Disclaimer: Tia Akira, deixa eu ficar com o Spanner, deixa, deixa?


Ferramentas.

Milhares delas, todas tão bonitas aos seus olhos. Todas tão frias. Mas para Spanner, elas tinham calor, elas tinham vida. Elas criavam vida quando ele as tocava, era como se elas se tornassem parte dele. Sim, juntavam-se a ele e davam vida a tudo que havia ao redor. Uma máquina, um brinquedo, uma arma. Spanner sabia que em suas mãos, elas tinham vida.

Tinham calor – e por demasiadas vezes, ouvira alguém (quem era? As pessoas normalmente não o interessavam) falar que todo aquele contato com máquinas era para substituir a falta de contato humano (mas quem quer que fosse, estava errado, não era?), não porque ninguém quisesse se aproximar, mas porque ele nunca permitia que alguém o fizesse. Com suas ferramentas, havia criado uma redoma invisível ao seu redor.

Não precisava de pessoas. O calor das suas ferramentas já bastava.

(afinal, ele só não estava ajudando o Décimo Vongola pela curiosidade de ver como seriam as lentes terminadas? Nada tinha a ver com o fato de ter simpatizado com o garoto, por ter gostado de ele ter derrotado seus robôs, por ter visto um desafio. Era mera curiosidade)

(então por que ele ficou tão inumanamente feliz quando se tornou parte da Família? Com pessoas apertando sua mão? Com algo por qual lutar – algo importante. Importante demais, tão importante quanto suas ferramentas frias-e-quentes eram para ele, tão importante quando seus brinquedos, suas armas, suas máquinas. Ou seria ainda mais importante? Isso era possível? Sorrisos e apertos de mão... acabaram despertando coisas demais nele. Calor. Felicidade. Curiosidade: o que era aquilo, tão importante assim?)

(vida)


N/A: Porque... Spanner. E só. (L)