— Você tem certeza que é esse o feitiço? — Questionou Rony, visivelmente preocupado.

— Claro que sim. Você não se lembra do treinamento? — Respondeu Harry.

— Mas e se ela não quiser ser encontrada?

— Rony, Hermione não iria a lugar nenhum sem a varinha dela. — Disse Harry ponderando. — E mesmo assim, como vamos ter a certeza que ela não se meteu em alguma confusão?

— Então... Isso nos levará diretamente a ela?

— Sem nenhuma dúvida. — Garantiu o garoto-que-sobreviveu. — O feitiço vai seguir a assinatura mágica, não tem como errar.

— E se for algum lugar protegido contra aparatação? — Perguntou Rony. — Tipo Hogwarts?

— Vamos conseguir ultrapassar as barreiras mágicas. Ou você acha que os Aurores não pensam nisso? — Ofereceu. — Além do mais, o que Hermione poderia estar fazendo em Hogwarts?!

— Você tem um ponto, companheiro. — Rony falou, assentido.

Harry pegou a varinha de Hermione entre suas mãos e assim que Rony a segurou também, ele apontou a própria varinha para a dela.

— Pronto? — Perguntou para o ruivo.

Ele apenas concordou com a cabeça, fazendo em seguida Harry agitou a varinha em um movimento intrincado sobre a de Hermione. Um pequeno foco de luz pode ser visto na ponta da varinha de fênix, quando ele tocou a varinha da garota e logo desaparataram.

Quando reapareceram quase não conseguiam enxergar a si mesmo, devido à escuridão profunda do lugar.

— Hermione! — Chamou Harry, a voz apenas em um sussurro. Não obtendo resposta alguma agitou a varinha. — Lumus Maximum.

O moreno escutou alguém praguejar e assim que a luz deixou de ofuscá-los, os amigos conseguiram discernir a imagem de sua melhor amiga e do antigo professor de poções, ambos nus sobre a cama. Harry não teve tempo de ter nenhuma reação, pois antes que qualquer coisa pudesse ocorrer, ele viu a varinha de Snape ser brandida e recebeu algo como se fosse um forte empurrão no peito, que os levaram para fora do quarto e fizeram-no cair em uma sala de estar, entretanto antes do tombo ocorrer eles ainda puderam escutar um grito que mais se assimilava a uma maldição.

— POTTER!

Harry mirou Rony e silenciosamente reconheceram que estavam em maus lençóis.

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Hermione levantou-se assustada, jamais vira Severo tão irritadiço como naquele momento. Suas mãos logo correram pelos ombros dele, segurando-o e tentando acalmá-lo.

— Severo, tenha calma. — Pediu.

— No meu quarto... — Bufou, irado. — Uma total falta de respeito. Esses grifinórios...

— Eles estavam preocupados comigo. — Tentou amenizar, beijando o rosto de Severo. — Eles não tinham como adivinha que eu estava com você.

— Eles invadiram minha privacidade. — Comentou sério. — Nossa privacidade.

— Pense em como eles devem estar se sentindo de me ver nua na cama com você. — Hermione tentou com esperança que isso finalmente conseguisse fazê-lo retornar o ritmo cardíaco normal.

Aos poucos um sorriso começou surgir nos lábios de Severo, que pelo que Hermione notava, apenas ampliava a cada instante.

— Você tem razão. — Severo concordou, levantando-se da cama, dando a Hermione uma visão privilegiada de sua bunda. — Temos que recebê-los adequadamente.

— Você não acha melhor eu ir sozinha? — Perguntou.

— Claro que não, nós estamos juntos nisso. — Disse ele, seriamente. — Não vou deixar você lidar sozinha com eles.

— Quando você diz "juntos", você diz apenas agora ou... — Gaguejou. — Não que eu esteja cobrando algo, apenas para eu saber e para deixarmos tudo claro.

— Hermione, eu sei que não nos conhecemos como devíamos, por isso vou relevar. — Severo comentou, beijando-a docemente nos lábios. — Não sou um homem que aprecia aventuras e realmente não sei dizer agora o que temos, mas tenho total certeza que isso não é aventura de apenas uma noite.

Ele ajudou Hermione a colocar sobre os ombros um dos robes de seda que ele costumava usar, podendo assim cobrir o corpo nu esbelta da garota, beijou-a na pele sensível do pescoço, fazendo-a sorrir.

— Vamos. — Conduzindo-a para a porta, falou. — Quanto mais rápidos terminarmos com eles, mais rápido voltamos ao que nos interessa.

Hermione sorriu ainda mais, enquanto via-o abrir a porta para deixá-la passar, mostrando o quanto era cavalheiro.

— Potter, Weasley. — Chamou Severo, fazendo-os ofegar ligeiramente. — O que vocês pensam que estavam fazendo ao entrar no meu quarto daquela maneira? Ou melhor, como conseguiram entrar?

— Severo... — Hermione murmurou, tocando-o levemente o braço para acalmá-lo. — Meninos, vocês querem chá? — Perguntou se curvando sobre a pequena mesa da sala que estava posicionada entre eles, fazendo com que uma quantidade generosa de sua pele ficasse a mostra, assim deixando claro para os amigos que não usava nada por debaixo do robe.

— Hermione, se você puder se cobrir um pouco, eu agradeceria. — Pediu Severo, obviamente enciumado.

