Disclaimer: Naruto e seus personagens MASCULINOS infelizmente não me pertencem. Ou você acha que eu estaria escrevendo fanfictions?

Disclaimer²: Isso era pra ser um presente de Natal. Depois, tem o porquê do atraso (lá em baixo). Mas que fique registrado, eu tentei!

Disclaimer³: eu não corrigi a fic. Minha beta não viu isso. Sendo assim, peço desculpa por eventuais erros.


Reunião Nostálgica

- Você vai – como num passe de mágica, já estava ao meu lado – e não se fala mais nisso.

- Essa é a primeira vez que te vejo em três meses e tudo o que você quer é me arrastar pra uma confraternização de ex-alunos? – Ino girou os olhos.

- Você ia passar o Natal sozinha, Deus do céu! E eu também. Você sabe da minha pequena briga com minha família – a tal da pequena briga durava o quê? Cinco anos? – e, como você e a Tenten são as únicas com quem ainda falo, vamos poder ver os outros.

- Essa é a questão: eu não quero ver os outros. – Até parece, ela murmurou – É verdade! Eu não iria me sentir melhor se visse que aquela vaca... como é mesmo o nome?

- Karin.

- Isso, a Karin. Bem, eu não iria me sentir melhor se visse que ela está mais bonita que antes, é rica e tem um emprego dos sonhos. Além do namorado dos sonhos. – Ino continuava olhando pra mim, nada convencida.

- Sakura, eu não estou nem aí. Nós duas não gostamos do Natal. Ponto. Mas precisamos fazer alguma coisa! – ela olhou pro calendário na parede da minha sala. Aposto que não se lembrava que dia era hoje.

Suspirei. Depois de todo esse tempo, Ino continuava a mesma avoada e sem noção (principalmente de tempo) que sempre fora. Olhando pro lado de fora da sala, vi Tenten passando por um dos corredores entre as baias e olhando pra mim. Acenei para que viesse até a minha sala e ela estava a caminho.

- Imagine só: eu e você, no nosso apartamento, que é praticamente monopolizado por você, já que eu vivo mais em Paris que aqui, comendo chocolate no Natal e assistindo a Tróia. – realmente, não era uma previsão agradável.

Eu e Ino temos um pequeno problema com Tróia. Ele é muito simples, veja bem: os homens lindos, irresistíveis, corajosos e épicos morrem. É uma coisa tão inaceitável e absurda que vemos o filme praticamente todas as vezes que estamos a toa, só pra matar a saudade e achar uma explicação plausível para que uma guerra tenha começado por tamanha estupidez. Assim como o jeito avoado de Ino, vemos esse filme desde que me lembro ser amiga dela.

- Só vou se a Tenten for. – disse, me rendendo. Como sempre soubemos, Tenten detesta festa e nostalgia.

- Eu vou! – disse ela, entrando abruptamente na sala.

Eu queria chorar. Estava ferrada. Completamente. Totalmente.

- Perfeito! – disse Ino, acenando e piscando para Tenten.

- Posso saber o porquê desse complô contra mim?! – disse, indignada. Ela nunca gostou de festas. Nunca!

- Simples: quero saber como o Neji está. – rolei os olhos. Então era isso. Ela queria saber como estava o garoto pelo qual era apaixonada.

- Espero que ele esteja gordo e careca. – murmurei entre dentes, mas acho que Tenten ouviu porque respondeu:

- Gordo pode até ser, mas careca nunca! – então Ino gargalhou.

Já que eu não tinha escolha, por que lutar? Iria, nada satisfeita, mas iria. Afinal, não pode ser tão ruim.

Sim, podia ser bem ruim. Ino queria que eu fizesse escova. Tenten queria que eu usasse salto. Ino queria que eu vestisse rosa. Tenten queria fazer minhas unhas. E eu quase mandei as duas para um lugar muito, muito indevido. Quando finalmente encontrei forças para me rebelar, entre tantas pinças, escovas e esmaltes, elas só riram da minha relutância em me produzir.

- Cara, só fica bem quietinha aí, tá? – foi tudo o que Tenten disse, antes de ajeitar a caneta que prendia seu longo cabelo e continuar a aparar as pontas do meu.

