culpa pelo pouco tempo que passava com os dois falou mais alto e ele se sentou na poltrona do quarto, para assistir o tal desenho. Talvez fosse efeito do cansaço, ou talvez o desenho fosse realmente idiota, mas independente do motivo aqueles bichinhos coloridos na tela começaram a deixá-lo irritado. Viu que as duas crianças riam das piadinhas sem graça e pareciam se divertir. De vez em quando um dos dois lhe falava alguma coisa, mas Trowa nem prestava atenção, apenas concordava com a cabeça.

Minutos após, Kathleen e Henry desceram para falar com a mãe.

- Ué, já acabou o desenho? – ela perguntou.

- Não. – falou Henry. – É que a gente quer assistir na TV da sala.

- Por quê?

- O papai tava vendo desenho com a gente e dormiu na poltrona. A gente não quer acordar ele. – falou Kathleen.

Middie ligou a televisão da sala para que os dois continuassem assistindo seus desenhos e subiu, para acordar o marido.

- Vá dormir na cama, você vai ficar todo dolorido nessa poltrona. – ela falou para Trowa, que não respondeu, apenas se dirigiu ao quarto, despiu-se e se atirou na cama, adormecendo imediatamente.

Ainda naquele dia, por volta de meio-dia, Middie veio acordá-lo outra vez. O chefe de polícia queria falar com ele e não se importava se ele estava dormindo. Trowa pegou o telefone, olhando surpreso no relógio de cabeceira como já era tarde.

- Alô.

- Barton?

- Sim, senhor.

- O departamento de investigação de L1 relatou dois casos semelhantes ao que você está investigando.

- L1 também? – Trowa falou para ele mesmo, preocupado com como aquele caso estava fugindo de controle.

- Sim. Requisitaram ajuda na investigação e pensei que você deveria ir para lá. Talvez consiga pistas em L1.

- Sim, seria interessante investigar. – Trowa respondeu.

- Fico feliz de ver que está interessado, já marquei seu vôo para amanhã de manhã às 9. Não precisa vir trabalhar hoje.

O chefe desligou o telefone e Trowa percebeu que desde o começo, investigar os novos assassinatos não fora uma oferta e sim uma ordem. No entanto a idéia de que poderia talvez conseguir novas pistas o animou um pouco. Como alimentar um fogo que está se apagando com lenha nova. Levantou-se e foi informar a família sobre a viagem que teria de fazer. Como já esperava seus filhos se revoltaram e Middie ficou preocupada, mas ele conseguiu convencê-los de que provavelmente não demoraria muito para voltar e que não havia perigo algum. Se era verdade o que dizia não tinha certeza, mas queria acreditar que não ficaria lá por mais do que dois ou três dias. Precisava ver as cenas dos crimes, os relatórios, conversar com a polícia local e provavelmente falar qualquer coisa aos repórteres para acalmar a imprensa. Falaria o de sempre. Que estavam cuidando do caso, que faziam o que podiam e que tão logo quanto possível tudo estaria resolvido. Independentemente se o caso estava perto de ser solucionado ou se estava indo por água abaixo, era sempre ele quem falava com os repórteres. Sua calma e frieza o tornavam perfeito para falar com a imprensa e seu chefe não demorara a notar esta habilidade.

Ainda perturbado com o fato de os assassinatos ocorrerem em tantos lugares diferentes, mas só nas colônias, Trowa sentou-se no degrau da sacada e ficou pensando sozinho mais um tempo. Aquilo tudo não era obra de uma só pessoa, com certeza. E tinha um motivo. Talvez alguma seita religiosa maluca. Sete anos trabalhando na polícia o haviam ensinado que pessoas doidas existem aos montes pelo mundo e que coisas como sacrifício humano não eram restritas ao passado. Mas será que era esta a chave para aquele enigma? Por algum motivo ele sentia que havia algo maior. Não era apenas um mero grupo de doidos. Alguém tinha algum propósito. No entanto, até aquele momento não havia encontrado evidências que confirmassem esta idéia. Apenas a intuição que desenvolvera trabalhando em tantos casos lhe dizia que alguma coisa séria estava para acontecer. E logo.


N/A2: O q acharam? Só começando, tenham paciência povo! Gostaram da minha versão de 214 d.c. do Trowa? Quero reviews com opiniões, hein. Garanto q eu termino o fic, até pq já tá pronto, mas o povo tem q me dar algum feedback. Vlw por terem lido este primeiro cap e aguardem q assim q eu conseguir eu posto o próximo cap. Bjão!