— Eles já me viram nua. — Respondeu, causando um espanto no Mestre de Poções, que arregalou os olhos em sinal de surpresa. — Quando estava com você na cama Severo. Eu jamais saí com um dos meninos.

— Como assim, "Severos"? — Questionou Harry, dirigindo-se a amiga, em uma tentativa de parar aquela cena estranha de ciúmes. — O que significa isso tudo?

— É, Mione. — Concordou o ruivo. — O que você está fazendo aqui com o morc... O Snape.

— Vocês não deveriam estar aqui, afinal isso não é assunto de vocês. — Advertiu imediatamente Hermione.

— Ele seduziu você? Foi alguma poção? — Atacou Rony. — Ele está ameaçando a sua família? Ou te...

— Não seja estúpido, Ronald! — Interrompeu Hermione, antes que Snape azarasse-o. — Estamos juntos e felizes.

— Quando você pretendia nos contar? — Harry indagou.

— Quando eu achasse que era da maldita conta de vocês. — Respondeu, começando a se irritar com aquele questionamento. — É minha vida. E vocês são meus amigos ou não?

— Mas nós estávamos preocupados. — Defendeu-se Rony. — E o que quer dizer com juntos?

— Juntos, fazendo sexo, copulando, namorando, se relacionando. — Respondeu com simplicidade, apreciando o sorriso que Severo ofereceu ao ver os meninos se contraírem a cada palavra. — Agradeço a preocupação de vocês, mas estou ótima. Vocês podem voltar para casa.

— E você? — Perguntou Rony.

— Vou ficar, obvio. E terminar de comemorar o aniversário do Severo. — Comentou. — Afinal vocês nos interromperam no pior momento... Ou melhor, no melhor momento.

— Ok. Mas vamos conversar a respeito disso. — Advertiu Harry, levantando-se e chamando Rony consigo.

— Aposto que sim. — Hermione concordou, dando a mão para Severo em uma declaração silenciosa de união.

— Você poderia abrir a conexão do Flu professor? — Pediu Potter.

— Tenho certeza que vocês ainda são capazes de encontrar a saída. — Comentou de maneira cruel o professor, fazendo surgir uma porta logo atrás deles. — Cuidado com os tragos, eles estão guardando o castelo agora. — Avisou, enquanto via eles se retirarem pela porta.

— Você poderia ter aberto a conexão. — Hermione disse, sorrindo, enquanto segurava Snape pelo laço do robe.

— E perder toda a diversão? — Sorriu singelamente.

— Eternamente Sonserino. — Brincou, beijando-o. — Vamos, já estou sentindo sua falta dentro de mim.

Severo gemeu pelas palavras ditas, puxando-a contra si, os lábios beijando-a demoradamente.

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— Bom dia. — Sussurrou ela, beijando-o delicadamente, o corpo montado sobre o dele, sentindo a ereção matinal dele sendo pressionada contra as suas nádegas.

— Muito bom. — Murmurou sonolento, girando o corpo sobre o dela, fazendo-a ficar presa entre ele e a cama, sua mão afastando uma mecha de cabelo. — Isso é real?

Hermione surpreendeu-se pelo tom sério dito aquilo, beijando-o novamente em demonstração de uma promessa de futuro, mesmo que uma promessa silenciosa.

— Tão real quanto você. — As palavras o fizeram sorrir. — Tenho uma surpresa.

— Não gosto de surpresas. — Comentou, fazendo-a arquear a sobrancelha em uma clara imitação dele. — Ok, eu não costumo gostar de surpresas, mas você senhorita Granger tem sido uma deliciosa e maravilhosa exceção.

— Para você. — Entregou-lhe uma pequena caixa embrulhada em papel negro. — Abra.

Severo desembrulhou o presente e sobre o tecido negro viu abotoaduras, cada uma com um desenho de espada transpassando uma balança equilibrada, no punho da espada havia esmeraldas e a balança parecia reluzir em ouro branco.

— Quando vi só pude pensar em você. — Comentou, beijando-o suavemente. — A espada simboliza a força, coragem, ordem, elegância, mas principalmente honra, igual um cavaleiro do Rei Arthur. Enquanto a balança significa o equilíbrio, o caminhar em linhas tênues.

Severo ficou impressionado, não pelo presente em sim, mas sim por Hermione realmente ter pensado nele ao comprá-lo, por ela ter conseguido enxergar qualidades que nem ele mesmo conseguia ver em si próprio.

— Obrigada, Hermione. — Agradeceu, com os olhos tão expostos e sinceros que fez com que o coração dela vacilasse em uma singela dor. — Não sei como retribuir...

— Me prometa que não vai me dar uma placa escrita "Irritante Sabe-Tudo". — Brincou para desanuviar o clima.

— Não, a placa trará os dizeres "Minha querida irritante sabe-tudo".

Ele a beijou demoradamente, não se importava que fosse segunda-feira, que teria que lecionar aula dupla para os primeiranista grifinórios, não queria saber se a Sonserina estava na frente na disputa pela taça das casas ou se o campo de Quadribol já estava liberado para treino. Ele não queria saber se a escola inteira se explodisse, ele apenas queria se importar com aquele momento, ele apenas precisava de um pouco mais do paraíso que havia encontrado.


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