A melhor forma.

By: Cupcake


Capitulo Doze: de Fugir...


.... é a toda velocidade.

A brisa soprou os cabelos dela e bagunçou o dele.

Era sufocante.

Tantas coisas não haviam e não poderiam ser ditas. E há tantos meses atrás se encontravam em uma situação similar, mas totalmente diferente. Eles estavam inteiros, bem de sua própria maneira, porém ali e naquele momento estavam quebrados, das maneiras mais diversas, mas mais parecidos do que imaginavam.

Era como o primeiro dia.

Ele a intimidava e ela não tinha coragem de olhá-lo. Novamente não falavam, o que era torturante. A raiva fervilhava dentro dele e a tristeza se acalmava dentro dela. Encararam-se. Suavemente. Ela havia feito com que as lágrimas se afastassem de seus olhos, e a face séria dele afastava todo e qualquer sentimento que pudesse sentir.

Quanto tempo durou aquele olhar?

- Kagome esta vindo lhe buscar. Te ajudara a resolver as questões com o dinheiro e com o meu pagamento. – Ele quebrou aquela cena hipnotizante de forma fria.

Mas o que ele deveria fazer?

Abraçá-la e dizer que estava tudo bem? Não estava tudo bem! Estava ferido por algo que nunca havia acreditado! Não era nem o olhar ou as palavras dela que o machucaram, mas o fato de ter se convencido há tantos anos que amor ou romance não existia até aquela mulher aparecer e fazê-lo perder-se em meio a tantos sentimentos. Ela não tinha o direito! E mesmo sabendo disso, não pode deixar de fechar os olhos ao sentir os lábios dela contra os seus.

Desde quando era tão impulsiva?

Aquele beijo tinha um gosto salgado, talvez pelas novas lágrimas dela. Sabia que ele não mais a queria, porém precisava sentir os lábios dele uma ultima vez. Aquela semana torturante que passou nos braços de Naraku, os constantes abusos a quebrou por inteiro e apenas se segurava ao lembrar-se dos beijos impulsivos com ele naquela mágica viagem. Sabia que havia o machucado, mas tudo o que passou na casa de Naraku não eram o suficiente para ele a perdoar?

Talvez não.

Ambos queriam fugir para lados diferentes, não queriam mais ficar juntos, era doloroso demais. Mas naquele singelo tocar de lábios era como se não existisse mais nada além daquele caloroso sentimento. Era como se tudo cicatrizasse. E o que parecia durar anos, durou míseros segundos.

Se afastou sem graça.

E ele não conseguiu desviar seu olhar daquela belíssima criatura. Daquele lindo sorriso encabulado.

- Eu apenas queria sentir seus lábios uma ultima vez. – Sua voz saiu baixa e rouca.

Como se afastar daquela pessoa?

Mas as magoas voltaram para a superfície e ele não conseguiu corresponder à sinceridade no fundo olhar dela. E para acabar aquele clima de pura tensão, um carro vermelho estacionou ali por perto.

- É melhor ir com Kagome, ela lhe deixara segura... – E se segurando para não falar de forma irritada, ele finalizou. – Longe daquele homem.

Porém não conseguiu tirar o nojo que sentia por Naraku em sua ultima frase. E recebeu um sorriso compreensível dela. Não podia acreditar que aquilo era o fim, não podia aceitar que tudo acabasse daquela forma. Mas correu.

Para longe dele.

Para um lugar seguro.

Entrou no carro e sentou-se no banco a esquerda de Kagome, ela sorria como sempre. Mas ao notar o olhar vermelho e as lágrimas banhando o rosto de Rin, sentiu seu sorriso morrer e tocou o ombro dela, como se entendesse.

- Vai dar tudo certo. – Falou antes de ligar o carro.

Daria? Depois de tanto sofrimento ela ainda conseguiria viver normalmente? Olhou para trás uma ultima vez e ele não estava lá. Deixou-se soluçar enquanto inúmeras paisagens corriam ao seu lado. Aquilo doía mais do que os estupros noturnos.


