STAY
por crimsonmarie
tradução kiss-on-the-neck e Cy
revisão Thais
link do original nas Favorite Stories
Capítulo 1
*Edward POV*
Eu relaxei quando o chalé rústico de dois andares entrou no meu campo de visão na estrada depois da pequena colina, e suspirei, deixando meus dedos relaxarem da pressão que faziam no volante do meu carro alugado.
Estar no ar limpo e montanhoso de Adirondacks era extremamente chocante depois de ser quase asfixiado com a fumaça de casa, na California. E eu realmente sentia falta da neve; e era dez vezes mais divertido conviver com a emoção dos anos 60 no rádio e a leveza momentânea que vinha junto com eles quando eu estava sentado no banco do motorista.
Eu havia tirado férias em Lake George, Nova York, com uma das garotas que eu tentei namorar ainda na Califórnia, tinha me apaixonado pelas lojas com presentes exóticos e pela diversão de cada um dos bares vizinhos na beira da calçada. Enquanto ela estava disposta a passar o tempo todo no hotel durante aquele final de semana, eu queria sair e explorar.
Então eu dirigi o carro de aluguel pelos arredores - enquanto ela fazia bico e assaltava a mini-geladeira -, temendo que eu estivesse perdido, até que alguns prédios e comércios começaram a reaparecer. Tinham se passado quase vinte minutos até que eu vi casas, igrejas e pessoas caminhando, mas ainda não tinha encontrado um lugar para fazer o retorno. Eu já tinha passado por uma escola quando percebi que poderia retornar ali, e tive que pegar uma rua à direita rapidamente e, então, acabei em uma rua quieta com crianças jogando basquete na rua e animais correndo livres.
Eu vi uma placa de "Casa Vazia" em frente a um chalé e, só por curiosidade, estacionei atrás de uma caminhonete azul.
Além das diversas coisas que eu amava a respeito desse pequeno pedaço de mundo, eu também tinha encontrado o lugar perfeito pra relaxar. Eu localizei a corretora do imóvel e ofereci muito mais que o preço pedido. O queixo dela caiu e ela tremeu um pouco antes de conseguir dizer que a casa era minha. Retirei a placa do jardim.
E então eu voltei para a California com uma ex-namorada reclamando na poltrona próxima a minha no avião. Eu ainda não entendi porque ela havia ficado tão irritada e acabou com o nosso "relacionamento" quando descobriu que eu tinha comprado outra casa.
De qualquer forma, eu não me importava mesmo. Ela não era nem um pouco tão interessante quanto ela e os tablóides a faziam parecer.
Chegando à entrada de automóveis limpa, eu saí rapidamente do carro e espreguicei minhas costas doloridas.
Ir para casa em Forks, Washington para ficar com minha família provavelmente os teria feito mais felizes do que tudo, mas depois de ralar minha bunda trabalhando no último filme para o qual eu tinha sido contratado, tudo que eu queria era um pouco de paz e silêncio.
Isso não era algo que eu conseguia em casa. Havia minha hiperativa irmã mais nova, minha mãe dedicada, um irmão mais velho que se divertia me atormentando sobre qualquer coisa e meu pai que levemente desaprovava minha escolha de carreira, esperando lá por mim.
E eu amava a minha família. Eles eram tudo que eu poderia querer como uma família e sempre tentava mais que tudo não os desapontar.
Mas, exatamente como qualquer outra família do mundo, eles eram melhores quando manejados em pequenas doses. Eu precisava dar uma espairecida e de um tempo só meu para relembrar quem eu era, de fat: um homem maduro e normal de vinte e cinco anos, antes de visitá-los por um longo período de tempo.
Fechando a porta do carro e sacudindo a culpa que se formava na minha cabeça, eu abri o porta-malas e peguei duas mochilas cheias. Alice, minha irmã mais nova, tinha conseguido me surpreender com umas de suas visitas surpresas aleatórias e tinha insistido em me ajudar a fazer as malas quando ela soube que eu estaria desaparecendo pelas próximas três semanas.
Ela não tinha deixado escapar pequenos comentários sobre como minha mãe e pai tinham sentido minha falta e estavam contando os dias até o Natal, quando eu estaria em casa por um longo período.
Eu tinha uma forte desconfiança de que minha mãe, Esme, tinha encorajado Alice a vir para a California afim de tentar me fazer ir para casa com ela.
E eu teria ido se o trabalho não tivesse sido tão estressante nas últimas duas semanas. Pressão era um sentimento comum no final de uma filmagem, mas quando o nosso tempo limite começou a se aproximar com rapidez, nós ainda tínhamos algumas coisas para gravar.
Houve alguns dias onde eu não tive tempo de ver uma luz do dia real por quase quarenta e oito horas seguidas. Os maquiadores fizeram milagres para cobrir as olheiras abaixo dos meus olhos e conseguir clarear o avermelhado deles.
Nos permitiram oito horas de sono contínuo, sem mais, nem menos. Eu gostava de dormir; de fato, eu acordava todos os dias com a idéia de que estaria de volta a minha imensa e confortável cama em quatorze horas. Oito horas nunca tinham sido suficientes para mim e eu questionava por que eu quisera me tornar um ator quase diariamente quando eu era atacado por um dos meus colegas literalmente pulando nas minhas costas e me sacudindo até que eu acordasse.
