Capítulo 11
Draco entrou no orfanato levitando o moisés à frente enquanto dava uma olhada na capa do Profeta. Sua nomeação para chefe do departamento estava para sair naqueles dias.
- Bom dia, Marie. – cumprimentou a moça, colocando o filho sentado sobre o balcão da recepção – O Harry já chegou?
- Já, sim, senhor Malfoy. – ela respondeu, brincando com o menino – Ele está na quadra.
Ele concordou com um gesto e deixou Sirius aos cuidados dela, olhando pelo caminho que levava à quadra do orfanato. Ao longe, via-se uma mesa armada com um grande bolo em forma de Merlin e docinhos coloridos. Ao fundo, uma faixa flutuava brilhando "Feliz aniversário – Sirius 1 ano". No caminho, um homem moreno, mais descabelado que o normal, vinha andando com um menino um pouco mais velho que Sirius sentado em seu braço e trazendo outro, de uns 5 anos, pela mão.
- Marie. – Harry chamou ao chegar ao balcão – O senhor Nelson aqui precisa urgentemente de um daqueles pirulitos que ele disse que o Ron comprou – apontou com a cabeça para o garoto mais velho –, e meu amigo John quer ir ao banheiro, mas está com vergonha das meninas que estão na quadra, disse que só vai com você.
A moça sorriu e pegou as duas crianças. Harry caminhou até Draco, o beijando demoradamente antes de beijar a testa do filho.
- Tenho um presente para vocês dois. – informou, sorrindo.
- Pensei que fosse só aniversário do Sirius. – Draco comentou, mas acompanhou ansioso o moreno mexer nas pastas sob o balcão.
- Na verdade é presente para ele, mas eu acho que você vai gostar também. – disse, entregando uma pasta fina para o loiro, que a abriu, curioso.
Dentro havia um documento: a certidão de nascimento de Sirius Potter Malfoy.
- Harry... – Draco engoliu em seco, não conseguindo tirar os olhos do papel.
- Demorou tanto tempo porque a Mione teve que pedir primeiro o acréscimo do meu nome, quando eu ganhei a guarda, e depois do seu separadamente. Mas, eu, sei lá... – ele deu de ombros, esperando a reação do loiro.
Draco sorriu, se aproximando dele.
- Você sabe o quanto isso é importante para mim, eu não preciso te dizer isso. – disse baixinho, emocionado.
Harry o abraçou, beijando seus cabelos e sussurrando em seu ouvido.
- Você pode tornar isso mais real, se quiser.
- Como assim? – Draco se afastou o suficiente para encará-lo.
- Casa comigo. – Harry pediu, um sorriso tímido brincando em seus lábios – Faz oficial o que eu sinto por você também, Draco. O que nós dois já vivemos juntos.
Draco sorriu, sem conseguir desviar os olhos do verde, e concordou com a cabeça antes de abraçá-lo. Precisava sentir aquilo, sentir Harry e sentir um futuro.
- Sim. Sim! – sussurrou em seu ouvido, o beijando e se deixando abraçar.
Não havia o que hesitar.
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O menino atravessou a barreira correndo, parando no meio da plataforma ofegante. Afastou os cabelos negros, longos, da testa e os olhos cinzas, de um brilho metálico, correram cada detalhe que podiam alcançar, da fumaça que saia do trem às crianças que arrastavam seus malões pelo chão de pedra.
Atrás dele, dois homens passaram pelo mesmo portal de mãos dadas, um segurando a gaiola com a coruja negra, o outro arrastando o malão do filho.
- Sirius! – Draco chamou, fazendo o garoto se voltar para eles.
- O Teddy ainda não chegou. – o garoto constatou quando os pais se aproximaram.
- Não, Andie deve ter vindo com mais tempo. Você está atrasado, o trem já vai sair. – Harry disse, sorrindo – Você vai encontrá-lo no trem, com certeza.
Draco se abaixou na frente do filho.
- Escreva quando chegar, você vai ter muito para contar, ok? Vou te mandar qualquer coisa que esqueceu por coruja. E... visite seu pai. – disse com um sorriso triste.
O garoto concordou com a cabeça, dando um abraço no loiro e recebendo um beijo.
Harry pousou as mãos no ombro do filho quando Draco o soltou, fazendo-o se virar de frente para ele.
- Não implique com professores, respeite as outras casas, siga as regras da escola e não escute o que eu sei que o tio Ron te falou, ok?