Se sentou.

Ela não podia mais vê-lo, mas ele ainda conseguia ver o carro se afastando. Ela parecia bem, mas internamente ele sabia que ela estava totalmente quebrada e, talvez, ele nunca mais visse sua noviça rebelde. Ela voltaria a ficar calada? Se esconderia de tudo? E o que ele faria? O que aconteceria no mundo dele se ela nunca mais sorrisse? Finalmente deixou o orgulho de lado e permitiu-se sentir todas as tormentas que aquela menina trazia.

E sorriu.

Ele havia sofrido em sua vida inteira, até o pequeno erro que acabou causando a morte de seu pai, a partir daquele dia havia se tornado uma pessoa bem mais fria e impessoal. Eram raros os seus sorrisos. Mas não tinha como se manter sério perante aqueles olhos de chocolate. E foi pensando nisso que, mesmo não ficando juntos no final sendo ela uma figura próxima a perfeição e ele sendo tão impuro, valia a pena saber que ela poderia sorrir novamente.

Sabia o que fazer.

Tirou o celular do bolso e ligou para Miroku, provavelmente Inuyasha estaria por perto, precisaria da ajuda dos dois e, no presente momento, o orgulho não o impedia de admitir tal fato. E a conversa fora curta. Miroku deixaria Sangô aos cuidados de Kagome e de Rin, sendo a ultima a mais nova protegida daquela estranha "família". Inuyasha já estava a caminho.

Seria uma noite longa.


Seu rosto apenas estava avermelhado.

As lágrimas cessaram em algum ponto do caminho. Porém o silencio continuou dentro do carro, não conseguia parar de pensar em como foi ingênua todo aquele tempo. Tocou seus lábios de forma inconsciente e sorriu, se ele não gostasse dela ele não teria retribuído o beijo, não era?

Fechou os olhos.

Queria tanto ter as respostas para todas aquelas conturbações. Mas um tom calmo quebrou toda aquela tormenta na cabeça da menina.

- Todos nós já tivemos problemas... – Ao ver que Rin virou o rosto para a motorista, ela prosseguiu. – Eu, Inuyasha, Sangô, Miroku e Sesshoumaru... não é a toa que estamos sempre juntos, como uma família.

Kagome parecia tão serena.

Como conseguia?

- Podemos não esquecer, mas temos que superar de alguma forma. Não podemos fugir do que aconteceu, mas tentar tirar proveito das coisas horríveis que nos acontecem. – Parou o carro em um farol vermelho e se virou para Rin, sorrindo. – Talvez você não perceba agora, pois ainda está recente, mas uma hora tudo vai ficar bem.

Não conseguia falar.

Kagome era uma pessoa calma, no fundo. E talvez ela tivesse razão, mas não gostaria de saber o sofrimento dos outros. Queria sofrer tudo o que tinha pra sofrer e finalmente tentar ir para frente. Mas seria difícil fazer tudo aquilo sozinha e, parecendo que ela lia seus pensamentos, Kagome finalizou.

- Não se preocupe, nós estaremos com você. Talvez se lembre um pouco, mas Sangô e eu não deixaríamos uma amiga como você sozinha. – Rin abriu um pequeno sorriso. – Sempre nos perguntamos o que tinha acontecido pra você parar de ir brincar conosco.

Sangô também vivia na casa de Kagome e participava dos constantes ataques de zumbis/monstros/aliens de Sesshoumaru e Inuyasha. Será que se tivesse permanecido na cidade ainda seria parte daquele estranho grupo de indivíduos?

O carro parou.

Estavam em frente a um hospital. Pegariam Sangô e seu filho por lá e finalmente ficariam na casa de Inuyasha, era mais próxima e bem maior. Abriu a porta do carro e desceu, sincronizada com Kagome. A porta do hospital se abriu levemente e, sorrindo, uma mulher, carregando um pequeno embrulho, parecia esperar.