Na época do colégio, eu mantinha um cabelo enorme e meio cacheado, pois acreditava que Sasuke, um rapaz por quem era loucamente apaixonada, preferia cabelos compridos. Assim que entrei na faculdade, perdi tanto a paciência quanto um pouco de juízo e cortei Channel, também deixando uma franja (que amo e não vou tirar mais). Também no high school, eu era muito baixinha, além de ter lá minhas gordurinhas. Mas, graças a Ino e suas dietas milagrosas, perdi todas elas enquanto ganhava minha – ainda pequena – altura.

- Então vai de preto? – Ino perguntou, relutante – Sabe que chamaria mais atenção de rosa. Combina com você.

- Claro que combina, tenho o cabelo rosa, sua porca. – vi uma veia saltar na sua testa quando ouviu o apelido – E ninguém erra vestindo preto. Além do mais, tudo o que eu não quero é chamar a atenção – ela suspirou – e você sabe disso.

- Claro que sei. – e terminou de passar a sombra verde. Ela também ia de preto, mas parecia eu o preto do vestido dela era de outro planeta, porque não era normal. Chamava mais atenção do que se ela estivesse vestida de árvore de Natal.

- Prontas? – Tenten perguntou quando sua cabecinha apareceu pela porta. Ela sim, tinha senso comum. Estava com um vestido simples, mas chique, branco. Não era nada demais, mas elegante e com o corte reto, que parecia não diminuir em nada as curvas de Tenten – Estou meio ansiosa... – comentou, vagamente.

- Não sei se o que sinto é isso também – disse, já pronta e sentada, esperando por Ino – já que mais parece raiva de duas certas pessoas. – Tenten só riu e desapareceu novamente – Podemos, madame? – perguntei, ironicamente.

O que eu tinha na cabeça?, me perguntava a todo o tempo. Ainda estávamos no táxi, mas eu já estava arrependida. Sim, mesmo que eu quisesse passar o Natal com a minha família, seria impossível. Meus pais viviam num trailer, desde que se aposentaram, e raramente me ligavam pra dizer onde estavam. Já os primos e tios são tão insuportáveis que prefiro nem comentar. Acredita que uma prima de segundo grau se casou no Plaza e nem me chamou? De acordo com ela, "você não se adaptaria as pessoas no local". Na minha língua, isso quer dizer que uma simples diretora de arte de um simples jornal (porque, para ela, o New York Journal não é nada) não se adaptaria a todas aquelas famílias cheias de almofadinhas e madames ignorantes.

De qualquer modo, não tinha mais volta. Eu já estava ali, devidamente arrumada e a caminho. Tinha que suportar. Simplesmente tinha.

- Vamos logo! – disse Tenten, me acordando dos meus devaneios. Já vai, murmurei, sem saber se ela ouviu mesmo.

Quando entramos no saguão do hotel, me senti totalmente deslocada. Não era um Plaza, claro, mas era suficientemente bom para que todos os turistas ricos que não conseguissem outra reserva parassem ali. E eles olhavam para nós diretamente. Completamente irritante. Assim que Ino, em seu deslumbre descomunal, conseguiu as informações que precisávamos, fomos para o tal salão e, assim que abriram a porta para nós, percebi que eu devia ter vestido rosa.

Era completamente chique e, mesmo meu vestido sendo longo, senti que ainda não era suficiente. Tinha morena, que achava ser Kin e, mais tarde, revelou ser mesmo, estava com um vestido vermelho que me lembrou Uma Linda Mulher. Já uma outra ruiva, que Ino disse ser Tayuya, vestia um longo azul marinho, cheio de brilho. Dei graças a Deus pelo meu decote enorme e brincos de diamante. Eu imaginava que teria que tira-los, mas foi justamente o contrário. Também reparei que Tenten não estava com os mesmos sapatos, bolsa e cordão com os quais tinha saído de casa. Os de agora pareciam muito mais caros e exuberantes.

Safada!, pensei, Ela sabia que ia ser desse jeito. Bem que Ino me avisou.

- Ai. Meu. Deus. – foi Ino, anunciando pausadamente que alguém ou estava muito feio, ou muito bonito. Talvez muito rico, também.

Na meia hora anterior, conversamos com Kin e descobrimos que ela se tornou psicóloga. Quando ouvi isso, quase caí na gargalhada, pois Kin era uma das adolescentes mais instáveis que já conheci, mas uma cotovelada de Tenten não me permitiu. E também que a Tayuya era uma simples mulher casada. E que aquele vestido cravejado de Swarovskis (eram Swarovskis) foi pago pelo marido rico, investidor da bolsa.

