Titulo original: Wavelengths

Autor(a): QuestofDreams

Tradutora: Srta. Kinomoto

Disclaimer: Nada aqui me pertence, nem os personagens, nem a história, os quais pertencem a seus criadores, produtores e a autora.

Sumário: TRADUÇÃO. NaruSaiNaru. Rituais de cortejos de retardados sociais. Ou como Naruto finalmente entendeu.


Parte II


Duas semanas passaram, durante as quais um teste padrão pareceu se formar, Naruto encontrou ambos extremamente desoladores e impossíveis de evitar. Ele levou o almoça para Sakura quase diariamente e ela era implacável em descobrir os seus motivos para a continuada intimidade com Sai quando ele supostamente não sentia nada diferente de camaradagem por ele. Naruto perdoou as presunções dela porque ela era uma mulher e mulheres tendem a culpar as emoções por tudo, toda situação trivial. Não importava que ele realmente estava começando a gostar de Sai mais do que um companheiro de equipe - Sakura, por ser uma mulher, poderia intuir seus sentimentos de qualquer modo.

Ele escolheu ignorar o fato de que ele estava sendo contraditório porque Sakura o divertia e ele realmente não queria explicar esses sentimentos...nunca.

Após entregar o almoço a Sakura, ele continuava em Ichiraku onde ele tinha uma bacia ou dez de ramen e então ia para as terras de treinamento onde ele encontrava Sai e vários membros de outras equipes que freqüentavam as terras aquela hora do dia. Eles treinavam até o por do sol e então Sai e Naruto saiam para o jantar e recolhiam-se no apartamento de Naruto depois.

Era o que acontecia no seu apartamento que o afligia, porque apesar das tentativas de se defender dos avanços de Sai, tomava pouco mais do que um beijo caloroso ou uma mão em seu cabelo antes que ele caísse sem defesa nas sensações. Ele estava se tornando afeiçoado demais a sensação da pele de Sai abaixo de suas mãos e o pequeno e feliz sorriso que Sai dava para ele antes de sair. Ele tinha estado tentado algumas vezes a pedir para Sai passar a noite...o que tinha acionado os alarmes em sua cabeça e o forçado a aceitar que talvez a situação tivesse saído de seu controle ( quando ele alguma vez tinha estado no controle, ele queria saber).

Ele gostava de Sai. E queria empalar-se em uma cama de shurikens por isso. Claro, Sai parecia terrivelmente hábil na sedução, mas ele era inepto quando vinha a emoções reais. E provavelmente não sentia nada mais do que uma amizade profunda por Naruto - e realmente, seria injusto esperar mais de um homem tão retardado emocionalmente como Sai.

Ele lamentava o complicado estado de sua vida e esperava que sua próxima missão viesse logo enquanto carregava uma caixa de peixe frito para o hospital. A manhã tinha sido incaracteriscamente fria e Naruto abraçou o almoço de Sakura em seu peito em uma inútil tentativa de impedir o calor de escapar rápido demais. Franziu as sobrancelhas ao céu, ficando vez ao tentar enxergar o sol que surgia por trás de grossas nuvens cinzas. Que sacanagem que mesmo o tempo estava zombando dele, refletindo seu humor.

Quando alcançou as colunas de pedra familiares do hospital, Sakura não estava lá esperando por ele como o usual. Inclinou-se de encontro a uma das colunas, dobrando-se de modo que ficasse protegido da respiração afiada do vento. Sakura raramente estava atrasada então após esperar alguns minutos, ele ficou preocupado. Entrou e cumprimentou a enfermeira na mesa com um sorriso animado.

"Você poderia chamar Sakura? Eu trouxe o almoço dela," ele disse. Apoiou a caixa, golpeando ligeiramente no processo, no balcão.

A enfermeira olhou da caixa para ele, com um expressão confusa. "Você não ouviu? Sakura estava na patrulha noite passada e encontrou algum ninja fugitivo. Ela foi trazida em torno de um da manhã."

"O que?" Ele sentiu seu peito apertar antes de seu coração cair em seu estômago. Praticamente pulou sobre o balcão, olhos frenéticos perfurando a alarmada enfermeira. "Onde ela esta? Em que quarto ela esta?"

"U-um." A enfermeira contrai-se longe dele, corando pela proximidade que ele estava, e se lançou rapidamente através de sua pilha de papéis. "Quarto 213."

Naruto disparou pelo corredor em um borrão amarelo, relevo cantando através de seus membros, o peixe frito de Sakura um detalhe esquecido. O quarto 213 era só um quarto de hospital padrão, nenhum pouco parto da unidade de cuidados intensivos. Derrapou na frente do quarto, coração martelando em seu peito O temor que torcia o seu estômago afrouxou quando detectou o chakra constante de Sakura no outro lado da porta. Limpou a garganta para desalojar o pacote de nervos que estavam lá antes de abrir a porta.

Sakura olhou de relance acima do grosso texto medico em seu colo e, vendo quem seu visitante era, tentou um sorriso brilhante que caiu rápido. Seu cabelo estava amarrado afastado do seu rosto, que estava doentio e sem cor. Seu ombro e braço esquerdo estavam firmemente embrenhados em ataduras, mas não havia como dizer quão extensivos seus ferimentos eram desde que o resto dela estava coberto com os cobertores finos do hospital. Ele aproximou-se da cama, lábios virados para baixo, olhando-a para ter certeza de que ela estava inteira.

"Eu acabei de ouvir. Por que você não mandou de avisar?" ele perguntou. Ele cruzou os braços e tentou franzir as sobrancelhas, mas fez um trabalho tão convincente quanto o sorriso que ela tinha tentado antes. Ele queria estar chateado que tinha ouvido sobre seu ataque da enfermeira, mas estava profundamente aliviado em vê-la em um só pedaço.