- Achei que não vinha mais, K-chan! – A voz dela possuía um tom divertido.

- Primeiro eu tive que buscar uma outra pessoa. – Respondeu calma, pegando o pequeno menino dos braços de Sangô, seu afilhado. – Espero que se lembre de Rin.

Sorriram e um abraço apertado tomou conta do pequeno espaço que as separavam.

Por hora, estava bem.


Havia ficado na casa de Inuyasha nos últimos dias e ficou se recordando de todas as conversas com Sesshoumaru, das vezes em que foi para o hospital e ele cuidou dela, daquele sorriso que só ele tinha. E era se recordando de tudo que conseguiu contar tudo o que Naraku havia feito com ela para a polícia (que dias depois o encontrou morto), e agora finalizava sua situação financeira.

Pura.

Havia doado grande parte de sua herança para instituições de caridade. Mas isso não mais importava. Dias haviam passado e ela não o viu mais. Estava na casa do irmão dele e ele não os visitava? Ou a estava evitando? Então aquele adeus era definitivo.

Refletiu.

Em todos aqueles dias entendeu o que queria de sua vida. Viver de frente ao mar. A sensação da areia em seus pés sempre a lembrariam de Sesshoumaru. Mas a lembraria dos bons e gostosos momentos com ele, não aquele clima de tensão que se instalou entre os dois. Era, de fato, desagradável. Porém era mais fácil, não era?

Encostou o queixo nos joelhos.

Abraçava seu corpo contra o vento frio que soprava na varanda da casa. Não pensava nele, mas pensava em Naraku também. Mesmo ele tendo feito coisas horríveis, não conseguiu deixar de sentir pena da estranha morte dele. Realmente era uma santa, mas nunca mais se imaginaria usando um habito, porém sempre se perguntaria o que teria acontecido se tivesse se tornado freira.

Nada daquilo teria acontecido.

Nada.

E preferia que tudo tivesse acontecido, pois foi à única aventura em sua vida. Havia amado, sofrido, teve suas entradas triunfais nos hospitais. E tudo em um piscar de olhos. Quando abria os olhos castanhos encontrava os dourados dele. Então estava feliz, de certa forma. Tinha suas cicatrizes que demorariam a curar, mas, ainda assim, sorria.

Tudo acontecia por um motivo.

Tudo.

E valeu a pena. Mesmo nunca mais tendo estas aventuras, saiu diferente de tudo aquilo. Ele a mudara. Abriu sua mente, como havia dito no primeiro dia que se conheceram. E ela era grata a ele e a todos os momentos que tiveram juntos. Havia terminado de ler todos os diários e jornais, lembrava-se do belo sorriso de seus pais e das coisas felizes que aconteceram em sua vida.

Então como as luzes pareciam apagadas?

Estava só e estava tão escuro. E finalmente voltando de suas reflexões percebeu que uma fina chuva caia a sua frente. Novamente um sorriso iluminou suas feições pálidas. Uma chuva parecida como aquela caia na primeira vez que dormir com ele, riu de si mesma com as atitudes da manhã seguinte, mas parecia que apenas pensava e relembrava daquelas coisas para esquecer o que aconteceu depois. Sabia que se ficasse pensando naquilo enlouqueceria.

Já estava na hora de partir.

Havia guardado dinheiro para viver bem o resto de sua vida, havia comprado uma casa e a mobiliado e já tinha marcado uma consulta com uma psicóloga na primeira cidade que conhecera depois do convento. Partiria no domingo de manhã e talvez nunca mais voltasse... será que ele sabia? E, se soubesse, iria se despedir dela? Ou simplesmente pediria para ela ficar com ele? Afinal, foi o que aconteceu no romance que leu em sua primeira noite com ele.

Aconchegou-se.