Pegando as duas mochilas, eu tirei as chaves do chalé do meu bolso e comecei a surpreendentemente fácil caminhada pela minha entrada de carros.
Eu esperava escorregar e derrapar pelo meu caminho até as escadas da porta. Eu tinha me informado sobre o tempo no meu caminho para cá e ouvi que tinham acontecido tempestades depois de tempestades na semana antes de eu chegar. O fato de que meus pneus estavam facilmente encontram tração no sal me fez sorrir de leve enquanto eu dava uma olhada rápida para o chalé idêntico ao meu do outro lado da rua.
A quieta e tímida garota com vivos olhos castanhos e longos cabelos castanhos tinha sido a primeira pessoa a se aproximar quando eu comprei esse lugar. Eu estava levemente apreensivo sobre garotas estranhas subindo os degraus da minha porta – não seria a primeira vez que uma fã obcecada descobria onde eu morava e tentava me conquistar - e eu fiquei hesitante em abrir a porta quando ela bateu. Ao invés de abrir a porta imediatamente como eu deveria, eu colei meu rosto contra o olho mágico e a estudei.
Ela era atraente. Aliás, tão atraente quanto o olho mágico permitia que ela fosse. Tinha uma caixa de doze Heinekens firme em uma das mãos enquanto dava algumas espiadas nervosas para o outro lado da rua e mordia o lábio inferior. Ela não tinha uma bolsa consigo e quando eu espiei seus pés para ter uma visão melhor da mulher esperando que eu atendesse a porta contra a qual eu estava pressionado, eu percebi que ela estava descalça.
As duas últimas coisas eram fatores importantes para mim. Eles significavam que ela provavelmente vivia perto e, mesmo que ela fosse alguma fã, não me atacaria com uma câmera ou pedindo um autografo.
E mais, ela tinha cerveja. E eu não tinha nada além de um saco de pão e algumas garrafas de água da loja de conveniência "Cumberland Farms", da rua de baixo, na minha geladeira.
Então eu abri a porta e ela rapidamente se introduziu como Bella Swan, atropelando as palavras enquanto me entregava a cerveja, estabanada e o rosto dela ficando vermelho.
Eu a convidei para entrar e ela recusou, o que me fez sorrir feito um louco para ela, enquanto as bochechas dela pegavam fogo.
Essa era a primeira mulher que eu havia conhecido no último ano e meio que não tinha tentado entrar na minha casa para ver como era, ou para ver se eu a cantaria, ou para poder colocar alguma coisa no bolso enquanto eu não estava olhando para manter como um tesouro ou vender no eBay.
Eu a agradeci pela cerveja, prometendo pagar depois. Ela balançou a cabeça, seu rosto ainda mais vermelho – se possível - enquanto cruzava as mãos na frente dela e timidamente olhava para seus pés, criando uma desculpa sobre ser um presente do tipo "Bem-vindo à vizinhança".
Eu acabei agradecendo novamente e ela se afastou da porta depois de gaguejar uma resposta e possivelmente alguma desculpa sobre estar indo, quase tropeçando em seu próprio pé antes de atravessar a rua e desaparecer no chalé do outro lado da rua.
Eu a paguei alguns dias depois, com uma garrafa de vinho tinto na pequena e apertada loja de licores que descobri e me mexi para ir até a casa dela para entregar o presente.
Ela estava levemente mais confortável comigo parado a sua porta e me convidou para entrar, o sorriso dela brilhante e aberto enquanto saía do caminho para que eu pudesse passar.
Um homem umas quinze vezes maior do que ela estava jogado no longo sofá azul da sala de estar quando eu entrei, e imediatamente pulou para se apresentar como o namorado dela, Jacob Black.
Ambos insistiram que eu ficasse para o jantar, e a idéia de comer mais um sanduíche de manteiga de amendoim como refeição fez com que a oferta fosse fácil de aceitar.
Bella grelhou bifes no imenso jardim deles e nós sentamos em uma mesa de piquenique branca, nos conhecendo e rindo enquanto consumíamos cerveja e bifes perfeitamente assados.
Nenhum deles mencionou nada sobre a minha carreira ou mesmo saber quem diabos eu era. E quando a refeição acabou, eu assisti quase alegremente enquanto Bella e Jacob colocavam os meus pratos e deles na máquina de lavar, ligando-a quando estava cheia.
Existiam algumas fãs que tinha guardado os talheres que eu tinha usado, então assistir Bella bater a porta da máquina de lavar e virar o botão para ligá-la foi um das coisas mais aliviantes que tinha acontecido comigo em um longo tempo.
E no fim da noite, eu estava escorregando pelo quintal deles de volta para o meu com um imenso sorriso no rosto.
Fazia tempo que eu não tinha conseguido ter um jantar – ou qualquer refeição, na realidade – com pessoas que ou não sabia, ou não se importavam que eu era um ator famoso. Era maravilhoso.
Eu fiquei apenas uma semana naquela vez, mas disse tchau para ambos antes de ir.
A outra vez que eu tinha conseguido um tempo para voltar já era fevereiro e a neve na minha entrada de carros estava mais alta que o meu carro. Então eu estacionei do meu lado da calçada e saí, espantando sobre como eu conseguiria chegar à entrada da minha casa.
