Autor: Fla Apocalipse
Título: My Darkest Sin
Sinopse: Fic para o Projeto Black and Red. – "Ela tinha muito para pedir perdão."
Ship: Tom/Ginny
Classificação: NC17
Gênero: Drama
Spoilers: Não
N.A.: Essa fic é uma A.U. E realmente insana. Ela não tem um tempo certo, fica a ir e voltar para o passado e presente. Fazia um bom tempo que não escrevia algo assim, e realmente gostei. É para o Projeto Black and Red do fórum 6 vassouras, da seção Tom/Ginny.
Sah, obrigada por betar essa insanidade. E a Just por fazer a capa. Valeu, amores.
Não gosta do shipper? Botão VOLTAR ou X, resolvem seu problema.
Gosta do shipper? Boa Leitura!
My Darkest Sin
por Fla Apocalipse
Give me strength to face the truth, the doubt within my soul
No longer I can justify the bloodshed in his name
Silêncio.
E tudo tornou-se silêncio quando ele se virou, achando-a.
Cabelos cor de cobre. Cabelos cor de piche. Tudo era sangue entre eles. O medo. A dor, e nada mais importava. Morte em todas as direções e seus olhos só conseguiam achar os dele, só conseguiam ver os dele. E os dele, insanos, doentios, só viam os dela. Só pediam pelos olhos dela.
Is it a sin to seek the truth, the truth beneath the rose?
Pray with me so I will find the gate to Heaven's door
Silêncio. Morte.
E ele a olhava, com olhos severos e sinceros. Ele queria estar perto dela, tocá-la, tê-la. E destruí-la, derramar o sangue dela. Matá-la aos poucos.
Era a mais pura verdade e ela somente vira agora, entre os corpos, entre o sangue. E sentia-se imunda por não ter conseguido reunir forças e lutado. Enfrentado. Morrido com todos os outros. Como todos os seus amados.
I believed it would justify the means
It had a hold over me
Encarava cada vez com mais firmeza os corpos à sua frente, e voltava aos olhos dele. O monstro que a mantivera presa ao chão, que inundara sua mente com palavras, com imagens, com sentimentos. E sentimentos horríveis. Era a alma humana despedaçada à procura de outra.
Tom achara exatamente o que procurara quase toda a vida. Achara a garota corrompida, a garota perdida na própria vida, na própria alma. Ela era perfeita para si, antes mesmo de o saber. E os cabelos cobres eram longos e horríveis. Chamativos. Perfeitos em seu modo.
Blinded to see the cruelty of the beast
It is the darker side of me
Ginevra nunca pensou que tinha guardado em si, fundo em sua alma, algo dele. Tom era um humano. Voldemort um monstro. E ela era ambos. Sentia-se despedaçar com ele, aos poucos, toda vez que ele perdia uma parte da alma. Toda vez que Harry o matava. Toda vez que Harry se sacrificava por todos. E agora, ninguém mais o faria. Ninguém mais sacrificaria nada, por ninguém.
Seus joelhos bateram contra o chão de terra molhada pela chuva e seus olhos verdes estavam presos em corpos a sua frente. Harry, Ron, Hermione. Os últimos. Os que mais agüentaram. E ela nada fizera. Olhara Tom matar todos, erguendo a varinha, sibilando sentenças. Perpetuando execuções.
The veil of my dreams deceived all I have seen
Forgive me for what I have been
Falando com ela na mente, seduzindo-a. Acovardando-a. Prendendo-a. Era ela que ele queria. Era a parte mais pura da alma dela, que ele corrompia como veneno em água. Era a parte mais pura que ele abraçava, empurrava contra o chão de terra e possuía. A pele clara, as manchas de sangue. Os olhos dela com lágrimas. O ódio brotando em cada pedaço de pele dele.