"Por que não era sério," ela disse.

Ela fechou o livro e se virou para colocá-lo na mesa de cabeceira ao lado de um fino vaso de flores. Os cravos e o plástico claro eram padrão do hospital. Se sentiu ligeiramente pacificado que ela não tinha contado para ninguém mais sobre o ataque porque Ino teria certamente removido essas flores de hospital por aquelas que ela traria.

"Eu cruzei com eles enquanto patrulhava o flanco ocidental. Primeiro eu não tinha certeza se eles eram ninjas de Konoha ou não, mas então eles me atacaram, o que confirmou que eles eram ninjas fugitivos. Pelo modo como eles se moviam e níveis de chakra, eu aposto que eram Rank S." Ela deu de ombro, como se quase ser morta não era nada para se preocupar. E no seu tipo de trabalho, ele supôs que não era. "Felizmente, eu não estava muito longe da parede ocidental de Konoha."

"Você não tentou lutar com eles, tentou?"

Ela lhe deu um sorriso cansado. "É claro que não. Eles estavam em maior numero e eu não poderia reportar sua presença se estivesse morta, podia?"

Ele empalideceu ao pensamento. "Sakura." Deslocou seus pés e colocou as mãos nos bolsos para esconder seu tremor ligeiro. "Eu...Eu estou feliz que você esta bem."

Ele se moveu para ficar em frente a janela então ela não poderia ver o que o pensamento de sua morte tinha lhe feito. Fechou seus olhos com força, empurrando para longe a emoção desnecessária. Ela estava bem. Era melhor se focar em que curso tomar agora. Seus olhos se estreitaram em um ponto distante, além do espaço a vista. O sol ainda tinha que quebrar através das nuvens e a extensão do horizonte estava moldado em sombras escuras e turbulentas de azul e verde. O tempo era um auxilio involuntário para os ninjas fugitivos que estavam espreitando em algum lugar lá entre as arvores. Felizmente, também era vantajoso para seus caçadores.

Seu pés coçavam para sair do quarto de hospital e vasculhar a floresta, encontrar com os ninjas que a machucaram e retornar dez vezes mais os machucados que tinha feito a ela...mas Tsunade sempre o repreendia por atuar com seus impulsos e subsequentemente colocar ele e os outros em perigo. Ela devia ter sido avisada imediatamente sobre os ninjas fugitivos e estava provavelmente organizando uma equipe de busca para a área. Ela não negaria se ele pedisse para fazer parte da equipe de busca.

"Naruto," ela disse, sua voz hesitante, como se detectando sua agitação.

Ele forçou sua boca a se ondular em um sorriso antes de girar o rosto para ela. Ela estudou o rosto dele, olhos claramente pesquisando, antes de desviar o olhar. Se esticando, ela puxou o laço de seu cabelo. Ele caiu em ondas frouxas em torno do seu rosto, ainda úmido onde o laço tinha estado, indicando um banho recente. Ela bateu na borda da cama, chamando-o a sentar-se com ela.

Ele se moveu para atender, deslizando com cuidado através do colchão para evitar perturbar seus ferimentos. Dobrou o cobertor um pouco mais confortavelmente em torno dela, ganhando um sorriso indulgente, antes de perguntar, "Você reconheceu os ninjas?"

O sorriso dela hesitou e ela assentiu, mechas rosas caindo para frente para proteger seus sorte que Sakura nunca tinha podido dominar a duvidosa arte ninja da falta de emoções. Ele esticou a mão e segurou o queixo dela entre o polegar e o indicador antes de forçá-la a encontrar seu olhar. Ela brilhou nele pela sua imprudência, mas desinflou ao olhar solene em seus olhos. Ela suspirou e gentilmente afastou a mão.

"Eu não posso ter certeza...um deles estava usando exatamente o mesmo anel que eu vi na mão de Sasori quando eu lutei com ele. Eu assumi que eles eram da Akatsuki, mas...como eu disse, eu não posso ter certeza. Eles não estavam usando nada mais para identificar quem eles eram, nem mesmo aquelas capas estranhas."

Sua maxila apertou na menção de Sasori, seus lábios se tornando uma linha irritada. Sentiu dedos mornos de encontro a sua mão e olhou para baixo, surpreso em ver Sakura segurando seu punho firmemente. Em qualquer outra hora, ele estaria estático em receber tal toque, mas ele não queria ser acalmado. Balançou a cabeça e se afastou.

"Se esses imbecis estão me procurando, eu vou - ack!" Se afastou da cama, pés tropeçando para trás. Friccionou o galo em sua cabeça, onde ela tinha batido e gaguejou, "Oi! Porque você fez isso?"

"Eu te disse, não posso ter certeza! Não tire conclusões precipitadas," ela disse, olhos verdes faiscando. Ela pegou seu texto médico que estava em seu colo e o abriu, parecendo irritada e perturbada. Era claro que ela estava muito mais preocupada do que aparentava, provavelmente por ele. Ele limpou a garganta, sentindo bastante arrependido por aumentar a ansiedade dela.

"Sinto muito," ele murmurou. Descansou suas costas de encontro a parede e olhou para seus pés com as sobrancelhas franzidas. Seus lábios se torceram em uma careta impaciente enquanto ele arrastou sua sandália pelo chão polido. "Mas se forem eles, então eu não vou simplesmente me esconder na vila e deixar todo mundo lutar por mim."

"Naruto-"

"Não," ele disse, a cortando rispidamente. Ela mordeu o lábio, caindo de encontro aos travesseiros, surpresa pelo tom na voz dele. Ele raramente levantava sua voz para qualquer coisa que não fosse entusiasmo. Ele entendia a preocupação dela e apreciava - apreciava profundamente. Mas nunca poderia somente ficar e olhar, nem mesmo por ela. "Você não pode esperar que eu fique parado enquanto o resto de vocês luta. Não me peça isso."