Eu não tinha me tocado quando havia comprado a casa que eu teria que cavar a imensa entrada de carros que eu tinha ficado tão fã quando visitei durante os meses de inverno.
Então eu parti para o caminho até o outro lado da rua e pela entrada da casa de Bella, agarrando o corrimão da escada enquanto as subia e batia na porta dela.
Ela me saudou feliz e me convidou para entrar. Eu balancei a cabeça, sorrindo para ela e então apontei para o monte de neve cobrindo a minha entrada, perguntando se eu podia pegar uma pá emprestada.
Ela riu, colocando uma mão em sua boca enquanto abanava a outra.
"Jake!" ela chamou, fechando a porta atrás de mim enquanto eu parei, surpreso, na sala de estar. "Querido, o Edward precisa do removedor de neve!"
E eu entrei em pânico. Eu não sabia como usar um desses. Meu pai sempre tinha feito com que usássemos pás e eu entrava em casa com bolhas nas mãos doloridas. Mas era algo que eu estava acostumado; que eu estaria pronto para fazer.
A idéia toda de usar uma máquina que provavelmente ia quebrar só encostando nela me deixava um pouco nervoso demais. Eu era um tipo de cara conservador, embora eu amasse meu laptop, essa era a única coisa da moderna tecnologia que eu possuía e sabia usar.
"Bella, eu não…"
Ela balançou a mão de novo e eu bufei, correndo a mão pelo meu cabelo avermelhado despenteado enquanto ela desaparecia dentro da casa. Ela reapareceu logo depois com Jacob ao lado, falando que ele me ajudaria a limpar a minha entrada.
Eu protestei e ela me ignorou de novo, rolando os olhos enquanto os dois me acompanhavam até uma porta que dava na garagem.
Ele me entregou uma pá, apertou o botão que abria automaticamente a porta da garagem e caminhou para um aparelho que parecia altamente perigoso.
O aparelho rugiu ao ligar enquanto eu ficava ali, segurando a pá estupidamente e vendo enquanto Jacob o retirava da garagem e levava ao outro lado da rua, atacando o monte de neve na frente dele com facilidade.
Eu virei para Bella, segurando a pá e perguntando o que diabos eu estava fazendo com ela quando ele estava cuidando de tudo com facilidade.
Ela riu de mim de novo e explicou que ele estava abrindo um caminho para que eu pudesse começar a cavar a porta enquanto ele terminava a entrada de carros.
"Ele realmente não precisa fazer isso, você sabe. Ele poderia me mostrar como usar o removedor," eu engoli em seco, olhando cautelosamente para fora da garagem e assistindo Jake mover facilmente o monstro ao redor da minha entrada de carros, indo e voltando, "e eu podia fazer isso. Não quero que vocês dois tenham trabalho."
"Edward, é o que vizinhos fazem," ela explicou, dando de ombros e sorrindo para mim. "Não se preocupe com isso.".
"Eu vou levar vocês dois para jantar," Eu ofereci rapidamente, balançando meu braço livre em direção a Jake. "Para pagá-los por isso."
Ela rolou os olhos de novo e balançou a mão. "É o que vizinhos fazem," ela disse de novo, cruzando os braços sobre o peito e tremendo de leve. "Eu vou ter chocolate quente pronto para quando vocês acabarem."
E antes que eu pudesse protestar, ela desapareceu dentro da casa e fechou a porta com força atrás dela, acabando com nossa conversa e me deixando sem escolha a não ser caminhar de volta para minha casa.
Jacob e eu tínhamos minha entrada de carros e minha porta limpas, quase uma hora depois e quando eu tentei apenas devolver a pá à garagem deles, ele me pegou pelo braço e me levou pra dentro da casa onde três xícaras de fervente chocolate quente estavam na mesa, totalmente coberta com chantilly e marshmallows.
Ela me informou que sempre que nevasse forte como tinha nevado e eu não estivesse de férias, eles iriam limpar a entrada se soubessem que eu estava vindo. Protestar não adiantou nada, eles só me encararam sem expressão até que eu suspirasse e concordasse, escrevendo o telefone deles e falando que eu ligaria para eles quando eu estivesse aparecendo nos meses de inverno.
E tinha sido desse jeito por todo o ano passado. Eu sempre oferecia levá-los para sair como pagamento, mas ambos diziam que isso não era problema e acabavam me fazendo ficar para jantar na primeira noite da minha estadia.
Depois de um tempo, eu parei de me opor. Bella era uma cozinheira maravilhosa e eu não poderia negar que eu apreciava a companhia. Era confortável e relaxante e exatamente o que eu precisava depois de dirigir por uma hora desde o aeroporto de Albany.
Certa vez, arrumando a alça da mochila no meu ombro, eu virei meu pescoço de leve e vi apenas a caminhonete de Bella na entrada de carros dela. Ambos estavam sempre em casa quando eu aparecia, e eu sabia que a garagem era cheia demais com todo tipo de coisa para um carro entrar lá.
Dando de ombros, eu subi os quatro degraus até a porta, meu olhos parados na nota grudada a ela.
Edward,
Venha quando você tiver se ajustado.
Bella
Eu dei uma risadinha, balançando minha cabeça enquanto arrancada a nota da porta e deslizava minha chave na fechadura, abrindo a porta e caminhando dentro da casa.
