Disclaimer: D. Gray-Man ainda não é meu... Mas se me derem o Devit eu aceito 8D
"A Morte, assim chamada, é algo que faz os homens lamentarem: e ainda assim um terço da Vida é passado no Sono"
Lord Byron
Aquele que Via
Londres hoje é uma cidade bem legal. Têm suas coisas ruins, gente rouba, mata, trafica e tudo, mas pelo menos é razoavelmente limpa. Mais que na época em que se passa essa história, pelo menos. Eu me lembro de algumas coisas realmente nojentas, que às vezes eu nem chegava a descobrir o que eram, e tinha a nítida impressão de que era melhor não saber, se prendiam na barra do meu vestido. E naquela época eu ainda usava vestido! E vestidos de barra lá nos pés! Caramba, isso realmente foi há um tempão... E isso sem falar na época em que eu usava aquelas togas! Pelo menos era mais fresco e... Perdoem-me. Acabei me desviando do assunto novamente.
Enfim, eu estava em Londres, uma cidade que na época era suja, fedorenta, fumarenta, cheia de gente que não era muito chegada a tomar banho, e mais pessoas que não gostavam muito uns dos outros. Você deve entender que esse foi um período em que tive muito, muito trabalho.
Como as doenças e assassinatos corriam soltos, eu corria junto, seguindo-os por toda a cidade, mandando almas para o além. Mana Walker foi apenas um dos que eu mandei para o Outro Lado naquela época, mas foi por causa dele que eu conheci o Allen.
Digamos que não é normal uma pessoa me ver. Qualquer um vivo me viu uma vez: O momento em que eu lhe dei a vida, e me verá apenas mais uma segunda vez, no momento em que eu a pegar de volta. Seres, que, para falar em termos educados e não ofendê-los, não são humanos, podem me ver sem ser nessas ocasiões, mas é raro, muito raro.
Sim, voltando ao que te interessa... Allen era um bom menino, sabe? Obedecia ao Mana, conseguia se deixar razoavelmente limpo e etc. Acontece que ele tinha sido abençoado (ou talvez amaldiçoado? Essas coisas são relativas) com esse dom. Veja, os mortos não são calminhos, eles são bem diferentes uns dos outros, assim como quando estavam vivos. E alguns deles anseiam, desejam... Vida.
Esses mortos em especial são pessoas cujas vidas foram horríveis, que sofreram, ou egoístas e gananciosos, ou até os mundanos e medrosos, procurando absorver cada fiapinho de vida que encontram, procurando retornar a um estado que, infelizmente, não pertence mais a eles.
Isso é triste, né? Fazer o que, é a vida (ou a morte).
Aí, essas almas são atraídas por pessoas como o Allen, que tem uma maior sintonia com o além (Quanto tempo eu não faço um trocadilho! 15 anos?), sendo mais suscetíveis a eles. E eles perseguem e assombram essa pessoa, invejando o fato de estar vivo.
A maioria dos que tem esse poder morre cedo. São enlouquecidos pelos sussurros dos espíritos, ou não agüentam mais eles ou o preconceito das outras pessoas, sendo tachados de loucos, de endemoniados. Não é uma vida fácil.
Aliás, vocês arranjam de tudo para julgar os outros, não é? Que feio.
Sim, sim, a história. Eu me lembro da noite em que encontrei o Allen pela primeira vez. Ele estava num estábulo abandonado, morrendo de chorar sobre o corpo do pai dele. Então, o Mana olhou para mim, e eu acenei. Eram aqueles dias no trabalho em que eu sinto pena dos pobres humanos, tão frágeis, tão emotivos. Mas era para isso que eu tinha nascido, essa é a minha função e eu a farei até não ser mais necessária. Aí comprarei uma casinha no interior da Irlanda e viverei o resto dos meus dias andando pelas colinas e tomando chá.
Mas até lá, continuo trabalhando.
O último suspiro talvez seja o momento mais dramático de tudo. E de uma maneira ou outra, ele acontece, e os olhos se apagam e todas as outras coisas que vocês costumam dizer nessa hora.
"Você levou ele" disse a voz do menino enquanto levantava os olhos.
"Levei" eu respondi. Temo até que tenha sido um pouco insensível demais.
"Por quê?" Allen me perguntou. Parecia pronto para cair no choro outra vez.
"Porque todos têm que ir, algum dia" falei.
"E qual é a razão para todos irem?"
"Eu não sei. Só os levo"
Ele olhou para o chão, pensativo, e depois levantou aqueles grandes olhos azuis de volta para mim. Eu sabia que estava atrasada, sabia que estava perdendo tempo, mas sei lá, é um daqueles momentos onde você para de se importar com coisas grandes, e pensa apenas nas pequenas.
"Ele sofreu muito" sussurrou o garoto.
"Alguns sofrem" eu concordei.
"Eu não quero que outras pessoas sofram" disse ele. Aquilo dava tanta pena. Eu sorri, e me aproximei dele.
"Então tente ajudá-las a não sofrer" falei, e logo já estava no meio de uma estrada, com uma carroça virada e alguns braços saindo de ângulos exóticos por debaixo dela.
"Realmente preciso de umas férias"
Brincar ajuda a manter a auto-estima do trabalho, sabia?
