Autor: Fla Apocalipse

Título: Morra Comigo

Capa: http: // i111. photobucket . com / albums / n152 / flavia – hpx / Capas / morracomigo . jpg (tirem os espaços.)

Sinopse: "E ela simplesmente, está feliz em morrer."

Ship: Draco/Hermione

Classificação: NC17

Gênero: Romance/Drama

Spoilers: Não

Observação: Fic U.A.

N.A.: Fic feita para o Amigo Secreto da Seção Dramione do Fórum 6V. Eu tirei a lindinha da DarkAngel, pessoa que eu adoro demais. Dark, espero mesmo que vc goste dessa fic, afinal eu pensei em ti e escrevi de uma só vez. A fic inteira é POV do Draco, então eu acho que você vai gostar. Ahauhaua

Marília Malfoy, beta fofa de tudo, valeu mesmo. Betagem em dez minutos foi simplesmente perfeito. Bjão!

Para quem gosta de Dramione, espero que leia, goste e comente.

Para quem não gosta e vai se arriscar, comente, sim?

Para quem não gosta, até mais.


Morra Comigo

por Fla Apocalipse

Eu me sentia parte daquele ser. Me sentia parte de tudo o que ele representava e do que queria ser. Do que poderia ser e nunca seria. Olhava seus olhos castanhos escuros e seus cabelos cacheados a balançarem conforme ela se movia. Corria de mim, fugindo de mim.

-Onde pensa que vai, Granger? - ela continuou correndo, tentando se esconder, fugir da própria morte. Mesmo sabendo que é impossível. Inevitável.

O corredor escuro por qual ela corre é um dos últimos das Masmorras e logo a morena estará encurralada. Não preciso correr para saber o caminho que ela faz, sei exatamente aonde ela vai. Viro mais um corredor e a encontro encurralada, somente com paredes a sua volta. Ela está a bater freneticamente nas pedras com as mãos, ferindo-as, e ouço seu choro fraco. Quase um sussurro triste demais.

Ela se vira, seu rosto vermelhos, o pijama manchado de sangue dos amigos que ela tentara ajudar. Ela só respira e chora e eu não posso evitar sorrir ao vê-la desamparada, sozinha, machucada. Me aproximo ainda mais, observando cada mínimo detalhe dela, detalhes que já decorei e detalhes que já esqueci.

Detalhes como as curvas acentuadas um pouco mais pelo tecido branco. Detalhes como os lábios inchados e vermelhos por causa de mordê-los quando sente medo. As pequenas rugas que se formam na testa dela quando tenta sufocar um soluço.

Ela é tudo que desprezo e tudo que já tive. Tive o corpo, a mente, os sentimentos e a essência. E hoje tenho o medo dela, sinto o medo dela. O medo que ela sentiu ao me ver com a capa, o medo ao me ver cercá-la e a encurralar. Mostrando o destino desse nosso último encontro. Dou mais um passo a frente e a prenso a parede, olhando-a firmemente nos olhos, vendo o medo.

-O que quer de mim? – ela pergunta me deixando em um estado de felicidade plena. A mente de Granger trabalha bem rápido. – O que quer de mim, Malfoy?

-Que me deixe em paz. – respondo com a maior satisfação.

Quero realmente que ela me deixe em paz, que morra, que suma, que vire pó em minha mente. Assim não lembrarei das mãos dela a deslizarem por minhas costas, subirem até minha nuca e meus cabelos, segurando-os enquanto me beija. Enroscando suas pernas em minha cintura, colando seu corpo nu ao meu, pedindo para ser minha. E só minha.

E a faço minha, empurrando-a contra o colchão de minha cama, a possuindo. Não de forma carinhosa ou gentil, mas de forma violenta, primitiva. Algo tão carnal que ao fim só me resta beijá-la, puxá-la para junto de mim e dormir. Afundar-me em um sono sem sonhos e acordar no dia seguinte sozinho.

-Me deixe ir. – ela pede mesmo sabendo que não farei isso. Mesmo sabendo que minha missão nessa batalha é eliminar os alunos que encontrar. Incluindo os amigos mais próximos de Potter.

Acaricio sua face e a beijo trazendo o gosto de suas lágrimas para minha língua. Deixando que eu sinta o medo, a dor de saber que perdeu. A vida e a sanidade. Meu corpo contra o dela e não consigo compreender a vontade a qual ela corresponde ao beijo, a ânsia de suas mãos a despirem minha capa. Suas pernas enroscando-se nas minhas e abrindo espaço para que eu a tenha.

Beijo com mais força sua boca, puxando seu corpo de encontro ao meu, pressionando meu quadril ao dela. Eu quero ver o desejo consumi-la, substituir o medo, mostrar o quão desesperada ela está para continuar viva. Continuar a lutar e defender seus ideais, mesmo que estivesse a trair todos deixando que eu a tocasse, a beijasse e a possuísse, por dias e dias.

-Nunca te deixarei ir, Granger. – declarei sabendo que soara como sentença.