Ela olhou para baixo, testa franzida. "Eu sei," sussurrou.

Houve uma ligeira batida na janela e ambos olharam para cima para encontrar um pequeno pombo mensageiro bicando levemente na janela, um pedaço de pergaminho amarrado em sua perda. Naruto se afastou da parede, ansioso por uma noticia ou uma ordem para atacar. As duas ultimas semanas tinham sido lentas, medidas somente pela ansiedade de Naruto sobre a tragédia que era sua vida amorosa. Ele tinha descansado o suficiente; estava pronto para a injeção de adrenalina para afastar os resíduos da inércia.

Abriu a janela e esticou um braço. O pássaro pousou obedientemente na curva de sua mão, uma garra minúscula escavando ligeiramente em sua pele. Rapidamente pegou a nota e o pássaro decolou, fazendo a curva no canto do hospital e sumindo de vista. Soube que era uma intimação antes mesmo de abrir o pergaminho. Olhou de relance para Sakura, mas sua expressão era dura de decifrar.

Leu a breve mensagem e assentiu em aprovação. O Hokage o queria em seu escritório imediatamente. Esperançosamente, ela estaria mandando sua equipe para procurar pelos ninjas invasores.

Isso, ou ela queria que ele ficasse quieto e fora de problemas, o que, se fosse o caso era melhor ela estar preparada para uma birra como Konoha nunca viu.

"O Hokage quer que eu vá para o escritório dela." Colocou a mensagem no bolso de sua calça antes de se aproximar da cabeceira da cama. "Eu estou realmente contente que você esteja bem, Sakura. E eu desejo que você pudesse ir conosco."

Ela assentiu e tentou sorrir, mas ele podia ver sua preocupação pesando os cantos de sua boca para baixo. "Eu também. Tome cuidado."


Kakashi e Sai já estavam lá quando Naruto invadiu ao escritório do Hokage, exigindo ser emitido com a equipe de busca. Kakashi o cumprimentou com um olhar doloroso que poderia significar tanto 'porque você ainda é meu estudante' ou 'eu tenho um caso sério de gota', mas Sai não o reconheceu, somente um deslocamento mínimo de sua expressão. Naruto ignorou o modo como seu estomago se torceu em sua falta de atenção, em vez disso se focando em ocupar as orelhas da Hokage nas conseqüências de o deixar para trás.

Tsunade levantou uma sobrancelha, não impressionada com seu discurso. Ela acenou uma mão negligente nele, "Cala a boca e senta, pirralho."

Naruto contemplou isso. Ela provavelmente seria mais generosa se ele a obedecesse agora. Assentiu e se sentou ao lado de Sai.

"Como eu tenho certeza que vocês já ouviram até agora, dois ninjas estrangeiros foram encontrados a oeste de Konoha noite passada. Eu já emiti Gai e sua equipe para investigar, mas preciso que vocês três sigam e tenham certeza de que não ocorra nenhum problema."

Naruto sorriu, aliviado de que ela não tinha tentado mimá-lo. Se remexeu em seu assento, dedos se agitando no braço da cadeira, impaciente por sair. Se endireitou quando Tsunade apontou um dedo nele.

"Você. Tome cuidado e deixe Kakashi liderar. Não corra atrás deles se você se separar e, pelo amor de deus, se controle."

O rosto de Naruto escureceu com cada ordem, seus dedos apertando com força a madeira da cadeira. Ele era perfeitamente capaz de se controlar! De fato, depois que os fatiar por terem machucado Sakura, ele deixaria Kakashi e Sai o amarrarem e o entregarem para Ibiki.

Tsunade brilhou neles, seus olhos castanhos duros e avaliadores. "Bem? Porque diabos ainda estão aqui? Se movam!"

Naruto foi o primeiro a chegar a porta. Fez um gesto impaciente para Sai e Kakashi enquanto disparava pelo corredor, mesmo que seu líder de equipe fosse de repente suspeitosamente ausente. Ele estava provavelmente do outro lado de Konoha e estaria os esperando no portão, fingindo estar atrasado mais uma vez.

"Se apresse, Sai, ou vou deixar você-" Naruto foi cortado quando uma mão forte agarrou seu braço e ele foi jogado de encontro a uma parede. Sua cabeça bateu na parede com um som audível, dor disparando pelas suas costas. Se preparou para reagir contra seu atacante quando o corpo de Sai cobriu o seu. "O que..." Naruto mal pode fazer um protesto antes que a língua de Sai estivesse na sua boca e mãos mornas deslizassem debaixo da sua camisa. "Eu...Sai...ungh... Sa—Sai... Sai, para!"

Afastou seu rosto antes de levantar a guarda e acertar Sai na cabeça. Com um grunhido, Sai se afastou.

"Deus, que diabos é seu problema?" Naruto o empurrou, mas Sai colocou ambos os braços ao redor dele, as palmas na parede, prendendo Naruto. Seus olhos se estreitaram, punhos apertando o pano da camisa de Sai. "Agora realmente não é o melhor momento pra isso." suas mãos agitaram, uma fúria irracional surgindo dentro dele no bloqueio, o excesso de energia se torcendo em seu intestino que precisava ser liberada, no ninja fugitivo que tinha machucado Sakura, mas a maior parte, Naruto percebeu , o tipo de realização que o fez perder o fôlego, ele estava furioso com Sai e sua inabilidade de pensar em qualquer outra coisa que não fosse prazer físico em seus encontros.

