Disclaimer: Os personagens dessa fic não me pertencem, são inteirinhos da assassina da J. Killer. Rowling. Se fossem meus teriam muitos mais personagens gays alem do Dumby.

Essa fic contem conteudo Yaoi, slash, lemon, Man x Man. Tudo isso quer dizer que temos casais homossexuais que iram fazer coisas que homossexuais fazendo como se beijarem, se amarem, trazarem e tudo que tem direito. Então se vc não gosta, sua religião não permite ou algo do tipo por favor não leia a minha fic afinal não queremos nenhum tipo de preconceito não é mesmo.

Para aqueles que gostam estejam a vontade a casa é de vcs, podem lere reler e mandar reviews que eu adorarei e responderei.

O veneno que corroí a alma

A luz do luar entrava pela janela do dormitório onde Harry Potter dormia, ou tentava inutilmente. Seus belos olhos verdes permaneciam fechados lutando contra o monstro interior que imperava nas horas sombrias da noite.

Sua cicatriz ardia constantemente, mas aquela dor não chegava a superar a sua tristeza, a sua angustia. Não agüentando mais tentar dormir levantou-se vestindo o roupão e indo para a sala comunal. O silêncio era aterrorizante, parecia o próprio nada dando boas vindas ao viajante solitário.

Harry sentou-se no beiral da janela e ficou olhando a luz da lua ser engolida pela cruel escuridão. Aqueles tempos eram tão sombrios quanto a Floresta Proibida. Tão cruel quando o próprio Voldemort.

- Voldemort – Sussurrou para o vento.

O causador de tanta destruição, o diabólico que o queria morto, o assassino de seus pais e de tantos outros queridos. Instintivamente colocou a mão na cicatriz que ainda ardia, a lembrança do sacrifício de seus pais e do dever que lhe fora imposto sem nem saberem sua vontade, afinal como um garoto de um ano iria responder a essa pergunta?

Ainda estava no mesmo lugar quando Hermione desceu do dormitório de manhã. A menina chegou perto de Harry e o abraçou. A principio Harry se assustou com o ato, mas ao olhar para o lado e ver o cabelo volumoso seu coração se acalmou.

- Bom dia – Disse dando um beijo na testa da amiga.

- Tudo bem?

- Tudo

- Tem certeza?

Harry se desvencilhou dos braços da amiga e desceu do beiral da janela. Ele tinha certeza de que estava bem? Ele estava bem?

- Tenho sim – Sorriu falsamente – Por que pergunta?

- Harry – O olhar de Hermione era pura preocupação – Você está diferente.

- Hermione, eu sou diferente.

- Não é isso Harry, mas você já se olhou no espelho?

- Meu cabelo não fica no lugar, sabe disso.

- Não é o cabelo, é você. Harry provavelmente você não come a tempos, está muito magro. Também não deve estar dormindo. Fala comigo Harry.

Harry olhou para a amiga e sentiu o carinho que ela lhe passava. Se pudesse desabafar, deixar seus tormentos o abandonarem Hermione seria a primeira pessoa que passaria em sua cabeça.

- Eu estou bem Mione – Disse passando as costas da mão na bochecha rosada da menina – Não se preocupa. Vou trocar de roupa.

Harry subiu as escadas devagar. Os pés descalços absorvendo o frio da pedra. Aquela sensação era plenamente familiar.

- Oi Rony – Disse entrando no dormitório – Neville, Simas, Dino. Bom dia.

- Bom dia Harry – Disseram Neville, Dino e Rony.

Simas não falava com Harry por causa do que ele andava falando pelo castelo. Quase não voltou para a escola pois sua mãe não o queria perto dele e de Dumbledore. Todos no mundo bruxo estão atacando-os, chamando-os de mentirosos e perigosos.

Harry não deu muita atenção para a cara que Simas fez antes de sair e foi pegar sua roupa no malão, colocou todas dobradas e as levou para o banheiro.

- Não entendo por que ele se troca no banheiro agora, nunca fez isso antes – Disse Neville.

- Também não sei, mas de um tempo para cá ele vem fazendo isso.

- Deixa ele gente – Ralhou Rony – Ele não pode ter privacidade não?

- Pode – Disse Dino – Mas que ele anda esquisito é verdade.

Rony sabia disso, conhecia Harry desde seu primeiro dia em Hogwarts e agora, cinco anos depois, ele sabia que Harry estava com problemas, mas respeitava o amigo e esperava que ele viesse lhe falar o que tinha.

Harry saiu do banheiro arrumado, guardou o pijama e desceu em silêncio para o salão principal sem esperar ninguém.

Harry não tinha tantos amigos assim e agora que ele afirmara que Voldemort voltara tinha menos ainda. Todos o chamavam de louco e evitavam ficar perto dele, mas isso não o incomodava, o que ele mais queria era ficar sozinho.

O salão principal ainda estava vazio tirando dois corvinais, uma lufa lufa, o diretor e Snape. Sentou-se no extremo da mesa da Grifinória e ficou com a cabeça baixa olhando para o prato vazio.

Harry pegou uma salsicha, mas nada fez alem de brincar espetando-a. Quando o salão começou a encher Harry levantou-se e se dirigiu ao jardim. Sentou-se longe de todos os olhares.

No horário da primeira aula Harry foi para a sala de DCAT. A nova professora era a mesma mulher que trabalhava no Ministério e ficou contra ele na audiência para decidir se ele seria expulso ou não da escola por ter usado o feitiço do patrono para afugentar os dementadores que atacaram a ele e o primo Duda.

A mulher baixinha vestida toda de rosa entrou na sala tacando fogo no papel que Parvati fez voar como passarinho pela sala.

- Bom dia crianças.