E não aparecia uma alma solidária (de preferência algum dos nossos antigos amigos) para nos salvar daquelas loucas e super amigas. Eu queria, cada vez mais, atacar a garrafa ainda não aberta de vinho que estava a alguns metros de distancia, em cima da mesa, junto com licores.

Pedi licença as mulheres que conversavam animadamente sobre alguma loja famosa da 5ª avenida e me dirigi ao banheiro, sendo seguida por Tenten. Cheguei lá antes dela e, aproveitando, joguei água no rosto.

- Estou decepcionada. – disse ela, assim que entrou – O bufe daqui é horrível. Quase intragável. – eu ri. Como uma das melhores críticas culinárias de New York, Tenten tinha o hábito de sempre avaliar a comida dos lugares aonde íamos.

- Pensei que fosse pela ausência de Neji. – ela suspirou.

- Isso também. – coloquei minha maquiagem novamente e saímos dali rindo, relembrando as crises sem sentido que Kin tinha toda semana.

Foi então que eu os vi.

E, por conseqüência, quase desmaiei. Ou morri. Tanto faz.

- Me diz que é uma miragem. – mas Tenten estava em um choque tão grande quanto eu – Tem que ser miragem!

E nada de Tenten. Meu Deus! Eu queria chorar. Ah, como eu queria. Mas, naquele momento, sair correndo pareceu uma boa idéia também. Ajeitei minha franja e meu cabelo Channel, liso como nunca, na minha impotência. Já Tenten enrubesceu e abaixou a franja torta, que sempre caia sobre o olho direito.

Eram eles. Nossas paixões da adolescência. E eu posso te garantir: nenhum deles ficou gordo, careca ou coisa assim. Porque eles viraram os homens mais lindos do universo. Totalmente inigualáveis.

Senti uma mão no meu ombro e olhei para ver quem era. Era Ino, com uma lágrima incontida. Ela limpou e me deu uma leve cotovelada, apontando insegura para uma linda e alta mulher, como uma modelo.

- É Hinata. – e meu queixo foi ao chão. Ela era simplesmente deslumbrante. Acho que pra dar uma noção mais verdadeira, só separando as sílabas: des-lum-bran-te. Ela olhou na nossa direção e sorriu timidamente, puxando a manga do blazer de seu primo, também conhecido como a nona maravilha do mundo moderno (ainda vou apresentar a oitava, aguardem). Tenten só faltou ter um enfarte, porque seu rosto era inexplicável. E ambos vieram na nossa direção.

- Nem acredito que são vocês! – foi o que Hinata disse, em sua voz doce. Desde que terminamos o ensino médio, há oito anos, não a via. Nem a ela, nem a Neji, com quem troquei e-mails durante um tempo, mas acabei perdendo contato.

- Nem eu! – respondi, empolgadíssima por revê-la.

Neji nos cumprimentou gentilmente, com uma voz impossivelmente linda. Era praticamente um crime ele existir. E Tenten se mantinha no estado de êxtase. Falou com Hinata, mas até a mesma percebeu o choque dela. Fui obrigada a arrastar Ino e Hinata para longe deles dois até que se entendessem, o que pareceu ocorrer instantaneamente após a nossa partida.

- Ela ainda parece morrer de amores por ele. – comentou Hinata, vagamente. Foi então que o desespero tomou conta de mim.

Não, não foi por causa da paixão da Tenten. Quem liga pra isso, aliás? Te, eu ligo. Claro, ela é minha amiga, afinal.

Mas eu tinha mais com o que me preocupar: Sasuke. Ele tinha entrado com Neji e Hinata e, contra todas as minhas expectativas, parece que acabou de descer do céu só para essa reunião. Precia ser o único que não estava de gravata ali e, céus, eu adorei isso. Estava com os primeiros botões da blusa abertos e dava pra ver que ele estava perfeito por ali. Ele era a Oitava Maravilha. E, pior, logo depois, Naruto entrou com Gaara.

Agora, não só eu, mas Hinata e Ino também pareciam petrificadas.

- Quando foi que o Naruto ficou assim? – Ino perguntou, em choque total.

Eu concordava com ela. Ele era o espécime perfeito: loiro, lindo, alto, lindo, olhos azuis e lindo. E ele não parecia mais aquele crianção que sempre fora. Estava acima disso. Anos luz disso.