Então. O mundo gira, as coisas passam, nascem, crescem, têm filhos, se divorciam, têm artrite ou reumatismo, e algum dia, invariavelmente, vêm me dar um alô. Às vezes alguns desses passos são mudados, claro, mas na maior parte do tempo o pessoal segue esse esquema.
Da última vez que eu vi o Allen, ele era um pirralhinho de cabelo branco (Precoce?) com idéias visionárias sobre a vida, o universo, e tudo mais. Não, aí eu já me empolguei, desculpe.
Me deu um pouquinho de orgulho o vendo como médico já formado, tentando salvar as pessoas. Isso é bem bonito e edificante.
Apesar de, naquela época, serem os médicos que me proviam boa parte da minha clientela. (Sangria é medicinal? Pessoas podem ser muito idiotas) Mas tudo bem, eu dou um desconto para ele por que normalmente se saía bem.
Mas, invariavelmente, não há maneira de se escapar de certas coisas. Todo mundo nasce, ou não vem pro mundo. Todo mundo faz besteiras na vida. Todo mundo fala palavrão. Todo mundo morre.
E isso o incluía também.
Aquele dia foi bem diferente da minha outra visita. Era calmo, ensolarado, sem uma nuvem no céu. Cheguei sem bater na porta, e ele estava lá sentado, com todos aqueles espíritos ao seu redor.
E eles sussurravam, e guinchavam, e riam e empurravam e mordiam uns aos outros, mas logo eles estavam longe com um gesto meu.
Ele olhou ao redor, espantado, e depois para mim.
"Então foi você"
"Sim. Achei que estavam te incomodando"
"Estavam. Devo ir?"
"Sim"
"Eu segui o seu conselho"
Mesmo quando eu já estava indo embora, isso ainda ficou martelando na minha cabeça.
Eu segui o seu conselho.
Ainda não sei direito por que, mas as pessoas não costumam seguir os meus conselhos.
Nossa, já é a de noite? Eu nem percebi o tempo passar. O trabalho? Ah, sim, o trabalho... Bem, digamos que eu sei dar o meu jeitinho nas coisas! Espero que você tenha gostado dessa primeira história. Amanhã, eu volto com o segundo Aspecto, a garota que fugia da morte, a todo custo.
Mantenha a janela aberta, mas cuidado com os bandidos... Até amanhã!
Oi pessoal! A demora monstro não é tem nem justificativa x.x As minhas idéias sobre essa fic simplesmente deram tilt, e mesmo assim eu ainda não estou muito certa sobre esse cap. Sei lá, trabalhar o Allen foi meio difícil, mas o próximo eu acredito, e espero, que saia melhor.
Agora, as reviews!Ji -Yeon Black
Ah, isso é um elogio! Eu não sou tão boa escritora assim. Apenas tento manifestar o jeito de ser da narradora.
A menina que roubava livros rulla!! Eu também amo esse livro! Não se preocupe, que algum dia você juntar coragem e escreve uma fic de DGM.
A morte do Allen foi de velho, mesmo. Mas a morte da nossa próxima personagem não vai ser tão limpinha. Principalmente pelo fato de que eu odeio ela. Quero matá-la de um jeito bem cruel n.n -sorriso doce-
Espero que tenha gostado desse cap! Kissus da Rina!
Srta. Abracadabra
Nossa Morg, isso é um suuuper elogio! Agora meu pai comprou um teclado novo e eu posso escrever como gente! \o/ -feliz-
Nããão, eu nem gosto de Sandman, nem de DGM. Escrevo aqui por pura falta de opção, LOL.
Beijos! Espero que goste do cap!
Demetria Blackwell
Sim, eu estou viva. Não morro tão fácil n.n
Sete é MARA! É o meu terceiro número favorito, depois de 14 e 13. Mas eu sou viciada em coisas com sete.
Espero que tenha gostado!
Duklyon
Você me deu medinho com essa ameaça i.i Mas saiu, não saiu? Só espero que tenha correspondido às espectativas -não gostou muito do cap-
Não esperei até a sétima review, esperei até a sexta, XD
Até a próxima!
Indefinida
As pessoas estão gostando de me elogiar nessas reviews, né? De qualquer jeito, eu agradeço muito!
Demorei pra cont, mas a situação tava braba pra mim... Me perdoa?
A Morte é um personagem, mas não de DGM. Aliás, a Road é um dos Aspectos, só não o próximo. Planejo fazer sete sim, um para cada um dos Aspectos.
Obrigada pela review!
Manami Evans
Sabe moça, foi a sua review que me fez criar coragem na cara e continuar a fic XD Se sinta orgulhosa!
Ah, a Morte dos Perpétuos... Além do fato dela ser minha personagem favorita de Sandman pra sempre... Ela combina perfeitamente com a fic.
Nenhum erro? Isso é um recorde pra mim! Viva Rina!!
Muito obrigada pela Review!
Isso aí galera, esse foi o cap -ainda infeliz com ele- Talvez o próximo não venha tão cedo, por uma palavra que começa com P e termina com rova, mas espero que não demore tanto quanto esse.
Fiquem com a fic!
Kuchiki Rina