Sai se inclinou para frente, forçando Naruto a se pressionar de encontro a parede, a despeito dele saber muito bem que não funcionaria. A respiração de Sai estava morna de encontro a sua boca e ele cheirava a maças, seu lanche favorito. Naruto fechou os olhos e afastou todos esses pequenos e estúpidos desejos que ele sabia desde o começo que não deveria e não poderia querer. Não tinha tempo para lidar com eles, ou Sai, nesse momento.

"Você quis saber onde eu aprendi a dar prazer a outra pessoa."

Os olhos de Naruto se abriram e ele mandou um olhar confuso para Sai, momentaneamente fora de guarda. Sim, ele lembrava que tinha perguntado isso em algum momento da semana anterior, mas Sai não tinha dado uma resposta - em vez, tinha dado mais uma demonstração dessas habilidades e a habilidade de Naruto de formar palavras tinha desaparecido por diversas horas depois disso.

"Eu não vejo o que isso tem a ver com qualquer coisa," ele disse, mantendo uma rédea curta em sua têmpera. Acotovelou Sai nas costelas, mas o homem não se moveu.

"Danzou-sama disse que minha aparência servia para missões que exigiam uma aproximação diferente. Ele me mandou para ser treinado nos modos de sedução." Sai disse. Sua atitude sugeriu que tinha aceitado o treinamento novo como nada mais que um outro aspecto de seus deveres como ninja.

Naruto zombou antes que o significado completo do que Sai tinha dito caiu sobre ele. Sua maxila caiu e ele se virou dentro da barreira dos braços de Sai para o enfrentar. Franzindo as sobrancelhas, seus punhos liberaram a camisa de Sai e ele alisou os vincos deixados com dedos delicados e trêmulos. A raiva diminuiu, de repente parecendo mesquinha ao lado da severidade da verdade.

"Eu sinto muito," ele disse. Suas mãos rastejaram para o pescoço de Sai, dedos deslizando pelos cabelos em sua nuca.

Os dedos de Sai ondularam de encontro a parede, seus olhos trazendo confusão. "Pelo que?"

Naruto balançou a cabeça e engoliu, superando o impulso tolo de abraçar o homem ou colocar algum sentido nele. O fogo da ira queimou nele novamente, acompanhada por uma dor incômoda, mas familiar em seu peito. Sai não podia fazer nada quanto ao modo que ele era; ele tinha sido condicionado a aceitar determinados métodos sem o conhecimento de que eles eram poucos convencionais, mesmo na sociedade ninja. Era um símbolo de sua motivação a melhorar e evoluir sobre suas doutrinas de infância que Sai estava lá com ele.

Naruto estava dividido. De um lado, o desassossego ainda estava lá, o incitando a tirar Sai de lá e parar de perder tempo e ir caçar o inimigo. Por outro lado, agora ele tinha um desejo ardente de caçar o cabeça da ANBU raiz e o estrangular com as próprias mãos por transformar um ninja do calibre de Sai em um...um...

Naruto balançou a cabeça. Não valia a pena pensar nisso. Ninjas eram feitos para guerra, mas tinha que haver alguns limites ao que era pedido para um ninja fazer para cumprir seus deveres.

"Por que você esta me dizendo isso?" Naruto perguntou. Nada que Sai fazia parecia fazer sentido ultimamente. Mordeu a parte de dentro de sua bochecha, indecisão o mantendo firmemente preso nos braços de Sai. Não gostava de se sentir tão incerto; era um homem de ação. Deixava seus instintos o guiarem. Mas Sai era tão...profundamente complicado e Naruto era catastrófico em controlar um relacionamento, mesmo que fosse um tão duvidoso quanto o que eles tinham.

"Porque," Sai disse. Uma pequena linha surgindo em sua testa e levou um momento para Naruto perceber que Sai estava realmente franzindo a testa. "Danzou-sama se certificou que a escala das minhas habilidades era larga o bastante para abranger o que eu tinha que fazer quando me juntei a sua equipe num primeiro momento. Eu foi ordenado a fazer o que fosse preciso para chegar a Sasuke, mesmo que isso significasse passar por Orochimaru, ou a cama dele."

Naruto sentiu algo selvagem aquecendo e se torcendo em seu estomago e silvou um palavrão, mas Sai ignorou sua reação e continuou.

"Sakura não foi julgada uma ameaça e, embora, eu não pudesse me igualar a Yamato-sensei, sou rápido o bastante para o iludir caso necessário. Quanto a você," ele disse, pisando perto o bastante que sua respiração atingisse os lábios de Naruto. Naruto abaixou seus olhos, querendo empurrar Sai e dizer a ele para calar a boca e ao mesmo tempo queria o silenciar juntando suas bocas. Franziu a sobrancelha, sem ter certeza exatamente do porque estava irritado com ele. "Eu fui ensinado a manipular selos.

O olhar de Naruto voltou para ele em surpresa. "Selos? O que você quer dizer?"

Sai estava o encarando, olhos negros atraentes em sua súbita profundidade. Ele abriu a boca e desviou o olhar. "Eu sinto muito, Naruto."

"O que você-?" Os olhos de Naruto se alargaram em compreensão exatamente quando os dedos de Sai tocaram seu estômago e a dor explodiu dentro dele. O chakra de Kyuubi foi violentamente puxado para dentro de sua jaula e houve um momento cego de dor em que ele viu a determinação nos olhos de Sai antes de tudo escurecer.


Quando se torno aparente que ele não estava morto ou tinha devastado a vila como Kyuubi, o primeiro pensamento coerente que ele teve foi, 'Sai é um homem morto.'

Naruto abriu um olho e gemeu na vista familiar. Estava em um quarto localizado na ala privada do hospital, diversos corredores longe do hospital propriamente dito. Era lá que ele encontrava o Hokage alguns meses para verificar seu selo. Tipicamente o quarto era brilhante e arejado, as cortinas e as janelas abertas para deixar a brisa entrar - atos pequenos feitos por Tsunade para que Naruto não se sentisse como um objeto de teste quando chegava lá.