Nada era como ela imaginava. Final. Morte. E ele ainda estava ali, trocando-a de lugar. Deixando-a ainda mais morta por dentro. E corrompendo seu corpo, sua alma, sua mente. Tudo era estranho e certo, e Ginevra apenas observou. Olhos claros a encararem olhos negros. A pele a roçar em sua pele, sua alma a entregar-se e se deixar levar pela escuridão que a rodeava. Que a cercava em abraços quentes, em beijos rápidos, em palavras sedutoras.
Forgive me my sins
-Perdoe-me. – pediu uma vez baixo, seus lábios abrindo-se minimamente. O corpo dele entre o seu. Entre a morte. Justificaria pedir a morte? – Se Deus existe, que me perdoe.
Ele ria, impulsionando-se para cima. Sendo convidado pelo corpo dela. Aceito pelo corpo dela. Dedos segurando seus fios cobre, seus dedos segurando curtos fios negros. E ele ria, sentia e gemia. Corpos a sua volta, como se tudo estivesse ali. Como se o lençol fosse a terra. Como se suas lágrimas estivessem a escorrer com sangue. Como se o pedido nunca tivesse deixado seus lábios. Como se Tom já não estivesse em seu corpo por muitos anos. Como se Tom já não estivesse em sua alma.
Pray for me cause I have lost my faith in holy wars
Is paradise denied to me cause I can't take no more
-Peça perdão, Ginevra. – a voz rouca dele assustava cada vez que ela a ouvia. E não escondia, não conseguia. Não queria.
Seu corpo balançou contra o lençol, antes terra. Suas palavras na garganta, interrompidas pela falta de coragem. Sempre existia a falta de coragem. Coragem de enfrentar a verdade. Libertar-se para a verdade. Ser punida por seus pecados. Como todos eram, como ele também seria. Tom seria punido também sem mesmo pensar em pedir perdão.
Has darkness taken over me, consumed my mortal soul
All my virtues sacrificed, can Heaven be so cruel?
Tom impulsionou-se com força, os corpos, a terra, o céu escuro, o campo de batalha. Tudo voltou a ser realidade. Tudo voltou a seus olhos. O pedido de perdão em seus lábios também.
-Perdoe-me, Deus, eu pequei.
Ele ria. Tinha o corpo, a alma e ria. Pecava e pecaria, e ainda ria.
I'm hoping, I'm praying
I won't get lost between two worlds
Ginevra segurou o lençol, seus dedos afundando no tecido fino. Iguais afundaram na terra. Sua mente nublada sabia bem o que acontecia, e não impedia. Era o manto negro de Tom que cobria sua vida tão vermelha. O negro a matar as cores dela. A corromperem tudo que Ginevra era. Tudo que Ginevra poderia ser.
As pernas enlaçaram o quadril dele, puxando-o para si, lágrimas brotando de seus olhos. Anos? Meses? Semanas? Dias ou horas? Pedia perdão e pecava há quanto tempo? Pedia perdão por seus pecados e os cometia novamente? Em nome de quem? Por quem?
For all I have seen the truth lies in between
Give me the strength to face the wrong that I have done
Fechou os olhos e os abriu, vendo o teto de seu quarto. A verdade. O paraíso a tanto oferecido por ele. A mentira contada pelo monstro, acreditada pela pecadora. A dor que sentia de não lutar contra ele, e a dor de querer lutar.
-Ginevra. Peque mais uma vez. – ele dizia, puxando-a para ele. Tom era o negro em tudo que poderia existir na terra. Na vida. Na alma. E a ruiva nunca tentou livrar-se. Não na batalha, não na vitória, não na vida. Muito menos na alma.
Now that I know the darkest side of me
-Peço perdão. – ela respondia toda vez e pecava logo após. Entregando-se, sentindo-o, desejando-o. O deixando e voltando a seus braços. Como fazia desde a batalha final, a morte ainda pairando pelo ar. Seu lado mais puro destruído.
Gemidos.
E ela pecava. Ele sorria e a inundava consigo mesmo. Cada vez mais fundo na alma, tornando-a algo dele. Matando-a, deixando-a vazia, tornando-a uma casaca.
