Disclaimer: Bleach e seus personagens não me pertencem, e sim a Kubo-sensei! E Thank God I found you é da Mariah Carey!

Planejo essa fic há tempo! Planejava começar ela só depois de encerrar Sempre Seu – que está em andamento – mas decidi fazer simultaneamente! ^^ O ichirukismo falou mais alto! Enfim, mas SS continuará firme e forte! ^^/ Espero que gostem! Por favor, reviews, críticas, enviem tudo!!

Sumário: Ichigo quer assumir seus sentimentos por Rukia, mas seriam eles felizes com tantas pessoas contra? E se Renji entrar na disputa pela preferência do complicado cunhado Byakuya?

Pairing: Ichiruki entre outros

Por: Mi Yuuki x

Capítulo I: Contenção

"I will give you everything

There's nothing in this world I wouldn't do
To ensure your happiness, I'll cherish every part of you
'cause without you beside me, I can't survive
Don't want to try
If you're keeping me warm Each and every night

I'll be alright
Because i need you in my life"

"Eu darei tudo a você

Não há nada nesse mundo que eu não daria

Para assegurar sua felicidade, eu alegraria cada parte de você

Porque sem você ao meu lado, eu não posso sobreviver

Não quero tentar

Se você está me mantendo aquecido a cada e em toda noite

Eu estarei bem

Porque eu preciso de você em minha vida"

Meia-noite. Ele esperava ansioso para ver o relógio sobre a cabeceira marcar este horário. Era o momento mais aguardado de seu dia. Diferente da maioria, aquela hora ele estava disposto, diferente do bichinho de pelúcia que o acompanhava, que já estava em seu milésimo sonho com qualquer uma das garotas que admirava. Isso facilitava tudo. Deixava seu corpo sem alma deitado na cama, de forma que qualquer um que o encontrasse diria que o garoto estivesse dormindo profundamente. Abria cuidadosamente a janela para não fazer barulho sequer que pudesse chamar a atenção de seu pai, suas irmãs caçulas ou até mesmo o mais chato que o questionaria: Kon.

Era um ritual. Todo dia se repetia. Mas mesmo assim, aquela saída, aquela aventura, fazia seu coração bater cada vez mais rápido, a cada noite em que saía naquela mesma empreitada. Ainda mais quando sabia da recompensa de todo o seu esforço. Suspirava só de imaginar. O caminho era longo. Atravessar o senkaimon sempre era algo um tanto quanto desconfortável. Já não era tão assustador como nas primeiras vezes, mas era algo que não cabia em seu agrado. Correr loucamente enquanto o dangai corre atrás de você tentando varrê-lo realmente é algo desagradável.

A parte mais complexa em toda sua saga noturna era atravessar os guardas que cercavam a mansão na qual seu belo tesouro se abrigava. Passava por todos despercebidos. Um, dois, vários shunpos e a dificuldade de controlar sua reiatsu, o que sempre não foi seu forte, e o medo eminente de bater de frente com o que seria o pior de seus pesadelos naquela ocasião.

Chegava a um belo jardim de inverno aos fundos. A forte lua iluminava a grama verde e as estrelas cintilavam no escuro céu, dando um tom azulado em tudo ao redor. Ele caminhava até o tablado da varanda e, com a mesma delicadeza que abrira a janela de seu quarto, abrira a porta, deslizando-a para o lado deixando apenas uma pequena fresta aberta. Só por aquela abertura ele já podia vê-la. Abriu um sorriso largo e bobo ao admirá-la. Tanto esforço para chegar ali, para ter aquela recompensa tão bela.

A pele branca e suave como seda sendo moldada pelo luar. Os fios negros repicados adornavam a beleza de seu rosto. Adormecida ficava ainda mais linda. Seu rosto não esboçava nenhuma preocupação. Os lábios entreabertos eram um tentador convite ao rapaz que, fortemente, continha-se em apenas admirar sua beleza.