No momento, as cortinas leves tinham sido substituídas por cortinas grossas e a janela estava fechada. As luzes tinham sido diminuídas e havia um resquício de chakra flutuando no ar. As paredes maçantes incandesciam e demorou um momento pra ele decifrar porque - elas tinham sido reforçadas com chakra.

Naruto se sentou, raiva e confusão fluindo dele. Sacudiu a cabeça para dissipar a onda de sentimentos e emoções que surgiam dentro dele. Porque, porque...? Respirou fundo, o que fez pouco para o acalmar e tentou não pensar sobre isso ainda. Moldou seu chakra cuidadosamente, e quando nada incomum aconteceu, ele levantou a camisa para ver que seu selo parecia inalterado. As paredes reforçadas eram uma prova de que algo tinha acontecido, mas parecia que Sai não tinha feito nenhum dano permanente.

Sai. Firmou sua maxila e fechou os olhos com força, mas não pôde impedir a facada de fúria insolúvel que o assolou. A tensão em seu peito machucava e ele sentiu dificuldade em respirar. Seus olhos queimaram e ele os esfregou, horrorizado na picada repentina e afiada como um chicote. Pare, pare, pare.

Houve uma batida na porta e ele se endureceu antes de rolar para o lado. Enterrou seu rosto na dobra do seu cotovelo, dentes se afundando dolorosamente na pele de seu braço para conter a raiva que o esmagava.

A porta foi aberta e ele reconheceu imediatamente o chakra familiar de Sakura. Respirou profundamente, as linhas de seu ombro se contraindo em renúncia antes que ele virou para enfrentá-la. Ela o encarou, olhos se alargando quando percebeu que ele estava acordado.

"Naruto." Sua voz era hesitante mesmo quando ela caminhou rápido para sua cabeceira, mãos mornas passando sobre ele para verificar seus sinais vitais. "Como você esta se sentindo? Esta desorientado? Dói alguma coisa?"

Bastante, pensou amargamente antes de empurrar para longe a emoção indesejada. "Eu estou bem, Sakura. O que aconteceu?"

Ela colocou uma mão reconfortante de encontro a sua bochecha e mordeu o lábio. Ela parecia relutante em falar e Naruto engoliu o impulso de gritar nela por respostas.

"Bem, pra começar," ela disse, "Tsunade-shishou disse que você vai ficar bem. Tanto quanto ela podia dizer não há nenhum dano durável. Um dos oito pontos que mantém a raposa foi temporariamente enfraquecido, mas não afetou a força dos outros pontos então o selo ficou intacto. Ele apenas, meio que...deixou você desacordado. Parecia que Sai estava tentando te desarmar por um tempo.

Na menção de Sai, seus olhos desviaram. Ele correu uma mão pelo cabelo para se impedir de estrangular alguma coisa. "Sai...Sai filho da puta. O que diabos ele queria atacando meu selo assim? Ele não me queria na missão tanto assim? Eu sei que nem sempre sou a pessoa mais racional, mas eu não comprometeria nossa segurança ou...deus, quando eu colocar as mãos nele, eu vou mutilá-lo. O que eu sou pra ele, um companheiro de foda? É pra tudo que eu sou bom agora? Não sou mais bom o bastante pra lutar ao lado dele? Agh!" Ele segurou a cabeça, não querendo mais nada do que uma parede para bater seu punho repetidas vezes até que a exaustão acalmasse a dor da traição em seu estomago.

Ela friccionou pequenos círculos em suas costas, mas não falou. Parecia entender que ele precisava de um momento para ventilar sua frustração.

"Eu sou tão patético." ele esfregou o rosto. Ele não queria olhar no rosto dela e deixá-la ver tudo que ele era incapaz de esconder. "Eu não entendo o que mudou. Porque ele faria isso comigo?" Ele não tinha se dito repetidas vezes que envolvimento físico com Sai era uma idéia ruim? Porque ele não poderia ter ouvido sua consciência em vez de sua libido? "Eu sabia desde o começo que Sai provavelmente não sentia nada exceto amizade por mim. Eu não estava planejando esperar mais dele."

A mão dela tinha saído dele e ele a olhou de relance para calibrar sua reação. Para sua surpresa ela estava brilhando nele, seus olhos faiscando com impaciência. Ele se deslocou inquieto, incerto se sua raiva estava direcionada a ele ou a Sai. Supôs que ser um tolo completo autorizaria esse olhar.

"Naruto," ela disse, sua voz com paciência forçada. "Se incumbisse a mim eu também não iria querer que você fosse."

Ele recuou como se tivesse sido golpeado, confusão e dor em seu rosto. "Eu disse a você eu nunca poderia simplesmente ficar para trás e -"

"Eu sei. E nunca pedira a você por isso. Mas nem todos pensariam em pedir."

Ele franziu as sobrancelhas, se afundando em sua cama e cruzando os braços. "Eu já sabia que Sai não me queria nessa missão. Eu só quero saber porque."

Ela fez um ruído irritado e friccionou sua testa. "Sai sabe que você é capaz de cuidar de si mesmo. Nós fomos do mesmo time por tempo o bastante para ele duvidar disso."

Apertou os lábios, se sentindo distintamente perdido. Ele estava perdendo alguma coisa ali, algo vital, e desejou que ela simplesmente lhe dissesse. Se Sai não tinha atacado seu selo porque pensava que Naruto era um peso então que razão ele tinha para mantê-lo de ir? Os motivos de Sai ainda eram obscuros.

Sakura estava lhe dando um olhar expectante. Ele realmente não apreciava que ela adicionasse a sua raiva, o confundindo com suas tentativas falhas de explicar. "Eu não vejo seu ponto."