Eu deixar as mochilas pesadas caírem perto da porta antes de fechá-la atrás de mim e me espreguiçar de novo. Gemendo feliz e rolando minha cabeça de um lado para o outro dos meus ombros para aliviar a tensão do pescoço, eu passei por elas e caminhei pela sala de estar e até a sala de jantar para pegar a linha residencial.
Eu estava afastado até mesmo do meu celular quando estava aqui. O lugar era tão no meio do nada que não existia nenhum tipo de sinal para nenhum tipo de celular.
E eu amava isso.
A casa era completamente mobiliada, graças a minha mãe. Ela e meu pai tinham feito uma visita para cá com o intuito de ver a casa que eu tinha comprado e ter uma idéia da cidadezinha que eu completamente adorava e vivia falando sobre, sempre que podia.
Depois de ver a mal decorada e quase não mobiliada casa que eu tinha, ela rapidamente enfiou meu pai no carro e foi direto para Saratoga Springs e para a loja de móveis Taft.
Eu mal tive tempo de piscar antes que eles fossem embora e passei o tempo todo grunhindo para Bella e Jacob como ela faria meu lugar de escape ficar completamente mobiliado para pessoas invisíveis que me visitariam de vez em quando.
Meu queixo caiu quando dois – não um, mas dois – caminhões de móveis estacionaram do lado de fora da casa e começaram a descarregar um imenso número de móveis e estátuas decorativas na minha casa, três horas depois.
E eu não podia nem ficar bravo com aquilo porque era o que minha mãe amava fazer. Ela renovava, e fazer novos designs, além de comprar móveis e decorações. Isto a deixava extremamente feliz.
Aparentemente, meu refúgio longe de casa não era nada diferente.
Sentando na muito cara e pouco necessária cadeira da mesa da sala de estar, eu disquei o número da casa dos meus pais.
Minha mãe atendeu no segundo toque sem nem mesmo dizer olá.
"Você chegou bem?"
"Eu estou ligando, não estou?" eu perguntei docemente, me inclinando contra a também muito cara mesa de jantar, enterrando minha mão livre no meu cabelo bagunçado.
"Você podia estar preso na California," ela argumentou. "Está tudo bem?"
"Está tudo ótimo," Eu sorri, esfregando meus olhos cansados.
"Você já pegou comida?"
"Eu acabei de entrar, mãe. Eu farei compras amanhã."
"E o que você vai comer hoje?"
"Eu já recebi uma nota da Bella falando que eu estou convidado para jantar quando me acomodar."
Eu olhei na direção da entrada, vendo a nota jogada no chão sem cuidado na minha pressa para entrar em uma casa ao invés de um avião ou um carro pela primeira vez no dia.
"Ah!" Eu podia ouvir o sorriso na voz dela e rolei meus olhos, balançando a cabeça. "Bem, então, não vou prendê-lo!"
"Mãe, por favor…" Eu implorei, respirando fundo.
Desde que ela conheceu a Bella no dia do incidente dos móveis, ela tem feito de tudo tentando nos juntar. Não importava que a Bella já estivesse num relacionamento com um cara que provavelmente poderia quebrar meu pescoço em apenas dois segundos; Esme Cullen pensava que Bella Swan era feita pra mim.
E enquanto eu a achava muito atraente e gostasse de sua companhia sempre que eu estava aqui, eu estava bem ciente de Jacob e fazia o melhor para não ver Bella como nada além de uma amiga.
"Tchau, querido! Amo você!" ela exclamou antes de desligar.
Revirando meus olhos, eu desliguei o telefone e bocejei, balançando minha cabeça enquanto erguia meu corpo cansado da cadeira para colocar o telefone de volta no carregador.
Esfregando meus olhos quando minhas mãos estavam livres, eu me espreguicei novamente antes de voltar à sala de estar e pegar as mochilas que estavam na entrada para levá-las até o meu quarto no segundo andar.
Pegando o que eu precisava para um banho no fundo da segunda mochila que eu espiei, eu reclamei sobre Alice propositalmente esconder tudo que eu precisava no último lugar que eu olharia e me encaminhei para o banheiro do outro lado do corredor.
Eu devia ter aberto algumas janelas para deixar o frio congelante ar invadir a casa para arejá-la. Eu devia ter desfeito todas as minhas mochilas como Alice tinha me feito prometer que eu iria. Eu devia ter feito uma jarra de café ou ido até a loja comprar uma garrafa de vinho para Bella e Jacob como eu sempre fazia. Inferno, eu devia ter ido comprar mantimentos, pois assim eu não estaria comendo bolachas moles como café da manhã amanhã.
Ao invés disso, eu virei o registro do chuveiro para a temperatura mais quente que eu podia antes de me despir e entrar na água escaldante.
Eu gemi de satisfação, jogando minha cabeça para trás enquanto colocava minhas mãos a minha frente sobre as paredes do chuveiro e fechava meus olhos.
Não existia quase nada que competisse com um banho quente em uma casa silenciosa que ninguém além dos mais próximos a mim – e Bella e Jacob e alguns poucos curiosos locais – sabiam sobre.
Paz e serenidade perfeitas.