- Até quanto tempo eu vou agüentar ficar assim, só te olhando, hein? – sussurrou a pergunta, despreocupadamente. - E quando eu não agüentar, o que vai acontecer com a gente?

Ali o ritual se encerrava. Cerrava a porta cuidadosamente e refazia o caminho de volta. Tudo era extremamente desgastante, considerando que o único propósito era poder admirar sua amada por alguns poucos minutos. Não se importava que não dormiria direito ou que acordaria extremamente cansado para ir ao colégio. Tudo que importava era aquele momento em que poderia vê-la.

Desde que a deixaria na Soul Society, a distância o tinha corroído. Não poderia jamais imaginar que aquela garota tão chata, baixinha e mandona lhe faria tanta falta. Demorara um tempo para assumir o que sentia por ela, mas daquilo já não possuía mais dúvidas. Ele a amava. Mas como assumir? Como revelar? O que aconteceria se soubessem? Decidira então fazer daquilo seu pequeno segredo. Todas as noites ia até a mansão Kuchiki visitá-la. Mesmo que ela não o visse, mesmo que ela não soubesse, apenas vê-la satisfazia um pouco da dor que a ausência dela causava. Pensava ser loucura, mas várias vezes queria que ocorresse algum incidente, algum hollow, qualquer emergência em que Ukitake tivesse de mandar a oficial do décimo terceiro esquadrão para o mundo dos vivos para que ficassem juntos, para poderem se ver. Não havia pretexto nem para ele ir a Soul Society, nem para ela vir ao seu mundo. A única solução que encontrara fora a mais banal e infantil. Ele sabia que aquilo não podia permanecer para sempre.

"I would give up everything Before i'd separate Myself from you,
After so much suffering I've finally found the unvarnished truth
I was all by myself For the longest time
So cold inside
And the hurt from the heartache Would not subside
I felt like dying Until you saved my life"

"eu desistiria de tudo antes que separasse eu de você

Depois de tanto sofrimento Eu finalmente encontrei a mais presente verdade

Eu estava sozinha por mim mesma Por um longo tempo

Tão fria por dentro

E o sofrimento da dor de cabeça Não passaria

Eu pensava que eu fosse morrer Até você salvar minha vida..."

A bela morena despertou com o dia ainda amanhecendo. Fazia vários dias que acordara com uma sensação familiar. Sabia que algo estranho estava acontecendo, mas não sabia exatamente o quê. Não tinha com quem falar sobre, também, então deixava a história toda quieta. A rotina estava lhe matando.

Acordava cedo, tomava chá com seu irmão, partia para seu esquadrão, apresentava-se ao seu taichou, executava todos os trabalhos padrões de seu dia e pronto. Voltava a sua casa, jantava com seu irmão e iria dormir. Tudo parecia extremamente sem sal desde que voltara a Soul Society. Uma ponta de arrependimento lhe doía quando lembrava-se quando disse a Ichigo que voltaria ao seu lugar. Gostava de sua vida, afinal, todos de seu esquadrão eram bastante simpáticos, Ukitake era um ótimo taichou, eventualmente se encontraria com Renji, riria com ele, com suas conversas... Até mesmo seu nii-sama estava tão mais íntimo. Claro, para os padrões que ele poderia reconhecer como intimidade.

Não adiantava. Não era como quando estava com Ichigo. Uma sombra de tristeza a acompanhava desde que percebera que não estava feliz ali, sem o substituo de shinigami. Não negara que o amava desde, talvez, o primeiro dia em que o viu. Quando se conheceram, quando ganhou admiração pelo garoto. Não podia. Como amar o rapaz que nem mesmo pertencia ao seu mundo?

- Oe, Kuchiki! – uma voz grossa, porém simpática, chamara a garota. – Oeee!!!

- Dormindo a essa hora?!

O berro que veio acompanhado de um tapa em sua cabeça a fez despertar de seus pensamentos.