"Ugh! Você é tão idiota! Porque eu queria manter você de ir?"

A resposta veio facilmente. "Por que você não queria que eu me machucasse."

Ela sorriu. Ele não entendeu.

O que isso tinha a ver com...? Oh. Oh.

Os olhos de Naruto se alargaram. Então ele carranqueou. "Isso é...de jeito nenhum! Sai não...ele não..."

Ela respirou profundamente, aparentemente satisfeita que ele finalmente tinha entendido. "Se é um consolo, Sai é um completo idiota também. Mas eu não acho que ele estava tentando te machucar. Ele só queria proteger você."

Ele estava além de cético. "Eu não preciso de proteção."

"Eu sei disso. E normalmente, Sai também sabe...bem, honestamente, eu não faço idéia do que ele esta pensando a metade do tempo, mas eu posso imaginar." Sakura se sentou na beira da cama, seu olhar caindo para seu colo. Sua expressão se moveu de frustrada para algo mais, algo que Naruto não conseguia nomear. "Tanto quanto sabemos, a única pessoa que Sai já se importou foi o cara que ele chamava de irmão, esse de seu livro velho. E...e tudo que sabemos sobre ele é que ele morreu."

Suspirou. Não precisava se lembrar das coisas que Sai tinha passado antes de vir para o Time Sete.

"Quando encontramos Sai," ela disse, " ele era incapaz de sentir qualquer coisa e porque você acha isso?"

Seus olhos estreitaram na memória do que Sai tinha lhe dito imediatamente antes de atacar. Em retrospecto, Sai tinha provavelmente tentado distraí-lo. Sua habilidade de manipular tinha aparentemente melhorado nos últimos anos. Apesar disso, entretanto, não achava que Sai tinha sido desonesto. "Por que o seu superior, esse cretino do Danzou, fez ele assim."

Ela mordeu o lábio e friccionou o polegar nas costas da mão em um gesto descuidado. "Sim. Possivelmente. Provavelmente. Mas talvez...talvez ele não queria sentir novamente a dor de perder alguém perto dele."

Ele deslizou pra cima em sua cama, puxando seu travesseiro para suas costas. Descansou sua cabeça de encontro a parede, o fluxo de chakra zumbindo levemente de encontro a parte de trás de sua cabeça, e fechou os olhos, se lembrando o medo quase paralisante que sentiu quando ouviu que Sakura tinha sido ferida pelo ninja inimigo. "Sai não se importa comigo desse modo."

Olhou de relance para ela e ficou surpreso ao encontrar que suas mãos estavam apertadas em punhos e estava brilhando nele como se contemplando qual de seus membros devia ser arrancado primeiro.

"Você é o mais estúpido... ugh!" Ela golpeou a própria testa e murmurou uma prece por paciência antes de continuar. "Por que mais Sai protegeria você?"

Apertou a maxila, exasperada com o tópico da discussão. Estava contente que o sofrimento debilitante de outra traição, outra quebra da equipe, tinha se acalmado, mas Sakura estava se agarrando a um término feliz que Naruto não tinha certo que existiria.

Quando ele não respondeu, ela disse, "Porque ele se importa com você, Naruto."

Ele se sentou rapidamente, seus olhos fervendo. "Isso é besteira! Sai sabe perfeitamente bem que eu não preciso de proteção e ele não tinha que me atacar pra me manter a salvo. Ele faz parte do nosso time a três anos e ele sabe que eu nunca deixaria a Akatsuki me pegar -"

"Mas toda vez que isso acontece, você volta com tantos machucados que é um milagre que ainda esteja vivo!" Sakura colocou as mãos nos quadris e enfrentou o brilho de Naruto. Eles se encaram por diversos segundos, inflexíveis em suas opiniões, antes de Sakura desinflar, "Olha, Naruto, eu só estou fazendo suposições, ok? Talvez eu esteja errada. Mas talvez não. Fale com ele antes de fazer suposições, ok?"

Naruto se recostou de novo na cama, arrumando os cobertores com movimentos raivosos. "Por que diabos a vovó não prendeu ele? Estúpido, idiota..." ele continuou a murmurar insultos enquanto Sakura suspirava em exasperação.

"Como eu disse, a intenção dele não foi machucar você. Ele estava indo para torre na hora que o ANBU te encontrou. Ele estava indo encontrar a Equipe Gai por si mesmo, mas Kakashi-sensei o encontrou e o seguiu. Eles voltaram a poucas horas e ele já encontrou com Tsunade-shishou. Eu acho que o pior que ela pode fazer é tirar ele da equipe e o mandar de volta para ANBU."

Ele não sabia como se sentir sobre isso. Estava irritado, mas bem menos do que estava antes. Sai tinha agido de forma imprudente - por uma razão que Naruto não estava certo - mas ele ainda era parte de seu time. Assim como Sasuke ainda era parte deles, não obstante os anos e a distância que os separava.

E ele realmente não gostava da idéia de Danzou mandando Sai para outra missão que iria exigir que ele usasse suas menos conhecidas habilidades.

Ele suspirou, resignado, "Eu vou pedir pra vovó pra ir fácil com ele."

Sakura sorriu brilhantemente e se jogou nele. Ele endureceu, metade dele esperando que ela a batesse e quase soltou da cama quando em vez disso, ela envolveu ele com os braços e praticamente o sufocou.

"Mas," ele ofegou, puxando um fôlego muito necessário, "isso não significa que eu vou perdoá-lo facilmente."

"É claro que não," ela disse, dando um passo para trás e sorrindo brilhante demais na opinião de Naruto.

"Então como foi a missão? Eles encontraram o tal ninja?" Estava ansioso para deixar o tópico das motivações de Sai, não querendo se focar no que poderia significar se Sakura estivesse certa. Tinha estado preocupado que a intimidade afetaria a dinâmica de sua equipe e isso não tinha acabado de acontecer? Sai tinha ficado temporariamente insano e Naruto agora teria que mutilá-lo por ser tão estúpido.