Cada vez mais ajeitava a cabeça sobre os joelhos, quase escondendo seus lábios. Quando percebeu uma movimentação estranha vindo do jardim a sua frente. Algum cachorro? Ou um empregado perdido? Afinal, Inuyasha e Kagome quase viviam num palácio de tão grande, e com um jardim tão bonito. Mas estava completamente enganada.

Se encontraram.

Depois de dias, horas, minutos e segundos longos demais, o olhar dele se encontrou com o dela. E ele parou no meio da grama, se molhando cada vez mais, sem saber o que diabos fazer. Ela não moveu um músculo também. Estavam em um ponto em que até se olhar era incomodo? Ela fechou os olhos, tentando controlar sua respiração, e ele fez o mesmo. Desde quando tudo ficou difícil? Quando ficou complicado que eles não pudessem resolver? Porém, nunca tiveram nada maior do que aquela estranha relação, então talvez tudo tivesse sido difícil.

Um barulho.

Atrás de Rin, a porta se abriu calmamente, fazendo a atenção de ambos voltarem para o homem de pé. O sorriso na face de Miroku desapareceu ao perceber que havia interrompido alguma coisa, provavelmente, importante. Mas não tinha como recuar agora.

Sorriu amarelo.

- Rin-chan...! –A voz dele estava mais animada do que o normal. – Kagome-chan pediu para que a chamasse para o chá. Inuyasha trouxe as ultimas papeladas pra assinar também...

Ela se levantou.

Calma. Graciosa.

Entrou na casa sem olhar para o youkai preso ao chão. Miroku continuou do lado de fora, observando o youkai de forma séria.

- E você? Vai entrar ou vai continuar esse papel patético?

Aquele tom sereno de Miroku chamou a atenção de Sesshoumaru. Patético? Ele? Miroku já não tinha mais noção do perigo? Os olhos do youkai se estreitaram e um brilho irritado passou pelas orbes douradas.

- O que disse?

- Imaginei que você fosse tudo, menos surdo. – Miroku se aproximou calmamente.

Sabia de toda aquela história e, sinceramente, os dois estavam sendo extremamente burros em não conversarem sobre o que aconteceu. Como ele e Sangô... e demorou anos para se entenderem.

- Isso é patético, Sesshoumaru. Só um cego não perceberia o que você e Rin têm e não tente negar. Espero que você supere esse seu orgulho e faça algo antes que ela se esqueça de tudo por vontade própria.

Sem esperar respostas do youkai, Miroku retornou para dentro da casa, o deixando sozinho com seus pensamentos. Se sentou em um banco no jardim, não se importava com a chuva, apenas a sentia contra seu rosto. Queria estar com ela, mas pareciam impossível. Não queria machucá-la, colocá-la em risco e, ao mesmo tempo, não a conhecia. Existiam riscos de nada daquilo der certo e sabia que ela provavelmente não agüentaria mais uma decepção... então se afastar acabava sendo mais fácil, porém mais doloroso.

Fechou os olhos.

Talvez todos aqueles questionamentos fossem para não admitir seus próprios medos, como se dissesse que o orgulho não era o que o impedia, mesmo sendo um grande contribuinte. Afinal, se ela realmente gostasse dele, teria o esquecido com tanta facilidade? Mas quanto tempo teria levado para esquecer seus pais também?

Simplesmente não tinha volta.

E agora ela iria fugir. Não sabia para onde, apenas sabia a data de sua viagem, mas não iria impedi-la... ela era livre para fazer o que bem entendesse, assim como ele. E, de fato, ele sabia que seria melhor para ela se simplesmente se afastasse. E já que tinha tanta certeza, o que era aquele brilho triste em seu olhar?

Suspirou profundamente.


Então era isso? Ele nem ao menos iria lhe dizer adeus? O senhor, Lord, Sesshoumaru todo poderoso realmente não sentia nada por ela? O Lord da Possessividade a tinha superado tão facilmente? Mesmo com todas aquelas perguntas, se mantinha sorrindo para o grupo a sua frente.

- Prometa que não vai se afastar de nós novamente. – Falou Kagome a abraçando de forma carinhosa.