~*~
*Bella POV*
Eu assisti enquanto o intrigante e brilhante Volvo prata estacionou na entrada de carros do outro lado da rua e passei meus braços pelo meu estômago, mordendo meu lábio enquanto o assistia sair do carro e se espichar.
Ele tinha ligado na noite anterior, sua voz pesada de sono enquanto ele mal conseguia deixar escapar que estaria chegando em algum momento hoje.
Eu tinha quase me encolhido com a idéia de ter que tirar o removedor de neve dessa vez. A garagem estava muito mais limpa e clara agora, mas isso não significa que a porcaria tinha ficado mais fácil de tirar de lá. Continuava tão pesada e estranha como sempre tinha sido, e eu a odiava com paixão.
Mas nos tínhamos um acordo e eu não deixaria algo estúpido como alguns pés de neve me desencorajar de cumprir meu lado da barganha. Ele vinha aqui para relaxar e ficar longe de tudo, não passar horas limpando a entrada de carros cheia de neve.
E o Edward Cullen que aparecia na minha porta a cada poucos meses definitivamente precisava de tempo para relaxar. Na primeira noite, ele sempre fazia seu caminho com suas mochilas e olhos cansados e vermelhos, e ficava para o jantar, não importando o quanto ele queria dormir.
A única coisa que eu podia fazer era limpar a entrada de carros e fazer as coisas mais fáceis pra ele.
Tinha sido idéia brilhante de Jake dar a Edward um fardo com doze cervejas como um presente de boas vindas quando ele chegou. E o idiota ficou na nossa agradável casa enquanto eu sofria o embaraçoso momento que era conhecer alguém novo.
Eu realmente não lembro como o deixei me convencer que era eu que devia ir conhecer nosso novo vizinho. O nosso vizinho famoso recém chegado que, provavelmente, só me queria fora da sua porta e longe dele.
Eu teria que ser cega, surda e completamente retardada para não saber quem ele era. Oras! Eu tinha babado por ele desde que ele tinha aparecido em Hollywood, alguns meses antes. Eu nunca esperava que ele se mudasse para minha cidade.
E logo quando eu estava quase deixando a cerveja gelada na porta dele e indo embora, a porta abriu e todos os pensamentos coerentes que eu tinha foram embora.
A tela de cinema não fazia justiça a ele. Seu cabelo de estranha cor bronze estava para todos os lados, os olhos verdes dele me encararam, eu gaguejei meu nome, e sua voz transformou meu interior em gelatina quando ele me convidou para entrar.
E algumas das coisas mais obscenas passaram pela minha cabeça com o convite dele que eu senti minhas bochechas começarem a queimar no que, eu tinha certeza, era um quase impossível tom de vermelho.
Então eu recusei e ele sorriu para mim, e eu estava quase certa de que meu coração tinha parado de bater nesse minuto.
Eu empurrei a cerveja nas mãos dele, ele me agradeceu e então eu voei para a segurança da minha casa, quase me espancando e tentando tirar a imagem da perfeição que ele era da minha cabeça.
Jake estava sentado no sofá, dobrado de tanto rir, assistindo toda a cena acontecer pelas grandes janelas da frente.
Eu tinha me recusado a conversar com ele o resto da noite. E isso quase funcionou, também. Mas ele tinha saído e comprado as mais patéticas flores da loja de conveniência da rua abaixo e eu não pude continuar zangada.
Alguns dias tinham passado antes de Edward aparecer na minha porta, daquela vez, uma garrafa do meu vinho tinto favorito nas mãos e um sorriso imenso e preguiçoso no rosto.
Era muito mais fácil encará-lo quando ele estava na minha porta. Além disso, ter Jake sentado alguns passos atrás de mim tinha ajudado a manter minhas fantasias do que eu realmente queria fazer com o rosto dele em segundo plano.
Nós o convidamos para ficar para jantar e ele aceitou, ficando confortável com Jake na sala de jantar enquanto eu preparava bifes e oferecia alguns palpites na conversa deles antes de todos nós irmos para o jardim.
No fim da noite, eu não estava mais tão certa do que pensar sobre ele. Eu estava meio que esperando que ele fosse um desses atores que se acham e eram esnobes, pensando apenas em si mesmos, então minhas súbitas fantasias com ele iriam chegar ao fim.
Ao contrário, ele era um cara bom e normal, bem centrado que apenas queria um lugar quieto em uma cidade pequena onde ninguém o conhecia. Ele nunca mencionou o que fazia para viver, nem nós o questionamos sobre isso.
E, naturalmente, as fantasias só ficaram piores quanto mais ele falava e se aconchegava no nosso pequeno pedaço de mundo. A maneira que ele fechava os olhos quando dava a primeira mordida no bife, ou o jeito que ele lambia os lábios quando tinha acabado de comer… Diabos, até mesmo o modo como ele tomava cerveja deixava minha mente viajando para lugares que ela não deveria ir.
Especialmente quando meu namorado estava sentado perto de mim com sua mão no meu joelho, seu dedo acariciando minha pele através do jeans enquanto ele conversava sobre carros com Edward.
Mesmo que eu adorasse a companhia de Edward, eu fiquei meio aliviada quando ele veio dizer adeus para nós no fim daquela semana. Eu poderia voltar a viver minha vida como antes de ser estupidamente convencida a dar uma caixa de cerveja para o nosso novo vizinho.