- M-mas e o S-s... – não terminei de falar, porque senti alguém me puxando. Era Hinata, que puxou não só a mim, mas Ino também para o banheiro – Você sabia que eles estavam assim?! – perguntei a Hinata.

- O único que vejo sempre é Sasuke e, bem, – ela parou, enquanto bebia um gole de água – eu convenci-o a vir. – foi então que ela riu – Ele é cirurgião no mesmo hospital que eu trabalho como pediatra e só consegui convence-lo quando citei o seu nome. – engasguei. Meu nome? – Ele disse que queria conhecer o bastardo que... – percebeu então que falara demais – Esqueça.

- E Gaara? – Ino perguntou, curiosa. Hinata fez que não sabia com a cabeça.

- Bem, não podemos ficar aqui a noite toda. – eu disse, determinada. Quem dera eu tivesse toda essa determinação de verdade – Somos mulheres bem-sucedidas, bonitas e conseguiremos encarar essa. – terminei, triunfante. – Acho. – murmurei para mim mesma.

Acho que deu certo porque, no momento seguinte, Ino e Hinata tinham um sorriso calmo nos lábios e me arrastaram para faro dali.

Céus, o que fui fazer...

E, quando menos esperávamos, ouvimos um grito.

- Meninas! – era Naruto, em toda a sua perfeição californiana e completamente desejável – Cara, vocês estão muito gatas! – Típico, pensei, abrindo um sorriso.

- Olha que fala. – Ino disse, terminando seu champanhe.

- Ei, é sério. – ele disse, abraçando-a por trás e recebendo um cascudo, em seguida. Parecia que ainda estávamos no colegial.

- Meu Deus, Naruto. – eu disse, sorridente – Você não mudou nada. – ele não pareceu nada satisfeito.

- Poxa, esperava ouvir que estava muito lindo, mais inteligente ou qualquer coisa, menos isso. – a parte da beleza estava certa, mas eu nunca daria essa satisfação a ele. Já sobre a inteligência... – Como eu sei que,se eu não falar, eles nunca vão dizer nada, vou dizer. – então, colocando um braço em volta da Hinata e dando um beijo na bochecha, revelou – Os rapazes estavam loucos para ver vocês.

- S-sério? – Ino tentou mostrar desinteresse.

- Aposto que vocês também estavam com saudades, - e olhando diretamente nos olhos da Hinata, disse – não é, Hinata? – eu achei, sinceramente, que ela fosse desmaiar. Mas, como Naruto estav relativamente sério e todos estavam olhando, não aconteceu.

- Ah, sim. – ela disse, em pouca voz – Saudades, claro. – então ele abriu um largo sorriso.

- Você devia ir me visitar no meu restaurante, qualquer noite dessas. – eu e Ino estávamos, definitivamente, sobrando – Tem uma sobremesa que eu fiz me lembrando de você, que gostava de maçãs. Irá gostar, tenho certeza.

- Adoraria, Naruto. – ela estava sorrindo. E estava corada. Seriamente, precisávamos sair dali. E foi o que fizemos.

- Você acredita naquilo? – Ino perguntou, cética.

- Sempre soube que eles acabariam juntos. – disse, sorrindo – Espere e verá. – ela concordou em silêncio.

E agora?, pensei. E, mais uma vez, fui surpreendida.

- Oi Sakura. – uma voz rouca e perigosamente irresistível disse, atrás de mim.

Tsuzuku!

Gente! Já é dia 27! Isso era pra ser um presente de Natal!

Mas, também, com essa porra de chuva que não parou desde o dia 24 aqui no Rio, ficou quase impossível postar isso hoje. Minha linha de telefone vai e vem, assim como a minha internet (mesmo sendo Velox). Não consigo entrar na internet, atualizar meu LiveJournal ou simplesmente entrar nesse site. A única coisa que tinha pra fazer era ler meu presente de Natal, que foi o terceiro livro da Trilogia da Herança, Brisingr.

Mas esqueçamos isso, sim?

Essa fic é um presente de Natal para Fer-chan. Eu tinha escrito uma SasuSaku totalmente diferente, sobre compras de Natal que tinha até ficado fofa. Mas deu vontade de escrever essa daqui e assim o fiz.

Espero que esteja gostando e o próximo não demorará a aparecer, sem dúvida.

Até!

;•)