- Virei pra cá sempre que possível... - Estava feliz de ter pessoas assim ao seu lado.

Aqueles dias em que ficaram juntos ela sentiu-se adotada por eles, como um novo membro daquela família. E era grata a todos ali, e onde ele estava?

Balançou a cabeça.

Tinha que parar de pensar nele.

- Bom... vocês tem que prometer que vão me visitar também... – Falou ela se animando. – Ai a gente podia tomar sol, brincar na areia e nadar um pouquinho... e vocês nem vão precisar pagar hotel, da pra todo mundo ficar em casa. A gente pode ver filmes também e fazer churrasco e passear pela cidade e tomar sor-

- Vai com calma pra não engasgar... – Inuyasha falou divertido, enquanto passava a mão na cabeça dela, bagunçando o cabelo dela.

- Rin-chan precisa parar de tomar açúcar... – Sangô sussurrou preocupada.

- Quem dera isso fosse por causa do açúcar... - Miroku sussurrou em resposta.

Sorriram sem graça para a pequenina que logo os abraçava também. Curvou-se para se despedir do bebê adormecido no carrinho e logo corria para a porta de embarque do aeroporto. Olhava para trás e acenava animada, logo os veria, certo? Mas sentia medo, era a primeira vez em sua vida que estava por sua própria conta. Sem pais, sem freiras, sem Sesshoumaru ou Naraku.

Seu coração acelerou.

Daria tudo certo, assim como Kagome disse. Ela esta preparada para enfrentar tudo o que pudesse aparecer e, se não pudesse, ao menos estaria fazendo terapia. Tirou de sua bolsa um livro, passaria o tempo do vôo lendo, afinal, não era uma viagem tão longa assim.

Finalmente estava no taxi, saindo do aeroporto e entrando na cidade. Sua casa era um pouco afastada, mas não demorou muito para chegar. Estava cansada pela viagem e apenas queria se sentar e descansar, mesmo tendo ficado sentada a viagem inteira. Mas o ar quente do litoral, aquele cheiro único a animou. Talvez saísse para tomar um sorvete. Todos aqueles pensamento era uma tentativa de não pensar nele, de não ficar em cima daquela magoa devastadora.

Mas tudo lembrava a ele.

O taxi parou, chamando a atenção dos olhos de chocolate dela para a belíssima casa a sua frente. Desceu e pagou o homem, pegando suas poucas malas se aproximou do lugar. Não ouviu o carro se afastando, estava presa em seus próprios pensamentos e sonhos. Uma nova vida, finalmente. Praticamente correu para a porta, a abrindo, e se deparou com a decoração sutil de Kagome, aquela casa era Rin por inteira.

Era perfeita.

Deixou as malas sobre o sofá e abriu uma porta de vidro, aquele caminho a levava para uma pequena varanda e para a areia. Logo o mar. Porém não teve tempo de apreciar aquela belíssima vista, pois uma figura imponente estava centralizado em seu olhar. Aquelas roupas escuras, os cabelos prateados soltos e a barra da calça dobrada.

Tocando a areia.

Não podia acreditar em seus olhos. Estava irada. O que diabos ele queria ali? Já não havia feito estrago o suficiente? Fugia dela, não se despediu, então o que ele fazia ali, a esperando? Desceu os poucos degraus que separavam a varanda da areia e correu até ele, o acertando com inúmeros tapas. Tentava ocultar as lágrimas em seus olhos.

- Por que...? – Apenas conseguiu sussurrar.

Não conseguia impedir as lágrimas. Ele a segurava pelos pulsos delicadamente, esperava uma reação daquelas.

Estava sereno.

Dias antes tinha colocado em sua cabeça de esquecê-la e seguir em frente, mas também se perguntava como viver sem o sorriso sincero dela. Foi quando a encontrou na chuva e todos aqueles questionamentos se calaram, era melhor se afastar. Ao menos até a hora de dormir isso estava em sua mente, foi quando deitou-se na cama e percebeu que não acordaria mais com ela em seus braços, ou que na manhã seguinte ela não gritasse e brigasse com ele.