- Seu... – ela ergueu o rosto e viu de quem se tratava.

Ninguém menos que o rapaz alto de longos cabelos ruivos presos no alto da cabeça. O tenente do rokubantai, Abarai Renji.

- Renji!! O que faz aqui? – indagou a garota.

- Ukitake-taichou me chamou aqui. – ele avisou, sentando-se na almofada ao seu lado.

- Kuchiki, está tão distraída. – Ukitake, sentado a frente dos dois, implicou. – Algum problema?

- Ah? Não, não! – curvou-se a garota. – Gommenasai, taichou! – tímida ela se desculpou.

- Pare com isso, Kuchiki. Não precisa de tantas formalidades. – riu enquanto abanava a mão o simpático homem de cabelos brancos.

- Gommenasai!!

- Pare, sua louca! – batia novamente Renji em sua cabeça.

- Bem... vou explicar porque chamei os dois até aqui. Primeiramente, Abarai-kun, queria avisar que o Kuchiki-taichou já está ciente de que solicitei sua presença nesta missão.

- Missão? – Rukia indagou. Renji apenas assentiu.

- É. Ultimamente tem aparecidos hollows mais poderosos pela área de Karakura... Sabem que é uma região em especial. Então, é algo meio secreto. Sei que contamos com o Ichigo-kun naquela área, mas acho que seria importante darmos um apoio a ele caso haja algum acontecimento anormal.

Por mais que tentasse disfarçar, o coração de Rukia não se deixou enganar. Só de ouvir que havia a possibilidade de irem em uma missão a Karakura, irem auxiliar Ichigo... Seu corçaão se encheu de felicidade.

- Quando iremos, taichou? – ela não hesitou em questionar prontamente.

- É só uma missão de reconhecimento. Hoje a tarde seria um bom momento para analisarem a situação do local. – explicou.

- Sim, senhor. – ela assentiu curvando-se. – Agradeço sua confiança.

- Hunf, está toda animada por quê, hein? – o ruivo arqueou uma sobrancelha um tanto quanto enciumado. – Garota boba...

- Baka! – ela respondeu mostrando a língua para ele. – Vou me aprontar, taichou.

- Sim. – Ukitake respondeu.

Se Rukia pudesse sair dali saltitando, ela o faria. Conteve-se caminhando para fora da sala principal do juusanbantai Assim que ela saiu, formalmente, fechando a porta, Renji decidiu finalmente questionar.

- Sei que não é da minha conta, Ukitake-taichou, mas queria saber, por que me enviou junto com a Rukia? Existem outros oficiais que poderiam acompanhar, e como o senhor disse, é só uma missão de reconhecimento.

Ukitake coçou a cabeça, farfalhando os longos fios brancos num sorriso tímido.

- Você é o amigo mais próximo da Kuchiki, Abarai-kun. Pensei que seria uma boa oportunidade.

- Boa oportunidade? – questionou.

- Sim. – pausou Ukitake enquanto bebia um pouco do chá pousado à mesa em frente. – Kuchiki anda muito entristecida. Não adianta perguntarem, ela não diz o que esta acontecendo. Não me preocupo apenas com o desempenho dela como minha oficial, mas também como sei que ela tem problemas com seu irmão... Acho que ela está precisando passar um tempo com alguém que ela se sinta mais a vontade para falar.

- Entendo... – suspirou Renji consentindo com o taichou. – Mas, Ukitake-taichou, se for o que penso, creio que eu não serei de muita ajuda. O problema da Rukia está bem nítido para mim.

Ukitake piscou os olhos, desentendido. O tenente do rokubantai levantou-se, recolhendo sua zampakutou e ajeitando-a na faixa na cintura.

- Mas seguirei suas ordens. Tentarei ajudá-lo. Acredite, é o que mais queria.

O capitão permaneceu calado, um tanto quanto confuso com as palavras de Renji. Havia muito mais coisas que ele não sabia? Será que sua estratégia era correta?