How can blood be our salvation
And justify the pain that we have caused throughout the times
Coragem e medo. De onde sentimentos tão conflitantes vinham? Ela sentia ambos. Como sentira naquela noite. Como sentia toda noite. Sentia ao vê-lo, ao senti-lo, ao tocá-lo e ao empurrá-lo. E sentia cada vez mais. Era medo de ser um demônio. Era coragem de tirar o véu dos olhos.
Parar de se iludir com as mentiras e com o manto negro que ele colocava em seus olhos. Que ele usava nas palavras e nos gestos. Disfarçando a morte, corrompendo a alma.
Will I learn what's truly sacred?
Will I redeem my soul, will truth set me free?
Ginevra sussurrou as únicas palavras que ele não queria escutar. As únicas que ela era proibida de falar. As quais ela falara junto ao chão de terra, e repetia outra vez. Entre os lençóis, entre o momento deles. Entre a vitória sobre Harry Potter e a derrota sobre Ginevra Weasley. Entre tudo que ele dizia e ela acreditava.
Entre a mentira e a verdade. O certo e o errado. Entre seus corpos presos um ao outro, e entre as almas entrelaçadas pelo pecado.
Blinded to see the cruelty of the beast
It is the darker side of me
-Deus, o perdoe. – o abraçou, trazendo seu corpo para junto do seu, fundindo seus sentimentos e pensamentos. Abraçando a alma. – Me perdoe por meus pecados e o perdoe também.
Tom a beijou, calando-a, não querendo ouvir seus pedidos. Não queria ser perdoado, não queria nada. Não acreditava naquilo. Ela logo não acreditaria, mesmo pedindo perdão. Implorando que fosse novamente purificada, quando a alma já estava destruída, despedaçada.
The veil of my dreams deceived all I have seen
Forgive me for what I have been
-Você é minha, Ginevra. – declarou derramando-se dentro da garota. Ela apenas arqueou em resposta, sentindo a terra, os corpos, a dor e as lágrimas em seu corpo. Nada tiraria aquele momento de fraqueza dela, e nada tiraria Tom de sua alma. -Sua alma, sua vida e sua mente.
E nada mudaria, até a morte.
Do seu corpo ou sua alma.
Forgive me my sins.
Tradução da música: The Truth Beneath The Rose - Within Temptation
A Verdade Abaixo Da Rosa
Dê-me forças para enfrentar a verdade, a dúvida dentro de minha alma
Já não posso justificar a matança por seu nome
É um pecado procurar a verdade, a verdade abaixo da rosa?
Ore comigo e então eu encontrarei o portão para a porta do paraíso
Eu acreditei que isso justificaria os meios
Isso teve controle sobre mim
Cego para ver a crueldade da besta
Essa é minha face mais sombria
O véu dos meus sonhos iludiu tudo o que vi
Perdoe-me pelo que fui
Perdoe meus pecados
Ore por mim porque eu perdi minha fé em guerras santas
O paraíso me negou porque não posso suportar mais
A escuridão me dominou, destruiu minha alma mortal.
Todas minhas virtudes sacrificadas, o paraíso pode ser tão cruel?
Eu acreditei que isso justificaria os meios
Isso teve controle sobre mim
Cego para ver a crueldade da besta
Essa é minha face mais sombria
O véu dos meus sonhos iludiu tudo o que vi
Perdoe-me pelo que fui
Perdoe meus pecados
Estou esperando, estou orando
Eu não me perderei entre dois mundos
Por tudo que vi, a verdade se encontra entre
Dê-me a força para enfrentar o mal que eu fiz
Agora que conheço minha face mais sombria
Como o sangue pode ser sua salvação
E justificar a dor que causamos através dos tempos?
Eu aprenderei o que é o verdadeiro sagrado?
Eu salvarei minha alma, a verdade me libertará?
Cego para ver a crueldade da besta
Essa é minha face mais sombria
O véu dos meus sonhos iludiu tudo o que vi
Perdoe-me pelo que fui
Perdoe meus pecados.