Seria vazio.

E já estava cansado do vazio, da incerteza. Então pegou seu carro e dirigiu, por dias. Inúmeras vezes quis voltar e esquecer aquele ato impulsivo, mas continuou e, agora, estava ali. Olhando os olhos nervosos dela, sentindo as pequeninas mãos contra seu corpo. Não podia viver sem ela.

- Porque não existe vida sem você ao meu lado. – Ele falou calmo.

Seus olhares se encontraram.

- Você tem idéia do que eu passei? – Ela tomou conta de si e respondeu irritada. – Além de ter sofrido horrores, você ainda se afasta?

Ela tremia de raiva, soltou seus pulsos das mãos dele. Não iria simplesmente abraçá-lo e dizer que estava tudo bem agora, pois não estava tudo bem.

- Você não foi a única a passar por coisas ruins. – Ele continuou sereno. – Eu também tive minhas duvidas de voltar para cá e, se assim você quiser, eu posso ir embora.

Minutos de silencio se passaram, ela ponderando a situação.

Sentou-se na areia.

E olhou para o céu, mais calma. O amava? Seria forte o suficiente para passar por todos os possíveis problemas de um relacionamento com ele? Ele também se sentou, e focou os olhos âmbar nas ondas que se formavam.

- Sabe... tem horas que eu quero fugir de tudo, fingir que nada aconteceu. – Ela quebrou o silencio. – Penso no que teria acontecido se eu nunca tivesse te conhecido... e eu sou feliz por tudo o que aconteceu na minha vida... pelo menos até chegar na casa de Naraku.

Ele a ouvia, sem encará-la.

- Se eu não fosse tão fraca, não teria o deixado me manipular, me esquecer de você. Eu que causei todo o meu sofrimento... e o seu também. – Suspirou. – Por isso eu fugi pra cá, por que tive momentos perfeitos com você. Mas isso é passado.

Quando havia formado a idéia de deixá-lo? E como estava tão serena assim?

- Sim. – Ele se pronunciou. – É passado... não somos mais os mesmos. De agora em diante tudo será diferente, porém, cabe a você escolher se quer continuar a me causar sofrimento, se quer continuar com a idéia de fugir até mesmo de seus sentimentos.

Ela se virou para ele.

Desde quando ele era sincero daquela forma? Aquela resposta a abalou sobremaneira, assim como os próximos movimentos dele. Sentiu os lábios dele contra sua testa e percebeu que ele se levantava e se afastava. Agora sim tudo parecia perder o sentido. Se levantou bruscamente e viu que ele se afastava pela borda da praia.

- Sesshoumaru!

Ouviu o grito dela.

E ao se virar, não a viu correndo, apenas sentiu os braços dela envolvendo seu pescoço e o corpo dela contra o seu.

Caiu.

Com ela sobre si. Com ela junto a ele, sentindo sua respiração calma, mas os batimentos cardíacos acelerados. Ficaram deitados por horas, sem falar nada. Ainda teriam que conversar, possivelmente teriam discussões, mas ele acordaria com ela em seus braços e ela ainda se trancaria no banheiro para pensar.

Mas estavam juntos.

E era isso o que importava.


É fato, eu não sei escrever finais... mas, ta ai...

Eu realmente pensei e deixá-los separados, mas seria muita maldade da minha parte. xD

E, sobre o capitulo anterior, eu peço desculpas se foi muito forte ou sei lá... Mas porra, o Naraku é um cara ruim, e faria coisas ruins... e sei lá, de forma inconsciente foi um desabafo meu... sim, já passei por isso u_u Mas enfim, sorry.

Agora vou escrever mais sobre as outras fics e espero que vocês gostem delas e tudo o mais... e obrigada pelas reviews, por terem acompanhado a história e tudo o mais...

Beijos!