- Obrigada, Abarai-kun. – agradeceu um sorridente Ukitake quando a porta se fechou.

A garota chegou rápido ao esquadrão seis. Não necessitava muitas apresentações, já que ela era a irmã do capitão Kuchiki Byakuya. Estava radiante. Feliz. Como não se sentia a um bom tempo. Era felicidade demais pensar que poderia revê-lo novamente.

"Thank god i found you
I was lost without you
My every wish and every dream
Somehow became reality
When you brought the sunlight
Completed my whole life
I'm overwhelmed with gratitude
'cause baby i'm so thankful
I found you"

"Graças a deus eu lhe encontrei

Eu estava perdida sem você

Cada desejo e cada sonho

De alguma forma se tornou realidade

Quando você trouxe o raio de sol

Completou toda minha vida

Eu fui preenchida com gratidão

Porque, baby, eu estou tão grata

Eu encontrei você."

Passou entre longos corredores até chegar a sala principal do esquadrão. Bateu levemente a porta quando ouviu a permissão para que entrasse.

- Sou eu, nii-sama. – ela anunciou.

Deu dois passos a frente e, mesmo que seu irmão estivesse de costas, indiferente a sua presença, Rukia curvou-se formalmente em cumprimento.

- Konnichi wa, nii-sama. – disse num sussurro tímido.

- O que faz aqui a essa hora? Não devia estar em seu esquadrão?

- É que... – ela desviou o olhar. Era extremamente desconfortável manter uma conversa com ele, sabia disso. – É que eu vou sair em missão. Ukitake-taichou me ofereceu uma nova missão no mundo dos vivos.

- Hm...

- Vim aqui avisar que irei hoje a tarde. É apenas uma missão de reconhecimento, mas, talvez devido a algum imprevisto...

- Vá ficar na casa daquele idiota? – completou em um arrogante questionamento.

Rukia calou-se, retraindo-se imediatamente. Byakuya virou-se finalmente para encará-la a espera de uma resposta.

- Diga. É essa a verdade, não é?

- Nii-sama, não... não é nada disso. – balbuciou temerosa enquanto apertava seus dedos sobre o colo. - É caso ocorra alguma emergência. Ichigo não tem nada a ver com isso.

- Foi assim da primeira vez também. – concluía precipitadamente o capitão.

- Me desculpe, nii-sama! Voltarei o mais rápido possível.

- Estou querendo advertir apenas uma coisa, Rukia. – e fitando-a com seus profundos negros olhos ele completou. – Espero que não esteja pensando mais naquele ryoka.

- Mas, nii-sama, eu nunca...

- É só para efeito de você vir a pensar de uma maneira diferente.

O silêncio permaneceu entre os dois. Sufocante, a espera de algo que pudesse quebrá-lo e desfazer a espessa camada de gelo que separava os dois naquele momento.

- Algo a mais?

- Não, nii-sama.

- Então, não se atrase. Faça um bom trabalho.

Aquilo era quase que uma solicitação para que ela se retirasse.

Cabisbaixa ela voltou a se curvar e se retirou, utilizando a mesma formalidade na qual adentrara o recinto. Frio como gelo, não esperava que seu irmão fosse dizer algo daquela maneira. Ele já estava advertindo que não aceitaria se algo acontecesse entre ela e Ichigo. Lógico, ele seria o primeiro a ir contra.

Deu de ombros. Era melhor pensar que veria Ichigo naquele dia. Afinal, seu irmão dissera coisas sem sentido. Sabia que Ichigo não se interessava por ela e que nada aconteceria jamais entre os dois. Riu da sua própria estupidez. Por que ficaria triste? Sabia que não seria possível ter nada entre eles, afinal, ela poderia amá-lo, mas ele a amava? Idiota... pensou de si mesma. Decidiu voltar ao seu esquadrão, preparar suas coisas que logo partiria junto de Renji para Karakura.