Isso tinha sido no final de agosto, e até fevereiro chegar, eu não tinha pensado muito sobre o novo proprietário da casa vazia do outro lado da rua.
E quando ele apareceu na minha porta parecendo perplexo e realmente esgotado, eu não pude deixar de rir dele quando apontou para o grosso cobertor de neve que estava acumulado na sua entrada de carros.
Depois que ele e Jake cuidaram do problema e estavam sentados na minha cozinha, os longos dedos dele e grandes mãos apertando minha xícara de natal, nós fizemos o nosso acordo sobre a neve.
Ele aparecia na minha porta no primeiro dia de sua folga e eu o convidava para o jantar. Esse era o nosso ritual e era o que todos nós esperávamos um do outro. Ele era uma boa pessoa e tinha se tornado um maravilhoso amigo durante aquele ano. Eu sempre estava esperando ver qualquer que fosse o carro de aluguel que ele estivesse dirigindo.
Jake tinha começado a nos vigiar, causando um grande buraco no nosso até então perfeito relacionamento. Não importava quantas vezes eu dissesse a ele que suas inseguranças eram infundadas, ele não acreditava em mim. Ele dizia que nós parecíamos ter nossa própria linguagem; dividindo piadas que ele não entendia ou pensava que eram engraçadas enquanto nós estávamos histéricos com elas, e rapidamente falamos sobre qualquer coisa que eu e ele jamais tínhamos falado, e a maneira como nós aparentemente caíamos em uma rotina depois do final dos nossos jantares.
Eu nunca tinha pensado muito sobre isso e nunca tinha percebido que nós tínhamos caído em um tipo de rotina de pegar toda a louça, colocar tudo que sobrou de lado e limpar a bagunça que eu tinha feito em absoluto conforto até que Jake chamou atenção para isso.
Mesmo quando Edward estava fora por meses, ele me acusava de me esconder para ligar para ele quando estava fora. Isso era completamente absurdo, porque desde que ele tinha começado com as suspeitas, ele não me deixava sozinha para mais do que trabalho, banhos e usar o banheiro.
E mais, eu tinha estado muito feliz com meu relacionamento com Jake. Algumas fantasias com um ator famoso que aconteceu de se tornar meu vizinho não significavam que eu iria imediatamente deixar Jake para tentar namorar Edward Cullen.
Não que isso fosse possível, aliás. Uma garota comum como eu não namorava caras como ele. Era hilário só pensar sobre isso.
E então nós começamos a brigar pelas coisas mais estúpidas. Eu deixava a porta do banheiro aberta quando tomava banho, eu não dava um beijo de boa noite, eu magicamente tinha feito uma das nossas xícaras cair do armário quando nem mesmo estava em casa ou eu o atrasei para o trabalho, naturalmente, porque eu não tinha o café pronto de manhã. Eram apenas algumas das coisas que nos faziam discutir. Nós estávamos em um constante estado de tensão e prontos pra explodir com um olhar. Meu quase perfeito relacionamento com Jake tinha se dissolvido porque ele estava tornando meia dúzia de ligações com meses de distância em um completo e não existente caso.
Isso tinha finalmente chegado ao limite, e quando a ligação de Edward chegou na noite anterior, Jake tinha terminado tudo comigo e ido embora. Ele não perdeu tempo e pegou suas coisas e saiu de casa, desaparecendo na noite.
Eu tentei ligar para ele o dia todo, mas ele nunca atendeu o celular e a linha da casa de seu pai estava sempre convenientemente ocupada.
Para desviar minha atenção daquilo, eu tinha ido até a garagem, tirado o removedor de neve e o levado até a entrada de Edward. Eu estava grandiosamente impressionada comigo quando terminei a entrada duas horas depois e retornei para minha casa.
Mas então eu entrei, chequei por ligações perdidas e meu coração apertou de novo quando a secretária eletrônica não estava piscando para mim e meu identificador de chamadas disse que ninguém ligou enquanto estive fora.
Me recusando a quebrar o ritual só porque Jake estava sendo inseguro e infantil, eu escrevi uma nota para Edward, peguei a pá da garagem e fui de volta para casa dele, rapidamente cavando um caminho da escada até a porta e colando a nota a ela em um raro momento de confiança, e então atravessar a rua de volta antes que eu mudasse de idéia e arrancasse a nota da porta.
Eu acho que estava em choque. Eu não tinha nem chorado ainda e isso não podia ser normal, podia? Eu tinha passado três anos com Jake e, sim, o fato de que ele tinha me deixado doía pra caralho, mas eu não devia estar mais chateada com isso? Eu não deveria estar uma bagunça, abraçando o travesseiro contra o peito e chorando e gemendo miseravelmente por isso? Eu não devia estar fazendo algo diferente do que assistir meu vizinho famoso entrar na sua casa?
E agora, assistindo Edward tirar a nota da porta e entrar, eu senti meu estômago queimando.
Sim, convidar o vizinho que fez Jake ficar raivoso e ciumento para um jantar casual foi realmente uma ótima idéia, Bella.
Eu balancei a cabeça e me afastei da janela, correndo uma mão pelo cabelo e andando vagarosamente até a cozinha para checar na sopa de galinha feita em casa que eu comecei a fazer depois que voltei da casa de Edward.
