Avisos:

Esta fic contém com a participação do vampiro pirilampo (aka Edward Cullen).
Ele faz parte do lado arco íris da força, assim como todas as outras personagens masculinas, ou seja, é uma fic slash.
Também é um Universo Alternativo e tem uma personagem original (fora do shipper) que andará a fazer asneira lá pelo meio.
Esta fic foi escrita para o I chall de vampiros do 6V, foi abandonada a meio e apenas terminada sob pressão porque o meu querido irmão me obrigou a isso.
Qualquer coisa contra o acima mencionado, o x no canto superior direito serve de alguma coisa.
Todos os personagens pertencem aos respectivos autores, com excepção da Hestia que é 100% minha.
A todos os outros, boa leitura ^^


Prólogo

"I had to fall, to lose it all
But In the end, it doesn't even matter"
In the End - Linkin Park

- Larga-me!

A voz aflita ecoava na noite, deixando que a escuridão absorvesse todo o pavor que aquele grito continha. Era medo, sofrimento, desespero escondido naquela mísera palavra, naquela ordem não escutada, a esperança alimentada em vão. Debatia-se fortivamente, tentando soltar o corpo frágil dos braços fixos que o rodeavam, libertar-se das suas correntes, correr para uma salvação impossível.

- Por favor! - implorou. - Deixa-me ir! Larga-me!

Mas de nada adiantava. O dia começava a nascer, calmo, tímido, permitindo os raios de sol escaparem do horizonte, afastando a escuridão, destruindo completamente a réstia de esperança que ainda queimava no peito do jovem rapaz. A luz trazia a morte, trazia o fim, qual perversa antítese presente nas linhas da vida.

Aos poucos, as forças abandonavam-no, deixando de se debater, rendendo-se ao inevitável silêncio da madrugada. Lágrimas translúcidas, poluídas de dor e tristeza, rolavam no rosto pálido do jovem rapaz, que ignorava os braços ainda à sua volta, esquecendo por completo a sensação de gelo em redor da sua pele. Estava acabado, nada poderia mudar. Fizera a jogada errada no momento errado e o preço disso era a perda, o fim do jogo sem a vitória do seu lado.

Caiu de joelhos no chão, demasiada era a dor que sentia, levando as mãos sujas de sangue ao rosto, escondendo as lágrimas de derrotado, contendo um choro que se debatia para escapar. Sentiu mãos geladas sobre os seus ombros, um corpo delicado abraçado ao seu, a suavidade de fios de cabelo, serpenteantes à brisa matinal, no seu rosto e a melodia docemente atrevida daquela voz nos seus ouvidos.

- Acabou, Regulus.

Aquela afirmação, em forma de murmúrio, doía mais que qualquer outra coisa naquele momento. Era a constatação de um facto que Regulus queria, mais que tudo, negar.

Passou as mãos para os cabelos, segurando-os com força, abrindo os olhos e fixando os raios de luz que começavam a banhar a sua pele. Soluçou. Se, outrora, o crepúsculo fora marca de algo perfeito e maravilhoso, daquele momento em diante seria o símbolo do fim e da sua destruição.

- Hestia... - chamou, sentindo o abraço que o envolvia ficar mais apertado. - O que é que foi que aconteceu?

A mulher suspirou, fechando os olhos e encostando os lábios carmin à curva do pescoço do jovem Black. Abraçou-o com força, como se o quisesse proteger da dor inevitável, protegê-lo daquilo que não tinha protecção possível. Despositou um beijo triste na pele dele e encostou a testa no seu ombro.

- Tu perdeste-o, Regulus - respondeu ela, num fio de voz sofrível. - Tu perdeste-o para sempre.

. X . x . X .

Via-o dormir. Observava-o a respirar, sempre calmo, sereno como nunca era no dia-a-dia. Gostava de o ver adormecido, gostava de apreciar a forma como o seu peito subia e descia, lento e ritmado, deixando o lençol branco escorregar pela sua pele pálida, expondo o corpo desnudo, tão instintivamente cobiçado. Via a expressão que tinha no rosto, descontraída, relaxada, perfeita. Os cabelos negros caíam-lhe sobre a face, contrastando com a pele alva e dando-lhe um ar angelical que ele nunca teria quando acordado.