Todos olharam para trás ao ouvir a voz da professora que sorria irritantemente. Rony resmungou algo como "cara de sapo" antes de se virar para frente.

- Níveis Ordinários de Magia. N.O.M.S. Mais conhecidos como Nons. Estudem e serão recompensados, deixem de estudar e as conseqüências serão severas.

Dolores Umbridge, professora de DCAT, olhava para a sala ignorando as caras feias dos alunos, principalmente Rony. Hermione parecia a única interessada no que a professora estava falando. Todos na escola conheciam sua fama de sabe tudo e ela estava ansiosa para chegar os exames.

- O ensino que receberam nessa disciplina foi um tanto fragmentada – Disse entregando um livro para cada um – Mas vão ficar felizes em saber que agora seguirão um curso de magia defensiva cuidadosamente estruturado e aprovado pelo ministério.

Nesse momento Hermione levantou a mão, seu livro estava aberto no índice e sua testa estava franzida.

- Sim senhorita Granger.

- Não há nada aqui sobre usar feitiços defensivos?

- Usar feitiços? – Riu – Não vejo por que teriam que usar feitiços na minha aula.

- Não vamos usar magia? – Perguntou Rony.

- Você vão aprender feitiços defensivos de um jeito seguro e sem riscos.

- E de que adianta? – Perguntou Harry – Se vamos ser atacados não será sem riscos.

- Alunos devem levantar a mão para falar na minha aula – Disse grosseiramente – Segundo o Ministério o estudo teórico é suficiente para prepará-los para os exames que é, afinal, o propósito desta escola.

- E como a teoria nos prepara para o que está lá fora? – Perguntou Harry ficando nervoso.

- Não há nada lá fora meu caro. Quem você acha que quer atacar crianças da sua idade?

- Eu não sei. Lord Voldemort, talvez.

Todos na sala se horrorizaram quando ouviram aquele nome. Ninguém tinha coragem de fala-lo a não ser Dumbledore e algumas outras pessoas. Até Rony estremeceu ao lado de Harry que ignorou os protestos e só olhava para a professora que já não tinha o sorrisinho irritante no rosto.

- Vamos deixar uma coisa bem clara – Disse a professora – Foram informados de que um certo bruxo das trevas retornou do além. Isto é uma grande mentira.

- Não é mentira – Protestou Harry – u o vi e lutei com ele.

- Detenção Potter.

- Então, segundo a senhora, Cedrico caiu morto porque quis?

- A morte de Cedrico Diggory foi um trágico acidente.

- Assassinado. Voldemort o matou e a senhora sabe.

- Chega! – Gritou a professora – Chega. Quero vê-lo senhor Potter, na minha sala.

O sinal avisando que a ultima aula acabara tocou e todos foram para suas salas comunais, menos Harry que se dirigiu para a sala da professora Umbridge.

A professora abriu a porta e permitiu que ele entrasse.

- Sente-se Potter – Indicou a pequena mesa ao lado dela.

Harry sentou-se sem vontade alguma. Sua cabeça doía novamente, sua cicatriz ardia, mas pior que aquilo era a dor de seu interior, interior quebrado, interior roído, pesado, doído.

Veneno que corroia os pensamentos, a mente distorcida fugindo dos olhos vermelhos que o perseguem jogando sua culpa, sua dor, sua dor pela culpa, pela morte, pela incapacidade, pela burrice atrevida de sempre pensar que pode fazer algo à alguém.

Quem? Ninguém, ninguém, era isso que ele era, que ele sentia ser. Não era herói, não era valente. Se escondia da realidade que sabia ser verdadeira.

Dor. Dor física, dor que o fez olhar para sua mão esquerda. Gravado em sua pele estava a frase " não devo contar mentiras". Um misto de dor, alivio, preenchimento e vazio.

Olhou para a professora como se não a visse.

- Sim?

- Nada – Respondeu – Nada.

Absolutamente nada era o que ele sentia. Olhou para o pergaminho, as palavras sumiram. Começou a escrever, escreveu ate ser mandado de volta para o dormitório. Sentiu dor, sentiu tudo, não sentiu nada.

Não foi para o dormitório. Subiu e continuou subindo ate chegar à torre mais alta. O tempo estava frio, mas não se incomodou, tirou a capa e a camiseta deixando o peito nu, deixando o vento gelado o cortar, o dilacerar, congelar as lágrimas que não caiam.

Os cabelos balançavam enquanto seus dedos tocavam seu rosto procurando se reconhecer, tentando achar o que já estava perdido.

Olhou para baixo e sentiu medo. Não havia chão, apenas vazio, nada.

"Pula, o que tem a perder? – Dizia uma voz em sua mente – Coragem Potter, todos te odeiam, te acham um mentiroso, não querem você aqui, não sentirão sua falta, não querem um mentiroso, um assassino"

Harry já estava na ponta da torre, olhos fechados, braços abertos.

"Só mais um pouquinho mais para frente e tudo acaba, seu sofrimento, sua culpa"

Harry respirou fundo e abriu os olhos. Se sentiu zonzo com a altura e voltou para trás.

"Covarde"

- Sai da minha mente Voldemort.

Harry gritou e saiu correndo pelos corredores de Hogwarts sem nem colocar a camiseta. Correu, correu muito esperando afastar aquela voz de sua cabeça.

Trombou com algo e caiu de bruços no chão sentindo o gelo da pedra nua lhe cortar a pele. Encostou o rosto de lado deixando a bochecha gelada e viu dois pés chegarem perto, fechou os olhos e tentou lutar contra si mesmo.

- Me...mata por favor.

Harry desmaiou e não sentiu quando duas mãos o pegaram delicadamente e o levaram para uma sala vazia.

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