A ovelha negra
Sirius's POV
Mérlin, por que minha mãe tem de ser tão enrolada? Estamos indo apenas para uma estação de trem! Ela realmente acha que vai desfilar pela estação como uma passarela? Sinceramente, acho que ela acha isto sim.
Estamos indo até a estação para mim embarcar em meu primeiro ano de Hogwarts: a escola de magia e bruxaria. Minha família vai para esta escola há muito tempo, e a grande maioria pertenceu à casa da Sonserina: a casa que muitos bruxos das trevas já pertenceram e que os aceitos nesta casa sejam em grande maioria puros-sangues. Sinceramente eu acho esta coisa de puros sangues e sangues ruins uma coisa ridícula, afinal, no fim não somos todos bruxos? Porém, eu não posso demonstrar esta minha opinião dentro de minha casa. Eu demonstrei-a apenas uma vez e minha mãe censurou-me e disse para eu jamais repetir isto novamente, pois bruxos filhos de trouxas são um povo nojento que não deveria fazer parte do nosso mundo mágico. Para mim, isto é apenas preconceito de sua parte.
- Sirius! – ouvi uma voz chamar do andar debaixo. Reconheci a voz como à de minha mãe.
- Que foi, mãe? – respondi dando um berro.
- Vamos! Caso contrário, vai se atrasar e perder o expresso para Hogwarts!
Estremeci apenas com a ideia de perder o trem. Ir para Hogwarts fora sempre meu maior sonho. Eu sempre perguntava aos membros de minha família sobre a escola, e minha imaginação voava longe com as imagens criadas por minha mente sobre a escola. Contavam-me sobre tudo: as aulas, os banquetes com suas comidas divinas, os professores, o salão comunal da Sonserina, as visitas ao povoado de Hogsmeade e muito mais. Um momento que eu ansiava era quando o chapéu seletor iria selecionar os alunos do primeiro ano para suas casas: Lufa-lufa, Grifinória, Corvinal e Sonserina. Minha ansiedade não tem motivo, afinal, tudo indica que eu vá para a casa da Sonserina, como todos meus ancestrais. Porém, eu sempre tivera uma cobiça pelas casas de Grifinória, os corajosos, e a Corvinal, os inteligentes. Obviamente, esta cobiça só tinha meu conhecimento, pois sabia que não poderia contar isto para algum membro dos Black.
Despertando de meus sonhos com Hogwarts, agora tão próxima de mim (não em questões geográficas, ainda!) levantei-me de minha cama, peguei minha pesada e grande mala que continha todos os meus pertences necessários para estudar na grande escola de Hogwarts, e saí do cômodo em direção a porta de saída da casa. Debati-me um pouco com a mala nas escadas, e cheguei bufando na porta.
- Finalmente! – exclamou minha mãe, vendo-me. Ela era uma mulher bonita de cabelos negros com cachos que caíam sobre seus ombros, sua estatura era alta, tinha a pele pálida e olhos negros igualmente aos cabelos. Ela vestia um vestido cinza escuro liso que ia até um pouco abaixo dos joelhos, por cima do vestido usava um casaco preto de botões (que ela só abotoara o primeiro, deixando a parte superior do vestido à vista), uma meia-calça preta por baixo com um sapato de um mínimo salto preto, que não se destacava por causa da meia. – Vamos?
Eu assenti e ela pegou minha mala parecendo ter mais facilidade ao carregá-la do que eu tive.
Caminhamos até o carro mágico e preto (perceberam como boa parte das coisas, cores de cabelo e olhos de família é preto? Acho que o sobrenome Black não é á toa) e adentramos, com alguns outros membros da família dentro dele. Em cerca de poucos minutos, chegamos até a estação.
- Pegue sua passagem, Sirius – disse minha mãe parecendo apressada enquanto saía para pegar um carrinho para colocar as malas. Observei a passagem e vi que o número de plataforma era nove e meia. Não me surpreendi, pois já sabia através de meus parentes o número da plataforma, porém passei os olhos pelas colunas de pedras da estação e percebi que esta plataforma não existia. Como chegar até uma plataforma não existente?
- Mãe – chamei quando ela caminhava em direção a coluna nove empurrando o carrinho – Como se chega até esta plataforma?
- Aqui – disse ela apontando para a coluna de pedra onde uma plaquinha ao lado dizia nove – Vá correndo em direção desta parede e você vai atravessá-la, chegando até a plataforma. É apenas uma barreira mágica, para os trouxas não saberem de nosso mundo, eles não podem saber para onde o expresso vermelho vai.