A aula parecia eterna para Kurosaki Ichigo. Chegara tarde da noite em casa, estava aos poucos sendo consumido pelo sono a cada palavra prounciada pela professora. A cabeça fazendo força contra as mãos empurrando a superfície lisa da carteira. Os olhos castanhos iam lentamente se fechando quando ouviu seu distintivo apitar.

- Não... – ele resmungou consigo mesmo. – Agora não!

Com a última sentença ele se levantou com um tapa firme dado sobre a mesa.

- O que foi, Kurosaki? – a professora questionou ajeitando os óculos.

- Sensei, tenho que ir ao banheiro. – ele disse, virando-se aos amigos – não precisam vir. Assim está dando muito na cara. – avisou indiferente.

- Mas, Kuros...

Não houvera tempo de concluir. O garoto saíra correndo da sala sem que ela ao menos pudesse relutar. Já faltava de tempos e tempos as aulas, e quando vinha, não as assistia. Os três amigos, Sado, Inoue e Ishida apenas se entreolharam seguindo o pedido feito.

O rapaz, já em sua forma de konpaku, correu seguindo a reiatsu do hollow. Andou algo que uns cem metros até que encontrara a forma assustadora que perseguia uma pequena criança. Ichigo observou a corrente unida ao peito da garota que gritava histericamente encurralada pelo monstro que possuía uma máscara quebrada.

Não hesitou em tirar zangetsu das costas e, em um rápido movimento, saltando por trás do ser, cravou a lâmina da zampakutou em sua cabeça. O hollow gigantesco tombou ao chão assim que Ichigo foi até a vítima.

- Ei, está perdido? – perguntou.

A pequena garota apenas balançou a cabeça para os lados assustada não só com o ataque do hollow, mas com a brutalidade utilizada na luta do shinigami.

- Não precisa ter medo! – explicou um despreocupado Ichigo.

Foi uma fração de segundo, algo rápido demais para a vista de qualquer um. O hollow reergueu-se, já não mais com o ferimento causado pela zampakutou de Ichigo. O substituto de shinigami teve tempo apenas para virar-se e ver a enorme garra do monstro se aproximar. Não havia tempo para se defender ou fugir de seu ataque. Estava certo de que na haveria escapatória, quando então uma luz branca atravessou seus olhos. As garras do hollow foram congeladas completamente. Atônito ele tentou procurar quem havia feito aquilo. Sentiu uma, não, duas reiatsus familiares. Olhou para o lado e a viu.

- Rukia!! – exclamou.

- Idiota! – ela gritou ao se aproximar. – Quer morrer?!

- Anh?! – ofendido ele zangou-se. – Que está dizendo?!

- Fica aí distraído enquanto há um hollow atacando! – advertiu a shinigami.

A briga se prosseguiu até que o gelo provocado pela shikai de Rukia começasse a trincar. Os dois observaram prontos a atacar o ser quando este se libertasse, porém, as lâminas separadas de zabimaru deram por encerrado o caso dilacerando o hollow por inteiro. O mesmo desaparecera quase que instantaneamente. O ruivo caminhou até os dois com uma expressão não muito boa também.

- Ei, vocês dois, parem com isso! – ordenou.

- Renji! – Ichigo exclamou. – O que estão fazendo aqui?

- Viemos em uma missão a pedido do Ukitake-taichou.

- Ukitake-san? – perguntou Ichigo.

- É. O taichou está preocupado com aparições deste novo tipo de hollows...

- Novo tipo de hollow? Como assim?

- Você viu que não conseguiu matá-lo acertando em sua cabeça, não é? – Renji explicou. – Então, viemos aqui ajudar um incapacitado como você!

- Incapacitado é... – começava Ichigo novamente a briga.

- Chega! – gritou Rukia.

Os dois viraram de costas um para o outro, insatisfeitos.

- Bem, acho que já temos os dados para voltarmos, não é, Rukia? – perguntou Renji.

- Já?!?! – exclamou uma inquieta Rukia.