"Kakashi e Sai estão um pouco feridos, mas estão bem. O time de Lee também. Embora o missing nem tenha fugido. Ainda não temos certeza o que eles estavam fazendo na área, mas...eu imagino que nós vamos descobrir eventualmente se eles estavam atrás de alguma coisa."

Ele assentiu, franzindo as sobrancelhas sombriamente. "Nós provavelmente os pegaríamos se eu estivesse lá."

Ela fez um gesto impaciente. "Bem, você devia simplesmente esquecer sobre isso. Vai ter outra chance de ir atrás deles se eles aparecerem novamente."

Ele bufou, se virando para brilhar nas cortinas. A luz entrava por entre a cortina, e estranhamente o bastante, saber que o céu tinha clareado e que provavelmente o calor da primavera aquecia a vila o acalmou um pouco. Chutou os cobertores e deslizou da cama, se transportando para o lado da janela. Puxou as cortinas até que a luz solar inundou o lugar e encheu os cantos escuros com luz. Pressionou sua palma de encontro ao vidro, o calor concentrado no vidro escoando em sua palma.

Disse, "Obrigado, Sakura."

Ele podia ouvir ela se mexer atrás dele antes de disser, "Tsunade-shishou quer que você fique aqui por pelo menos mais um dia então ela pode manter um olho no seu selo. Só por precaução."

Ele assentiu e então lhe ocorreu que precisava fazer xixi. Cometeu o erro de dizer isso a ela.

Ela lhe deu um olhar enojado. "Er. Bem, foi um dia longo. Eu só...vou checar meus outros pacientes. Tente descansar."

Ele assentiu e acenou antes de entrar no banheiro. Odiava estar confinado a um quarto de hospital. Se sentia bem e Sakura tinha dito que nada estava errado com seu selo; a vovó provavelmente só estava sendo paranóica.

Alguns minutos e muito relevo mais tarde, ele entrou novamente em seu quarto para encontrar uma figura de pé embaraçosamente na entrada.

Deu um olhar em Sai e de repente estava do outro lado do quarto, seu punho conectado com a maxila de Sai. Sai tropeçou para trás, esticando a mão para se apoiar na parede.

"Você deixou eu te bater!" Naruto gritou, sua voz ecoando de encontro as paredes cobertas de chakra.

Sai limpou seu lábio rachado e deu de ombros levemente. "Você pareceu determinado."

"Agh! Você é um imbecil."

"Naruto, eu quero me descu-" Sai foi cortado pelo outro punho de Naruto. Ele colidiu com a parede, parecendo tonto.

"Ha! Você não viu esse vindo, viu?" Naruto disse com um riso triunfante. Ele se virou e rastejou de novo em sua cama enquanto Sai se recompunha. "Então se desculpe, imbecil. E enquanto você faz isso é melhor você me dar uma explicação muito boa por mexer com o meu selo." Ele não gostou do modo como seu peito se apertou em antecipação, como se uma parte dele já tivesse aceitado que Sakura tinha sido a verdade...ou pelo menos esperava. Mas Naruto não iria se fazer de tolo novamente. Ele queria ouvir diretamente de Sai.

Sai ainda estava inclinado de encontro a parede, uma mão tocando delicadamente em seu rosto para se assegurar de que não estava quebrado. Naruto o observou silenciosamente, tomando nota que o olho dele, o que Naruto não tinha tocado, estava começando a inchar do que parecia ter sido uma batida impressionante. Ele se endireitou, encontrando o olhar de Naruto sem nenhum sinal de hesitação ou remorso pelo que tinha feito. As mãos de Naruto se apertaram em punhos, contendo o impulso de as envolver ao redor da garganta de Sai.

"Eu..." Sai remexeu os pés, o único sinal de que ele podia estar se sentindo tão inquieto quanto Naruto. "Eu não queria que você se machucasse," ele disse, sua voz formal como se as palavras sentissem difíceis em sua boca.

"Por que?"

Sai franziu as sobrancelhas, uma expressão tão impar em seu rosto agora como tinha estado na frente do escritório do Hokage. Ela abriu a boca, mas, mesmo que Naruto tenha esperado, ele parecia incapaz de dar forma aos seus pensamentos. Mas seus olhos, de repente incertos, se deslocaram para longe e Naruto entendeu.

Ele suspirou e limpou a garganta. "Bem, de qualquer modo, se você alguma vez mexer com meu selo ou fazer qualquer coisa estúpida comigo de novo, eu juro que vou meter um rasengam no seu traseiro."

Sai teve a audácia de sorrir. "Eu sinto muito. Eu não estava...eu não pensei nisso muito bem."

"Claramente," Naruto murmurou. Sai se moveu para se sentar em uma pequena cadeira de metal, encostada na parede, sua boca ondulada em um sorriso que, apesar dos melhores esforços de Naruto, fazia algo morno surgir dentro dele.

"Você parece bem."

Naruto franziu a testa e quis muito plantar o seu punho outra vez no rosto de Sai, mas o homem já teve marcas o bastante por agora.

"Você realmente deixou um daqueles ninjas baterem em você?" Naruto perguntou, gesticulando para o rosto de Sai.

Sai balançou a cabeça. "Sakura fez isso."

Naruto ficou incrivelmente satisfeito por essa informação. "Bom saber que ela não estava completamente do seu lado. Agora me prometa que você nunca vai tentar me parar de ir em outra missão de novo."

O rosto de Sai ficou sem emoções novamente. Naruto podia dizer pela tensão em sua boca que ele estava pensando sobre algo, mas se recusava a responder.