- Ah – eu disse maravilhado. Tudo era tão legal e cada vez eu me sentia mais um bruxo de verdade, coisa que eu nunca me sentira muito, pois eu nunca fizera magia. A única vez em que me senti um bruxo foi quando eu recebi a carta de Hogwarts. Eu reli a carta muitas vezes e meu coração disparava em cada palavra decifrada por meus olhos.
- Vá, Sirius – apressou-me minha mãe. Cerrei os olhos postando-me em uma direção reta com a parede, estando a alguns metros dela. Respirei fundo uma vez e corri na direção da parede, quando estava perto dela, fechei os olhos, tendo certeza de que eu iria colidir. Eu estava errado. Abri os olhos novamente e me encontrava na plataforma nove e meia, com bruxos vagando por ela e outros embarcando no expresso vermelho. Atrás de mim, minha mãe surgiu.
- Então, é hora de embarcar. Mas antes devo lhe dizer certas coisas – murmurou minha mãe, eu assenti. – É praticamente certeza que você vai para a Sonserina, então não há necessidade de cartas dizendo para que casa você foi selecionado. Não gaste pergaminho para dizer-me isto, apenas gaste-o para dizer-me no final do ano se você irá voltar para casa para passar o Natal, caso contrário mandaremos seu presente para Hogwarts. Entenderemos se você fizer amigos e decidir passar com eles o Natal na escola, então não se sinta obrigado a voltar para casa. E também, em hipótese alguma se misture com sangues ruins, ouviu? Eles não pertencem a nosso mundo, então não devemos respeitá-los, pois são todos uns intrusos nojentos.
Eu baixei os olhos, discordando mentalmente das palavras de minha mãe.
- Então, acho que é isto. – ela aproximou-se de mim e me deu um abraço que eu retribui. – Tchau, filho. Agora vá, embarque.
- Tchau, mãe. – eu me despedi, pegando minha mala e entrando no trem.
Dentro do trem, havia um corredor extenso, com um lado cheio de portas que davam acesso as cabines e do outro lado cheio de janelas, que no momento mostravam o lado da plataforma que não era vista por aqueles que não embarcavam. Achei uma cabine vazia e adentrei-a. Coloquei minha mala na prateleira acima do banco que servia para guardar as bagagens e postei-me na janela, onde eu podia ver os pais dos alunos. Encontrei minha mãe e ela sorriu para mim. Desequilibrei-me um pouco com um súbito movimento, que era do trem começando a andar. Minha mãe acenou e eu fiz o mesmo. Pouco tempo depois, eu já não via mais a plataforma nove e meia, então me sentei no banco, esticando as pernas colocando os pés no acento da frente.
Após certo tempo, cerca de vinte minutos, já estava de saco cheio e entediado, queria chegar logo até a escola. Minha mente lembrava-se de todos os meus pertences que eu coloquei na mala em busca de algo para me distrair. Não me lembrei de nada e sou desperto de meus pensamentos quando ouço um barulho vindo da porta, que seria uma batida em busca da atenção da pessoa em seu interior, no caso, eu.
- Entre – eu disse com a voz alta para que seu som fosse emitido atrás da porta da cabine.
A porta se moveu, abrindo-se. Um garoto de cabelos pretos e olhos castanhos esverdeados que apareciam através das lentes de seus óculos redondos.
- Oi, as outras cabines estão cheias. Eu posso ficar nesta? – perguntou ele com a voz gentil. Simpatizei com o menino neste mesmo momento. Abri um sorriso para ele e respondi:
- Claro, sente-se.
Ele sorriu de volta e colocou sua bala na prateleira de bagagens oposta a minha. Eu retirei meus pés do banco da frente e ele se sentou ali.
- Então – começou ele – Qual é seu nome?
- Sou Sirius. Sirius Black. – apresentei-me. – E você?
- Sou Tiago. Tiago Potter.
N/A: Oiiiiiie gente. Espero que vocês estejam gostando da fic. Eu tive uma inspiração pra ela e achei legal contar uma história do Sirius. Mais capítulos vão vir, eu espero fazer uma fic grande dos tempos dos Marotos. Quero colocar eles virando amigos, eles descobrindo que o Remo é um lobisomem e virando animagos, a rejeição dos Black em relação aos Sirius e outras coisas. Hehe. Então, acompanhem a fic e não se esqueçam da REVIEW! Beijinhos, Sunny.