Mas ainda assim, as lágrimas não vinham. Existia uma dor no meu peito, mas nada de lágrimas. Sem a desesperante sensação de soluçar ou enfiar meu punho contra algo duro na esperança de que eu pudesse quebrar esse algo para me livrar da raiva e frustração que eu poderia ou não ter acumulado dentro de mim.
Suspirando pesadamente, eu esfreguei meu rosto com minhas mãos e peguei uma xícara de café do armário.
Vinte minutos depois e duas xícaras de café, eu ouvi o som dos passos pesados dele na minha porta, seguidos do som da minha campainha.
Me segurando e respirando fundo, eu saí do meu assento à mesa de jantar e arrumei minha blusa nervosamente enquanto caminhava na direção da porta.
Com uma respiração funda, eu peguei o trinco e abri a porta; a respiração funda que eu tinha acabado de dar ficando presa na minha garganta quando o encarei.
Tinha voltado a nevar, e existiam pequenos flocos de neves no cabelo dele, presos em seus longos cílios e derretendo rapidamente em seus ombros. O sobretudo escuro dele estava apertado ao seu redor e a bainha de suas calças estavam molhadas só de atravessar a rua.
Ele estava sorrindo abertamente pra mim e os lábios dele tremiam com o ar frio da rua onde ele estava parado, seus maravilhosos olhos verdes presos com os meus.
Deus, o homem nunca mudava. O que quer que existia na California que congelava seus habitantes no tempo estava realmente funcionando com ele.
"Bella!" ele exclamou, alegre, esticando seus braços para me pegar e me puxar para um abraço apertado.
Me escapou um leve protesto, surpresa pelo súbito contato. Durante todo o ano que nós nos conhecíamos nunca houve mais que um toque casual aqui e ali enquanto estávamos fazendo brincadeiras um com o outro. Nunca houve abraços ou a corrente de eletricidade que eu senti quando a mão dele tocou meu braço nu.
"Você é uma visão para olhos cansados," ele riu contra o meu ombro antes de me largar e sorrir. "Como você está?"
"Uh…" Eu tremi, pegando rapidamente o canto da porta pra fica reta, "Eu estou... Bem."
O sorriso brilhante que ele tinha nos lábios caiu um pouco, e ele me encarou, esfregando as mãos.
"Entre!" Eu disse rapidamente, saindo do caminho e me dando uma desculpa ainda melhor para apertar a porta com um pouco mais de força enquanto o esperava. "Está congelando aí fora."
"Eu ainda não me acostumei," ele riu, entrando na sala de estar e tirando o sobretudo.
Ele me esperou fechar a porta antes de confortavelmente colocá-lo no cabide da porta perto de mim e inspirar profundamente o cheiro do ar.
"Com fome?" Eu ri de leve, balançando a cabeça enquanto dava mais uma olhada janela a fora.
Nada de Jake.
"Faminto," ele demonstrou acariciando o estômago. "Mas eu não trouxe vinho dessa vez."
Eu balancei a mão, sacudindo a cabeça de novo enquanto ia em direção a cozinha e pegava dois pratos de sopa do armário acima do fogão.
"Eu acho que ainda tenho um pouco da última vez que você esteve aqui. Você quer?"
"Com certeza!" ele exclamou, abrindo a geladeira e procurando dentro até finalmente tirar uma garrafa pela metade e a segurando enquanto inspecionava. "Você dois não beberam nada enquanto eu estava fora?"
Eu dei um sorrisinho e balancei a cabeça, enchendo os pratos com cuidado.
"Onde está Jake, aliás?" ele perguntou casualmente, pegando três taças de vinho do armário perto da geladeira e as colocando no balcão. "O carro dele não estava aqui. Vocês finalmente limparam a garagem?"
Nós tínhamos falado sobre como seria um grande trabalho limpar a lotada garagem um dia. A obsessão de Jake com motocicletas, motos sujas e imensas peças quebradas de todo tipo de veículos que ele tinha certeza que poderia arrumar tinha enchido cada espaço do gelado andar da garagem, e nós nunca tínhamos conseguido colocar um carro nosso ali.
Meu coração pulsou e eu respirei fundo, mordendo meu lábio enquanto pensava qual a melhor maneira de responder onde Jake estava. Na verdade, eu nem mesmo sabia. Só porque o telefone da casa do pai dele estava fora de linha o tempo todo não significava que ele estava lá. Ele tinha irmãs e podia estar com elas. Billy podia estar apenas me ignorando, sabendo que eu ligaria para saber de seu filho.
E ainda assim, eu não tinha lágrimas. Nem mesmo uma dorzinha no nariz que indicasse que elas estavam a caminho; nada.
"Eu não sei," eu disse baixinho, encarando a sopa atentamente enquanto continuava colocando-a nos pratos.
Ele estava quieto e eu nem mesmo o ouvia servindo o vinho neste ponto. Eu podia, entretanto, sentir os olhos dele encarando minha nuca.
"Bella, está tudo bem?"
A preocupação na voz dele podia me matar. De fato, eu quase quis que me matasse. Não existia maneira nenhuma que eu pudesse contar para Edward o motivo pelo qual Jake tinha me deixado. Era tão embaraçoso em tantos níveis que eu poderia cavar um buraco e me esconder.