Naruto não seria intimidado. "Me prometa, Sai, ou...ou eu vou pedir a vovó que tire você da minha equipe." Era uma ameaça vazia, mas Sai não sabia daquilo.

A boca de Sai se abriu ligeiramente em surpresa e- Naruto quase estremeceu - dor. O fez se sentir culpado por mentir, mas se Sai não pudesse confiar nele para cuidar de si mesmo então ele não podia confiar em Sai. Além do mais, ele se lembrou, o homem merecia.

Após um doloroso momento de indecisão, Sai finalmente murmurou, "Você sempre se machuca."

Naruto sentiu o restinho de sua raiva se dissipar e ele ficou aliviado ao descobrir que, em seu lugar, estava um entendimento relutante. "Provavelmente. Mas nós somo ninjas, Sai. Não pode ser evitado."

Sai pareceu tão incaracteristicamente desassossegado que Naruto ficou com pena dele. "Olha, eu vou dar a você uma promessa em troca. Eu prometo que vou tentar não perder minha têmpera e me meter em problemas nas missões, especialmente envolvendo a Akatsuki."

Sai pareceu considerar isso. Finalmente, ele deu um assentimento hesitante. "Tudo bem." Seu olhar deslizou para longe de Naruto e focalizou sem emoções na janela, claramente insatisfeito com o arranjo. Naruto não podia mais ficar com raiva. A mostra de emoção nos olhos de Sai lembrava do olhar que ele tinha quando eles estavam despidos e suados devido a atividades nem um pouco relacionado a ninjas. Naruto nunca tinha podido decifrar esse olhar antes.

O silêncio no quarto estava começando a ficar desconfortável quando Naruto finalmente bufou com irritação e se mexeu na cama.

"Você vai ficar só sentado ai ou vir aqui comigo?"

Sai piscou em surpresa. As linhas tensas de seus ombros relaxaram e apesar de seu rosto estar em vários graus de roxo, um sorriso pequeno cruzou seus lábios. Naruto resmungou alguma coisa sobre idiotas e suas estúpidas noções sentimentais antes de bater de leve no espaço vazio ao lado dele.

Sai se juntou sem um argumento adicional, se afundando no monte de travesseiros macios do hospital, e deixou cair sua cabeça no ombro de Naruto. Naruto sentiu o final da sua incerteza desaparecer enquanto se ondulou no corpo ao lado dele, o ritmo constante da respiração de Sai aquecendo sua garganta. Sai ainda cheirou como a floresta, o perfume de pinho e da região selvagem se aderindo a sua pele. Naruto virou o rosto para o cabelo dele, enquanto um braço forte encontrava o caminho ao redor da sua cintura.

Ele ainda tinha que considerar o que ia fazer com sua equipe e eles teriam que discutir o assunto com Kakashi e Sakura...para não mencionar que ele tinha que falar com Tsunade-bachan sobre a punição de Sai e então se preocupar sobre o que eles fariam quando Sai voltasse para ANBU no inevitável futuro - isso acreditando que iria demorar mais do que alguns meses e Naruto não estava inteiramente certo disso.

Mas quando Sai se mexeu de encontro a ele, um pequeno suspiro, possivelmente involuntário de contentamento deslizou de seus lábios, Naruto decidiu que ele tinha tido o bastante de duvidas e deliberação excessiva. Ele puxou Sai um pouco mais para perto e fechou os olhos.


Ramen era uma coisa gloriosa após ter ficado de cama por dois dias.

Era duas vezes mais satisfatório quando ele estava sendo pago pelo seu ex-sensei favorito.

"Iruka, você é o melhor," Naruto disse. Iruka lhe deu um sorriso forçado , que era apropriado considerando que Naruto estava ao mesmo tempo engolindo seu ramen, agradecendo Iruka e sorrindo como um gato. Ele o espantava as vezes.

"Esta tudo bem, de verdade. Coma. Coma." Iruka deu um mordida de sua bacia. "Então, eu cruzei com Sai hoje de manha."

Naruto parou na mudança repentina de assunto. Ele deu a Iruka um olhar curioso, o incitando a continuar.

"Bem," Iruka disse. Ele coçou a nuca e riu incerto. "Ele me disse que você mencionou uma vez que..." Ele corou e a prudência Naruto estava começando a sentir foi prontamente suprimida pelo calor do sorriso de Iruka. "...err, que você pensava de mim como um pai."

Naruto se virou para esconder seu próprio rosto corado e deu de ombros, tentado se afastar da exposição de emoção. "Bem...isso é verdade." O que diabos Sai estava pensando ao dizer coisas como essa ao homem?

"E...bem, por causa disso, ele...er. Ele me pediu permissão para te cortejar."

Naruto ofegou, engasgando na sua mordida de ramen, seus hashis apertados entre seus dedos. Houve um momento de silencio e Iruka recuou um pouco antes...

"Ele fez O QUE?" Naruto arremessou seus hashis quebrados no balcão. Iruka tentou acalmá-lo, mas Naruto não estava escutando. Qual era o problema de Sai? Ele não era uma menina e ele iria mostrar isso a ele chutando o traseiro dele o caminho inteiro até Suna.

"Eu tenho certeza que ele teve as melhores intenções, Naruto. Ele disse que leu em um livro sobre como era a maneira mais apropriada de sair com alguém e..." Iruka ficou silencioso quando nuvens escuras surgiram sob a cabeça de Naruto. "Não o mate, Naruto."

Naruto não prometeu nada, se afastando para procurar sua vitima. Mesmo enquanto andava pelas suas, seu orgulho masculino completamente insultado, ele entendia que o pedido ridículo era a maneira torcida de Sai de o tranqüilizar que de fato nunca tinha sido apenas um encontro físico.

E por isso, Naruto não iria chutar seu traseiro com muita força.