E talvez seja essa a impressão que eu queria passar. Deixá-la com vontade, com a certeza de que será minha, e só minha.

Sou a contradição e não ligo no momento, quero matá-la e quero prendê-la. Quero que ela suma e quero que ela fique. Uma contradição em mim, que perde somente para a convicção de que o Dark Lord vencerá. E tenho que terminar minha missão, concluir o que me foi ordenado. Matar e matar.

Ela me encara, fitando com força meus olhos, e me vejo refletido em suas íris. Granger sabe seu destino, conhece seu fim. E receio que morrerá feliz por ser em meus braços e não pelos braços de outra pessoa. A prenso ainda mais na parede, afastando as peças de roupa do corpo, sem tirá-las. Ela me recebe como se eu fosse seu bote salva vidas, sua luz no fim do túnel.

E eu me deixo levar pelas sensações que o corpo dela me causa. Beijo o canto do pescoço dela, enquanto levanto minha mão com a varinha, encaixando sua ponta no outro lado do pescoço dela, entre um músculo e outro. Ela suspira e a olho, vendo-a de olhos fechados, os lábios apertados e a expressão de choro. Como alguém tão suja pode ser alguém tão bela? Granger é exatamente tudo que odeio, e que mais quero. Empurro ainda mais a varinha contra a pele dela, sabendo que a estou ferindo. Não me importo, o que eu ainda sinto por estar dentro dela parece começar a ocupar minha mente de uma forma que me cega do que eu deveria fazer.

-Não me mate! – ela implora, eu me satisfaço. Não cheguei ao meu clímax, mas essas palavras foram como tal. Ela não entende como o prazer maior para mim, nesse momento, é ouvi-la pedir pela própria vida.

-Você sabe que vou. – e não ligo para as lágrimas que descem pelo rosto dela. Eu não ligo para ela nesse momento, e sim para o prazer que cada pequeno soluço, desespero e expressão de medo que ela faz, me proporciona. Empurro a varinha com mais força contra ela e ela levanta a cabeça, me deixando com espaço para beijá-la por toda aquela extensão.

Sugo a pele clara, sentindo o choro passar por sua garganta. Por que eu não a mato de uma só vez? Seria um jeito fácil de sair dessa situação, de me desligar de qualquer sentimento que um dia eu possa ter criado com relação a ela. Não, matá-la agora é impossível. Impulsiono meu corpo para dentro do dela mais uma vez e a ouço chorar e gemer. Não nega meu corpo, mesmo sabendo que a matarei. O que leva alguém a ter prazer em saber que vai morrer?

Desço a varinha, raspando por seu corpo, riscando a pele, até chegar em seu coração. E então, ela pára, não se mexe e fica a olhar meus olhos, aquele castanho transformados em negros. Ela sabe que morreu, em mim e para o mundo. Sussurra algo, separando minimamente os lábios, deixando as lágrimas invadirem sua boca. E fecha os olhos.

Abro minha boca somente o suficiente para que as palavras deslizem baixas, audíveis só para ela. E a luz verde quase me cega.

-Avada Kedavra. – um sussurro para a morte.

A perna dela que estava levantada ao lado da minha, cai, seus braços em minha cintura, se tornam moles ao lado do corpo. Os olhos se abrem devagar e a boca se abre brevemente.

Sangue.

Sim, sangue escorre e eu consigo ver de onde. A adaga. Presente maldito que Lucius me deu de aniversário. Cravada no canto esquerdo do meu tórax. Me solto de Granger e a olho, o corpo amontoado no chão, de forma macabra. Ela ainda tem a expressão de medo estampada no rosto, mas algo me diz que aquele medo não foi de mim ou de realmente morrer. Foi o medo de não ter acertado o lugar certo, e me levado para a morte com ela.

Meu sangue quente me impede de sentir com toda a força a dor que essa adaga me causa. Mas aos poucos meu sangue começa a esfriar, meu corpo já deslizou da parede de pedras frias para o chão. Meus olhos se negam a olhar qualquer outra coisa que não seja a Granger, e seu rosto já não é de medo. É vitória. Puxo a lâmina de minha carne e o sangue corre para o chão, manchando tudo. O sangue puro que ela tanto odiava, agora se espalha pelo corredor.

Valerá a pena tentar me mover? Me salvar? Sair daquele lugar?

Ela conseguiu, me fez ficar ao lado dela, mesmo quando eu não queria. Ao declarar a sentença dela, declarei a minha. Tudo ali simplesmente me fazia entender, quando disse que não a deixaria ir, ela repetiu o mesmo para mim. E me enlaçou na morte, levando-me em poucos minutos.

"Morra comigo, Malfoy."

Foi a última coisa que eu ouvi Granger dizer.


N.A.: Bom, o amigo secreto foi ontem e eu amei ter tirado a Dark fofa, assim como amei a Vick ter me tirado...

Bom, espero que comentem... De verdade...

Kiss