Quando os dois pratos estavam cheios de sopa, eu os coloquei no balcão perto do fogão e me virei para encará-lo, passando minha língua pelos lábios.
"Jake e eu não estamos mais juntos," eu disse baixinho. "As coisas não estavam mais dando certo e ele…" Eu cruzei os braços sobre meu peito, desconfortável, e encarei meus pés. "Ele foi embora ontem à noite."
Eu continuei a encarar o chão enquanto o ouvia se aproximar e mordi meu lábio quando vi o pé dele entrar no meu campo de visão.
"Bella, eu sinto muito."
Eu olhei para ele e molhei os lábios, balançando a cabeça enquanto ria nervosamente.
"Não é sua culpa."
Pelo menos, não completamente e que você saiba.
"Esse não é o ponto! Você quer fazer isso outra hora? Eu estou aqui por mais três semanas."
"Não!" Eu disse rapidamente, balançando a cabeça. "Eu não posso mais pensar nisso."
Eu ofereci a ele uma risadinha patética e dei de ombros.
Eu não estava mentindo. Eu não poderia pensar sobre como eu mal sentia mais que uma dorzinha pelo homem que eu tinha vivido por três anos da minha vida sem tentar arrancar os cabelos da minha cabeça.
Edward, a fonte de todos os meus atuais problemas, era uma distração bem-vinda que eu não mandaria para longe de mim nem que minha vida dependesse disso.
"Você tem certeza?"
Eu assenti, balançando minha cabeça na direção do vinho e da sopa. "Eu tenho sopa e vinho, então vamos tentar aproveitar o resto da noite, está bem? Me conte o que você tem feito."
Ele me estudou cuidadosamente antes de assentir lentamente e virar para servir o vinho. Eu respirei fundo e virei para pegar pratos de sopa, segurando-os com cuidado em minhas mãos enquanto caminhava até a sala de jantar e os colocava na mesa.
Eu estava ansiosa para ver meu amigo desde que ele havia telefonado na noite passada e eu não deixaria Jake arruinar essa noite.
"Espere." Eu me virei e o encontrei parado na porta da cozinha com duas taças de vinho nas mãos e suas sobrancelhas perfeitas arqueadas em questionamento. "Três semanas?"
Ele sorriu e confirmou com entusiasmo, entregando minha taça antes de tomar um gole da sua.
"Eu estou tirando um tempo de folga. É meu presente de natal para mim mesmo."
Eu gargalhei e assenti, erguendo minha taça e tocando com a dele. "Feliz Natal, Edward."
Ele sorriu para mim novamente antes de sentar à mesa, lambendo os lábios com a visão da sopa à sua frente.
Eu gargalhei e sentei à sua frente, colocando minha taça sobre a mesa e pegando uma colher, assistindo ele fazer o mesmo e rapidamente começar a comer.
Eu sorri de leve e balancei a cabeça, suspirando enquanto afundava minha colher no meu prato de sopa.
Então, eu não tinha mais um namorado. Mas eu tinha meu amigo e ele estava sentado na minha frente à mesa, sua voz melódica me contando sobre tudo e todas as coisas que ele tinha feito ou passado desde fevereiro deste ano entre colheradas de sopa, e eu realmente não pensava que poderia querer algo mais.
Nota da Tradutora: AWESOME, não? Stay é uma das fics mais fofas que eu já li, e foi um caso de amor direto com ela. Crimson, a autora, é realmente muito querida de permitir a tradução, não acham? Todas as reviews de vocês serão repassadas para ela, assim ela tem um "feedback" legal de como a aceitação da história está aqui no Brasil. Portanto, caprichem nos recados para ela.
Vamos falar sobre alguns detalhes dessa tradução:
Como vocês podem ver, o título não foi traduzido. Isso se deve, na verdade, ao fato de que o título é tão ambiguo e essa ambiguidade é tão legal no inglês que eu penei pensando numa forma de colocar isso em português e... Não consegui. A outra tradutora e o pessoal que tá dando uma força na tradução de Stay também não encontrou anda. Então, a melhor solução foi manter o original. Aos curiosos Stay pode ser "Fique" ou "Permaneça" e, em forma verbal, "Ficar" ou "Permanecer". Mas, e aí está o legal, pode ser também um escape. Algum "lugar" onde se fica por um tempo. No caso, uma casa de férias, ou seja, a casa do Edward nessa fic.
Quanto as atualizações... Atualmente temos quatro capítulos de Stay adiantados. Assim, pretendemos evitar o que tem acontecido comigo na tradução de A Dama... Sempre que eu tenho problemas de muito trabalho durante a semana, a atualização de A Dama atrasa, porque não tenho capítulo extra. Não vou marcar um dia certo para atualizações, mas provavelmente será entre a sexta e o domingo, okay?
Mandem os "obrigadas", beijos e "atualiza logo" para a Cy também. E o amor de vocês pela correção dos capítulos vai para a Thais. Podem só citar "as loucas" que tá valendo.
É isso, espero que curtam mais essa fic e comentem.
Beijos,
K.
PS: A Dama será atualizada amanhã. Sei que na nota prometi para durante a semana, mas... EPIC FAIL minha, galera, não deu.