De vez em quando mexia-se, virando-se na cama, agarrando o lençol com força, escondendo a cara na almofada e murmurando algo imperceptível. Para logo em seguida voltar a respirar compassadamente, voltando à mesma rotina suave, deixando-se levar por mais um sonho. Eram todas as noites assim. E todas as noites, sem excepção, Regulus ficava a vê-lo dormir, apreciando aquele momento de rara beleza.

- Quando vais deixar de vir aqui? - questionou uma voz atrás do Black, fazendo-o virar-se.

- Nunca? - perguntou em forma de resposta, sorrindo suavemente ao ver a mulher de cabelos rubros atrás de si.

- Nunca é muito tempo, Regulus - comentou ela, apoiando uma mão fria no braço do rapaz e aproximando-se dele. - Tempo que tu irás ver, mas ele jamais irá presenciar.

- Eu sinto a sua falta - confessou o rapaz, tocando ao de leve com os dedos na pele sedosa da mão que descansava no seu ombro.

A mulher não lhe respondeu, apenas sorriu pelo canto dos lábios e afastou-se, desaparecendo subitamente na escuridão nocturna. Regulus suspirou, sabia que deveria regressar ao local a que ele chamava de casa. Olhou uma última vez pela janela entre-aberta, para o corpo adormecido que jazia na cama, gravando mais uma memória para juntar às incontáveis que ele já tinha, antes de virar costas e seguir pela mesma direcção da mulher, desaparecendo também.

. X . x . X .

"When this began
I had nothing to say
And I get lost in the nothingness inside of me"
Somewhere I belong - Linkin Park

Hestia.

O nome pela qual ele a conhecera, anos antes, quando ainda era uma criança. O nome que tivera inúmeros significados para ele ao longo do tempo, sendo cada um deles mais pesado e mais intenso que o anterior. Passara por ela na rua, num dia onde não existia um único raio de sol, ficando hipnotizado com o perfume quente e prazerosamente arrepiante, fixando os olhos nos dela, totalmente boquiaberto com tal figura. Hestia era uma mulher bonita - linda, diriam alguns -, mas não fora a beleza, nem os cabelos cor de sangue, nem a pele de porcelana, nem o olhar intenso que o havia cativado. Regulus não sabia dizer o que era, não conseguia explicar. Falara com ela quando ninguém estava a ver. Sorrira-lhe, revelara-lhe a sua alma inocente. E, sem saber, criara ali uma amizade que duraria por toda a vida e se prolongaria para depois da morte.

Ele ainda era jovem, demasiado jovem, louco e apaixonado, catorze Invernos tinha vivido quando o mal tomara posse de si. A morte era certa. Regulus só tinha de escolher a melhor forma de morrer: se pela doença, se pelas mãos de Hestia. E ele, pequeno humano cheio de esperança, cheio de ambição e sonhos, escolheu a morte que lhe daria a existência, mesmo que esta fosse para sempre maldita.

- Aviso-te, Regulus, que esta não é uma vida feliz - disse a mulher.

Mas ele não queria saber, ele apenas queria continuar a caminhar sobre a terra, a viver os seus sentimentos, a sonhar mais alto a cada momento, a amar quem lhe era proibido, não importava a sua forma, não importava a sua essência ou, sequer, onde estaria a sua alma. Ele não podia, simplesmente, deixar de existir, perdendo tudo e todos, perdendo-o a ele. Mesmo sendo uma vida maldita, mesmo sendo uma vida falsa e inexistente, era melhor que nada. Era o que ele escolheria em qualquer situação.

E foi essa a sua escolha.

Regulus Arctus Black morrera aos catorze anos, perdendo-se em devaneios, perdendo-se no nada que ocupava o lugar onde a sua alma estivera, um dia, e começando uma existência amaldiçoava ao lado da mulher a quem ele, derradeiramente, chamava de liberdade sombria*.


*Hestia significa liberdade em Hebreu.

N.A.: Eu não gosto muito desta fic. Contudo, acho que, já que "perdi" tempo a escrevê-la, devo publicá-la.
É apenas prólogo, cap único e epílogo e será postada com relativa rapidez.

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Just