O garoto sorriu de forma enviesada e deu um abraço no moreno, que também se abaixou para beijá-lo.
- Vou escrever para ele quando eu entrar na Slytherin, pai. – disse, fazendo Harry rir do sorriso orgulhoso mal disfarçado de Draco.
Os dois ajudaram o menino a colocar o malão no trem e se afastaram, vendo-o acenar antes de sumir em meio à fumaça.
Harry abraçou Draco por trás com força, sabendo o quanto aquele momento significava para os dois.
- Fala, Harry. – Draco pediu baixinho.
O moreno aproximou os lábios do ouvido do loiro e sorriu aconchegando-o em seus braços.
- Eu te amo.
Draco fechou os olhos e sorriu. Estava tudo bem.
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Passos pequenos ecoavam pelo piso de pedra da entrada vazia que dava acesso à sala do diretor. O menino empurrou com cuidado a porta pesada de madeira, entrando com receio.
- Olá? – perguntou, sem receber resposta.
A sala circular estava repleta de objetos antigos: um grande gabinete, poltronas, armários, uma mesa no canto, uma redoma com uma espada, outras coisas que não conseguiu reconhecer. A toda volta, quadros com figuras solenes adormecidas. Um em particular chamou sua atenção, bem atrás da mesa da diretora. O homem parecendo muito velho com suas barbas e cabelos brancos e seus oclinhos de meia lua estava dormindo com um picolé de limão pendendo entre os braços cruzados.
Sirius se aproximou cauteloso, na dúvida se seria prudente rir ou se isso acordaria o quadro, que exigiria explicações da sua presença ali. Nisto, o quadro piscou. E Sirius deu um passo para trás, olhando a toda a volta.
E foi então que o notou.
Logo ao lado do quadro do velho, havia talvez o homem mais novo ali retratado. E ele estava acordado. De pé, os braços cruzados contra o peito, a expressão severa. Sirius sustentou o olhar negro do homem e o examinou de cima a baixo, sabendo imediatamente quem ele era ao ver os cabelos negros caídos sobre os ombros.
- Desculpe incomodar, senhor.
- Quem é você? – Snape perguntou, a voz baixa e fria.
- Sirius Potter Malfoy, senhor. – o menino gaguejou, se sentindo ser avaliado pelo quadro, e baixou a voz – Sou seu filho.
- Eu sei. – o quadro disse, já não tão frio – Draco que disse para que viesse, suponho.
- Meu pai Harry também. Ele disse que você teria uma história para me contar.
O quadro ficou em silêncio por um longo tempo, e Sirius já estava pensando se devia se retirar, mas então ele ajeitou as vestes negras e se sentou em uma poltrona no fundo do quadro.
- Sente-se. – disse, sorrindo de forma curiosa – Temos muito o que conversar, Sirius.
FIM
NA: Oi, pessoas!
Ai, pronto. Vida resolvida. Tirei 10 no meu tcc, estou, assim, MUITO aliviada. É bom demais da conta.
Li todas as reviews, vocês devem receber TODAS as respostas pendentes entre hoje e amanhã, estou me esforçando para isso, e prometo – dentro do que a vida permitir – nunca mais deixar atrasar tanto.
Quero mandar um beijo especial para a Malu Chan, que veio me perguntar se eu ainda estava viva, e para a Gih Catapani, que fez uma capa linda pra fic. Muito obrigada!
Aliás, eu estou atualizando agora – ta, me dêem pelo menos duas horas depois dessa postagem pra arrumar tudo, ok? Ou melhor... olhem amanhã que é mais seguro :roll eyes: – o meu perfil, porque os links das capas estão uma zona, e vou aproveitar pra colocar essa por lá.
Sobre quando nós vamos nos ver novamente... Bem, eu estou pra entrar de férias, vou pra São Paulo e lá é sempre um caos e eu nunca consigo honrar minhas promessas. Potencialmente, eu começo a postar Cold Relations, a Rabastan/Harry/Rodolphus de que falei, em começo de agosto. Ela já está com 10 capítulos e acho que ainda tem uns 5 antes do fim, mas dá pra administrar até lá.
Para quem não ta a fim de ler ela e mesmo assim vai ficar com saudades, eu tenho outros projetos em andamento, fiquem tranqüilos, e, de qualquer forma, vocês sempre podem contar com uma ou outra fic que surge de momento, ok?
Amo vocês, serião.
Agora vão lá e me digam o que acharam desse último capítulo. Eu adorei escrever essa fic, gente!
Beijos