Be safe
Ele corre. Corre o mais rápido que pode e transforma tudo ao seu redor em sombras coloridas. Mas nada importa, não mais. Ele quer ir mais depressa, quer encontrá-la e salvá-la do que quer que seja. Envolvê-la em um abraço e não soltá-la nunca mais. Ele continua correndo, cada músculo do seu corpo protestando, cada fibra do seu ser implorando para que parasse, mas Peeta não o faz, continua em ritmo constante. Até que pára, olha para frente e a vê. Pálida, imóvel e sem vida; deitada sobre a relva, coberta de sangue.
Alguém grita seu nome, chamando-a em completa agonia, em um desespero profundo e, sobressaltado, Peeta percebe ser ele próprio. Ele se ajoelha e põe suas mãos no rosto inerte de Katniss. Sente as lágrimas rolarem pelo seu rosto e continua a chamá-la, balançando-a levemente, tentando a todo custo acordá-la de um sono que ele tinha certeza de que ela não voltaria.
- Katniss...! Katniss...!
Ele abre os olhos, olha para frente e a vê. Serena, a respiração leve e um pequeno sorriso no rosto; o corpo dela encaixado perfeitamente no seu. Peeta respira fundo e levanta a mão livre para acariciar o seu rosto. Ela está ali, segura, e, por instantes, sendo total e apenas sua. Ele se aproxima e beija-a na testa, puxa-a para mais perto e fecha os olhos mais uma vez.
- Peeta, como é que pode eu nunca saber quando você está tendo um pesadelo?
- Não sei. Acho que não grito e nem esperneio, ou qualquer coisa assim. Fico paradinho, paralisado de terror, e só.
- Você devia me acordar.
- Não é necessário. Meus pesadelos normalmente têm a ver com perder você. Eu fico legal logo que percebo que você está aqui.