- Hm?! Por quê?! Quer ficar mais aqui? – provocou.

- Não. Não é isso. É que... – seus olhos indiscretamente focaram Ichigo. – eu queria ir... ir na casa da Inoue. É! Para conversarmos! – disfarçou.

- Estamos em missão, não viemos pagar visita a eles aqui! – lembrou o tenente.

Rukia sorriu timidamente. Não tinha saída, já estava na cara que ela estava querendo ficar ali. Renji só piorava as coisas.

- Ei, Rukia. – Ichigo chamou. – Acho que Ukitake-san não vai se importar se você ficar mais um tempo aqui do que o da missão. Se quiser ir mais tarde a casa da Inoue, tudo bem.

- Está desafiando ordens do taichou dela, Ichigo! – lembrou Renji.

- Não seja chato, Renji! Está na cara que a Rukia não quer voltar agora...

As bochechas brancas da garota coraram levemente. Ichigo era capaz de compreendê-la tão facilmente. Será por isso que se apaixonara tão facilmente por ele?

- Se quiser fique também. À noite podemos fazer algo e...

- Não. Eu já estou nesta missão devido a uma concessão do Kuchiki-taichou. Fica para outra vez. – dispensou. – E acho que o taichou não ia querer que eu voltasse sozinho para a Soul Society. – explicou.

- Tem razão. – Rukia suspirou. – Nii-sama vai criar problemas com o Renji se eu ficar.

Ichigo suspirou igualmente desolado. Se pudesse fazer algo para estender mais aquele momento com Rukia...

- Só temos que mentir que apareceram mais hollows e pronto! – simplificou.

- Idiota! Não é tão simples assim! Perceberiam! – o ruivo explicou como se fosse óbvio demais para Ichigo compreender.

Não havia solução. Os três permaneceram em silêncio, o que incomodou extremamente o substituto de shinigami. Ele notou quão triste ficaram os olhos de Rukia quando soube que tinha de partir. Aquilo partiu seu coração.

- Ei, Rukia. – ele chamou. – Eu vou tentar conversar com Ukitake-san. Quem sabe ele deixe você tirar um dia aqui...

Ele tentou inutilmente consolá-la, mas a preocupação do rapaz fez Rukia esboçar um sorriso. Aquele pequeno gesto, por mais mínimo que fosse, afetara Renji. Era dolorosa a realidade de que, sim, havia sido trocado por ele.

- Vamos embora, Rukia!

E num explosivo ato de ciúme, Renji tomou Rukia pelo pulso e a puxou. Não suportava mais ver os dois naquela cena.

Rukia permaneceu sem ação, sendo apenas levada pelo amigo e tenente de seu irmão.

Ichigo não fez nada a não ser observar. Mais uma vez a levavam dele. Não tomara a iniciativa de não deixarem que a levasse. Que a tirassem dele. Que simplesmente a tirassem de seus braços não se importando com seus sentimentos.

Ela não sabia que ele ia vê-la todas as noites. Ele não sabia que ela o amava da mesma maneira. Via a shinigami junto de Renji. Os dois tinham uma forte ligação. Eram óbvios demais os sentimentos e as intenções que o ruivo tinham para com a irmã de seu capitão.

Ichigo observou penosamente Rukia sendo levada por Renji. O senkaimon se abriu e os dois partiram. De alguma forma, os olhos de Rukia pareciam pedir-lhe para que não a deixasse ir. Seria naquela noite. Indo contra tudo e todos, ele ia ao encontro de Rukia. Não seria da mesma maneira em que apenas a observaria.

Mais uma vez todos lhe mostravam que ela não pertencia ao seu mundo.

Decidira que, se não pertencia ao seu mundo, ela poderia ao menos pertencer a ele.

Continua...

N.A.: Esse capítulo foi mais um epílogo que não sei o quê! ^^ Espero que tenham gostado! Por favor, me enviem críticas, elogios, reviews, please!